terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Noruega garante apoio aos direitos humanos da ONU face à incerteza dos EUA




A Noruega garantiu que vai ajudar o Alto Comissariado das Nações Unidas para os direitos humanos face à incerteza quanto aos EUA. O país vai colaborar com 18 milhões anuais durante quatro anos.


ANTONIO COTRIM/Lusa***

A Noruega garantiu esta terça-feira ajudar o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, nos próximos quatro anos, com 18 milhões de dólares anuais, devido à incerteza sobre o apoio que os Estados Unidos vão dar este ano.
“O aumento da contribuição norueguesa é extremamente valioso numa altura em que a questão dos direitos humanos no mundo é desoladora”, disse o porta-voz do escritório da ONU para os Direitos Humanos (EACDH), Liz Throssell. O Escritório funciona com um orçamento que é coberto em 60 por cento por contribuições voluntárias de Estados-membros.
Os Estados Unidos foram até 2017 o país que mais contribuiu para este organismo, dedicado à promoção e proteção dos direitos humanos no mundo, com uma contribuição anual de 20 milhões de dólares, seguido pela Suécia (16 milhões), pela Noruega (15,5 milhões), pela Comissão Europeia (10 milhões) e pela Holanda (9,8 milhões). “Já recebemos um total de 142 milhões de dólares, positivo mas insuficiente para responder a todos os pedidos de assistência dos diferentes países”, explicou Throssel.
Para 2018 o objetivo orçamental é de 278 milhões de dólares, não havendo no dia 12 de fevereiro qualquer registo de contribuição norte-americana. “O Congresso norte-americano está a discutir o nível de contribuição voluntária deste país e esperamos ter uma maior clareza até o final de março”, disse a porta-voz.
A administração do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já tomou medidas pesadas contra outras instituições da ONU, como a saída da UNESCO e o corte de financiamento à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
O Alto Comissário dos direitos humanos da ONU, Zeid Ra’ad al Hussein, criticou severamente a linguagem de Trump e o discurso de ódio, bem como as medidas contra refugiados e imigrantes.

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