29.05.2019 às 10h08
Os metais raros são usados em equipamentos tecnológicos e militares. Governo chinês ainda não confirmou intenção
A China pode estar a preparar-se para restringir a venda de metais raros aos EUA, avança esta quarta-feira a imprensa chinesa, citada pela Reuters. Embora o Governo de Pequim não tenha confirmado a vontade, esta pode ser uma retaliação na guerra do tratado comercial entre os dois países.
Antes de explicar o que pode acontecer, importa explicar o que são os metais raros e de que forma é que a não venda pode afetar os norte-americanos. Na verdade, são um grupo de 17 elementos químicos, que inclui cério, praseodímio, neodímio, promécio, samário, európio, entre outros. São usados numa série de matérias como equipamentos de alta tecnologia e militares, sendo a sua produção e comercialização dominada pela China - algo que incomoda os norte-americanos que se sentem “dependentes” neste aspeto dos chineses.
O desconforto dos EUA é notado pelo jornal “People’s Daily”, que titula: “Os EUA não compreendem a capacidade da China retaliar”. E, apesar de ao longo do artigo não ser totalmente claro o que significa esta capacidade, está implícita a restrição da venda de metais raros.
“Sem qualquer dúvida que os EUA querem usar produtos feitos a partir dos metais raros da China para enfrentar e reprimir o desenvolvimento da China. Os chineses nunca vão aceitar isto”, pode ler-se num dos artigos daquela que é a publicação oficial do Partido Comunista chinês. “Não digam que não vos avisámos” - esta é uma expressão muitas vezes utilizada nos meios de comunicação sociais em referência a temáticas que são grandes pontos de desacordo.
Já o jornal “Global Times” aponta que a restrição da venda aos norte-americanos seria “uma poderosa arma a ser usada na guerra comercial China-EUA” e que esta pode ser uma “defesa” para o país liderado por Xi Jinping. No editorial, a publicação considera ainda que esta medida teria custos para a China, que perderia dinheiro, mas que os custos para os EUA seriam bem maiores.
As suspeitas aumentaram ainda mais depois de na semana passada o Presidente chinês ter visitado uma zona de extração. A confirmar-se a intenção, esta não é a primeira vez que a China usa a cartada dos metais raros em pressões diplomáticas.
Cerca de 80% dos metais raros comprados pelos EUA, entre 2014 e 2017, foram comprados à China.
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