Gerada a partir do gás natural: Moçambique fornece electricidade à Namíbia

 

A NAMÍBIA vai consumir a partir dos próximos dias energia eléctrica gerada em Moçambique a partir do gás natural de Pande e Temane. A energia é produzida no Parque Gigawatt de Ressano Garcia, inaugurado no ano passado naquela região da província de Maputo.

 

Maputo, Quarta-Feira, 12 de Junho de 2013:: Notícias

A transmissão de energia eléctrica devia ter sido formalmente accionada semana passada, com a inauguração da segunda fase do projecto de energia transfronteiriça em Ressano Garcia. A cerimónia foi adiada para uma data a anunciar, segundo soubemos por motivos de agenda do ministro da Energia, que deveria estar presente no acto em representação do Governo moçambicano.
O acordo para a transmissão de energia eléctrica à Namíbia foi rubricado em Março último entre as empresas de electricidade de Moçambique (EDM) e da Namíbia (NamPower) e a Aggreko, multinacional do sector de produção de energia eléctrica que opera em pelo menos 100 países.

Segundo dados divulgados pela Aggreko, na base do acordo os 122MW da capacidade instalada no Parque de Ressano Garcia serão repartidos entre as operadoras, a EDM e a NamPower, na proporção de 32MW para a primeira e 90MW para a segunda companhia, divisão alegadamente baseada nas necessidades específicas de cada uma delas.

O Parque de Ressano Garcia foi construído pela Aggreko em 2012 como parte de um projecto ambicioso de se tornar no primeiro empreendimento de geração de energia eléctrica a fornecer mercados transfronteiriços a nível da região austral de África.

Na primeira fase do projecto, inaugurado em Julho do ano passado na presença do Presidente da República, Armando Guebuza, a Aggreko passou a fornecer energia à EDM para satisfazer as necessidades de consumo interno, além de fornecer parte da energia produzida à vizinha África do Sul através da sua companhia de especialidade, a ESKOM. 

Segundo a Aggreko, foi na sequência do cenário de sucesso da primeira fase do projecto que actualmente fornece um total de 110MW de energia eléctrica aos dois utilizadores, que se partiu para a implementação da segunda fase, que consiste na produção e fornecimento de energia adicional para abastecer também outros países da região.  

Ao abrigo do projecto a ser inaugurado nos próximos dias e fazendo uso da já disponível rede regional de transmissão, a Aggreko vai levar energia eléctrica produzida em Moçambique para a Namíbia, numa extensão de mais de 1500 quilómetros, além de abastecer os consumidores locais.

Segundo a Aggreko, tanto a EDM como a ESKOM deverão jogar um papel preponderante no processo de transmissão de energia à Namíbia, sendo que a EDM deverá assegurar que esta passe através da sua rede até à fronteira com a África do Sul, a partir de onde a ESKOM vai garantir, através da sua rede, que a energia vá até àquele país da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O gás natural usado no projecto é fornecido pela firma Matola Gas Company através de uma rede já existente em Ressano Garcia, por via de um contrato de subconcessão à firma Gigawatt Mozambique. O custo global do projecto, incluindo despesas com os combustíveis, ultrapassa, segundo a Aggreko, os 200 milhões de dólares norte-americanos.

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