quarta-feira, 4 de abril de 2018

Augusto M. Seabra pede a demissão do secretário de Estado da Cultura


João Paulo Rebelo, Miguel Honrado e Luís Castro Mendes foram empossados esta tarde no Palácio de Belém
NUNO BOTELHO

Foi também o sociólogo Augusto M. Seabra que o ex-ministro da Cultura do Governo de António Costa, João Soares, ameaçou de violência física – “umas bofetadas” – nas redes sociais, há dois anos, situação que acabou por levar à sua resignação do cargo

Miguel Honrado, secretário de Estado da Cultura, não tem condições para continuar no cargo, diz Augusto M. Seabra, sociólogo e crítico português, num texto de opinião publicado no “Público” esta quarta-feira. “Não só está desautorizado como criou uma tal crispação no sector que torna impraticável o diálogo com as estruturas culturais”, defende.
“Os atrasos são constantes, a DGArtes é pura e simplesmente inoperacional, numa situação de emergência o novo regulamento de apoio às artes demorou quase ano e meio (!) para ser elaborado e é de uma total incompetência, o outro regulamento de apoio, ao cinema, suscitou uma situação incendiária, os tão propalados contratos-programa com os teatros nacionais e a CNB continuam a ser “ultimados” (há meses que andam a ser “ultimados” sem serem assinados), do reforço administrativo da Cinemateca, prometido ainda em 2016 na Comissão Parlamentar de Cultura como uma das prioridades para 2017, não há quaisquer novas…”, aponta o sociólogo.
Segundo o sociólogo, o estado de catástrofe é de tal ordem que o primeiro-ministro já teve de vir a público” anunciar um aumento de 1,5 milhões no apoio às artes, já depois de o ministro da Cultura ter prometido no Parlamento a abertura de uma linha de crédito”.
Esta situação terá o deixado o secretário de Estado da Cultura desautorizado. “Agora é de novo directamente com António Costa que estruturas e agentes pedem para falar, isto depois de ter sido ele a anunciar o reforço das verbas de apoio, tal como foi ele que suscitou a conferência de imprensa desta terça-feira de Miguel Honrado. É caso para perguntar se, nesta sucessão de emergências, teve o primeiro-ministro de chamar a si a tutela directa. Mas afinal ainda há SEC ou só um simulacro?”, atira Augusto M. Seabra.
Lembremos que foi também o colunista do Público Augusto M. Seabra que o ex-ministro da Cultura do Governo de António Costa, João Soares, ameaçou de violência física - “umas bofetadas” - nas redes sociais, situação que acabou por levar à sua resignação do cargo.

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