As declarações são do número dois do regime venezuelano.
Diosdado Cabello, considerado o "número dois" do chavismo, assegurou este domingo que Nicolás Maduro "perdoou a vida" ao grupo de militares que se rebelaram na terça-feira ao lado de Juan Guaidó, o chefe do parlamento e autoproclamado presidente interino.
"Foi [asssim], perdoamos-lhe a vida. Nicolás Maduro [Presidente do país] levantou a bandeira da paz e perdoou-lhes a vida", disse Cabello durante um congresso em Caracas do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder), numa referência à recusa do dirigente em controlar os sublevados através da força.
Cabello assinalou que o Governo "não caiu na provocação deles", e garantiu que um confronto armado com os revoltosos "não teria sequer durado dez minutos".
Na terça-feira, Guaidó - reconhecido como presidente interino do país por cerca de 50 países -- liderou um fracassado golpe juntamente com algumas dezenas de militares e o líder do seu partido, o opositor Leopoldo López.
Nesse dia, Guaidó apelou às Forças Armadas para não reconhecerem Maduro, à semelhança do que tem defendido desde que assumiu a presidência do parlamento em janeiro de 2019.
Maduro qualificou esta ação de tentativa de golpe de Estado, apesar de Guaidó ter considerado que na Venezuela apenas haveria rutura da ordem constitucional caso fosse detido.
Nesse sentido, Cabello referiu que o procurador já iniciou uma investigação e que a Assembleia Nacional Constituinte, que dirige e é fiel ao Presidente Maduro, "estão a chegar todos os pedidos de levantamento de imunidade" de vários deputados que participaram na tentativa de golpe de Estado.
"É claro que vamos votar de mão no ar para retirar a imunidade parlamentar a todos os que participaram nesse ato. A justiça vai chegar, e a todos eles a justiça chegará, disso não duvidem", indicou, quando aumentam as pressões dos apoiantes do regime para a detenção de Guaidó e López.
A Assembleia Nacional Constituinte foi criada pelo poder, é dotada de poderes alargados e, na prática, substitui o parlamento eleito e controlado pela oposição.
Lusa
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