segunda-feira, 10 de junho de 2013

Quem será proprietário da DEPA grega? : Voz da Rússia

Quem será proprietário da DEPA grega?

O concurso da privatização do monopolista de gãs grego DEPA e da companhia operadora de gás DESFA, cuja data foi transferida várias vezes, irá decorrer em 10 de junho. Empresas russas Gazprom e Negusneft, o consórcio grego e a SOCAR do Azerbaijão figuram entre os pretendentes ao maior ativo de Ellada.

 O chefe da Gazprom, Alexei Miller, visitou três vezes Atenas nos últimos meses. Após as conversações na espera do “dia X”, as partes grega e russa não fizeram comentários, apontando apenas que “valorizam altamente a interação na esfera do gás”.
 A imprensa está cheia de boatos. Ainda em janeiro, o jornal empresarial grego Imerisia referiu um montante de até 2 bilhões de euros, proposto supostamente pelos russos. Ao mesmo tempo, a edição em russo Atenas & Ellas acrescentou a esse volume mais 5 bilhões de euros, que poderiam ser recebidos em resultado da transação com Moscou, levando em consideração investimentos adicionais na economia do país. Em maio, porém, já foi comunicado sobre 900 milhões de euros. Posteriormente, o montante foi mais diminuído, mas em qualquer caso o volume ultrapassa as propostas dos concorrentes. Por que razão a Gazprom aspira tanto a adquirir a DEPA e quais são suas hipóteses de vencer o concurso? Citamos a opinião de Vitali Kriukov, analista do grupo IFD Kapital:
 “Quanto ao valor da proposta, é pouco provável que alguém possa equiparar-se aos russos nessa luta. No entanto, há perguntas no plano político. Na opinião de parceiros ocidentais, a quota-parte de fornecimentos russos à Grécia já supera o nível aceitável. O país importa da Rússia 70% do gás consumido e 40% do petróleo. Naturalmente, a Comissão Europeia manifesta-se contra o aumento da presença russa nesse mercado. Não posso excluir que a CE possa reforçar sua opressão com condições de concessão de ajuda à Grécia. Os Estados Unidos ocupam categoricamente a mesma posição, exigindo que a Grécia não se torne “refém energético da Rússia. Mas o nosso país não pretende tomar alguém como refém. Simplesmente, o mercado de gás da Grécia é muito importante”.
 Num futuro próximo, na Grécia pode surgir um verdadeiro centro de gás, uma espécie de centro de transportes, através do qual serão intensificados fornecimentos de gás da Ásia Central à Europa. A Grécia poderá transformar-se num análogo da Turquia. Lembre-se a prevista construção de um gasoduto do Azerbaijão através do território grego rumo à Europa e a possível formação de uma infraestrutura na Grécia para a importação de gás natural liquefeito. Em outras palavras, fornecedores de gás independentes podem entrar neste mercado e dominá-lo. A Rússia atua, prevendo tal possibilidade e visando evitar no futuro a queda de vendas de seu próprio gás e abrir a entrada de seu holding no mercado de gás da Europa.
 Quem então será proprietário da DEPA? Para a Grécia é importante obter o máximo preço pela empresa, para melhorar seu balanço de pagamentos. O governo de Antonis Samaras deparou, no fundo, com um dilema. Ou deve vender o principal ativo de gás com uma vantagem, recebendo, provavelmente, as garantias de diminuição de gás para os consumidores gregos (o acordo sobre os fornecimentos concluído com a Rússia expira em 2016), ou deve subordinar-se à pressão alheia, mostrando-se dependente e indeciso. Na opinião do perito, “a decisão será política em qualquer caso. Ao mesmo tempo, o concurso pode ser novamente adiado por causa de infinitas coordenações e consultas políticas com Bruxelas que deve concordar com a transação”.

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