quarta-feira, 5 de junho de 2013

Será que o diálogo pode ser frutuoso nestas condições?




Caros colegas e compatriotas.

Os profissionais de saúde estiveram ontem numa marcha bastante concorrida, como puderam vêr pelas imagens, por algumas artérias da cidade do Maputo.

Estamos bastante unidos e continuamos a manifestar a nossa posição - respeito, dignidade, melhoria das condições de trabalho e das condições de vida dos profissionais.
...
Continuaremos a pautar sempre por um movimento pacífico, ao contrário daquilo que assistimos ontem, à tentativa de impedir um direito constitucional e à força repressiva que nos aguardava no Repinga caso a marcha seguisse esse curso.

A AMM através do seu gabinete de informação sempre pautou e continuará a pautar pela verdade, transparência, integridade, determinação nos actos e nas palavras. Toda informação por nos emitida tem fundamento e pode ser comprovada. Reiteramos que qualquer contra informação que recebam tenham o cuidado de repudiá-la. A nossa luta tem adversários dentro do SNS pintados de subsídios de chefia que se esforçam a todo custo para manter as regalias em detrimento da causa colectiva. Não se deixem enganar.

O documento em anexo mais uma prova que há colegas que lutam contra a dignificação da classe médica e dos profissionais de saúde, por uma justiça salarial, por um estatuto digno e por melhores condições de trabalho.

Como o documento diz, o estatuto da pós-graduação é omisso. Acreditamos que a OrMM está atenta aos atropelos e em nenhum momento compactuará com tamanha barbaridade.

No entanto tivemos conhecimento através de médicos que estiveram presentes num encontro decorrido esta manhã no HCM em que o MISAU comunicou verbalmente a suspensão de toda a pós-graduação, alegadamente por não haver condições para tal.

Tal posicionamento pelo MISAU é claramente uma retaliação aos médicos nesta situação que em grande número aderiram ao movimento.

É nosso entender que sendo a paralisação legítima, como veio o porta voz do Governo reconhecer, não deveria haver espaço para tais posicionamentos, que minam ainda mais a já frágil confiança existente entre as partes.

Soubemos também por alguns orgãos de informação que o MISAU vai contratar médicos estrangeiros, e certamente dentre estes haverá médicos especialistas.

E perguntamos:

1 Afinal há dinheiro para pagar médicos estrangeiros? É nosso conhecimento que a todos os estrangeiros, o MISAU paga um salário mais alto que aos moçambicanos e paga ainda o seu alojamento, por vezes por vários meses em hoteis pelo país fora, quanto custa isso?

2 Afinal Moçambique tem especialistas suficientes e pode dar-se ao luxo de interromper a especialização às centenas de médicos em treino pelo país?

Há ainda alguém que tenha dúvidas que a luta é justa? Depois das humilhações a que estamos sujeitos como classe nos últimos dias?

Será que o diálogo pode ser frutuoso nestas condições?

Há alguém que prefira abdicar de ter uma vida digna a uma vida de humilhação, salário injusto e estatuto esclavagista? Depois de todo esforço iniciado e com apoio de toda opinião pública?


"Se queremos constituir uma Classe respeitada, temos de estar prontos a abdicar dos nossos interesses individuais, aqueles que vão contra o bem comum. Temos de deixar de procurar safarmo-nos individualmente à custa de outros colegas ou em detrimento das sociedades em que participamos. Temos que parar de nos agredir e, antes, solidarizarmo-nos."

"NA MEMÓRIA DE ÁFRICA E DO MUNDO, PÁTRIA BELA DOS QUE OUSARAM LUTAR"

“NÓS JURAMOS POR TI, OH MOÇAMBIQUE, NENHUM TIRANO NOS IRÁ ESCRAVIZAR”
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