quinta-feira, 23 de agosto de 2012

INCRÍVEL & ESCANDALOSO: Proposta para Condecoração de Valentim Loureiro

Olhei para o calendário e verifiquei que não é dia 1 de Abril... Não quero acreditar. De cada vez que pensamos que este país bateu no fundo logo aparece outro fundo...
 
Proposta para Condecoração de Valentim Loureiro

Que vergonha, Deus meu!
Gente fina....

PASME-SE! A SER VERDADE, BATEMOS MESMO NO FUNDO!!!
Proposta para Condecoração de Valentim Loureiro

Embora o seu curriculum seja, por ora, insuficiente para preencher um alto cargo de Estado, entendemos que, pela sua natureza, perfil e reconhecidos serviços prestados à Nação, deverá ser condecorado com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, por serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, pelos serviços de expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores. 

 
São estes os nossos heróis?

Tenhamos um mínimo de vergonha!!!
 
 
Esta mensagem está circular na NET. Quando a receber, faça chegar aos seus amigos.
 
Foi recentemente condecorado com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, motivos que alegam os seus "serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, pelos serviços de expansão da cultura portuguesa, sua história e seus valores". Um gesto subjectivo da parte de alguns, tendo em conta o historial negro do indivíduo.



Sexta-feira, 27 de Março de 2009
Pequeno resumo da minha vida militar
Assentei praça no R.I. 5 (Caldas da Rainha) em 5/01/1972. Durante a recruta, fui chamado para prestar provas para o Curso de Oficiais, mas, por motivos políticos, recusei-me a prestar essas provas, porque a primeira prova tinha a ver com questões morais (nomeadamente, saber qual a nossa posição sobre a guerra) e, como pertencia à LUAR e tinha tido problemas com a PIDE, se fosse dizer quais eram as minhas ideias, agravaria a minha situação.
Atribuiram-me a especialidade de Atirador e fui para Tavira até ao fim de Junho de 1972.
Acabada a especialidade, fui dar instrução para o CICA 2 (Figueira da Foz) e, em Agosto fui mobilizado para Moçambique (B. Caç. 18), para onde embarquei em 6/10/1972.
Apresentei-me no B. Caç. 16 (Beira) e, em vez de ir para o B. Caç. 18 (Lourenço Marques), deram-me Guia de Marcha para a 3ª. C. Caç. do B. Caç. 20, que estava estacionada no extremo norte do Niassa, mais propriamente, em Olivença.
Estive lá até meados de Abril de 1973. Nunca dei ou ouvi qualquer tiro, porque nem nós atacávamos a FRELIMO nem eles nos atacavam a nós. Era como se houvesse um pacto de não agressão mútua. As "baldas" às operações eram muitas, pelo que vivi, sempre em paz.
Em Abril de 1973, foi a Olivença o General Alberty Correia, Secretário de Estado do Exército e, na sequência dessa visita, fui mobilizado para os GE´s, para integrar a "Operação Furacão" congeminada pelo Gen. Kaulza de Arriaga.
Na preparação dos Grupos passaram-se cenas caricatas, que irei descrever em próximos "post´s".
   Olivença - Niassa - Moçambique
                 CARTA MILITAR
No início de Outubro de 1973, fui com o GE 914 para o Fúdeze, entre Vila Gouveia e o Guro, na entrada da picada para a Macossa.
A nossa actividade consistia em operações na Serra Choa e no patrulhamento da estrada para Tete, entre Nhampassa e Nhassacara.
Na Serra Choa as operações eram muito complicadas, sofríamos muitas emboscadas e flagelações, mas nunca conseguíamos atingir os alvos, porque a floresta era muito densa e os guias enganavam-nos facilmente.
Em 20/01/1974, desloquei-me à Beira, a fim de ser sujeito a uma pequena intervenção cirúrgica no Hospital Rainha D. Amélia que ficou marcada para o dia 24.
Passei a noite com a minha namorada "chinoca" (Ai que saudades!) e às 06 horas fui à messe vestir uns calções, para dar um mergulho na praia. Quando atravessava a avenida, apareceu-me um Unimog, fora de mão, e só acordei 5 dias depois no Hospital Militar de Lourenço Marques, todo cheio de gesso e de ligaduras.
Passados 2 ou 3 dias, fui informado que tinha sido graduado em Alferes, a fim de ir comandar um GE na zona de Tete, porque o Alferes que o comandava tinha passado à disponibilidade.
É claro que nunca fui para lá, porque tinha diversas fracturas e que demorariam meses a tratar.
Em 10/05/1974, vim evacuado para o Hospital Militar da Estrela, onde fui operado ao braço esquerdo,  em Julho.
Passei os tempos revolucionários em Lisboa e, encontrava-me, muitas vezes no Café Nicola, no Rossio, com os meus grandes e saudosos amigos Palma Inácio e Fernando Oneto.
Em 24 de Setembro de 1975 passei à disponibilidade e retomei a minha actividade profissional.
Em 2005 foi-me diagnosticado o "stress de guerra", mas estou a ser acompanhado, pelo que, raramente, entro em depressão.
Sobre a minha vida pós guerra, darei conta em "post´s" posteriores.  


Publicado por gruposespeciais às 16:12

1 comentário:

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