Moçambique:
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) acusa a polícia de perseguição e intimidação dos seus membros e simpatizantes na província central de Sofala. O caso mais recente, segundo o partido, foi esta segunda-feira.
O aniversário do Dia da Independência de Moçambique, 25 de junho, na província de Sofala foi ensombrado por acusações do segundo maior partido da oposição moçambicana.
Segundo Sande Carmona, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a polícia disparou tiros para o ar para dispersar membros do partido que tentavam marchar em saudação à independência nacional nas cidades de Dondo e Beira. Além disso, um membro do MDM terá sido mordido por um cão da polícia.
O cidadão, de acordo com Carmona, "foi detido [na esquadra de Chota, na Beira] e graças aos esforços dos próprios membros do MDM, que foram juntos à esquadra, a polícia acabou por libertar o homem para ir receber tratamentos médicos."
Sande Carmona, porta-voz do MDM: "Vem recrudescendo o uso abusivo de armas, chambocos e até de cães da polícia contra os membros do partido"
Eleições à porta
O MDMqueixa-se de perseguição política e teme que, com o aproximar das eleições autárquicas de 10 de outubro, a situação venha a piorar.
"Já aconteceram vários incidentes, noutros momentos, mas nos últimos tempos havia uma pequena acalmia, em que pensávamos que a convivência política poderia ser possível. Infelizmente, com o aproximar do processo eleitoral de 10 de outubro, vem recrudescendo o uso abusivo de armas, chambocos e até de cães da polícia contra os membros do MDM", denuncia o porta-voz do partido.
Comando provincial "não tem conhecimento"
Entretanto, o Comando Provincial da polícia em Sofala disse que ainda não teve nenhum registo do sucedido, tanto na Beira como em Dondo. Mas Daniel Macuácua, chefe das Relações Públicas no Comando Provincial, sublinha que continuará em contacto com os comandos distritais.
"Em nenhum momento foi-nos passada essa informação", afirmou Macuácua em entrevista à DW África. "Mas continuaremos a interagir com as subunidades [policiais] para saber se terá dado a entrada de alguém a queixar-se sobre algo do género."
Queixas antigas
Este não é o primeiro caso em que o MDM se queixa de perseguição dos seus membros por agentes da polícia.
No ano passado, quando apoiantes do MDM e da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) festejavam em Quelimane o Dia da Mulher Moçambicana, 7 de abril, elementos da Força de Intervenção Rápida (FIR) exigiram a retirada imediata de uma bandeira do MDM que estava no local. Face à resistência dos simpatizantes do partido de Daviz Simango em cumprir a ordem, a polícia agrediu os participantes e duas pessoas ficaram feridas.
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- Data 26.06.2018
- Autoria Sitoi Lutxeque (Nampula)
- Assuntos relacionados Daviz Simango, Direitos Humanos em Moçambique, Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Manuel de Araújo, Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Moçambique, Eleições em Moçambique, Vale , Filipe Nyusi, Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)
- Palavras-chave Moçambique, MDM, perseguição, intimidação, polícia
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