sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Os Pro-Reitores da Universidade Pedagógica (UP), cessaram as suas funções, passando Jorge Ferrão, a acumular as pastas que estavam a cargo destes.




MAPUTO- Foi através de uma circular que esta instituição de ensino superior fez saber ao público que com a cessação de funções a 24 de Novembro do ano em curso, do então reitor, perdem as pastas também os Pro-Reitores por ele indigitados.
Lê-se no documento do dia 14 do mês em curso o seguinte “considerando que as competências que os pro-reitores vinham exercendo e todos os actos administrativos assim praticados era feita ao abrigo de uma delegação de competências conferida por Despacho do Reitor, nº 49/GR/UP/2012, de 30 de Março que igualmente ficou sem efeito na mesma data por força da alin.b) do artigo 47, lei nº 14/2011, de 10 de Agosto”.
Fonte: Folha de Maputo
O DESPACHO DO MINISTRO REITOR: Um (des) entendido (des) necessário
Diga-se de passagem, os projectos deste ministro são tal qual dos governantes, que caíram, injustamente (?) pela ausência da noção de trabalho para o bem? Nesta geração de isentos, da qual faço parte, conheci cinco dirigentes do seu calibre: Lina Portugal - directora provincial de educação em Nampula (2005-2009), Filipe Chimoio Paunde- Governador de Nampula (2005-2007), Felício Zacarias – Governador de Manica e Sofala (1995-1999 e 2000-2004) e Paulo Ivo Garrido – Ministro da saúde (2005-2011?). O Ministerio de Educacao e Desenvolvimento Humano perde um grande homem, a Universidade Pedagógica ganha um dirigente mais pujante e a opinião pública vai contradizendo-se. Nicaquela, In Jornal @ Verdade No, 418 de 29 de Novembro, 2016. Foi assim como eu terminei mais um olhar sobre a educação moçambicana.
Espero que não esteja me empenhando no culto de personalidade, aliás, estou lutando, incessantemente para aquilo que não deve morrer no homem enquanto vivo (a esperança). Para tal, que não façam traduções deste texto e sim procurem compreender a minha compreensão ao redigi-lo.
Cada esforço foi um fracasso; cada princípio de uma acção é o fim da outra; cada nova tomada de posse é uma cessação de outrem; cada novo dirigente é um novo rumo da organização; cada nova ideia é uma autêntica afronta ao pensamento anterior; cada retrospectiva pode ser vista como uma resistência a mudanças… E haverá problema nisso? Não sei.
Mas, sei que cada ser humano busca o que lhe importa e traduz ou interpreta, tal qual gostaria que fosse, os aspectos positivos, atribuindo a si próprio como de seu alcance e, os negativos endossando a fraqueza de outrem, este é o defeito dos outros.
Nessa história de defeito dos outros, tenho uma enorme lista de experiências, que contemplei enquanto professor novo e não um novo professor. Em Moçambique, depois do 25 de Junho 1975, o centro de encontro dos provincianos para conquistar um título superior foi a Cidade de Maputo e na Universidade Eduardo Mondlane. Não há duvidas que as assimetrias regionais eram enormes no acesso ao Ensino Superior (ES). Como se agora esgotassem (?). Emergiu o Instituto Superior Pedagógico, a sede ficou aninhada na mesma Cidade, o acesso dos provincianos, era por quotas.
Não sei se é verdade, mas se não iniciou, dinamizou. Foi no consulado de Carlos Machil, que a actual Universidade Pedagógica viajou fisicamente para as províncias de forma definitiva e contínua. As escolas secundárias estavam expandindo milimetricamente, os memorandos de entendimento (?) ou decretos ministeriais, desanuviaram a bicha de espera para acesso ao ES, muitos professores, desesperados se formaram, cada um a maneira dele, os distritos começaram a popularizar o título de doutor, aquele que era associado aos médicos….
Mesmo assim, a procura desenfreada pela melhoria das condições de vida pelos professores antigos que gostariam de ter sido “MILIONÁRIOS”, aqueles que conheceram todos os “ÊNE’s” antes do “ENE-1” era enorme, eis que emergem por iniciativa da Administração Machil, os chamados pólos, uma espécie de mini-campus universitários em diversos distritos desta “antiga pérola do Indico”. Com o dinamismo do ilustre Reitor JOSE UTUI, tais mini-campus passaram a campus. Aliás a UP chegou em Manica, Tete, Montepuez e, Nampula ganhou o Campus Universitário de Nacala-Porto.
Hoje, em muitos distritos há cada tipo de DOUTORES, desde os que se acham super-homens, passando pelos que andam colados aos cadernos usados na faculdade, até os que copiam e colam textos do salvador GOOGLE…. A Santa Sê, através do seu resquício ESCOLÁSTICO, contribuiu nessa (in) procedência (des) procedente com o modelo de Educação aberta à distância.
São suficientes? Eu não hesito em dizer nunca e jamais. Foi uma má ideia? Nunca para eternamente. A improdutividade e inércia, sobre o debate construtivo e envolvimento (des) activo desses doutores nos “então Pólos de Desenvolvimento” resulta desse acesso livre ou o modelo de formação? Pode ser demasiado falso. Mas há sempre o primeiro ponto por onde parte a recta. Ai sim, sem muito esforço repudio o acesso livre exclusivo para alguns e congratulo ao Ministro Reitor. Vale a pena continuar a ter esse acesso livre como antes? É extemporâneo.
Estaria eu a pautar pelo “sadismo” ou “masoquismo” em torno disso? Que achem-me os outros. Na verdade como consta deste despacho que todos ou quase todos leitores e utentes das redes sociais tiveram acesso, nada de novo, o Ministro Reitor, apenas interpretou ou pediu explicação dos seus assessores jurídicos e afins o que esta naquela mesma lei que advogam vozferrosmente, que deve ser respeitada - A CONSTITUIÇÃO e a Lei do ES, que também nem foram as Universidades a aprovar.
O que surpreende-me com tudo isso é a revolta e manifestação, que teve lugar na Cidade de Chimoio contra o primeiro grande despacho do Ministro Reitor, enquanto Reitor da UP, por 2 razões que de seguida apresento:
1- A manifestação contra a decisão do Ministro Reitor teve lugar fora da UP e promovida por estudantes que nem fazem parte da Universidade Pedagógica. Não só, no mínimo não são funcionários do Ministério de Educação ou do Ministério dos combatentes, únicas (?) instituições que tinham acordos públicos e chancelados pela reitoria da UP.
2- A ser verdade, que o acordo entre o tal INJERENDJE e UP- Chimoio (?) ou de Moçambique (?) foi formal e pela excepção do caso, onde está escrito naquele despacho, que todos abrangidos inclusive os que estavam frequentando algum curso e num ano qualquer devem voltar a fazer exame de admissão?
Gostariam de ver nos próximos anos o INJERENDJE a recrutar alunos da 12ª para depois recambiar às outras Universidades, como se estas não tivessem capacidade de recrutamento e selecção?
Valha-me Deus... Lembro-me daquele meu texto sobre o país dos antónimos. Enquanto uns investem na busca de soluções para diferentes problemas da educação, há um que pesquisam problemas para estagnar o processo e garantir a verborreia em torno do ensino.
Enquanto uns investem em mudanças significativas, há quem esta eternamente parado no tempo. Enquanto uns operam no mesmo sistema como retroescavadora (BULLDOZER), outros continuam a investir no modelo tradicional de CATERPILLAR com "pá niveladora" apenas.
PS// O homem não muda o curso das coisas, ele muda o seu próprio curso e esse curso influencia as coisas.
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Mais uma oportunidade perdida em ser amigo do silêncio.
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