FRELIMO
De Movimento de Libertação a Movimento Terrorista
A FRELIMO foi, formalmente,
constituída em 25 de Junho de 1962, após a integração de Movimentos já
existentes, como a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), A
MANU (Mozambique African National Union) eaUNAMI (União Nacional
Africana para Moçambique Independente), que estavam sedeados em países
diferentes e eram apoiados em etnias moçambicanas, também, diferentes.
Eduardo Mondlane, com o apoio do presidente Julius Nyere, da Tanzânia,
conseguiu conciliar estes três estruturas que se opunham à ditadura
fascista e colonialista de Salazar.
Eduardo
Mondlane foi nomeado presidente desta nova organização e o Rev. Urias
Simango, vice-presidente. O movimento que, ainda, não tinha uma
ideologia política marcante, rapidamente chegou à conclusão que o
recurso à luta armada era inevitável e passou a enviar os seus quadros
para instrução militar na Argélia. Após o regresso de uma grande parte
de operacionais, com instrução militar, em 1973, a Frelimo decidiu-se,
então, pela luta armada, que começou em 25 de Setembro de 1964 com ao
ataque ao posto de Chai, em Cabo Delgado e ao de Cóbue, no noroeste do
Niassa, junto ao Lago.
Nesta altura, o presidente dos E.U.A.
era Lyndon Johnson, que deixou de apoiar os Movimentos
Anti-Colonialistas, ao contrário da que tinha feito o seu antecessor na
Casa Branca, John Kennedy, mas, com as independências das antigas
colónias da Bélgica, da Holanda, da Espanha e da França e com o apoio
dos países asiáticos e dos países comunistas, a Assembleia Geral da ONU,
mudou de maioria o que levou a que a política colonialista do regime de
Salazar passa a ser, sistematicamente, condenada. A partir dessa
altura, o MPLA, em Angola, passou a ser, declaradamente, apoiado pela
antiga União Soviética, tendo o mesmo sido feito pela China,
relativamente à FRELIMO, país para onde foram receber formação política
alguns quadros deste movimento, nomeadamente, Samora Machel.
Com o seu regresso, começaram as
conflitualidades no seio da Frelimo, com o ressurgimento dos grupos que,
em 1962, se juntaram na criação da frente única e com a agravante do
surgimento das clivagens étnicas. No período de 1967 a 1970, a luta
armada estagnou e até terá sofrido uma certa regressão e é, nesta altura
que deserta da Frelimo o Chefe Maconde, Lázaro Kavandame.
Com este aparente impasse, a linha
Maoista, alicerçada na ala militar chefiada por Samora Machel, começa a
construir a “sua Frelimo”, com a contestação da sua direcção política,
da responsabilidade de Eduardo Mondlane e que veio a culminar com seu o
assassinato, em Dar-es-Salaam, em 3 de Fevereiro de 1969.
Com
o desaparecimento de Mondlane, foi formado, em Abril de 1969, um
Conselho de Presidência, constituído por Urias Simango, Samora Machel e
Marcelino dos Santos. A facção Maoista ganhou, assim, o controlo do
movimento, colocando dois elementos no Conselho de Presidência. Pouco
tempo depois, em Outubro de 1969, rompeu-se o compromisso, com a
dissidência de vários elementos, nomeadamente, Urias Simango, Paulo
Gumane, Joana Simeão, padre católico Mateus Gwengere (que condenou o
recrutamento de jovens para a luta armada, em vez de os incentivar a
continuarem os seus estudos) e outros, que acabaram por ser eliminados
no
Urias Simango e Celina Simango (assassinados pela Frelimo
em Netelela), com os seus três filhos (1973)
“campo de extermínio” de Ntelela. O
domínio total da linha Maoista foi consolidado, com eleição para a
presidência da Frelimo de Samora Machel, tendo ficado a vice-presidência
a cargo de Marcelino dos Santos. Com o desaparecimento da ala moderada,
começou o movimento terrorista. O centro de instrução da Frelimo, em
Nachingwea, na Tanzânia começou a ficar repleto de instrutores militares
e políticos chineses. Passado algum tempo, a Frelimo passou a contar
com guerrilheiros chineses, alguns deles, atiradores especiais,
sobretudo, na zona a sul de Tete. As mortes de activistas pertencentes
aos movimentos dissidentes
foi uma constante, o fornecimento de minas anti-carro e anti-pessoais
aumentou, bem como o de novo armamento, mas, em termos políticos no
interior do território, a aceitação da Frelimo não aumentou
substancialmente, uma vez que os moçambicanos começaram a ver as suas
machambas destruídas, conjuntamente com o roubo dos seus bens
essenciais, em particular, o gado, o milho e a mandioca.
Posso testemunhar estes últimos
acontecimentos, porque o meu GE 914, estava estacionado cerca de 30 Kms.
a norte de Vila Gouveia e fiz algumas intervenções na Serra Choa, onde
verifiquei estes factos e, quanto à presença de chineses nos grupos de
guerrilha, tive oportunidade de o mencionar nos relatórios das
operações.
Com a Revolução de 25 de Abril de
1974, que pôs fim à ditadura e, apesar de o programa do MFA apontar para
a Autodeterminação das Colónias, com vista à sua Independência, os
ataques às nossas tropas continuaram muitos meses após essa data.
O lema da Frelimo era “A
Independência, já”, uma vez que a OUA reconheceu a FRELIMO como o único
representante do povo moçambicano, o que seria de calcular, porque o
Continente Africano era e continua a ser dominado por regimes
autocráticos e, para esses ditadores, não seria prudente, nem seguro que
se pusesse em prática um processo de Autodeterminação, que culminasse
num processo de independência livre, justo e aceite por todos os
moçambicanos, sob a supervisão da ONU.
É óbvio que a orientação Maoista da
FRELIMO impedia qualquer processo democrático e, mesmo antes do acordo
de Lusaka, começou com prisões eliminações físicas de opositores, com a
complacência de alguns comandos militares portugueses que ordenaram às
tropas portuguesas para não se imiscuírem nesses assuntos.
Após a independência, a FRELIMO mostrou, ainda mais, o seu lado terrorista, com a deslocação
de centenas de milhares de moçambicanas e moçambicanos, nomeadamente,
velhos, inválidos, testemunhas de Jeová, prostitutas, homossexuais,
militares portugueses, etc., num misto de métodos nazis e maoistas, para
“campos de reeducação”, especialmente no Niassa, onde a grande maioria
morreu devido aos trabalhos forçados, fome, sede, várias doenças ou
abatidos, pura e simplesmente, porque o
comandante do campo não gostava deles, um verdadeiro “Holocausto” à
dimensão de Moçambique. Os prisioneiros políticos de maior nomeada foram
todos assassinados, tendo alguns morridos de uma forma atroz (queimados
vivos numa vala), entre os quais, o Rev. Urias Simango, Adelino Guambe, Lázaro Kavandame, Paulo Guambe, Arcanjo Kambeu, Pedro Mondlane, Júlio Nihia, Silverino Nungo, Joana Simeão,
que tinham sido condenados à morte por um partido, a Frelimo e não pelo
estado moçambicano que ainda não era, na altura, independente.
Estes
julgamentos sumários foram efectuados na base da Frelimo, em
Nachingwea, na Tanzânia, presididos por três figuras sinistras, Samora
Machel, Sérgio Vieira e Marcelino dos Santos, rodeados por multidões,
completamente alucinadas pelos maoistas, que gritavam “Morte, Morte,
Morte” e essa foi a sentença para todos eles. Na doutrina Maoista, estes
processos eram “Justiça Popular”.
Opositores Políticos da Frelimo, condenados à morte, no
"Campo de Extermínio de Ntelela
Sobre este assunto, dêem uma vista de olhos nos posts colocados nos seguintes endereços:
Publicado por gruposespeciais às 23:32
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Quarta-feira, 8 de Abril de 2009
O Assassinato de Eduardo Mondlane
A MORTE DE EDUARDO MONDLANE
A MINHA OPINIÃO
Tenho consultado vária documentação
sobre a forma como ocorreu o assassinado do Dr. Eduardo Mondlane e, após
uma análise profunda, sobre este acontecimento, cheguei às seguintes
conclusões:
Uria Simango e Eduardo Mondlane
Dar-es-Salam - 1963
1 – Ao contrário
da versão que corria na época e na qual eu acreditava, não poderia ter
sido a PIDE a cometer tal acto, uma vez que, da forma como tudo
aconteceu, teria que haver a conivência da Ala Maoista da Frelimo com a
própria PIDE. Esta ligação está fora de hipótese, dada a sua
incongruência;
2 – Ter sido
ordenada e organizada pelo Governo da Tanzânia é de todo inimaginável,
dadas as boas relações de Mondlane com Nyerere e a Tanzânia
disponibilizou todo o território para bases e centros de instrução da
Frelimo e apoiava-os na logística;
3 – Intervenção
da CIA, também, está fora de hipótese, uma vez que os lugares cimeiros
da Frelimo estavam ocupados por pessoas com formação ocidental (Eduardo
Mondlane licenciou-se em Sociologia nos EUA).
Análise da forma como ocorreu a explosão:
a) É
do conhecimento público que Eduardo Mondlane tinha um escritório numa
Residencial, com Restaurante, que era propriedade de uma sua amiga e
ex-secretária, de nome Betty King, onde passava grande parte do seu
tempo;
b) Nesse
momento, cerca 09H30, só se encontravam na Estalagem duas pessoas:
Eduardo Mondlane e o cozinheiro, quando a Estalagem tinha vários
empregados;
c) O secretário de Mondlane era Joaquim Chissano, que acumulava com o cargo de director dos serviços de segurança da Frelimo;
d) Toda a correspondência era aberta pelo seu secretário, Joaquim Chissano, e entregue a Mondlane;
e) Porque é que, nesse dia, só estava um empregado da estalagem e o próprio Mondlane?
f) Porque é que, nesse dia, toda a correspondência foi entregue a Mondlane, sem passar pelo seu secretário?
g) Porque
é que, depois do assassinato, só foram considerados como suspeitos do
crime, os elementos menos radicais e com formação ocidentalizada que
tiveram que fugir para outros países, devido aos riscos de morte a que
estavam expostos.
h) O
comandante operacional da Frelimo era, na altura, o Samora Machel que
recebeu instrução militar na Argélia e formação política na China de Mao
Tsé Tung e era coadjuvado por essa figura sinistra chamada Marcelino
dos Santos, tendo, como mentor político uma outra figura sinistra que
era o Sérgio Vieira.
Depois destas
considerações e da prática da Frelimo, depois da independência,
nomeadamente a construção de “aldeias comunais”, “campos de reeducação”,
“campos de extermínio”, etc. práticas estas que eram cópias dos regimes
maoistas da Albânia e da China, chego à conclusão que os autores do
assassínio de Eduardo Mondlane foram os responsáveis que ocuparam os
lugares cimeiros da Frelimo, a seguir ao assassinato, uma vez que os
“moderados” se opunham à corrente Maoista encabeçada pelo Samora Machel e
que integrava figuras sinistras, como Marcelino dos e Sérgio Vieira,
etc. , tiveram que fugir, para não serem assassinados. Alguns deles,
tais como Urias Simango (vice-presidente no tempo de Mondlane), Paulo
Gumane, padre Gwengere e muitos outros vieram a ser executados no “campo
de extermínio” de Metelela (ex-Nova Viseu), no Niassa.
Estes elementos
conseguiram o poder dentro da Frelimo, ficando o Samora Machel com a
Presidência, o Marcelino dos Santos com a vice-Presidência e, como
ideólogo o Sérgio Vieira. Estava, assim, criada uma nova Frelimo, de
orientação Maoista, que veio a assassinar centenas de milhares de
moçambicanos nos primeiros anos pós-independência.
A China passou a
apoiar, abertamente, a Frelimo, que passou a contar com guerrilheiros e
atiradores especiais chineses nas suas fileiras.
Acho que, na minha modesta opinião, não são necessários mais inquéritos, porque esta será a verdade incontestável.
Links:
Nota:
Acabei de ver na RTP o 14º. Episódio da GUERRA COLONIAL, da
responsabilidade de Joaquim Furtado e, logo no início, verifiquei que a
minha opinião sobre o assassinato de Eduardo Mondlane foi, assim,
reforçada.
Publicado por gruposespeciais às 17:47
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Terça-feira, 7 de Abril de 2009
Em Memória de Joana Simeão
Joana Simeão num comício do GUMO em Lourenço Marques (1974)
Por: Linette Olofsson
A
Mulher é a guardiania da espiritualidade humana. É a matriz da vida. É a
personificação da grande Deusa.É a que acolhe, cria e desenvolve os
processos de vida.É a perfeição mais perfeita e completa do
Universo.Contudo, todos estes atributos podem não passar de poesia
quando olhamos para o passado e presente da mulher no nosso país.
Esta reflexão vem a propósito de mais um 7 de Abril, dia consagrada pela Frelimo como sendo o dia da mulher moçambicana.
Em
Moçambique, na fase pós-independência, a constituição da primeira
República estabeleceu direitos iguais para homens e mulheres. Não
obstante este facto, a situação da mulher em Moçambique continua a ser
influenciada predominantemente pela tradição e pelas atitudes e
estruturas do passado. A falta de capacidade de gerência para o
melhoramento das receitas e da segurança alimentar das famílias; a
persistente divisão do trabalho na base do gênero; o analfabetismo, o
HIV/SIDA e a mortalidade materno infantil tem constituído obstáculos
para a participacao da mulher em novos empreendimentos e na vida
pública. Os dados oficiais apontam que Mocambique tem mais de 19,889
milhões de habitantes (2006).Mesmo considerando a existência de alguns
centros urbanos relevantes como Maputo, Beira e Nampula, a maior parte
da população vive nas áreas rurais, distante das principais vias de
comunicação. E, para o “agrado” do “gênero masculino”, a maioria de
cidadãos é constituida por mulheres.
Sendo a maioria de cidadãos residentes em áreas rurais, não deixa de ser conveniente, oportuno e urgente apelar que se reforce o olhar para o empoderamento da
mulher a partir da própria zona rural. É um exercício dificil se feito a
partir do ponto em que me encontro (cidade capital e zona privilegiada
dessa cidade). O que me importa afirmar nesta data consagrada a mulher
em Moçambique é que chega de discursos prenhes de maquiavelismos, com
alguns a acumularem privilegios pessoais nas cidades em nome da mulher
rural.Na verdade, o que se assiste é uma grande exclusão deste grupo de
mulheres na gestão e solução dos seus próprios problemas, quer a nível
local, nacional e internacional. Penso que é tempo da mulher rural
ocupar o seu espaço, na qualidade de legítima portavoz dos seus
problemas, e nao permitir que o seu espaço continue a ser usurpado por
mulheres que nada têm a ver com a sua realidade. E pode-se tomar como
exemplo o que existe noutros quadrantes. Os governos da India, China,
Bangladesh, Brasil e alguns países da America Latina são pioneiros na
promoção da mulheres rurais, criando-lhes condições para a sua
participação directa nos foruns regionais, internacionais e outros, como
forma de as estimular na área específica em que estão inseridas, pois
entende-se que a zona rural é a base de desenvolvimento dos
subdesenvolvidos.
No
nosso país, infelizmente, as coisas estão invertidas. Os grupos que
participam nestas cimeiras importantes de desenvolvimento ao nível
mundial são constituidos por senhoras residentes em capitais
provinciais, senão mesmo apenas na cidade capital do país (Maputo),
preterindo-se a mulher rural que sofre na carne a “dor” de ser mulher
numa sociedade em que a tradição dá privilégio ao homem.
A
mulher mocambicana, como em outros países do continente africano,
participou na luta de libertacao nacional, assumindo tarefas femininas e
outras directamente relacionadas com a actividade militar. A maioria
das guerrilheiras não tivera uma evolução notória no panorama político e
social mocambicano. Com a excepção de Graça Machel (que pouco se sabe o
quanto se embrenhou pela matas de Cabo Delgado e Niassa à procura da
independência), nenhuma das guerrilheiras que lutaram lado-a-lado com
homens naqueles tempos dificeis atingiu, após a luta de libertação, um
lugar de destaque no panorama político do país. Quanto muito, ocuparam
alguns cargos de direcção (femininas, entenda-se) e de subalternidade na
ex-Assembleia Popular durante a vigência do sistema monopartidário.
Isto visava apenas emprestar certa credibilidade ao consagrado na
constituição. Tal como jamais se admitiu uma mulher chefe de família, as
mulheres na era samoriana mantiveram-se da mesma forma submissas ao
homem.
Na
esteira do actual debate de quem deve ser considerado herói nacional,
comemora-se hoje o 7 de Abril dia morte de Josina Machel, considerada Heroína pelo partido Frelimo dentro de um específico contexto Histórico.
O que
se sabe e que se lê sobre Josina Machel é que foi esposa de Samora
Machel; que foi uma das mulheres que “revolucionou” o papel da mulher na
luta de libertação nacional. É dito também que foi uma das fundadoras
da OMMe que morre vítima de doença a 7 de Abril 1971. Não se conhece
nenhum discurso político desta “heroína”, para além de algumas pessoas
que com ela privaram afirmarem que não passava de uma pessoa como outra
qualquer, que teve apenas a “sorte” de ser a esposa do então líder.
Nesta
data de 7 de Abril, o que pretendemos e o que questionamos é a
herocidade de Josina. O que diferenciou Josina de outras mulheres
combatentes naquela altura que também participaram na luta pela
independência? O que fez dela uma mulher especial e que as outras não
fizeram? Infelizmente, até hoje, ainda não existem estudos que nos
mostrem uma grande difereça entre esta senhora e outras que também
deram suas vidas heroicamente. Mas em Moçambique existem exemplos de
mulheres de fibra. O exemplo
da Dra. Joana Simeão pode considerar-se um caso ímpar se visto com
“olhos de ver” nos dias de hoje. Por conveniências políticas (neste país
de todos nós), pouco se sabe sobre a trajectória dessa senhora, senão
que foi reaccionária e traidora. Contudo, os poucos registos que existem
ilustram que em 1974/1975 em Moçambique estava-se perante uma mulher de
fibra, de facto, que na sua época havia ultrapassado algumas barreiras.
Com
efeito, mulher moçambicana da etnia macua, Joana Simeão foi uma das
poucas académicas de raça negra que se notabilizou nos anos 60 antes da
independência nacional. Assassinada pela Frelimo por possuir uma visão
política social diferente, se analisados hoje os seus depoimentos
televisivos e escritos, podemos chegar à conclusão de que se não
lhe
fosse tirada a vida seria uma grande mulher e, quiçá, fonte de
inspiração de muitas jovens, imediatamente após a conquista da
independência. E, escusado é dizer, o quão era necessária para as
moçambicanas (na época) uma fonte de inspiração viva. Penso que Joana,
muito teria contribuido para esta democracia nascida pela via do sangue e
violência. De certa forma, embora alguns círculos ligados ao poder
político em Moçambique a comprometam com o regime salazarista (o que
nunca se comprovou, documental ou detalhadamente), para todos os
efeitos, Joana Simeão foi um caso excepcional da emancipação da mulher moçambicana.
Contra toda a regra consuetudinária, foi a primeira mulher de
Moçambique a bater-se, ombro a ombro, com homens na matéria de
governação de um estado soberano. Na época, nenhuma mulher de raça
negra, para não dizer de qualquer outra raça em Moçambique, foi tão
longe quanto ela. Era uma mulher esclarecida que, não se comparando a
muitas que viriam a ser cooptadas a heroínas por conveniências
políticas, se pôs a brandir a sua valentia de não submissão cega. Tinha
uma arma, o saber, que em 1975 teria sido uma mais-valia para a
consecução do progresso da mulher em Moçambique. E, desde já, seria
interessante que os jornalistas moçambicanos, sobretudo os ligados a
estações televisivas como a STV, Miramar e outras, em colaboração com
RTP, retransmitissem as entrevistas dessa figura, para que no presente
todos possamos ajuizar. E isto pode ser feito por via de um programa
específíco, de natureza política e social, visando esclarecer os que não
viveram na época os sinuosos caminhos da descolonização portuguesa.
Aqui – proponho – chamar-se-iam também os que lhe vilipendiaram na época
(muitos ainda vivem) para apresentarem os seus argumentos e documentos
da então acusação.
Quando
de fala de 7 de Abril e de heróis nacionais o que se pretende não é
negar a eventual heroicidade de Josina. Tal como é discutível a sua
heroicidade, pretende-se, acima de tudo, que haja uma data consensual
alusiva à mulher moçambicana, de modo a que todas as sensibilidades da
esfera social moçambicana se sintam identificadas. E, penso que isto não
é pedir demais, pois após longos anos de colonização estrangeira, a
mulher rural mocambicana, enfrentou inúmeras adversidades durante a
construçao do Estado independente; viveu uma ditadura do ploletariado
imposta pela Frelimo e posteriormente a guerra civil; passou pelo
processo de mudanças quer no plano económico, político e social; passou
por um estado de guerra de armas num sistema de partido único, para um
estado de “paz aparente” num sistema democrático parlamentar, mas
continua a enfrentar a pobreza; doenças endêmicas e exclusão social,
pois não obstante o processo de tranformaçoes do séc. XX, acompanhado
pelo grande desafio que é globalização, ou mundialização neste limiar do
sec. XXI, a mulher rural de Moçambique continua sendo o estandarte em
que alguns se apoiam para alcançarem privilégios nas cidades capitais.
Urge pôr fim a isto, e pôr a mulher rural à frente dos seus problemas. O
sonho de Joana Simeão mantem-se vivo.
Linette Olofsson
Deputada suplente
Circulo Eleitoral de Zambézia
http://macua.blogs.com/moambique_para_to dos/2006/04/em_memria_de_jo.html
******************
Coloquei este "Post" no dia em que se celebra o Dia da Mulher Moçambicana, em homenagem a Josina Machel.
De acordo com os documentos recolhidos,
esta guerrilheira não teve qualque actividade política relevante e tem o
destaque que tem, por ter sido casada com o Samora Machel, nada mais.
Agora atribuir-lhe um dia em sua memória, foi mais um devaneio da Frelimo.
Publicado por gruposespeciais às 23:47
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Domingo, 5 de Abril de 2009
Para conhecimento do mundo e para que a memória não esqueça
Antes de começarem a ler este "post", quero reafirmar que perfilho, desde antes do 25/4, os ideais da liberdade, da democracia e da solidariedade, que, para mim, são coisas sagradas e intocáveis.
Ao colocar este "post", pretendo dar a conhecer a todos os que o virem, os crimes que foram cometidos por uma denominada Frente de Libertação de Moçambique que conduziu o Moçambique para uma outra ditadura muito mais feroz, durante a qual foram cometidos os crimes mais horríveis, só comparados aos dos nazis, kmers vermelhos, maoistas chineses e, por que não falar, dos indonésios que eliminaram quase metade da população de Timor-Leste.
Acho que é um dever de todos as pessoas de boa vontade denunciar estes crimes e, cujos algozes, como Marcelino dos Santos, Sérgio Vieira, Armando Guebuza, e muitos outros, continuam continuam a ser os "donos" de Moçambique.
Como já referi num "post" anterior, a minha ideologia política é de esquerda democrática, pelo que defendo, acima de tudo, a vida humana, e que a justiça, embora tarde, venha a ser feita.
Em nome da liberdade, da justiça e da democracia, irei continuar a colocar mais "posts" neste Blog, para, na medida do possível, alertar as consciências de todos, incluindo os nosso políticos que fizeram esta "maravilhosa" descolonização.
(Joana Simeão, 2ª. da 1ª. fila)
Texto de Júnior Lacerda
Quarta-Feira, 25 de Agosto de 2004, 10:59:15
Certamente estará na obra, mas aqui deixo um apontamento:
Uria Simango esteve detido no mais terrível "centro de
reeducação", que existiu em Moçambique: o de M'telela. De 1800
prisioneiros que lá entraram, saíram com vida menos de cem.
O campo de M'telela ocupou as antigas instalações do quartel
português de Nova Viseu, em Majune, na província do Niassa. Em
Novembro de 1975, este campo recebeu os presos políticos da Frelimo,
transferidos do centro de instrução da guerrilha em Nachingweia, na
Tanzânia.
Foram mantidos durante um ano e meio em isolamento, fechados em
celas individuais, de onde saíam apenas duas vezes por semana, das
oito às onze da manhã.
No dia 25 de Junho de 1977, vai fazer agora 27 anos, uma caravana
de jipes chegou ao campo. Dessa comitiva faziam parte o comissário
político do Serviço Nacional de Segurança Popular, o chefe da
Contra- Inteligência militar e o governador do Niassa. Os visitantes
cominicaram ao "grupo dos reaccionários" que o Presidente da
República decidira convocá-los a Maputo para dicutir a sua libertação.
Oito importantes prisioneiros foram destacados para,
alegadamente, seguirem na coluna de jipes para Lichinga, onde
tomariam um avião para Maputo: Joana Simeão, Lázaro Nkavandame, Raul
Casal Ribeiro, Arcanjo Kambeu, Júlio Nihia, Paulo Gumane, o padre
Mateus Gwengere e o reverendo Uria Simango.
A caravana arrancou, mas parou perto do "campo de reeducação",
por alturas da terceira ponte da picada M'telela-Lichinga.
Na berma da estrada, os soldados tinham aberto com uma escavadora
mecânica uma grande vala e tinham-na enchido parcialmente de lenha.
Amarraram os prisioneiros, atiraram-nos para dentro da vala,
regaram- nos com gasolina e pegaram-lhes fogo.
O reverendo Uria Simango e os outros presos políticos da Frelimo
foram queimados vivos, enquanto os soldados entoavam hinos
revolucionários em redor da vala.
O texto acima foi coligido a partir do que foi publicado no n.º
277 da revista "Magazine", do jornal "Público" de 25 de Junho de 1995
1995. O assunto foi tema de capa daquela revista, com o título "Os Campos da Vergonha" - A história inédita dos "centros de reeducação"
em Moçambique, que me foi enviado por pessoa amiga. Mas, gostaria
que alguém, nos dissesse quem eram ou são as três
personagens: comissário político do Serviço Nacional de Segurança
Popular, o chefe da Contra-Inteligência militar e o governador do
Niassa, que, por outra via, soube também terem dançado à volta das
chamas e o porquê de "25 de Junho de 1977"?
Fernando Gil
Publicado por gruposespeciais às 23:12
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Sexta-feira, 3 de Abril de 2009
Esta foi a Libertação prometida por Samora Machel
MOÇAMBIQUE
Ntelela (ex-Nova Viseu): campo de extermínio
Ntelela
é um nome topográfico que evoca, no subconsciente colectivo de quem
viveu em Moçambique os anos do apertado regime marxista, ressonâncias
sinistras semelhantes àquelas que suscitam nomes como Sibéria, Gulag,
Auschwitz … porque se trata de um campo de extermínio, do
A Freira Damásia Colombo nas ruinas de Ntelela
qual dificilmente se saía vivo.
Uma
sensação que se tornava sempre aguda para mim cada vez que, com o padre
Fernando Rocha, missionário da Consolada, passava na área de floresta
que encerrava o segredo de Ntelela. Era então espontâneo falar do padre
Estevão Mirassi, de Joana Simeão, fundadora de um partido de oposição,
de Ché Mussa, chefe islâmico de Lichinga, todos desaparecidos no nada
após a deportação para Ntelela.
Um
grande desejo era o de alcançar o referido campo de reeducação
política, mas à volta dele reinava o segredo mais absoluto. Até que um
dia, uma pessoa, sabendo que queriam apenas ir celebrar uma santa Missa,
revelou o segredo indicando a pista existente além de um bocado de
floresta.
Superado
o medo de transitar numa estrada minada, com o padre Rocha e três
cristãos, pusemo-nos a caminho para Ntelela. Após uma vintena de
quilómetros encontramos a estrada, mas uma ponte destruída nos obrigou a
prosseguir a pé. Apenas passado pouco mais de um quarto de hora surgem
os primeiros sinais de presença humana: pareceu-nos vislumbrar sinais de
valas comuns em terras que pareciam cultivadas.
Estávamos
certamente na área dos trabalhos forçados dos detidos que não eram
importantes. Avançamos e encontramo-nos num descampado: uma pista de
aterragem para pequenos aviões e, ao longe, edifícios degradados.
Ntelela: era um pequeno posto avançado militar português transformado em lager pela Frelimo. Um dos mais terríveis campos de reeducação criados para arrasar a resistência dos opositores políticos.
Um
aperto de coração se apoderou de nós, ninguém falava. Tinha-se a
impressão de calcar um terreno sagrado, impregnado de sangue. Cedo
tropeçamos no arame farpado cujos suportes de madeira, apodrecidos,
caíam um atrás de outro. A área parecia tecida como uma teia de aranha
daquele maldito arame.
Um
acompanhante nos revelou como decorreu um dia no campo quando esteve ao
serviço de um comandante militar que, um dia, pernoitou no campo
enquanto viajava para Lichinga. Foi ele a explicar-nos que, no fim do
campo, devia estar qualquer coisa porque tinha observado que os guardas
acompanhavam detidos que saíam debaixo, para talvez irem aos serviços
higiénicos. Dirigimo-nos para lá e vimos uma escadinha que conduzia a
uma fossa cimentada: um bunker - prisão?
O
homem olhou empedernido e questionava-se como daquele buraco podiam
sair e entrar toda aquela gente que tinha visto. Noutro edifício estavam
as celas de rigor onde os prisioneiros eram amassados como animais. As
construções estavam vazias, depredadas do mobiliário, se existia, das
portas e janelas e do teto de lâminas de zinco, algumas das quais
estavam ainda espalhadas no vasto espaço defronte.
Aqui
e acolá, nos pátios, bidões enferrujados que devem ter sido utilizados
como panelas, cacos, pedaços de ferro. Experimentei recolher alguma
preciosidade, ma senti-o como ferro incandescente na mão. Ficamos
calados.
Cada
um de nós pensava nas notícias de tortura e eliminações sumárias
filtradas naqueles anos e a quanto tinha revelado um semanário
moçambicano pouco tempo antes. Com engano foram carregados sobre um
camião um considerável grupo de prisioneiros dizendo-lhes que se ia para
a liberdade e em vez disso foram queimados vivos numa vala comum
escavada num dos tantos trajectos secretos que conduziam ao campo.
Será
verdade? A notícia não foi desmentida pelo governo, aliás o presidente
Chissano, mesmo nesses dias, convidava a não exumar “os esqueletos” para
não desencadear violência e vinganças.
À
saída do campo olhei o céu: era um dia esplêndido. Também o local,
sobre um planalto, podia ser um paraíso mas em vez disso tinha sido um
inferno.
Enquanto
avançava através do caminho, o olhar caiu sobre uma moita florida:
flores maravilhosas, nunca vistas. Parei. Recolhi-as. Senti pulsar a
vida. Tanta dor não será em vão: então, só então, consegui rezar.
11 Dezembro 1995.
Não pude participar na santa Missa em Ntelela., concelebrada pelo bispo
Dom Luís Gonzaga e por vários sacerdotes missionários, porque, alguns
dias antes, partira para a Itália. No entanto entrei em contacto com
soror Giuseppina Teresa Buzzella e através dela tive notícias sobre o
evento.
Naquele
dia estavam também presentes a mãe e os irmãos do padre Estevão
Mirassi, uma das vítimas, detido e levado embora sem processo: não se
soube mais nada dele, nem sequer a comunicação oficial da sua morte. Os
familiares, como centenas de outras famílias, esperaram em vão durante
anos. Entre os presentes estava também um ex-guarda carcerário, não
cristão, que testemunhou e confirmou as muitas crueldades da tortura e
as eliminações à traição. Não queria participar nas celebrações para não
arriscar. No poder de facto ainda estão os mesmos homens, e o
famigerado director do campo, que se vangloriava das suas atrocidades,
ainda está no activo. Mas na noite tinha sonhado com uma mulher vestida
de branco que lhe disse para não ter medo…
Um
momento eucarístico comovente foi o do Pai Nosso. “Perdoai-os como nós
perdoamos…”. Perdoar, mas não esquecer a lição da história para que
jamais o homem se manchará de tanta criminalidade.
Por
muitos anos, o regime obrigou crianças e adultos a desprezar pessoas
como Joana Simeão, Uria Simango, Cavandame, como se quase fossem
criminosos e não vítimas de uma ideologia de estado que não hesitou
eliminar, torturar e deportar inocentes nos campos de extermínio. Como
esquecer as duas levas de gente, em meados dos anos 70, nas quais
milhares de mulheres, incluindo mães de família e rapariguinhas, foram
deportadas, acusadas injustamente de prostituição? Ou então a Operação
Produção de 82 quando 70.000 pessoas do sul foram aviadas na Sibéria
verde do norte onde mais de metade morreu de miséria? Muitos dos
sobreviventes regressaram a casa, por obra especialmente da Caritas, mas
muitíssimos vivem ainda no Niassa, desenraizados e mal tolerados.
Ora no País regressou a paz. O povo está seriamente empenhado na reconstrução, mas as feridas são tão difíceis de cicatrizar.
Queira
o Céu que este povo não seja esquecido e encontre uma autêntica
solidariedade, não aquela fingida que faz regressar à origem os bens,
como várias vezes foi denunciado por missionários e por sérias
organizações humanitárias. Mas aquela autêntica que ajuda o povo a ser
protagonista do seu desenvolvimento, em plena harmonia e respeito pela
própria cultura e tradições.
soror Dalmazia Colombo
Artigo retirado do Blog:
Publicado por gruposespeciais às 16:18
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Quarta-feira, 1 de Abril de 2009
Mail enviado à RENAMO em 01/04/2009
Exmº. Senhores,
Fui combatente na Guerra Colonial, por
obrigação do n/ antigo regime, mas tenho a consciência tranquila
relativamente a isso, dado não cometido qualquer crime de guerra, nem
atentados contra as populações. Estive em Olivença (Niassa) e nunca dei
ou ouvi qualquer tiro, enquanto lá estive.
Passei o 25 de Abril em Maputo e regressei a Portugal em Maio de 1974.
No tempo que estive em Maputo, tive
oportunidade de assistir a um comício do FUMO e conhecer a grande
oradora foi a Drª. Joana Simeão, que, no fim do comício, me foi
apresentada por um membro do partido. Não me lembro do nome dessa
pessoa, mas fiquei com uma impressão extraordinária da Drª. Joana
Simeão, como política e como uma grande senhora.
Era completamente diferente daquilo que
eu entendia e sabia dos responsáveis guerrilheiros da Frelimo. Em
Olivença ouvia, frequentemente, as emissões da rádio da Frelimo, mas que
se limitavam a passar propaganda, algumas verdades e muitas mentiras
que se podem encontrar na NET.
A Drª. Joana Simeão, ao contrário,
tinha um discurso político, embora inflamado, que concorde ou não com
ele, caía fundo nas pessoas que a ouviam, fossem elas negras, mestiças,
brancas, chinesa ou indianas ou outras.
Quando regressei a Portugal, vivi toda a
experiência revolucionária e todo o folclore gerado à sua volta, com
organizações políticas a surgirem como cogumelos nas primeira chuvas de
Inverno, porque estive no Hospital Militar, em Lisboa, até passar à
disponibilidade, em Setembro de 1975.
Passados uns anos interessei-me pelo
destino da Drª. Joana Simeão. E qual não foi o meu espanto ao saber que
ela tinha sido enviada para um campo de concentração no Niassa, que
agora sei que era em Metelela (ex-Nova Viseu) e que aí foi fuzilada com
Uria Simango, Lázaro Kavandame e outros, sem qualquer julgamento legal
(foi condenada pela Frelimo, que era um partido como qualquer outro,
pelo que não tinha direito para tal, já que havia um Governo instituído
por esse partido, de acordo com o que foi deliberado em Lusaka), em
processo sumário realizado na Tanzânia.
O meu apelo a à RENAMO
é que faça uma petição na NET, para que todos os moçambicanos
chacinados nos campos de concentração da Frelimo tenham direito à sua
honra e os seus despojos mortais sejam sepultados com a dignidade de um
ser humano.
Penso que isto seria um acto
tranquilizador, a demonstração de uma verdadeira democracia e de um País
que quer viver em paz consigo próprio.
Não pensem que isto é um recado do
colonizador, mas de um democrata que luta pela solidariedade, pela paz
em todo o mundo e pelas injustiças sociais que, cada vez mais, grassam
por esse mundo fora.
Faço votos que a vossa luta pelos
direitos humanos tenha óptimos resultados, porque este mundo precisa de
pessoas de boa vontade, solidárias e desinteressadas.
Com os m/ melhores cumprimentos, subscrevo-me
Álvaro Teixeira de Oliveira
Tel./fax 256597260
Mail: a.teixeira.o@sapo.pt
Publicado por gruposespeciais às 16:49
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