Há uma história de amor em Hulene
Esta é a história de Cremilda e Rachide, catadores da maior lixeira de Moçambique, Hulene. E é a história de tantos outros que também deixaram a infância nas redondezas e começaram a catar ali, às portas de Maputo.
Há uma história de amor em Hulene. No lugar onde as coisas chegam já mortas há gente que nelas busca a vida, gente incansável, solidária, por vezes violenta – quando a fome aperta – de uma violência que mostra que, neste cemitério de tudo, onde parece já não haver nada, afinal, ainda há por que lutar.
A lixeira é monte atrás de monte, caminhos entre fardos de alguma coisa prontos a ser levados, ruelas estreitas e estradas largas entre cartão e cimento, farrapos de tecido e restos de comida em putrefação, restos de tudo. É um lugar estranho, num ambiente nauseabundo, um lugar intragável, irrespirável, insuportável. E no meio de tudo, nas aberturas, nas covas, grupos às dezenas curvam-se como se semeassem nalgum campo. Procuram, numa esperança desesperada, o que a imaginação fizer ressuscitar.
Foi em Hulene, entre o lixo, que Rachide conheceu Cremilda e a conquistou. Já lá vão dois anos. Desde então namoram e um dia, sussurra o rapaz, ela há-de ser sua mulher: “Eu quero casar com ela”, diz tímido. “Quando eu juntar dinheiro, é para casar. Junto aos poucos. Cada um de nós junta.”
Cremilda, uma rapariga bonita, Rachide, o rapaz forte
Cremilda está a chegar do mercado. Numa mão traz um saco com couve, na outra a mão de Rachide. É sempre assim: quando passa o portão da lixeira, já ele espreita por ela, o lixo que espere.
A jovem vem aborrecida, uns rapazes na rua meteram-se com ela. “Eu estou a dizer que sou feia”, queixa-se, mas o namorado não concorda: “Para mim é bonita”. Cremilda é bonita. Traz o cabelo preso em tranças postiças pretas que lhe caem sobre os ombros, um brinco de diamante falso na narina esquerda, três pulseiras no braço e um vestido feito de capulana, o azul do padrão a combinar com a fita que lhe descobre a testa. É uma rapariga elegante. Traz os olhos pintados – todos os dias. As unhas lembram uma cor qualquer.
Os dois são filhos de Hulene, a maior lixeira de Moçambique. Ela tem 16 anos, ele 17, desde os 11 que os dois catam aqui. O quê não interessa tanto, papel, plástico, lata – e tudo em que virem algum uso. “Trabalhar, ganhar dinheiro para comprar comida, roupa.” Um mês extraordinariamente bom rende a Cremilda 5.000 meticais, nem 130 euros.
Rachide consegue um pouco mais. É um rapaz forte, de braços habituados a fazer-se impor entre o lixo. Tal como a maioria dos catadores jovens, também ele espera desde manhã cedo que os camiões cheguem para lhes saltar para as carroçarias. São eles, os jovens, que, assim, têm o privilégio de poder vasculhar lá em cima, selecionando, com calma, o melhor do que houver desde o portão até que o lixo é despejado aos tantos pares de pés, mãos e olhos que por ele esperam. A esta etapa chama-se em Hulene de primeira colheita e é a primeira fase de actividade na lixeira.
Ernesto, o pai desesperado
Ernesto é amigo de Rachide. Sorri, orgulhoso, enquanto salta do camião e se aproxima. Na mão traz um saco de plástico. ”É carne. Para cozinhar. Estava naquele carro que estava a entrar agora”, explica. “Chamaram para ir buscar, ainda está congelado. Disseram: podemos dar àqueles que estão lá na lixeira para nós comermos.”
Ernesto tem 28 anos, 16 de lixeira. Conhece o recinto como se fosse a sua casa e sabe exactamente quais os camiões que lhe trazem o que procura para alimentar mulher e dois filhos pequenos.
Em Hulene há o grupo dos catadores de vidro, o grupo dos que recolhem plástico, o grupo do papel – A4, sem tinta –, há os que apanham ferro e há aqueles que levam de tudo. Quantas pessoas aqui vivem hoje do lixo não se sabe ao certo, costuma apontar-se para cerca de 700.
No início só aqui havia uma mulher
Quando a lixeira foi aberta, o bairro de Hulene ficava na periferia de Maputo. Conta-se que, naquele tempo, apenas uma mulher aqui vivia. Pagava a algumas catadoras o lixo que lhe traziam e revendia-o a quem o quisesse. Isso foi há mais de três ou quatro décadas. Durante a guerra civil, a zona era procurada por aqueles que buscavam segurança e hoje, a cidade, que entretanto cresceu, fica a menos de dez quilómetros do centro da cidade.
Hulene é agora uma zona residencial com alta densidade populacional e, aqui, entre as casas, a lixeira, que entretanto cobre quase 20 hectares, continua a ser o único local oficial para o depósito de resíduos sólidos de Maputo, uma cidade com mais de um milhão de habitantes, que produz mais de uma tonelada métrica de lixo por dia.
Fumo, poeira e insectos
Devido à constante combustão, ao fumo provocado, à poeira que se forma e aos insectos que atrai, entre mosquitos na época das chuvas e moscas todo o ano, a lixeira representa um alto risco para a saúde pública. Nos dias em que o vento não perdoa, esse fumo, essa poeira e o cheiro chegam à vizinhança e passam mesmo de lá quase até à baixa de Maputo.
É aqui, no meio deste tudo, aqui mesmo, que Ernesto prepara a sua carne meio podre. “Vamos apanhar lata, meter água. Como não tenho dinheiro, pomos sem sal. É isso que nós fazemos aqui na lixeira”, conta Ernesto. ”Se alguém apanhou 20 contos [20 meticais, 50 cêntimos de euro], podemos organizar, cada um dá 20 e compramos tomate, 1 kg de arroz ou farinha para comermos.” Porque “não há maneira, não há maneira que nós podemos ter emprego”. Em dias bons, Ernesto faz 100, 150 meticais, ou seja, 2,5 euros, mas em princípio, não mais de 4 euros. Quando chega a casa, diz, dá o que ganhou à mulher “para saber sustentar as crianças”.
Ernesto e Rachide têm um sítio onde deixam os fardos de cartão e plástico que, ao fim da semana, levam para vender num ponto de reciclagem. São rapazes organizados e são poupados – um para conseguir pagar a escola do filho de oito anos, o outro para casar. “Quero sair daqui, para um novo emprego”, diz Rachide. “Penso fazer muita coisa. Trabalhar. Pode ser motorista.” Mas o jovem abandonou a escola na quinta classe, quando a mãe morreu. Desde então, Cremilda é a sua família. Parece um menino grande, de chapéu de praia às florzinhas e uma tatuagem no braço, daquelas que saem ao lavar. Mas para menino sabe bem o que quer e o que quer está ali, a poucos metros.
Cremilda não trabalha com eles. Vasculha com as outras mulheres, as crianças e os mais velhos. São estes que se dedicam à seleção mais cuidadosa depois de o lixo ser despejado. Esta é a segunda fase de actividade da lixeira.
Victor Ubisse, o avô otimista
“Somos pobres, não temos nada”, conta Victor Ubisse. “É como essas crianças também. Há crianças que não têm pai, não têm mãe, estão a viver de qualquer maneira.”
Victor Ubisse, de 57 anos, já viu outras vidas. Antes de chegar à lixeira, trabalhava como cozinheiro para um português, ainda pequeno, ainda na época colonial. Com a independência, o português deixou Moçambique e ele foi para a África do Sul. Ficou lá uns anos, trabalhou nas minas, depois voltou. Sem emprego nem casa, instalou-se em Hulene. “Eu cheguei a trabalhar aqui até casar. A minha mulher faleceu e só fiquei eu com os meus oito filhos. Os netos estão comigo em casa.”
Tal como Cremilda, Ubisse procura um pouco de tudo que lhe traga o sustento dos netos. E procura restos de comida para alimentar os porcos que cria em casa para vender.
Por dia consegue 20 meticais, 30, até 50, ou seja, até pouco mais de um euro. Para os mais velhos que aqui procuram a sobrevivência, o rendimento é baixo. Já não têm pernas para subir aos camiões nem força para brigar com os mais jovens que, por vezes, lhes roubam o que recolheram. E no entanto, o homem desgastado pela vida, magro, vê o que tem como uma dádiva. Não morreu na guerra, não morreu no país vizinho e portanto, diz, está bem.
O dia do casamento
A terceira e última fase de atividade está praticamente entregue às mulheres que preparam os produtos recolhidos para consumo próprio ou para venda. Quando não vêm clientes comprar o que têm, são elas mesmas que vendem ou mandam vender.
Hoje, Cremilda não juntou muito. Mas são quase 17 horas, cinco da tarde, é tempo de voltar para casa. Não tem relógio no pulso, mas também não faz falta. Em Hulene, o sol esconde-se sempre por detrás de um dos tantos montes de lixo, um monte que, dizem, por vezes chega aos dez metros de altura e mais. Além disso, Rachide já a espera.
Com o saco com couve numa mão e a mão de Rachide na outra, a rapariga afasta-se pelos caminhos entre curvas de lixo, por detrás dos montes. A casa onde mora com as irmãs e o namorado fica do outro lado de Hulene. É por esta hora que Cremilda se permite sonhar. Sonha com o dia do casamento, todos os dias. O casamento, diz, será a festa mais bonita, num dia não tão quente, bem longe da lixeira. É que, em Hulene, há uma história de amor, uma história que mostra que neste cemitério de tudo, onde parece já não haver nada, afinal, ainda há por que lutar.
A lixeira é monte atrás de monte, caminhos entre fardos de alguma coisa prontos a ser levados, ruelas estreitas e estradas largas entre cartão e cimento, farrapos de tecido e restos de comida em putrefação, restos de tudo. É um lugar estranho, num ambiente nauseabundo, um lugar intragável, irrespirável, insuportável. E no meio de tudo, nas aberturas, nas covas, grupos às dezenas curvam-se como se semeassem nalgum campo. Procuram, numa esperança desesperada, o que a imaginação fizer ressuscitar.
Foi em Hulene, entre o lixo, que Rachide conheceu Cremilda e a conquistou. Já lá vão dois anos. Desde então namoram e um dia, sussurra o rapaz, ela há-de ser sua mulher: “Eu quero casar com ela”, diz tímido. “Quando eu juntar dinheiro, é para casar. Junto aos poucos. Cada um de nós junta.”
Cremilda, uma rapariga bonita, Rachide, o rapaz forte
Cremilda está a chegar do mercado. Numa mão traz um saco com couve, na outra a mão de Rachide. É sempre assim: quando passa o portão da lixeira, já ele espreita por ela, o lixo que espere.
A jovem vem aborrecida, uns rapazes na rua meteram-se com ela. “Eu estou a dizer que sou feia”, queixa-se, mas o namorado não concorda: “Para mim é bonita”. Cremilda é bonita. Traz o cabelo preso em tranças postiças pretas que lhe caem sobre os ombros, um brinco de diamante falso na narina esquerda, três pulseiras no braço e um vestido feito de capulana, o azul do padrão a combinar com a fita que lhe descobre a testa. É uma rapariga elegante. Traz os olhos pintados – todos os dias. As unhas lembram uma cor qualquer.
Os dois são filhos de Hulene, a maior lixeira de Moçambique. Ela tem 16 anos, ele 17, desde os 11 que os dois catam aqui. O quê não interessa tanto, papel, plástico, lata – e tudo em que virem algum uso. “Trabalhar, ganhar dinheiro para comprar comida, roupa.” Um mês extraordinariamente bom rende a Cremilda 5.000 meticais, nem 130 euros.
Rachide consegue um pouco mais. É um rapaz forte, de braços habituados a fazer-se impor entre o lixo. Tal como a maioria dos catadores jovens, também ele espera desde manhã cedo que os camiões cheguem para lhes saltar para as carroçarias. São eles, os jovens, que, assim, têm o privilégio de poder vasculhar lá em cima, selecionando, com calma, o melhor do que houver desde o portão até que o lixo é despejado aos tantos pares de pés, mãos e olhos que por ele esperam. A esta etapa chama-se em Hulene de primeira colheita e é a primeira fase de actividade na lixeira.
Ernesto, o pai desesperado
Ernesto é amigo de Rachide. Sorri, orgulhoso, enquanto salta do camião e se aproxima. Na mão traz um saco de plástico. ”É carne. Para cozinhar. Estava naquele carro que estava a entrar agora”, explica. “Chamaram para ir buscar, ainda está congelado. Disseram: podemos dar àqueles que estão lá na lixeira para nós comermos.”
Ernesto tem 28 anos, 16 de lixeira. Conhece o recinto como se fosse a sua casa e sabe exactamente quais os camiões que lhe trazem o que procura para alimentar mulher e dois filhos pequenos.
Em Hulene há o grupo dos catadores de vidro, o grupo dos que recolhem plástico, o grupo do papel – A4, sem tinta –, há os que apanham ferro e há aqueles que levam de tudo. Quantas pessoas aqui vivem hoje do lixo não se sabe ao certo, costuma apontar-se para cerca de 700.
No início só aqui havia uma mulher
Quando a lixeira foi aberta, o bairro de Hulene ficava na periferia de Maputo. Conta-se que, naquele tempo, apenas uma mulher aqui vivia. Pagava a algumas catadoras o lixo que lhe traziam e revendia-o a quem o quisesse. Isso foi há mais de três ou quatro décadas. Durante a guerra civil, a zona era procurada por aqueles que buscavam segurança e hoje, a cidade, que entretanto cresceu, fica a menos de dez quilómetros do centro da cidade.
Hulene é agora uma zona residencial com alta densidade populacional e, aqui, entre as casas, a lixeira, que entretanto cobre quase 20 hectares, continua a ser o único local oficial para o depósito de resíduos sólidos de Maputo, uma cidade com mais de um milhão de habitantes, que produz mais de uma tonelada métrica de lixo por dia.
Fumo, poeira e insectos
Devido à constante combustão, ao fumo provocado, à poeira que se forma e aos insectos que atrai, entre mosquitos na época das chuvas e moscas todo o ano, a lixeira representa um alto risco para a saúde pública. Nos dias em que o vento não perdoa, esse fumo, essa poeira e o cheiro chegam à vizinhança e passam mesmo de lá quase até à baixa de Maputo.
É aqui, no meio deste tudo, aqui mesmo, que Ernesto prepara a sua carne meio podre. “Vamos apanhar lata, meter água. Como não tenho dinheiro, pomos sem sal. É isso que nós fazemos aqui na lixeira”, conta Ernesto. ”Se alguém apanhou 20 contos [20 meticais, 50 cêntimos de euro], podemos organizar, cada um dá 20 e compramos tomate, 1 kg de arroz ou farinha para comermos.” Porque “não há maneira, não há maneira que nós podemos ter emprego”. Em dias bons, Ernesto faz 100, 150 meticais, ou seja, 2,5 euros, mas em princípio, não mais de 4 euros. Quando chega a casa, diz, dá o que ganhou à mulher “para saber sustentar as crianças”.
Ernesto e Rachide têm um sítio onde deixam os fardos de cartão e plástico que, ao fim da semana, levam para vender num ponto de reciclagem. São rapazes organizados e são poupados – um para conseguir pagar a escola do filho de oito anos, o outro para casar. “Quero sair daqui, para um novo emprego”, diz Rachide. “Penso fazer muita coisa. Trabalhar. Pode ser motorista.” Mas o jovem abandonou a escola na quinta classe, quando a mãe morreu. Desde então, Cremilda é a sua família. Parece um menino grande, de chapéu de praia às florzinhas e uma tatuagem no braço, daquelas que saem ao lavar. Mas para menino sabe bem o que quer e o que quer está ali, a poucos metros.
Cremilda não trabalha com eles. Vasculha com as outras mulheres, as crianças e os mais velhos. São estes que se dedicam à seleção mais cuidadosa depois de o lixo ser despejado. Esta é a segunda fase de actividade da lixeira.
Victor Ubisse, o avô otimista
“Somos pobres, não temos nada”, conta Victor Ubisse. “É como essas crianças também. Há crianças que não têm pai, não têm mãe, estão a viver de qualquer maneira.”
Victor Ubisse, de 57 anos, já viu outras vidas. Antes de chegar à lixeira, trabalhava como cozinheiro para um português, ainda pequeno, ainda na época colonial. Com a independência, o português deixou Moçambique e ele foi para a África do Sul. Ficou lá uns anos, trabalhou nas minas, depois voltou. Sem emprego nem casa, instalou-se em Hulene. “Eu cheguei a trabalhar aqui até casar. A minha mulher faleceu e só fiquei eu com os meus oito filhos. Os netos estão comigo em casa.”
Tal como Cremilda, Ubisse procura um pouco de tudo que lhe traga o sustento dos netos. E procura restos de comida para alimentar os porcos que cria em casa para vender.
Por dia consegue 20 meticais, 30, até 50, ou seja, até pouco mais de um euro. Para os mais velhos que aqui procuram a sobrevivência, o rendimento é baixo. Já não têm pernas para subir aos camiões nem força para brigar com os mais jovens que, por vezes, lhes roubam o que recolheram. E no entanto, o homem desgastado pela vida, magro, vê o que tem como uma dádiva. Não morreu na guerra, não morreu no país vizinho e portanto, diz, está bem.
O dia do casamento
A terceira e última fase de atividade está praticamente entregue às mulheres que preparam os produtos recolhidos para consumo próprio ou para venda. Quando não vêm clientes comprar o que têm, são elas mesmas que vendem ou mandam vender.
Hoje, Cremilda não juntou muito. Mas são quase 17 horas, cinco da tarde, é tempo de voltar para casa. Não tem relógio no pulso, mas também não faz falta. Em Hulene, o sol esconde-se sempre por detrás de um dos tantos montes de lixo, um monte que, dizem, por vezes chega aos dez metros de altura e mais. Além disso, Rachide já a espera.
Com o saco com couve numa mão e a mão de Rachide na outra, a rapariga afasta-se pelos caminhos entre curvas de lixo, por detrás dos montes. A casa onde mora com as irmãs e o namorado fica do outro lado de Hulene. É por esta hora que Cremilda se permite sonhar. Sonha com o dia do casamento, todos os dias. O casamento, diz, será a festa mais bonita, num dia não tão quente, bem longe da lixeira. É que, em Hulene, há uma história de amor, uma história que mostra que neste cemitério de tudo, onde parece já não haver nada, afinal, ainda há por que lutar.
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- Data 24.12.2014
- Autoria Marta Barroso
- Assuntos relacionados Eleições em Moçambique, Vale , Filipe Nyusi, Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), Comunidade de Sant’Egidio (Comunidade de Santo Egídio), Madgermanes, Metical, Economia, Lixo, Direitos Humanos em Moçambique
- Palavras-chave Hulene, lixeira, Maputo, Moçambique, lixo, pobreza, catadores, reciclagem, história de amor
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