O ministro da Economia turco declarou que a Turquia vai continuar a importar petróleo do Irão, após os Estados Unidos terem pedido aos aliados para interromperem totalmente a sua compra.
O ministro da Economia turco, Nihat Zeybekçi, declarou esta quarta-feira que a Turquia vai continuar a importar petróleo do Irão, após os Estados Unidos terem pedido aos aliados para interromperem totalmente a sua compra até 4 de novembro, sob pena de sanções.
“As decisões tomadas pelo ministério do Comércio externo norte-americano não são vinculativas para nós. Para além dos interesses da Turquia, não consideramos qualquer outro interesse”, disse Zeybekçi em conferência de imprensa em Ancara.
“Se houvesse decisões ou medidas das Nações Unidas a esse respeito, seria vinculativo para nós. Mas para além disso, apenas consideramos o nosso interesse próprio”, disse o ministro, citado pela agência noticiosa turca Anadolu. “Também tentamos prestar atenção a que um país amigo e irmão, como é o Irão, não sofra injustiças nestes assuntos, nem fique prejudicado”, acrescentou Zeybekçi.
Desde 2017 que metade do crude importado pela Turquia provém do Irão, enquanto a outra metade é assegurada pelo Kuwait, Arábia Saudita, Iraque e Rússia. Na terça-feira, os Estados Unidos pediram a todos os países para interromperem totalmente até 04 de novembro as suas importações de petróleo iraniano caso pretendam evitar sanções norte-americanas, restabelecidas após a retirada de Washington do acordo nuclear com Teerão. “É uma das nossas principais prioridades de segurança nacional. Não irei ao ponto de dizer zero exceções de forma definitiva, mas a posição é que não vamos permitir exceções”, preveniu um responsável do Departamento de Estado em declarações aos ‘media’.
A 8 de maio o Presidente Donald Trump anunciou a sua retirada do acordo internacional de 2015 destinado a impedir o Irão de obter a bomba atómica, e que considera demasiado permissivo. Na ocasião, restabeleceu todas as sanções norte-americanas suspensas no âmbito deste acordo, incluindo as sanções secundárias contra as empresas estrangeiras que continuam a negociar com Teerão. Estas empresas deverão optar entre os seus investimentos no Irão e o acesso ao mercado norte-americano. Washington forneceu um prazo de 90 a 180 dias para se retirarem do mercado iraniano.
Desde maio que os países europeus tentam, sem grande sucesso, negociar exceções que isentem certos setores ou contratos, mas este responsável norte-americano confirmou hoje a “linha dura” até ao momento imposta pela administração da Casa Branca.