O terror desce a caminho de Pemba
- Seis mortos, 210 casas queimadas, unidade sanitária local vandalizada e medicamento roubado e ainda barracas saqueadas é o rescaldo
- No global, desde 5 de Outubro de 2017, quase 70 pessoas já foram assassinadas
Numa altura em que os dirigentes governamentais e do Estado continuam a fazer uma gestão bastante questionável em relação ao assunto dos ataques que, desde 5 de Outubro de 2017, tem estado a ter lugar na província de Cabo Delgado, a situação, no terreno, mostra sinais de estar a deteriorar-se de forma bastante rápida.
Depois daquilo que foi considerado um ataque de um “grupinho” que pontualmente foi rechaçado e controlado, o facto é que desde o cenário de 5 de Outubro, em Mocímboa da Praia, os atacantes, localmente apelidados “Al-Shabaab já conseguiram, em oito meses, semear pânico, dor e um autêntico terror em cinco dos dezasseis distritos da província de Cabo Delgado. Com Mocímboa da Praia escolhida como ponto de partida, o grupo subiu para Nangade e Palma, mais a norte e fronteira com a República da Tanzânia.
Depois fez descer as suas incursões para Macomia e já, na noite de quarta-feira, o grupo alcançou o distrito de Quissanga, tendo o ponto escolhido para semear terror sido a localidade de Namaluco, posto administrativo de Mahate. Com excepção de Nangade, a norte, todos os restantes quatro distritos já atacados pelo grupo estão rentes à costa e esta realidade não é casual.
Segundo, contou ao mediaFAX, um conhecedor de Cabo Delgado e das estratégias de actuação do grupo. Aqui, segundo disse, fica a ideia de que ao longo da costa há muitas zonas que constituem “grandes centros de fácil recrutamento”, a exemplo de Mucojo, no distrito de Macomia. Com o alcance do distrito de Quissanga, já quase a sul de Cabo Delgado e tendo em conta a estratégia de descer pela costa, parece adensar a ideia de que o grupo pretende mesmo chegar à capital provincial, a cidade de Pemba.
- Seis mortos, 210 casas queimadas, unidade sanitária local vandalizada e medicamento roubado e ainda barracas saqueadas é o rescaldo
- No global, desde 5 de Outubro de 2017, quase 70 pessoas já foram assassinadas
Numa altura em que os dirigentes governamentais e do Estado continuam a fazer uma gestão bastante questionável em relação ao assunto dos ataques que, desde 5 de Outubro de 2017, tem estado a ter lugar na província de Cabo Delgado, a situação, no terreno, mostra sinais de estar a deteriorar-se de forma bastante rápida.
Depois daquilo que foi considerado um ataque de um “grupinho” que pontualmente foi rechaçado e controlado, o facto é que desde o cenário de 5 de Outubro, em Mocímboa da Praia, os atacantes, localmente apelidados “Al-Shabaab já conseguiram, em oito meses, semear pânico, dor e um autêntico terror em cinco dos dezasseis distritos da província de Cabo Delgado. Com Mocímboa da Praia escolhida como ponto de partida, o grupo subiu para Nangade e Palma, mais a norte e fronteira com a República da Tanzânia.
Depois fez descer as suas incursões para Macomia e já, na noite de quarta-feira, o grupo alcançou o distrito de Quissanga, tendo o ponto escolhido para semear terror sido a localidade de Namaluco, posto administrativo de Mahate. Com excepção de Nangade, a norte, todos os restantes quatro distritos já atacados pelo grupo estão rentes à costa e esta realidade não é casual.
Segundo, contou ao mediaFAX, um conhecedor de Cabo Delgado e das estratégias de actuação do grupo. Aqui, segundo disse, fica a ideia de que ao longo da costa há muitas zonas que constituem “grandes centros de fácil recrutamento”, a exemplo de Mucojo, no distrito de Macomia. Com o alcance do distrito de Quissanga, já quase a sul de Cabo Delgado e tendo em conta a estratégia de descer pela costa, parece adensar a ideia de que o grupo pretende mesmo chegar à capital provincial, a cidade de Pemba.
Até este local, o grupo precisa ainda passar por Pemba Metuge. Apesar de ao nível oficial continuar o discurso de situação controlada, a realidade, no terreno, mostra um avanço assustador do grupo ou dos grupos que tem estado a atacar em Cabo Delgado e as Forças de Defesa e Segurança não têm estado a conseguir adoptar estratégias para controlar a situação.
A narração do terror
De acordo com o administrador do distrito de Quissanga, o bando atacante entrou na localidade de Namaluco quando eram 21h28minutos e logo começaram a invadir casas e a matar indiscriminadamente quem fosse encontrado. Alertados pelos choros e gritos das vítimas, outros residentes locais acordaram e procuraram refúgio nas matas próximas a procura de segurança e só regressaram ao centro da aldeia nas primeiras horas desta quinta-feira.
“A população está com medo e em alvoroço porque situações como estas não são naturais” – descreveu Bartolomeu Muibo, administrador distrital de Quissanga, em contacto com o mediaFAX. Apelou à calma porque “o governo local, provincial e central e as Forças de Defesa e Segurança estão a fazer todo o esforço para garantir a ordem e segurança e tranquilidade das populações”.
Na contabilização dos danos e prejuízos, o administrador distrital falou de seis pessoas mortas e uma ferida, assim como 210 casas destruídas. Destas casas, 70 estavam cobertas de capim e 140 de chapas de zinco. Além disso, o grupo vandalizou e roubou medicamentos na unidade sanitária local e três barracas fo ram assaltadas, tendo o bando carregado quase toda a mercadoria. O administrador distrital esclareceu ainda que das seis pessoas mortas, quatro foram catanadas e as restantes duas morreram carbonizadas dentro das suas residências, pois, os atacantes ou arrombavam as residências e matavam à facada os ocupantes, ou então, queimavam as casas.
A sexta vítima mortal confirmou-se quando um dos dois feridos graves estava a ser encaminhada ao Hospital Distrital de Macomia.
As Forças de Defesa e Segurança, alertadas, conseguiram chegar ao local ao longo da madrugada, numa altura que o bando já havia desaparecido para parte incerta.
MEDIAFAX – 08.06.2018
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