quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Família do Zimbabwe está a viver num aeroporto de Banguecoque há quase três meses

TAILÂNDIA

A família recusa-se a regressar ao seu país por medo de perseguição.
PÚBLICO 29 de Dezembro de 2017, 17:10



FotoA família submeteu um pedido de asilo à ONU LUSA/STR


Uma família do Zimbabwe tem vivido no aeroporto principal de Banguecoque há quase três meses. Segundo o gabinete de imigração tailandês, as quatro crianças com menos de 11 anos e os quatro adultos, chegaram a Banguecoque em Maio, mas recusam-se a regressar ao Zimbabwe por medo de perseguição, noticia a BBC.

A história tornou-se conhecida após um homem, que diz trabalhar no aeroporto de Suvarnabhumi, ter publicado uma fotografia no Facebook que o mostra a dar uma prenda de Natal a uma criança africana. Na publicação, entretanto apagada, Kanaruj Artt Pornsopit disse que a família tem estado a viver no aeroporto há quase três meses “devido à situação instável” no seu país.

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Pol Col Cherngron Rimphadee, porta-voz do gabinete de imigração, contou à BBC que a família entrou primeiro na Tailândia como turistas. Em Outubro tentaram voar para Barcelona, através de Kiev, mas a sua entrada em Espanha foi negada por falta de vistos. A nova entrada na Tailândia foi também proibida por ter passado o tempo dos vistos de turistas que detinham, sob pena de uma elevada multa. A família voou de Kiev para o Dubai, regressando depois ao aeroporto de Banguecoque.

A família recusa-se a regressar ao Zimbabwe alegando medo de “perseguição” após as perturbações de Novembro que levaram à demissão do líder há 37 anos, Robert Mugabe. Porém, não há actualmente instabilidade no Zimbabwe, o que levou algumas pessoas no país a duvidarem do medo expressado pela família, indica a BBC.



Col Rimphahdee confirmou que a família submeteu um pedido de asilo à ONU, mas de momento se encontra a viver no aeroporto de Suvarnabhumi e a ser alimentada e cuidada pelos funcionários daquele espaço. Disse ainda à BBC tailandesa que a agência de refugiados da ONU (ACNUR) “solicitou” que a família permaneça na Tailândia enquanto “trabalham no processo de modo a enviá-los para um terceiro país”.

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Um porta-voz da ACNUR referiu à BBC que a organização está a “explorar soluções”, não podendo adiantar mais detalhes. A Tailândia não oferece estatuto legal a refugiados ou requerentes de asilo.

Quanto à situação actual da família, Col Rimphadee disse que “poderiam viajar para outros países que estão dispostos a recebê-los” e que ofereceram a sua “recolocação noutra instituição onde existe uma creche mas a família recusou. Eles estão felizes por ficar aqui”.

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