Moçambique:
2012-08-28 11:41:38 |
Maputo - Daviz Simango, Presidente do Movimento
Democrático de Moçambique (MDM), em entrevista exclusiva à PNN, disse
que o seu partido está a preparar o seu primeiro congresso, agendado
para o início de Dezembro, na cidade da Beira.
De acordo com o responsável do MDM, no encontro
serão debatidos e melhorados vários documentos, de entre os quais
estatutos internos da organização, de acordo com as experiências
adquiridas nos últimos anos.
Serão eleitos o candidato às Eleições Presidenciais de 2014 e os membros do Conselho Nacional. Será ainda analisado e aprovado o hino do partido, bem como outros assuntos do interesse do movimento.
No congresso, vão participar mais de 600 pessoas, incluindo membros do partido provenientes de todos distritos de Moçambique e convidados de partidos amigos.
Daviz Simango (DS) referiu que, dentro de 4 dias, o MDM vai discutir questões sobre as Eleições Gerais de 2014, bem como a situação política, económica e social do país, a Educação, o Estado de Direito, a Saúde, a imigração, o desemprego, a habitação para jovens e a situação dos Ministérios do Interior e da Defesa.
A reunião das ligas da Juventude e da Mulher e a última sessão do Conselho Nacional irão anteceder o primeiro congresso do MDM.
As teses elaboradas para o evento estão já em discussão e baseiam-se no manifesto eleitoral apresentado aquando das últimas Eleições Gerais e em debates realizados nos últimos meses, com o envolvimento de personalidades residentes no país e no estrangeiro.
«O MDM defende um maior envolvimento dos jovens na edificação do país, na criação de políticas claras, nomeadamente de financiamento dos camponeses, e no investimento numa agricultura mecanizada para erradicar a fome que afecta milhares de moçambicanos», disse Davidz Simango.
O responsável revelou que os documentos a tratar no primeiro congresso sairão da Comissão política para o Conselho Nacional, debate este que terá a duração de um dia.
«Queremos levar os documentos para o congresso de uma forma compacta e não avulsa», declarou Simango.
A fonte revelou ainda que o MDM já recebeu, dos seus simpatizantes e amigos, várias propostas para o hino do partido, que deverá ser analisado e aprovado durante o congresso, como um dos símbolos do movimento.
PNN – O candidato às Eleições Gerais de 2014 será conhecido neste primeiro congresso?
DS - Ainda é prematuro falar sobre o candidato para as Eleições Gerais porque a Comissão política ainda não apresentou a proposta. Talvez na próxima e última sessão que antecede o congresso, a decorrer nos primeiros dias de Dezembro.
PNN – Voltará a candidatar-se às Eleições Presidenciais?
DS - Nenhum militante nega a vontade expressa pelos membros do seu partido. Se for o caso, estou aberto a aceitar todo o tipo de desafios que o meu partido me incumbir.
PNN - Sabe-se que o MDM foi criado em 2009. Está satisfeito com a actual situação do partido?
DS – Apesar de ter nascido em 2009, no meio de muita turbulência e conflitos protagonizados pelo partido Frelimo, conseguimos avançar e, ao mesmo tempo, conquistar o terceiro lugar no Parlamento.
Participámos nas Eleições Intercalares de Cuamba, Quelimane e Inhambane. Vencemos em Quelimane e fomos roubados em Cuamba e Inhambane. A Frelimo usou os meios à sua disposição, incluindo a Polícia, para roubar e intimidar o eleitorado.
Foi com essa atitude que percebemos que o MDM, apesar de ser jovem, constitui uma ameaça para alguns partidos políticos, e digo mais, somos a maior força política em Moçambique.
O MDM não é da cidade da Beira, é nacional, o que mostra que está a crescer apresentando maturidade que muitos não têm. Reunimo-nos com muita regularidade. Existem muitos partidos políticos que foram criados há mais de dez anos e ainda não realizaram o primeiro congresso.
Este encontro vai ser histórico e memorial de um partido muito jovem que, em tão pouco tempo, conseguiu organizar o primeiro congresso sem recorrer ao erário público ou a ajuda externa.
PNN – Porquê a realização do congresso em 2012?
DS – A princípio, queríamos realizar o congresso em 2013 mas, se assim fosse, corríamos o risco de fazer tudo ao mesmo tempo. Refiro-me às
Eleições Autárquicas. Esta situação poderia acrescentar custos elevados ao partido.
PNN – O que pensa da situação política, social e económica de Moçambique?
DS – A situação politica, social e económica de Moçambique é diversificada e muito baixa. Temos o exemplo dos mega-projectos que violam gravemente os valores e os direitos das pessoas abrangidas.
O Governo, que deveria fiscalizar, nada faz para acabar com a impunidade. Eu sou de opinião que qualquer contrato que envolva interesses nacionais deve ser transparente.
Como partido político da oposição, exigimos a revisão dos contratos celebrados com os mega-projectos, a SASOL, VALE, Rio Tinto e outros, para ajustar a actual realidade económica e social do país.
Porque não transformamos o carvão dentro do nosso país? Imagine se, um dia, Moçambique registar uma crise de água e energia, quais são as outras fontes que temos para a alimentação? Se o carvão e outras matérias-primas fossem transformados localmente, teríamos a possibilidade de criar mais postos de trabalho e mais empresas nacionais.
Quanto à agricultura, o país está a produzir cerca de 10% do seu território. Não há política de transporte nem fertilizantes para potenciar o agricultor numa produção industrial com o objectivo de estabilizar o mercado. Devíamos aproveitar as universidades para dotar o cidadão de conhecimentos e enriquecer os métodos de produção.
Está claro que não há prioridades neste país! Vão construir a ponte Catembe, orçada em mais de 800 milhões de dólares USD, para passarem meia dúzia de viaturas. Deviam construir ou reabilitar as estradas, escolas, hospitais ou adquirir equipamento para agricultura. Aquela ponte vai beneficiar meia dúzia de moçambicanos em detrimento de milhares de pessoas.
(c) PNN Portuguese News Network
Serão eleitos o candidato às Eleições Presidenciais de 2014 e os membros do Conselho Nacional. Será ainda analisado e aprovado o hino do partido, bem como outros assuntos do interesse do movimento.
No congresso, vão participar mais de 600 pessoas, incluindo membros do partido provenientes de todos distritos de Moçambique e convidados de partidos amigos.
Daviz Simango (DS) referiu que, dentro de 4 dias, o MDM vai discutir questões sobre as Eleições Gerais de 2014, bem como a situação política, económica e social do país, a Educação, o Estado de Direito, a Saúde, a imigração, o desemprego, a habitação para jovens e a situação dos Ministérios do Interior e da Defesa.
A reunião das ligas da Juventude e da Mulher e a última sessão do Conselho Nacional irão anteceder o primeiro congresso do MDM.
As teses elaboradas para o evento estão já em discussão e baseiam-se no manifesto eleitoral apresentado aquando das últimas Eleições Gerais e em debates realizados nos últimos meses, com o envolvimento de personalidades residentes no país e no estrangeiro.
«O MDM defende um maior envolvimento dos jovens na edificação do país, na criação de políticas claras, nomeadamente de financiamento dos camponeses, e no investimento numa agricultura mecanizada para erradicar a fome que afecta milhares de moçambicanos», disse Davidz Simango.
O responsável revelou que os documentos a tratar no primeiro congresso sairão da Comissão política para o Conselho Nacional, debate este que terá a duração de um dia.
«Queremos levar os documentos para o congresso de uma forma compacta e não avulsa», declarou Simango.
A fonte revelou ainda que o MDM já recebeu, dos seus simpatizantes e amigos, várias propostas para o hino do partido, que deverá ser analisado e aprovado durante o congresso, como um dos símbolos do movimento.
PNN – O candidato às Eleições Gerais de 2014 será conhecido neste primeiro congresso?
DS - Ainda é prematuro falar sobre o candidato para as Eleições Gerais porque a Comissão política ainda não apresentou a proposta. Talvez na próxima e última sessão que antecede o congresso, a decorrer nos primeiros dias de Dezembro.
PNN – Voltará a candidatar-se às Eleições Presidenciais?
DS - Nenhum militante nega a vontade expressa pelos membros do seu partido. Se for o caso, estou aberto a aceitar todo o tipo de desafios que o meu partido me incumbir.
PNN - Sabe-se que o MDM foi criado em 2009. Está satisfeito com a actual situação do partido?
DS – Apesar de ter nascido em 2009, no meio de muita turbulência e conflitos protagonizados pelo partido Frelimo, conseguimos avançar e, ao mesmo tempo, conquistar o terceiro lugar no Parlamento.
Participámos nas Eleições Intercalares de Cuamba, Quelimane e Inhambane. Vencemos em Quelimane e fomos roubados em Cuamba e Inhambane. A Frelimo usou os meios à sua disposição, incluindo a Polícia, para roubar e intimidar o eleitorado.
Foi com essa atitude que percebemos que o MDM, apesar de ser jovem, constitui uma ameaça para alguns partidos políticos, e digo mais, somos a maior força política em Moçambique.
O MDM não é da cidade da Beira, é nacional, o que mostra que está a crescer apresentando maturidade que muitos não têm. Reunimo-nos com muita regularidade. Existem muitos partidos políticos que foram criados há mais de dez anos e ainda não realizaram o primeiro congresso.
Este encontro vai ser histórico e memorial de um partido muito jovem que, em tão pouco tempo, conseguiu organizar o primeiro congresso sem recorrer ao erário público ou a ajuda externa.
PNN – Porquê a realização do congresso em 2012?
DS – A princípio, queríamos realizar o congresso em 2013 mas, se assim fosse, corríamos o risco de fazer tudo ao mesmo tempo. Refiro-me às
Eleições Autárquicas. Esta situação poderia acrescentar custos elevados ao partido.
PNN – O que pensa da situação política, social e económica de Moçambique?
DS – A situação politica, social e económica de Moçambique é diversificada e muito baixa. Temos o exemplo dos mega-projectos que violam gravemente os valores e os direitos das pessoas abrangidas.
O Governo, que deveria fiscalizar, nada faz para acabar com a impunidade. Eu sou de opinião que qualquer contrato que envolva interesses nacionais deve ser transparente.
Como partido político da oposição, exigimos a revisão dos contratos celebrados com os mega-projectos, a SASOL, VALE, Rio Tinto e outros, para ajustar a actual realidade económica e social do país.
Porque não transformamos o carvão dentro do nosso país? Imagine se, um dia, Moçambique registar uma crise de água e energia, quais são as outras fontes que temos para a alimentação? Se o carvão e outras matérias-primas fossem transformados localmente, teríamos a possibilidade de criar mais postos de trabalho e mais empresas nacionais.
Quanto à agricultura, o país está a produzir cerca de 10% do seu território. Não há política de transporte nem fertilizantes para potenciar o agricultor numa produção industrial com o objectivo de estabilizar o mercado. Devíamos aproveitar as universidades para dotar o cidadão de conhecimentos e enriquecer os métodos de produção.
Está claro que não há prioridades neste país! Vão construir a ponte Catembe, orçada em mais de 800 milhões de dólares USD, para passarem meia dúzia de viaturas. Deviam construir ou reabilitar as estradas, escolas, hospitais ou adquirir equipamento para agricultura. Aquela ponte vai beneficiar meia dúzia de moçambicanos em detrimento de milhares de pessoas.