Presidente filipino oferece quase 500 dólares a quem matar um rebelde comunista
15.02.2018 às 13h32
“Se consegue atirar e acertar num pássaro que está a voar acima si, como não pode acertar num NEP que tem uma cabeça maior?”, afirmou Rodrigo Duterte, de acordo com a transcrição oficial de um discurso pronunciado em Cebu
O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, ofereceu recompensas de 487 dólares (391 euros) a quem matar um rebelde comunista do Novo Exército do Povo (NEP), informaram esta quinta-feira fontes oficiais.
"Se matar um [membro do] NEP hoje, pagarei 25 mil pesos [487 dólares ou 391 euros]", disse Duterte, de acordo com a transcrição oficial de um discurso pronunciado em Cebu, no centro do país, esta quarta-feira.
"Se consegue atirar e acertar num pássaro que está a voar acima si, como não pode acertar num NEP que tem uma cabeça maior?", disse Duterte, arrancando o riso da audiência, e sem dar mais detalhes sobre a oferta.
O Novo Exército do Povo é uma guerrilha ativa que está nas listas de grupos terroristas das Filipinas, dos Estados Unidos e da União Europeia.
O Presidente estava a responder ao líder do Partido Comunista das Filipinas, José María Sison, em exílio na Holanda, que disse na semana passada que o NEP é capaz de matar um soldado por dia.
Duterte argumentou que pagar 25 mil pesos a qualquer um que mate um terrorista seria mais barato para o estado do que financiar uma guerra contra esta organização comunista, que tem uma grande presença nas áreas rurais do país, onde muitas vezes realiza extorsões e ataques.
Os críticos do chefe de estado das Filipinas protestaram pelas suas declarações, considerando que incita a homicídios extrajudiciais como os alegadamente cometidos na sua controversa "guerra contra as drogas", de que já terão resultado 7000 mortos, de acordo com algumas estimativas.
É a segunda vez em poucos dias que Duterte é objeto de controvérsia pelas suas declarações relacionadas com a NEP, já que, no domingo, pediu aos soldados que atirem nos órgãos genitais mulheres integrantes do grupo, o que lhe valeu a condenação organizações locais e internacionais.
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