HAVIAMOS PROMETIDO TORNAR PUBLICO ESTA OBRA, PELO SABADO. CONTUDO, NOSSOS COLABORADORES FORAM INSISTIDAMENTE SOLICITADOS PARA QUE A PARTILHASSEM, O MAIS URGENTE POSSIVEL
JA HAVIAMOS TORMADO PUBLICO ESTA OBRA, QUANDO O PINNACLE NEWS TINHA POUCOS LEITORES MAS DESTA VEZ, VALE A PENA REVE-LA
RECEBEMO-LA NO NOSSO EMAIL pinnaclenews79@gmail.com E TAL COMO SE PRETENDE, RESERVAMO-LA EM ANONIMATO E SEM A REEDITAR.
O GRUPO DO PINNACLE NEWS TERA O PRIVILEGIO DE TE-LA EM PRIMEIRA MAO, EM FORMATO PDF, TAL COMO A RECEBEMOS.
Quem são?
Os atacantes não eram apenas
muanis. Não estejamos, mais uma
vez, a dar tiros para o ar
acabando por atingir o próprio pé.
Consta que as armas e munições
foram provenientes de vários
pontos da província de Cabo
Delgado, de Macomia a Palma…
Em Mocímboa da Praia, além de
muanis vivem macondes e gente
de outros lugares, incluindo
numerosos estrangeiros.
O facto de se expressarem em
quimuani é natural pois o
quimuani foi uma espécie de
língua franca no Norte litoral entre
macondes, ajauas , macuas,
muanis e pessoas oriundas de
outros lugares, papel que consta
que vai cedendo gradualmente ao
suaíle e ao macua.
Há indivíduos que fazem parte de
um sector dos muçulmanos que
desde há uns anos quer introduzir
no país (e tem tido algum
sucesso) maneiras de praticar o
islamismo, formas de rezar,
diferentes daquelas que
secularmente se usam em todo o
litoral Norte que inclui também
modos distintos de pronunciar as
frases em língua árabe.
Consideram-se conhecedores do
islamismo e intérpretes fiéis do
Corão.
Alguns deles foram, ainda jovens,
mandados estudar na Arábia
Saudita, Sudão e outros países,
há uns anos.
Quando regressam nada sabem
fazer pelo seu sustento, servem
apenas como “religiosos”,
dirigindo as orações e pregando
nas mesquitas e ensinando a
religião nas madrassas, de acordo
com o que aprenderam naqueles
países.
Em Mocímboa da Praia a
população sabe da sua existência
e as autoridades também.
As pessoas comuns de Mocímboa
da Praia, Ibo, Macomia,
Quissanga, Pemba, designam
esse sector como "Al Shabaab".
Mas não está confirmado que se
trate mesmo de células do “Al
Shabaab”.
O que se sabe, porque foi visto e
ouvido, é que quando vão praticar
ataques usam a expressão Allāhu
akbar que os outros grupos de
radicais também utilizam como
grito de guerra.
Porquê este ataque?
Há umas semanas o tribunal de
Mocímboa da Praia condenou 4
indivíduos por prática de crimes
comuns. Cumpriram a pena e
saíram em liberdade. Mas aquele
sector mostrou-se descontente
com a decisão judicial.
Crê-se até que um assalto, que se
seguiu, à residência da juíza tenha
tido a ver com isso. Tal como as
ameaças que ela e outros
funcionários foram entretanto
recebendo.
O ataque ao comando da PRM
terá tido como um dos objectivos
imediatos libertar um sujeito que
estava ali detido e que os
populares acreditam fazer parte
do mesmo grupo.
O que fazer?
Esta “experiência” de importar
práticas de países onde o
islamismo é religião oficial e o
Estado não é secular, já provocou
alguns incidentes que não se
devia ter deixado passar sem
tratamento imediato e adequado.
Devem recordar-se de que, há uns
anos, devido a essas divergências
houve escaramuças entre
muçulmanos dentro de uma
mesquita em Montepuez. Coisa
inédita no Norte de Moçambique.
E também devem estar lembrados
das intermináveis disputas sobre
vários temas ligados à
interpretação do Corão e ao
islamismo nas mesquitas de
Maputo.
Nos meios mais pequenos a
população - sobretudo os mais
pobres - tem alguma simpatia por
novos pregadores que nas suas
prédicas vão chamando a atenção
para os males e para a injustiça
que existem na sociedade.
O Estado e as autoridades são os
principais visados por causa dos
abusos e desconsiderações a que
os seus agentes (polícias,
funcionários, etc.) sujeitam os
cidadãos.
Muitos (incluindo muanis e
macuas) ainda não esqueceram o
que os seus avós e pais passaram
logo após a proclamação da
independência nacional quando
foram expostos publicamente,
apontados como traidores e
considerados aliados dos
colonialistas, enviados para
centros de reeducação como
Ruarua, Bilibiza e o outros lugares.
E forçados a criar porcos entre
outras medidas "revolucionárias",
de muito triste memória.
Ontem e hoje, quando os
atacantes eram perseguidos e as
FDS instruíam a população para
não sair à rua, alguns dos
“bandidos”, sentindo-se em
perigo de serem abatidos ou
capturados, tiravam os lenços da
cabeça, saltavam os muros dos
quintais e escondiam-se nas
casas dos “nativos”.
Passado o perigo, saíam das
casas e seguiam o seu caminho.
De rosto descoberto. Sem serem
denunciados.
Às vezes recebiam ajuda dos
“nativos” para identificarem os
polícias e agentes à paisana. O
que revela alguma cumplicidade
dos tais “nativos”, para os
protegerem dos que “vieram de
fora”.
As FDS e a polícia vão acabar por
repor a lei e ordem, naturalmente.
As imagens dos atacantes
capturados e abatidos revelam o
seu “amadorismo” enquanto
grupo de guerrilha.
Mas o “problema” não ficará
resolvido definitivamente.
É preciso ir mais fundo na História
das relações étnicas, religiosas e
sociais e do comportamento da
governação antiga e actual para
compreender a complexidade do
“fenómeno”.
E não cair na tentação do
facilitismo dos rótulos (e da
estigmatização): são Al Sabaab,
são muanis.
Fonte: Particulares, naturais e
residentes em Mocímboa da Praia
Os atacantes não eram apenas
muanis. Não estejamos, mais uma
vez, a dar tiros para o ar
acabando por atingir o próprio pé.
Consta que as armas e munições
foram provenientes de vários
pontos da província de Cabo
Delgado, de Macomia a Palma…
Em Mocímboa da Praia, além de
muanis vivem macondes e gente
de outros lugares, incluindo
numerosos estrangeiros.
O facto de se expressarem em
quimuani é natural pois o
quimuani foi uma espécie de
língua franca no Norte litoral entre
macondes, ajauas , macuas,
muanis e pessoas oriundas de
outros lugares, papel que consta
que vai cedendo gradualmente ao
suaíle e ao macua.
Há indivíduos que fazem parte de
um sector dos muçulmanos que
desde há uns anos quer introduzir
no país (e tem tido algum
sucesso) maneiras de praticar o
islamismo, formas de rezar,
diferentes daquelas que
secularmente se usam em todo o
litoral Norte que inclui também
modos distintos de pronunciar as
frases em língua árabe.
Consideram-se conhecedores do
islamismo e intérpretes fiéis do
Corão.
Alguns deles foram, ainda jovens,
mandados estudar na Arábia
Saudita, Sudão e outros países,
há uns anos.
Quando regressam nada sabem
fazer pelo seu sustento, servem
apenas como “religiosos”,
dirigindo as orações e pregando
nas mesquitas e ensinando a
religião nas madrassas, de acordo
com o que aprenderam naqueles
países.
Em Mocímboa da Praia a
população sabe da sua existência
e as autoridades também.
As pessoas comuns de Mocímboa
da Praia, Ibo, Macomia,
Quissanga, Pemba, designam
esse sector como "Al Shabaab".
Mas não está confirmado que se
trate mesmo de células do “Al
Shabaab”.
O que se sabe, porque foi visto e
ouvido, é que quando vão praticar
ataques usam a expressão Allāhu
akbar que os outros grupos de
radicais também utilizam como
grito de guerra.
Porquê este ataque?
Há umas semanas o tribunal de
Mocímboa da Praia condenou 4
indivíduos por prática de crimes
comuns. Cumpriram a pena e
saíram em liberdade. Mas aquele
sector mostrou-se descontente
com a decisão judicial.
Crê-se até que um assalto, que se
seguiu, à residência da juíza tenha
tido a ver com isso. Tal como as
ameaças que ela e outros
funcionários foram entretanto
recebendo.
O ataque ao comando da PRM
terá tido como um dos objectivos
imediatos libertar um sujeito que
estava ali detido e que os
populares acreditam fazer parte
do mesmo grupo.
O que fazer?
Esta “experiência” de importar
práticas de países onde o
islamismo é religião oficial e o
Estado não é secular, já provocou
alguns incidentes que não se
devia ter deixado passar sem
tratamento imediato e adequado.
Devem recordar-se de que, há uns
anos, devido a essas divergências
houve escaramuças entre
muçulmanos dentro de uma
mesquita em Montepuez. Coisa
inédita no Norte de Moçambique.
E também devem estar lembrados
das intermináveis disputas sobre
vários temas ligados à
interpretação do Corão e ao
islamismo nas mesquitas de
Maputo.
Nos meios mais pequenos a
população - sobretudo os mais
pobres - tem alguma simpatia por
novos pregadores que nas suas
prédicas vão chamando a atenção
para os males e para a injustiça
que existem na sociedade.
O Estado e as autoridades são os
principais visados por causa dos
abusos e desconsiderações a que
os seus agentes (polícias,
funcionários, etc.) sujeitam os
cidadãos.
Muitos (incluindo muanis e
macuas) ainda não esqueceram o
que os seus avós e pais passaram
logo após a proclamação da
independência nacional quando
foram expostos publicamente,
apontados como traidores e
considerados aliados dos
colonialistas, enviados para
centros de reeducação como
Ruarua, Bilibiza e o outros lugares.
E forçados a criar porcos entre
outras medidas "revolucionárias",
de muito triste memória.
Ontem e hoje, quando os
atacantes eram perseguidos e as
FDS instruíam a população para
não sair à rua, alguns dos
“bandidos”, sentindo-se em
perigo de serem abatidos ou
capturados, tiravam os lenços da
cabeça, saltavam os muros dos
quintais e escondiam-se nas
casas dos “nativos”.
Passado o perigo, saíam das
casas e seguiam o seu caminho.
De rosto descoberto. Sem serem
denunciados.
Às vezes recebiam ajuda dos
“nativos” para identificarem os
polícias e agentes à paisana. O
que revela alguma cumplicidade
dos tais “nativos”, para os
protegerem dos que “vieram de
fora”.
As FDS e a polícia vão acabar por
repor a lei e ordem, naturalmente.
As imagens dos atacantes
capturados e abatidos revelam o
seu “amadorismo” enquanto
grupo de guerrilha.
Mas o “problema” não ficará
resolvido definitivamente.
É preciso ir mais fundo na História
das relações étnicas, religiosas e
sociais e do comportamento da
governação antiga e actual para
compreender a complexidade do
“fenómeno”.
E não cair na tentação do
facilitismo dos rótulos (e da
estigmatização): são Al Sabaab,
são muanis.
Fonte: Particulares, naturais e
residentes em Mocímboa da Praia
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