política, história, Ucrânia, Polônia, nazismo, vítimasStepan Bandera (a esquerda) e Roman Shukhevich (a direita)
Em Varsóvia foi aprovada uma resolução, que acusa o Exército Rebelde Ucraniano (ERU) de genocídio. Este documento trata do extermínio em massa de poloneses, que viviam no território de Volinia, cometido pelos seguidores de Stepan Bandera. Estes acontecimentos trágicos tiveram lugar em 1943. Entretanto sua repercussão prejudica até agora as relações da Polônia e Ucrânia.
Na resolução do Seim sobre o 70º aniversário da tragédia, os acontecimentos de 1943 foram qualificados de "depuração étnica com sinais de genocídio". Os deputados poloneses atribuíram a responsabilidade por esse crime ao Exército Rebelde Ucraniano. Também se afirma que cerca de 100 mil poloneses étnicos foram vítimas do ERU. O dirigente da Fundação Memória Histórica, Alexander Diukok salienta que a parte polonesa culpa do acontecimento não a Ucrânia, como país, e sim apenas os membros da Organização de Nacionalistas Ucranianos e Exército Rebelde Ucraniano (ONU-ERU).
"Estas organizações realmente realizaram depurações étnicas de envergadura em Volinia. Sendo que estas depurações foram planejadas com antecedência, ainda antes do ataque da Alemanha à União Soviética. As depurações foram feitas segundo planos especialmente premeditados e por isso é perfeitamente justo encarar a ONU e ERU como organizações criminosas".
Não é a primeira vez que a interpretação do papel histórico da ONU-ERU torna-se pedra de tropeço nas relações da Polônia e Ucrânia. Em abril os parlamentares poloneses anunciaram a disposição de examinar um projeto de lei considerando a ONU e ERU organizações criminosas. Desse modo foi considerado criminoso também o ídolo dos nacionalistas radicais ucranianos – Stepan Bandera. Isto provocou a indignação do partido Liberdade. Seus representantes na Câmara Alta da Rada prometeram preparar um documento em que o Exército Krajowa polonês seria declarado organização criminosa.
Mas a conjuntura política hoje é tal, que Kiev não pode se permitir prejudicar as relações com Varsóvia, supõe o colaborador científico do Instituto Russo de Pesquisas Estratégicas, Oleg Nemensky.
"A situação, naturalmente, é difícil. E é muito desagradável para as relações mútuas dos dois países, porque agora a Ucrânia está na posição de pedinte. Ela pede à Polônia para ajudá-la a concluir em novembro o acordo de associação à União Européia, porque a Polônia é quem promove a Ucrânia a nível europeu. Nesta situação será difícil para a Ucrânia ter uma reação dura, negativa, aprovar uma declaração de confronto com a Polônia".
Vale a pena acrescentar que também na Ucrânia nem todos simpatizam com a ONU-ERU. Por exemplo, o representante do partido das Regiões, Mikhail Dobkin partilha plenamente dos pontos de vista dos legisladores poloneses a respeito dessas organizações. Na opinião do deputado, o Seim devia compor uma lista de "Bandera-Shukhevich" em que entrariam os seguidores atuais desses homens. A todos eles deve ser proibida a entrada no território da União Européia – considera Dobkin.
Artiom Kobzev
Sem comentários:
Enviar um comentário