domingo, 9 de junho de 2013

A mão (in)visível da greve

A greve dos médicos e outro pessoal nalgumas unidades sanitárias no país ainda vai dar muito pano para mangas. Os sociólogos têm ali matéria para dezenas de estudos. Bula-Bula, que tem 
também algumas qualificações – mau grado a memória pregar de quando em quando algumas partidas – também tem estado atento ao que se está a desenrolar pelos corredores dos homens de batas e sapatos brancos.
Há muitas coisas obscuras em volta desta greve. Que os homens queiram um aumento salarial, até é correcto. O que inquieta Bula-Bula é a forma escolhida para o fazer. O Governo, como se sabe, não fica doente. Não precisa de nenhuma transfusão sanguínea. Já as pessoas, o Zé Povão, esse sim. Macuácua, Magaia, Cossa, Mbata, Nguila, esses sim… a luta, por mais justa que seja, não pode ter como alvos gente inocente. Danos colaterais, dizem. Que em todas as guerras, há inocentes que fenecem…
Outrossim, chegaram aos ouvidos, sempre atentos, do Bula-Bula notícias inquietantes. A serem reais – e tudo leva a crer que sim – a greve não começou a ser guisada no Hospital Central de Maputo, mas sim ali em frente da Faculdade de Medicina, na Salvador Allende. Há ali um escritório que serviu de “quartel-general” para a intentona.
Ali, com dinheiros esverdeados dos “donos do mundo” para toda logística, foi engendrado o plano. Para liderar a campanha, um certo produto alimentar básico, que nem sequer estava ao serviço do povo no HCM, foi chamado à liça. Aproveitaram-se da sua experiência em “trabalhar em inglês” e também da sua provecta idade.
Há quem diga que já se está a preparar uma folha de salários, no referido escritório, para os mais empenhados na greve porque, como não há sindicato dos médicos e serventes, no final do mês não haverá garantias de soldo via hospitalar… também segredaram a Bula–Bula que a tal folha de salários afinal tem “olhos”, daí que alguns grevistas estão já a tremer pelas bases; é que já começa a fazer falta o pão de cada dia lá em casa! 

Sem comentários: