Estados Unidos da América
Rick Scott propôs elevar idade mínima para comprar armas para os 21 anos e a colocação de um agente de polícia em cada escola. Atirador do tiroteio de Parkland tinha 19 anos.
O governador da Flórida defendeu esta sexta-feira a subida para 21 anos da idade mínima para a compra de qualquer tipo de arma e manifestou a vontade de ter pelo menos um polícia em cada escola.
Nove dias depois do massacre na escola secundária de Parkland, em que morreram 17 pessoas, o republicano Rick Scott apresentou propostas destinadas a aumentar as restrições para a compra de armas e a fortalecer as medidas de segurança escolar.
O governador garante que irá trabalhar com os legisladores estaduais durante as próximas duas semanas para elevar para 21 anos a idade mínima para a compra de qualquer tipo de arma na Flórida, com algumas exceções para jovens militares e agentes da lei.
Atualmente, algumas armas como a de assalto usado no ataque de 14 de fevereiro, podem ser compradas por pessoas que tenham mais de 18 anos.
O governador republicano disse ainda que mudará as leis para tornar “virtualmente impossível para qualquer um que tenha problemas mentais usar uma arma”.
Scott quer proibir a venda dos chamados ‘bump stocks’, acessórios que transformam uma arma semiautomática numa arma capaz de disparar centenas de tiros por minuto.
O republicano, que enquanto candidato recebeu o apoio da Associação Nacional de Armas, a poderosa NRA, e alcançou seu maior índice de aprovação por apoiar o direito às armas, pediu a presença obrigatória de pelo menos um agente da lei em todas as escolas públicas e um “treinamento de tiro ativo” também obrigatório para alunos e corpo docente.
Nikolas Cruz, de 19 anos, matou a tiro 17 pessoas, no passado dia 14 de fevereiro, na escola secundária de Parkland, naquele que foi o décimo oitavo incidente com armas de fogo em escolas ou locais próximos de estabelecimentos de ensino nos Estados Unidos, desde o início do ano.
O tiroteio abriu um debate sobre a posse de armas na América, com o presidente Donald Trump a manifestar a intenção de dar armas aos professores para prevenir mais incidentes nas escolas, dizendo que a medida abrangeria docentes com “treino especial” e “solucionaria o problema instantaneamente”.
FBI recebeu denúncia telefónica sobre atirador da Florida: “Ele vai explodir”
Uma denúncia telefónica de 13 minutos alertava a polícia federal para a possibilidade de Nikolas Cruz, o atirador que matou 17 pessoas na Marjory Stoneman Douglas, poder invadir a escola e matar.
14 de fevereiro. Nikolas Cruz, 19 anos, assassinou a tiro (com uma espingarda semi-automática AR-15) 17 pessoas, entre estudantes e professores, na Marjory Stoneman Douglas High School, na Florida. No começo do ano, a 5 de janeiro, o FBI recebeu uma chamada que alertava: “Ele vai explodir, sei que vai”. Ele era Nikolas. A chamada foi agora transcrita pelo jornal New York Times.
A polícia federal foi informada na denúncia (a chamada durou 13 minutos) que o atirador da Florida tinha armamento, munições, e poderia “invadir a escola e começar a disparar”, garantindo a fonte da denúncia anónima que Nikolas Cruz sofria de perturbações psicológicas e representava um perigo para os outros. A situação de Nikolas, explicava-se na denúncia, agravara-se aquando da morte da sua mãe, em novembro, utilizando o atirador o dinheiro do seguro de vida para adquirir mais e mais armas. “Vão às contas de Instagram dele e vão ver as armas todas”, concluía a pessoa que fez a denúncia.
Esta foi a segunda denúncia que o FBI ignorou a propósito de Nikolas Cruz. Também em janeiro, uma primeira mensagem enviada à polícia federal explicava que o atirador da Florida tinha “desejo por matar pessoas, comportamento errático e publicações perturbadoras nas redes sociais”, acrescentando o informador que Nikolas “poderia fazer um tiroteio na escola”.
O FBI veio, a propósito dessa primeira denúncia, dizer que os protocolos não foram seguidos e que, por isso, não foi iniciada qualquer investigação. Sobre a mais recente gravação publicada pelo New York Times o FBI ainda não se pronunciou.