sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Moçambique Para Todos (MTQ) atinge 10 milhoes de visitantes

Foi numa quinta-feira, 5 de julho de 2012, que criamos este blog. Hoje, quatro anos depois, temos mais de 10 milhoes de visitantes.

A todos, MTQ agradece
Luis Fuchs contra Jose Viegas
No caso dos alegados subornos da Embraer para conseguir vender duas aeronaves a LAM em 2009, e no que diz respeito a Jose Viegas, parece-me que, de acordo com o documento atribuido ao Ministerio Publico Federal brasileiro, ha apenas um conjunto de declaracoes atribuidas pelo executivo brasileiro, Luis Fuchs, ao antigo PCA da LAM. Sao alegacoes graves para o nome de Viegas e uma investigacao aprofundada eh necessaria para se saber o que de facto aconteceu. As declaracoes de Fuchs, no entanto, nao sao suficientes para que desenrole toda esta onda condenatoria. Eh certo que da mesma forma que Viegas goza de presuncao de inocencia, tambem recai sobre ele uma certa presuncao de culpa. Mas apenas presuncao. Eh por isso que as autoridades mocambicanas devem agir rapidamente. O que implica que Luis Fuchs deve ser ouvido e deve fornecer mais detalhes sobre o envolvimento de Viegas. Tal como estah o documento, a coisa pode morrer como "palavra contra palavra". A palavra de Fuchs contra uma provavel palavra de Viegas. A nao ser que se prove que Viegas recebeu, de facto, dinheiro dessas alegadas transaccoes corruptas. A justica brasileira ainda nao provou isso. Nem sobre ter criado empresas e aberto contas bancarias com esse proposito la fora. A sua condenacao publica parece-se ser apressada.
Comentários
Teo Nhangumele
Teo Nhangumele Eu adoro gente prudente e esta tua postura é deveras prudente.
Bruno Mayer
Bruno Mayer Há algo que não está bem explicado aí.
Mauro Manhica
Mauro Manhica É um bom princípio resistir a tentação de tomar partidos ou condenar sem antes ouvir todas as partes. No entanto, ficar a espera que sejam trazidos a terreiro todos os dados, todas as declarações, todas as provas e contraprovas é privilégio só para alguns. A opinião pública e alguma publicada não é feita dessas "paciências". Estamos cansados de escândalos e aqui, sem querer condenar o Eng. Viegas, tomo o partido da maioria, do povo, que não sabe nada do Direito e seus princípios mas sente que o sr. Eng. não pode estar isento de responsabilidades neste caso. Falta-nos saber até onde vai a sua "culpa".
Jasmin Rodrigues
Mauricio Mahoze Mahoze
Mauricio Mahoze Mahoze Assino por baixo...
Armistício Mulande
Armistício Mulande Eu ainda estou calado sobre Viegas, Marcelo Mosse. Já o mesmo não posso fazer sobre Mateus Zimba. A empresa nas Ilhas Maravilhosas é dele e o dinheiro entrou lá. Os oitocentos mil de que se fala na conversa entre Fuchs e Viegas. Presunção de inocência sim, inocência presunçosa...não!
Lucio Guente
Lucio Guente Concordo. Presunção presuncosa
Paulo da Conceição
Paulo da Conceição Oremos irmãos!
Joao Mazivila Antonio
Joao Mazivila Antonio Este nao tem culpa,a filosofia de Governação do vovo Guepatos era de comissões em tudo,nínguem podia ficar alheio a essas jogadas sobre o risco de ser deitado fora.
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Lenon Arnaldo
Lenon Arnaldo Esse é o ponto. E o mais caricato no meio disso tudo, o maior visado é MZ e nem tanto o JV - percebe-se porquê nem.
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Danilo Tiago
Danilo Tiago Ha um termo que Marcelo Mosse tocou "se ha presuncao de inocencia, ha igualmente presuncao de culpa" e para existir acusacao do Ministerio Publico, tudo inicia com o juizo de suspeita. Deixemos que as autoridades trabalhem. Enquanto JV continuar figura publica, vai haver sempre um julgamento popular enquanto pairar sobre si algum juizo de suspeita sobre uma eventual conduta de improbidade. Deixemos as autoridades trabalhem.
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Lenon Arnaldo
Lenon Arnaldo Danilo Tiago fala sério - deixar as autoridades trabalharem 😂👀🙈

Há vezes que duvido sejas tu a escrever: já que estamos no campo das presunções, presumo que seja outra pessoa a escrever por ti kkkkkkkkkk
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Danilo Tiago
Danilo Tiago Leste por acaso o post do Egidio Vaz? Tem razao, a Justica tem desta vez tudo para mostrar servico. O teu problema Lenon Arnaldo e' usar oculus de madeira. Achas que as acusacoes do Fuchs nao podem dar lugar a que a justica, o MP inicie uma investigaca...Ver mais
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Lenon Arnaldo
Lenon Arnaldo Danilo Tiago kkkkkkkkkk duas pessoas numa só. Não é esse Danilo que vi no post do Marcelo Mosse
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Dionisio Ussaca
Dionisio Ussaca Ninguém acredita mas vou opinar e espero que
não me levem a mal. Se formos a analisar como
adultos e de acordo com meus conhecimentos e

depois de vários estudos científicos através de
algumas investigações feitas por mim no Google
e em várias bibliotecas reconhecidas
mundialmente podemos chegar a conclusão de
que este meu comentário não tem nada a ver
com nada e eu em particular fico muito feliz por
saber que alguém leu até ao final mesmo sabendo
que não tinha nada haver com nada.Eh o que o nosso MP vai fazer. NADA. Me resta
apenas agradecer...
Abraços.
Herminio Chivura
Herminio Chivura E no meio de tudo isso, qual é a posição do Viegas? Recebeu ou não. Vai se deixar enlamar inocente e impávido? Processa a embraer ou pelo menos ao Luís Fuchs pelo atentado ao bom nome
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Edio Matola
Edio Matola agora!!!!!
Sergio Baloi Sergio
Sergio Baloi Sergio A bomba rebentou
Nelo Txuma
Nelo Txuma "in dubio pro reo..."
Danilo Tiago
Danilo Tiago In dubio pro reo ocorre depois de comprovada ausencia de juizo de juizo e de culpa sobre um reu. Por enquanto sobre o Engenehiro JV impera o principio da presuncao de inocencia.
Nelo Txuma
Nelo Txuma esta entre aspas...tsc.é preciso saber interpretar mesmo...
Danilo Tiago
Danilo Tiago Ha um termo que Marcelo Mosse tocou "se ha presuncao de inocencia, ha igualmente presuncao de culpa" e para existir acusacao do Ministerio Publico, tudo inicia com o juizo de suspeita. Deixemos que as autoridades trabalhem. Enquanto JV continuar figura publica, vai haver sempre um julgamento popular enquanto pairar sobre si algum juizo de suspeita sobre uma eventual conduta de improbidade. Deixemos as autoridades trabalhem.
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Adriano Biza
Adriano Biza We are just lose time with cleaning service: esses tem emails, registo de chamadas telefonicas e transacoes. A propria Embraer nao ia pagar tanto balurdio para fechar um caso de 'eh palavra de X contra a de Y'. Vamos refocar no essencial
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Evaristo Cumbane
Evaristo Cumbane the Americans know it all as they do regarding hidden debts. it is a question of time we will also know the truth.Ver Tradução
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Jr Chauque
Jr Chauque Todos somos inocentes até prova contrário até esta certo. Mas eu sou MOÇAMBICANO e não acredito na inocência de ninguém neste caso porque a inocência não se prova no tribunal no meu país mas sim nas esquinas e os processos não andam e ficam apagados temos o caso da Emose semana passada o Gabinete de Combate à corrupção diz que não reúne provas para levar ao julgamento sobre desvios do dinheiro .agora pergunto ;até quando todos vão ser inocente a roubarem dinheiro do estado se nem há julgamento para se provar a inocência? Quem vai ao julgamento e prova se a inocência é o "roubador' de carregadores de celular outros não.
Pk a PGR não se mexe e peça a colaboração das outras PGR do Brasil;EUA? E até disse que iriam investigar passa quanto tempo?
Sidonio Bras
Sidonio Bras Qual prudência qual quê. Há crime sim, é o criminosos devem parar na barra do Tribunal. Viegas e seus mandantes pra Cadeia
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Lucio Guente
Lucio Guente Muito radical. Gosto
Rrg Magaia
Rrg Magaia Hehehehe ...
Helio Edmundo
Helio Edmundo Qual o nome onde caiu o dinheiro??? Já diz tudo a falta de prudência. Só nos falta ver uma empresa denominada Saco Azul. Só pelo nome presumo existir matéria para crime...
Caetano Chicane
Caetano Chicane entao a divida de ematum, sao alegacoes graves ate que se prove......Mas apenas presuncao
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Desidério EC Chambo
Desidério EC Chambo A questão é, a PGR está interessada em investigar algo?
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Celso Morane Cumbe
Celso Morane Cumbe Cá estamos Marcelo Mosse. Estes 2 moçambicanos gozam da presunção de inocência e tem o direito de defender a sua honra e bom nome.
PS: espero que não se repita aquele truque de "não me recordo"
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Luís Loforte
Luís Loforte Também acho que deve sempre prevalecer a presunção de inocência. Só que o acusado (Eng. Viegas) devia evitar a ligeireza no encarar dos factos. Segundo a STV, no primeiro jornal e quando confrontado com o problema, terá dito que passou tempo considerável e não se lembra. Ora, muito dificilmente alguém se esquece de uma transacção dessa natureza, para mais tratando-se da compra do principal activo de uma companhia aérea. Sinceramente, desejo que ele diga, com força e empenho, que'" É MENTIRA!".
Eliha Bukeni
Eliha Bukeni A presuncao de inocencia ate que haja uma sentenca transitada em julgado e uma norma constituicional inquestionavel. Agora, e legitimo reconhecer que existem factos ja apurados pela justica americana, sobre os quais, muito dificilmente se pode alegar que eram de exclusivo dominio dos operacionais. E um facto do City bank americano foram transferidos em 2 tranches 800 mil USD para a CHIHEVELE a ordem da Embraer. E um facto, que na contabilidade da Embraer a trsnsacao esta registada como pagamento de consultoria no processo sa venda de 2 aeronaves a LAM. E um facto que a LAM psgou s Embraer um preco acima do custo de cada aeronave. O Eng. JV era PCA executivo da LAM, nao cabe na cabeca de ninguem que operacionais ordenem o pagamento de 75 milhoes de USD a sua revelia. Quanto e que esse valor representa no balanco da empresa. Come on!
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Luís Loforte
Luís Loforte E 8 anos depois se declararem ...esquecidos!
Buene Boaventura Paulo
Buene Boaventura Paulo E do homem de Xihevele o que tem a dizer? O brasileiro não me parece ser pessoa que diz coisas por acaso
Luís Loforte
Luís Loforte Diz, diz muitas coisas por acaso, sim. Só que desta vez foi obrigado a dizer, amigo. E disso também me valeu aprender uma frase de changane que nunca antes ouvira sequer dizer. Foi ontem, na tv, que fiquei a saber o que significa a tal frase que dá nome à suposta empresa de intermediação...
Vassili Vassiliev
Vassili Vassiliev Presuncao da inocencia! Somos um povo de presumidos seres humanos. Por isso e tao facil agir como animais irracionais.
Ismael Chutumia
Ismael Chutumia Marcelo sorry, tu as vezes sais com cada uma! Um simples cruzamento de informação, dois dedinhos de testa mais a declaração do visado à STV não basta? Qual inocência?
Massurufo Joche Josh
Massurufo Joche Josh Devolver o tako chega de roubos
Armenio Langa
Armenio Langa E a Xihivele entra no negócio por qual finalidade? E a Embraer para centena de milhoes de dolares sem ter subornado? E se suborno, nao foi a ninguem de cá? Acho até k o esquema pode ter começado do topo: assim ( Lula -???? - ???? - até chegar aos citados. A ser assim, os visados podem ser pessoas usadas dai k acho que a devolucao do roubo seria medida adequada e suficiente para este e para centenas de outros casos.Muitos "gatunos" sao vitimas, neste país.
Mauricio Mahoze Mahoze
Mauricio Mahoze Mahoze É um facto que ele merece a presunção de inocência...
Entretanto tanto e num momento em que o país acorda quase todos os dias debaixo de um "novo" escândalo... Não será pedir em demasia os Moçambicanos continuem a espera de inquéritos, investigações
e processos que depois de levantados desaguam no infinito...

A descontração é tal que até o nome da empresa de consultoria roça a níveis de impunidade adquirida...

Este país tem provado ao longo dos tempos que não há e já mais ouve justiça...

Daí a condenação antecipada...
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Beto Tembe
Beto Tembe Não ha fumo sem fogo. Porque o tal de Luís não diz que pagou a comissão a mim por exemplo...
O tal de Luís dormiu e sonhou com o Viegas?? Escolheu o Viegas porque tinha olhos atuais??sejamos razoáveis meu caro Mosse....
Beto Tembe
Beto Tembe Olhos azuis....
Heleno Bombe
Heleno Bombe Não te metas com americanos que todo mal vai sair fora
Ana Baptista
Ana Baptista Esta tudo on tape..
Não é palavra de um contra o outro que aliás nao negou nem admitiu.
Mas admitiu que pode se esquecer de 800 mil USD...
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Cláudio Chiche
Cláudio Chiche Há uma coisa que me enche a cabeça!!! Grande dúvida... SE O AGENTE "C" FOSSE A MARLENE MANAVE O QUÊ ESTARIA A ACONTECER COM ELA? O QUE DIRIA A MÍDIA? Preciso aliviar a minha cabeça...
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Egidio Vaz
Egidio Vaz Muito estranho.
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Manuel Moises Americo
Manuel Moises Americo Esta novela ainda "vai animar"
Filipe Zivane
Filipe Zivane Marcelo? C'mon Man. E mesmo isso que nos querias escrever?
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Felismino Santos Santos
Felismino Santos Santos País sem pais, porque de moral nao existe basta ser Moçambicano tudo é possivel, ganguesterismo e o povo vai pagando poupem me com discursos retrogrados
Cle Cle
Cle Cle Ok, concordo com isso Marcelo. Mas onde a fumo ha fogo. Facamos entao o mesmo com Guebas, nao ha nenhuma prova no seu envolvimento nas dividas mas esta a ser alvo de condenacoes apressadas... Epah, pensar e dificil... So me resta deitar e esperar ate que a verdade venha
Elves Arnaldo
Elves Arnaldo Sidonio Bras, quem deve acusar é o ministério publico e quem deve condenar é o tribunal, após serem reunidas todas as provas. Pela presunção ninguem deve ser acusado, muito menos condenado, mesmo pelo público. O que as pessoas fazem, são especulações, baseadas nos seus pontos de vista, que muitas vezes, dependem dos interesses que defendem, sem observação da lógica dos factos. Vamos ser razoáveis.
Filipe Zivane
Filipe Zivane Viva a lógica da razoabilidade que também parece, estranha com tudo que já se sabe. Fossem outros. Quem sabe o discurso nem existisse.
Matin Sabin
Escreve uma resposta...

Dionisio Ussaca
Dionisio Ussaca Ninguém acredita mas vou opinar e espero que
não me levem a mal. Se formos a analisar como
adultos e de acordo com meus conhecimentos e

depois de vários estudos científicos através de
algumas investigações feitas por mim no Google
e em várias bibliotecas reconhecidas
mundialmente podemos chegar a conclusão de
que este meu comentário não tem nada a ver
com nada e eu em particular fico muito feliz por
saber que alguém leu até ao final mesmo sabendo
que não tinha nada haver com nada.Eh o que o nosso MP vai fazer. NADA. Me resta apenas agradecer...
Abraços.

03/01/2011

Comments

1
Beirense da Manga said...
"Assim a festa vai durar. Vamos ter muita festa, dança,...durante muito tempo.
É bom, bom mesmo.
Recordo também Ronald Reagan, o Leão Indomável, que incentivou, e apoiou Gorvachov.
Caiu o muro de Berlim...e a festa saiu da garrafa, na Europa.
Agora só falta acabar com os bastardos da União Soviética (U.R.S.S.) que ainda restam.
Disfarçados de "democratas", de "civilizados".
É preciso matar o "camaleão", os "prostitutos" da política."
Sublinho mais...Gorby afirmou que Putin já fez dois mandatos... e BASTA!Querem Tsunamis em Moscovo, como houve em Cairo?
O VELHO sabe! A lot, como me comentaram ontem na Victoria Station!
ESTÃO TODOS AVISADOS!TODOS!O VELHO está dar instrução DIRECTA, aos "sobrinhos TODOS"!
A LUTA É CONTÍNUA
2
umBhalane said...
Mikhail Serguéievich Gorbachev, ou Gorbatchev, nasceu em 2 de Março de 1931.
Foi o último secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética de 1985 a 1991.
As suas reformas conduziram ao final da Guerra Fria, e acabaram com o poderio do Partido Comunista no país e satélites, e tiveram como consequência a dissolução da União Soviética (U.R.S.S.).
ONTEM, GORVACHEV, FEZ ANOS - 80 anos.
Parabéns, e muitos anos de vida, Gorbachev.
E muito obrigado, por mim, pelo mundo, pelo meu mundo.
O efeito dominó, a queda em cascata, nomeadamente na Europa, de regimes totalitários, profundamente desumanos, os ditos socialistas, internacionalistas, "libertadores científicos" e quejandos, foi uma festa...
que se continua...no norte de África,
e vai continuar...no centro, e no sul de África.
É só esperar. E estar preparado.
A HORA VAI CHEGAR.
As mangas não amadurecem todas ao mesmo tempo.
Ainda bem.
Senão apodreciam, e acabavam logo.
Assim a festa vai durar. Vamos ter muita festa, dança,...durante muito tempo.
É bom, bom mesmo.
Recordo também Ronald Reagan, o Leão Indomável, que incentivou, e apoiou Gorvachov.
Caiu o muro de Berlim...e a festa saiu da garrafa, na Europa.
Agora só falta acabar com os bastardos da União Soviética (U.R.S.S.) que ainda restam.
Disfarçados de "democratas", de "civilizados".
É preciso matar o "camaleão", os "prostitutos" da política.
A LUTA É CONTÍNUA.

3
José Carlos Cruz said...
Permitam-me outra visão: a Renamo ganhou, mas a arbitragem e as autoridades mundiais deram a vitória à Frelimo. Vitória na secretaria, não no campo.
4
Ninguém said...
Correcao.
assim como o Mohamed Alí ganhou contra George Forman em 1974 em Zaire. e nao (1674)
vejem este vídeo.http://www.youtube.com/watch?v=XGukWJPtA_c
5
Ninguém said...
Frelimo vs Renamo. = Mohamed Ali vs georg Foreman in zaire.
Quem ainda se recordar destes confrontos pode tirar uma conclusao paralela.
Na guerra Frelimo estava quase derrotada pela Renamo, mas por fim podemos dizer que Frelimo ganhou, assim como Mohameda Alí ganhou contra o george Forman em 1674 em Zaire. O Mohamed Alí já estava na mira da derrota, mas ele por fim gahou e é aclamado em mundo inteiro como o grande de sempre, assim como Frelimo que está até hoje no poder porque a Renamo nao ganhou.
6
JJLABORET said...
Deus! Deus!
Por que me deste esta faculdade de rir tanto, até passar mal?
É bem dito, como na bíblia, "Bem aventurados os pobres de espírito" como sendo "Bem aventurados os loucos"?
O "link" dado por umBhalane conduz de fato (facto para "tugas")a uma obra prima da hilariedade! Leiam o texto e vejam o vídeo (em tamanho pequeno) ao lado do texto!
Agora entendo mais ainda, com mais certeza, que o brasileiro não é por sí só brincalhão e safado! É que lhe dão motivos, e depois de ver coisas como essa, se torna safado, e por consequência, brincalhão! Ou vice-versa, como diz o cantor e compositor Caetano Veloso, o que dá no mesmo, né?!
TUDO TEM UMA EXPLICAÇÃO! AGORA SEI!

7
Elisio Fonseca said...
Meu Caro Amigo e Sr. Laboret,
fico-lhe eternamente grato pelos ensinamentos que me acaba de transmitir. A par da agronomia e da engenharia civil, o Senhor Laboret revela-se um exímio terapeuta.
Voltarei a escutar o samba receitado, na expectativa de ver sanada esta grave maleita que me aflige para assim PODER (aqui, com a devida vénia, sublinho o seu obamismo – ou barackismo, se preferir – “Moçambique Pode”) participar próximo escrutínio (previsto para daqui a um bom par de anos) de consciência tranquila, e com toda a facilidade depositar o meu voto no candidato da Renamo boa, pondo de lado, claro está, a Renamo má.
Explicando melhor: É que neste Blog surgem, pela pena de um mesmo cronista, duas renamos numa só: uma que é boa, e outra que é má. A primeira, sobressai consoante o protagonismo do narrador. A segunda – a má – vem à tona da água sempre que esse mesmo protagonismo esvanece.
O segredo, como o meu Amigo certamente concordará, reside em saber, no momento preciso, destrinçar a má da boa, naquele lugar solitário onde todo o eleitor, uma vez o indicador direito embebido em mistela indelével, rapa de uma caneta e traça duas linhas unindo cada um dos quatro ângulos rectos da quadratura do rectângulo.
O pior é se, no sacrossanto dia, surgir uma renamo menos má e outra menos boa, e aí render-me-ei, restando então pedir-lhe a si, Caro Amigo, um dos seus links virtuais, de preferência um que me conduza a Fafá de Belém, esse pedaço amazónico, deslumbrante como as Cataratas do Iguaçu.
Elísio

8
Francisco Moises said...
No mundo de pobreza em que vivemos em Africa, as pessoas pensam que o Ocidente é um paraiso natural. Eu tambem pensava assim, mas libertei me deste conceito na Africa antes de vir viver no Ocidente quando compreendi atraves da minha educaçao que a riqueza faz-se e que a riqueza produz-se. Vivi neste espirito em Africa, especificamente no Quénia onde trabalhei duramente para me libertar da dependencia das megalhas da representaçao das Naçoes unidas para os refugiados da qual dependia quanto era estudante.
Chegado no Ocidente, vi quao duramente as pessoas trabalham aqui e assim agora como ocidental tambem trabalho duramente. Nunca foi facil trabalhar e ir a universidade ao mesmo tempo e adquerir notas com distinçao quase sempre. Mas fi-lo e por causa disto obtive bolsas de estudos tambem.
Obviamente, o Ocidente ultrapassou ou nao tem aqueles problemas de regionalismo, tribalismo e discriminaçao descarada. Vivo num pais onde possa haver discriminaçao, mas as leis e os governos, provinciais como federal, estao muito ciente de combater qualquer discriminaçao e a discriminaçao é desencorajada e mesmo punida em termos da lei. E ninguem quer viver com nodoas de discriminador neste pais.
E estes governos aceitam criticas, vivem com a critica e crescem com a critica e as vezes sao destruidos pela critica da imprensa. Desde que cheguei neste pais, nunca vi jornais que adulam os dirigentes, que na verdade nunca sao os mesmos como no caso de Moçambique. Cada eleiçao, provincial ou federal, traz novas pessoas. Nunca um dirigente é tratado como "Sua Excelencia"-- uma grande piada que encoraja a ditadura. Nenhum dirigente canadiano pensa que é "sua excelencia". Sua excelencia de que -- de asneiras? Mas sao estes termos que alegram o Guebuza e o Dhlakama tambem.
O governo federal nao depende de nenhuma ajuda estrangeira para fazer funcionar este pais. Os cidadaos que trabalham pagam impostos e o governo usam tais impostos para desenvolver o pais e fazer tudo quanto é possivel fazer.
As pessoas e as suas capacidades sao tomadas em conta. As autoridades querem as suas qualidades e habilitaçoes independentemente daquilo que elas possam ser -- branco, preto, indio, indiano, mestiço, hispanico.... e para aqueles que nao podem trabalhar por razoes fisicas ou mentais, estes nao morrem de fome aqui. Sao cuidados pelo governo através do sistema de providencia social.
Portanto, se o governo como o de Moçambique nao eliminar estas coisas de tribalismo, regionalismo, a desconsideraçao das habilitaçoes dos cidadaos por nao serem de tribos correctas, pode-se na verdade dizer que Moçambique fique para as quizumbas e o regime moçambicano, qualquer que for, nao tera nenhuma simpatia minha. Ajudas de fora nunca jamais poderao desenvolver Moçambuqe como o nosso erudito JJ Laboret ja demonstrou aqui cabalmente com o caso do Brasil que detou fora tais dependencias para em pouco tempo se desenvolver numa potencia economica.


9
umBhalane said...
A QUEM POSSA INTERESSAR.
Comigo dá sempre resultado!
Quando fico confuso, pirado (que ainda não maluco), como bem notou o Ilustre JJLaboret, o que é que eu faço?
Agora já tenho outra alternativa - o samba que JJLaboret indicou, e que aproveito para agradecer. Valeu.
Antes dessa dica, fazia como? E continuo, sempre.
Ligava ("linkava"), conecto-me, aqui:
http://armandoguebuza.blogspot.com/
e, vá lá saber-se porquê! termina a confusão.
O esclarecimento é a mãe de todas as virtudes, e cura de todos os males.
Experimente.
O autor agradece.
Aumenta o nº de visitas, com os inerentes benefícios, e amplas perspectivas.
umBhalane
(macangueiro-aprendiz do Luabo)
10
José Carlos Cruz said...
Caro JJLaboret
Claro que tem toda a razão quando diz que a fortuna sorri também aos orientais. Mas isso é para pessoas que entendem um pouco melhor como funciona o mundo.
Pode crer, sem ironia nenhuma minha, que a maioria da população do terceiro, quarto e quinto mundo está convencida que o mundo está divido em ocidente e pobres. Ocidente, neste contexto, é um nível económico e cultural de certa parte da população mundial.
Há muitos anos atrás fiz uma experiência curiosa. Perguntei a muitas pessoas, moçambicanos todos, o que achavam como foi feito o mundo, relativamente à distribuição das riquezas e recursos.
Surpreendentemente quase todos, várias dezenas, afirmam que Deus, ao fazer o mundo, deu aos americanos a maior parte das riquezas, depois aos ingleses, portugueses, por aí fora.
Aos pretos Deus não deu nada, a não ser a tarefa de pedir aos americanos, ingleses e portugueses.
De nada me valeu ter ficado horrorizado com o resultado do meu próprio experimento. Na verdade obtenho com demasiada frequência outras provas sobre tal maneira de pensar: quando um europeu entra num bazar numa zona de gheto numa cidade moçambicana, os preços dos produtos nas bancas sobem subitamente. Todos têm a esperança de poder lucrar um bocadinho mais por qualquer venda ao cliente europeu. O mesmo acontece se o cliente é oriental, mas a um nível mais baixo.
Portanto, dependendo do aspecto étnico e cultural do cliente, os preços de mercado variam!
E nem vale a pena argumentar com ninguém que está errado, que os preços de mercado deverão ter outros critérios para variar, etc.
No fundo, o que está na mente das pessoas é que o ocidental (mesmo que seja chinês, se apresenta aspecto ocidental é ocidental) deve pagar mais porque é infinitamente rico, vive em prédios bonitos ...

11
JJLABORET said...
VOCÊ, EU, NÓS OU TODOS?
Caro Senhoe Elísio Fonseca,
A princípio (para os médicos), esse fenômeno parece ser normal!
A livre manifestação do pensamento, das idéias, são expostas dessa forma, e tudo com cordialidade, se bem que com visões, conceitos, explicações diferentes para os fatos, segundo a vivência real de cada, ou do "ponto de observação" privilegiado desse ou daquele sobre o tema proposto.
Claro está que muitos têm consideráveis elementos de convicção para expor seu conceito sobre isso ou aquilo (sendo fatos, notícias, coisas, objetos, pessoas), outros a própria vivência do fato em sí quando se trata do relato da história, ou ainda da confrontação das escritas dos historiadores diversos.
O conceito de cada um difere, segundo aquilo cimentado no seio da família desde tenra idade, valores morais adquiridos, preceitos religiosos, etc.
Claro fica que, numa família tradicional onde se observam valores éticos e morais, o indivíduo adquire conceitos diferentes daquele que cresceu no seio de uma família libertina, amoral, perniciosa.
Daí, que a opinião difere segundo esses parâmetros adquiridos por cada um. Por isso, vemos amiúde pessoas propugnando pela "legalização" das drogas, defesa do aborto indiscriminado, casamento entre pessoas do mesmo sexo, e já agora a legalização do casamento incestuoso!
Enquanto que outras pedem, mais ainda, o endurecimento das leis e cominações mais pesadas para o tráfico e uso de estupefacientes diversos, prostituição, aborto, etc.
ISSO É A LIBERDADE DE PENSAMENTO E IDÉIAS E SUA MANIFESTAÇÃO, O QUE É COMPLETAMENTE DIFERENTE DA PRÁTICA DESSAS MESMAS IDÉIAS.
Mas voltando ao seu "surto" de doideza...
Não se alarme não! Se o amigo "PIROU" ("pirar" ou "surtar", no Brasil significa ficar doido, maluco, abobalhado, abestalhado) trata-se de um fenômeno natural que atinge atualmente 99,99% dos que acessam blogs de comentários na NET. Acho que também eu estou contribuindo e dentro desses números!
Em um comentário abaixo, fiz referência a esse mesmo fenômeno que lhe atinge agora, porém a vítima era o caríssimo e respeitado mestre umBhalane! Até como terapia lhe indiquei um "link", para aliviá-lo dessa horripilante "carga mental" de comentador de blog, quem sabe, sorrindo um pouco tenha cura ainda que passageira.
O "link" leva a um samba, que narra justamente a estória de um "criulo" ("crioulo" é a denominação que o "carioca" usa, sem sentido pejorativo, para designar o negro em geral) compositor de sambas-enredo, que após pesquisar, ler, comparar, a história do Brasil pelos livros, jornais, crônicas, etc., com a intenção de fazer um samba que levasse sua escola a ser campeã, "PIROU" de vez e misturou épocas, personagens, lugares, situações, numa inverossímel narrativa musical!
E o pior, a sua escola de samba foi a vencedora do carnaval!!!! Pode isso?
De qualquer forma, fica para sí a receita, que é formidável, pois o amigo vai sentir que não está sózinho, não é o único que "pirou" de vez!
Dedico-lhe a sí (e a outros mais) então o belo samba, bastante que siga o "link":
http://www.youtube.com/watch?v=P-5LLSWkf-A&feature=fvw
E vou ficar por aqui, rindo de felicidade por estar num paraíso, já agora que vejo passando pelas nuvens uma manada de vacas voando, e um cavalo acaba de me cumprimentar com um simpático "boa tarde"! O que lhe respondi, pra você também!

12
Elisio Fonseca said...
Sr Fernando Gil,
ajude-me! Ando confuso!
Já fui ao médico e disse-me que lá maluco não estou. Felizmente.
Peço-lhe encarecidamente, Sr. Gil: acuda-me, pois o médico à saída perguntou-me com um ar sério:
- Voçê costuma ler comentários em blogs?
13
Francisco Moises said...
Concordo com Carlos José Cruz que o regime da Frelimo fez estragos, alguns com consequencias irreparaveis. Para repor Moçambique em ordem, faze-lo marchar para servir os interesses supremos do povo e da naçao, o pais precisara duma liderança ajuizada, calma, nacionalista e nao regionalista ou tribalista como acontece com a liderança da Frelimo que exclui grandes sectores da populaçao do processo de desenvolvimento nacional.
Tera que ser uma nova liderança moçambicana que tera que valorisar todos os moçambicanos, cada um com as suas qualidades e habilitaçoes e educaçao.
A liderança da Frelimo criou zonas esquecidas e decidiu interessar-se e proteger os interesses dos poucos do partido, que tudo do pouco que existe ou se da a Moçambique, angariam para si proprios em contradiçao a sua retorica de servir o povo -- uma mentira e aldrabice. A liderança actual da Frelimo mete-se em candongas, narcotrafico, matam mafiosamente aqueles que os criticam ou denunciam. Envergonha o pais perante a opiniao publica internacional.
Obviamente, tenho que ter muito cuidado para nao parecer aqui como uma pessoa que queira santificar a Renamo cuja liderança tem os seus defeitos, defeitos estes que as vezes tambem bradam o céu. Mas o que vi nas zonas da Renamo em situaçao da guerra, diga-se que mesmo as zonas libertadas, nao sao inteiramente exemptas de ataques aéreos e doutros actos bélicos do inimigo. Um dos actos ou crimes de guerra praticados pela Frelimo foi ataques aéreos contras as populaçoes vivendo has ilhas no rio Zambeze, onde pessoas gostam de viver por serem fertilissimas com abundancia da agua e de peixe, retirando se delas somente quando as ilhas sao ameaçdas por inundaçoes.
A Frelimo sabia que os habitantes de tais ilhas forneciam comida a guerrilha da Renamo e martelava as tais ilhas com bombardeamentos contra pessoas que eram civis e sem defesa. Quando as tropas da Frelimo e dos seus aliados tentavam atacar as zonas da Renamo, muitos dos seus ataques resultam em massacres contra a populaçao.
Inversamente ao comportamento da Frelimo que moveu uma guerra sem trégua com a religiao, vi um fervor de religiosidade nas zonas da Renamo. Havia refugiados moçambicanos e mesmo malawianos que iam pregar a religiao nas zonas da Renamo sem nenhum problemas ou serem impedidos pela Renamo.
Contrario ao que fazia o regime da Frelimo, nao havia guias de marcha nas zonas da Renamo. Pessoas andavam de zonas a outras, transitavam de provincias a outras. Durante as minhas marchas com os guerrilheiros, sempre nos cruzavamos com membros da populaçao. Os guerrilheiros sempre se comprimentavam com as pessoas e deixam as pessoas passarem primeiro.
Contrariamente ao que dizia a Frelimo, nao vi guerrilheiros que maltravam a populaçao. Quando queriam alguma coisa, pediam a populaçao com respeito. Nas zonas fronteiriças onde havia negocio, o kwacha do Malawi era moeda de négocio e nao o metical que a Renamo tinha em grandes quantidades capturadas da Frelimo. Na bases da Renamo, vi sacos e sacos de meticais. Os populares queriam o kwacha para negociar com os malawianos e comprarem bem no Malawi.
Invadir e roubar dos campos era mesmo tabu. Nenhum guerrilheiro o fazia. Mas isto tambem por outra razao: a crença de que as machambas estivessem armadilhadas com magias negras que podiam podiam fustigar quem roubasse. Esta crença nao é uma brincadeira. Pessoas preferm passar a fome do que ir roubar duma machamba alheia.
As autoridades locais, os régulos, eram restituidos aos seus poderes tradicionais depois de terem sido humilhados, e certos mortos pela Frelimo que os tinha substituido com grupos dinamisadores do partido Frelimo.
Os curandeiros praticavam livremente a sua profissao. Se houve um campo onde a Frelimo nao mexeu, foram os curandeiros visto que os frelimistas tinham medo dos poderes magicos dos curandeiros e eles proprios, os frelimistas, dependiam dos tratamentods dos curandeiros para sobreviverem. Em crenças tradicionais, os frelimistas nao sao diferents dos renamistas, como certos propagandistas ocidentais da Frelimo tentaram nos dar a entender.
O povo, liberto das sevicias e da fome das aldeias comunais da Frelimo, cultivava com muita determinaçao e viam-se machambas com quantidades enormes de comida -- até que era me dificil acreditar que estive no Moçambique cujo governo dependia de navios que atracavam em Maputo com comida de fora que ia alimentar as tropas da Frelimo e nao era dada a populaçao para quem tinha sido doada.
Nunca fui as zonas da Renamo com comida de fora e nunca passei a fome nas zonas da Renamo. Nem levamos nenhuma comida quando la entrei com o senhor Bethwell Kiplagat,o enviado do presidente queniano Daniel arap Moi, que comigo la foi para estabelecer os contactos entre o Quénia e a Renamo e depois entre a Renamo e a Frelimo. Na base da Renamo fomos servidos boa comida. Nao houve pao para o matabicho, mas houve batata doce com cha. Nas outras refeiçoes comemos arroz e galinha ou peixe fresco. Houve fruta.
A populaçao vivia sem incomodos da Renamo e as relaçoes entre os guerrilheiros e a populaçao eram boas -- muito boas. Ninguem da populaçao tinha medo dos guerrilheiros visto que estes nao utilisavam as suas armas contra a populaçao -- na verdade defendiam a populaçao quando havia ataques aerotransportados como foi no caso da regiao do Chire, na Zambezia, antes da minha chegada com o senhor Kiplagat.
Durante o ataque da Frelimo e dos tanzanianos, a populaçao da aldeira de Candeero foi massacrada pelos invasores, igrejas maticadas dos aldeoes queimadas e destruidas. A Renamo instruia que durante ataques a populaçao entrasse para se esconder na mata e evitasse correr nas picadas e caminhos.
Durante o ataque, antes da contra ofensiva da Renamo que derrotou o ataque, uma velha, perdida e que andava na estrada foi apanhada pelos invasores, amarrada a uma arvore e morta a faca. A Renamo sabia que o ataque vinha e tinha movido a populaçao para zonas seguras, mas a populaçao da zona de Candeero estava desprevenida. La os invasores utilisaram as azagaias e lanças dos proprios populares para mata-los visto que, como me disse um anciao rindo-se com amargura, os invasores disseram que aqueles aldeoes nao mereciam ser mortas a balas visto que eram inutéis.
Quanto a contra ofensiva da Renamo veio, muitos poucos invasores conseguiram ir a Mocuba e Quelimane donde a força invasora tinha vindo. Nenhum helicoptero veio os buscar visto que os invasores tinha perdido as suas radios de comunicaçao.
O povo praticava os seus usos e costumes, includindo costumes espiritistas.
Esta é a outra versao da guerra civil de Moçambique. A Frelimo ja contou a sua em que a Renamo eram os unicos malfeitores. A versao que conto aqui nao é por conta da Renamo. Nao sou pessoa da Renamo. Conto aquilo que vi e ouvi.
14
JJLABORET said...
Caro José Carlos Cruz,
O Senhor diz:
..."O Ocidente é o bairro de cimento do mundo, onde vive gente rica, em prédios bonitos brilhantes e cheios de cores, com carros fantásticos e comidas de sonho."...
Não só o Ocidente, mas também o Oriente!
O que dizer de Japão, Hong Kong, Coréia do Sul, Macau, Emirados Árabes, Koweit...e pasme, mesmo Israel!
A questão toda está resumida nos governantes ladrões, tiranos, genocidas, fanáticos religiosos, tribais, etc. que escravizam o próprio povo!
COMPARANDO-SE O CASO DE MOÇAMBIQUE
Poder-se-ia argumentar:
Mas os Emirados Árabes são ricos...nadam em petróleo!
Eu rebato:
Moçambique é tão privilegiado quanto os Emirados Árabes, esse que só dispõe do petróleo! O subsolo de Moçambique encerra imensuráveis e diversificadas riquezas minerais, suas terras são tão férteis e agricultáveis que em se plantando tudo é possível de frutificar, além de ser tão agraciado de sol, chuva e clima estável ao longo de todo o ano!
Moçambique (e toda a África) só precisa de homens (ou mulheres) na acepção da palavra, que pensem acima de tudo no seu povo!
O Senhor diz:
..."O resto do mundo é gheto, onde vivem les miserables, em cabanas escuras à luz de candeeiros de petróleo e com cheiro a esgoto, onde as crianças choram de malária e fome."...
COMPLETE-SE: ...jogados a este estado de coisas pelos seus líderes, seus políticos, seus militares em permanente guerra pelo poder.
Agora, para corroborar o que digo, compare-se a vida dos "libertadores", os "heróis da Frelimo", ou outros assemelhados de toda a África, com o resto da população, essa que "vive em cabanas escuras à luz de candeeiros de querosene, onde as crianças choram de malária e fome"! Daí, salta à vista que não é só no Ocidente que "a gente esnoba com carros fantásticos e comidas de sonho"!
OS MALES DE ÁFRICA ESTÃO EM ÁFRICA! E ASSIM TAMBÉM OS MALES DO RESTO DO MUNDO, DO GHETO, DA PERIFERIA, ESTÃO EM SÍ MESMOS.
NO FUNDO, NO ÂMAGO, NA RAIZ.
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José Carlos Cruz said...
O Ocidente é o bairro de cimento do mundo, onde vive gente rica, em prédios bonitos brilhantes e cheios de cores, com carros fantásticos e comidas de sonho.
O resto do mundo é gheto, onde vivem les miserables, em cabanas escuras à luz de candeeiros de petróleo e com cheiro a esgoto, onde as crianças choram de malária e fome.
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umBhalane said...
COITADO DO OCIDENTE.
Deve de ser uma "mulher" muito bonita, bela,..., tão disputada que é!!!
17
José Carlos Cruz said...
A Renamo materializou a revolta das populações mais desfavorecidas contra a tirania brutal da Frelimo no pós-independência de Moçambique. Deram apoio à Renamo:
- Os camponeses, em número cada vez maior ao longo da guerra. À medida que a guerra se alastrava de região para região o exército da Frelimo queimava as casas da população para impedir que dessem apoio à Renamo. Esta atitude levou milhões de pessoas a fugirem para os países vizinhos, os chamados deslocados de guerra. Claro que esta população, assim como os que ficavam, se revoltaram contra a Frelimo.
- Os religiosos, de todas as religiões, que se sentiam perseguidos, hostilizados e ultrajados pelas autoridades e pelos militantes da Frelimo. Como consequência a Renamo tornou-se um movimento de guerreiros religiosos, na maioria cristãos e muçulmanos, unidos contra a Frelimo. Até hoje a Renamo é um partido basicamente de religiosos, congregando todas as religiões professando em Moçambique. Isto valeu à Renamo o apoio intenso das confissões religiosas, sendo esta a razão porque a sua liderança se deixou conduzir confiadamente pela Igreja Católica no processo da guerra e mais tarde nas negociações de paz. Dhlakama ainda acredita que a Renamo tem como missão levar o povo a conquistar definitivamente a paz e a democracia - porque esta é a causa que Deus lhe deu. Portanto Dhlakama luta por uma causa - só Deus o poderá ordenar a parar!
- Os régulos e toda a estrutura da sociedade tradicional moçambicana, que eram ferozmente espezinhados pela Frelimo, a qual pretendia substituir o poder tradicional pelo poder comunal - os comités do Partido, cujos chefes locais eram indicados pelas estruturas superiores de acordo com o grau de confiança que aqueles mereciam. Daí que régulos, que não são indicados por nenhuma autoridade terrena, mas sim por linhagem, sentindo a competição dos comités para dominar as suas populações, passaram a apoiar a Renamo. Ainda hoje os régulos apoiam a Renamo, que por seu turno lhes dá o merecido respeito.
Foi praticamente esta (e ainda é) a estrutura social de apoio que a Renamo teve na guerra. Esta estrutura, essencialmente de natureza intimamente ligada à religião e aos representantes tradicionais da população rural, influenciou profundamente o movimento na sua análise das condições sociais em Moçambique no início da década 90 - e a situação era terrível: não havia produção, principalmente agrícola e muito menos agro-industrial e industrial; as infra-estruturas e pessoal dos serviços públicos (educação, saúde, segurança, etc.) tinham desaparecido. A população estava exausta, as famílias dispersas e sem comunicação. Em suma, a guerra tinha de parar.
Não admira, dada a intimidade da Renamo com as igrejas, que tenham sido estas, lideradas pela Igreja Católica, a tomarem a iniciativa de se parar com a guerra. A razão foi humanitária!
Estou portanto plenamente de acordo com o Servidor de Cristo na Terra quando afirma que à mesa das negociações sentaram-se aqueles que concluíram ter chegado o momento de trocar a linguagem das armas pelo diálogo fraterno.
Quero salientar que, de acordo com a Renamo e Dhlakama, a causa que os move ainda está intacta, pelo que a luta ainda não terminou.
Mas acho muito pouco provável que a via da guerra seja escolhida tão cedo. Ainda existem muitos passos a dar antes de lá se chegar. É que, analisando as condições sociais actuais, a população moçambicana continua física e psicologicamente frágil, e incapaz de sustentar uma nova guerra. Foi precisamente esta a condição principal que levou ao fim da guerra!
Por outro lado, a Frelimo de hoje já não é a mesma dos anos 70 e 80. A Frelimo de hoje não fuzila em massa, os seus dirigentes vão à igreja, os régulos são reconhecidos pelo Estado e recebem salário e fardamento ...
Não faz sentido hoje a Renamo levantar armas contra o governo só porque acha que foi defraudada nas eleições - esta coisa de fraude só é compreendida internacionalmente a nível de círculos restritos - não é do domínio das media.
O motor que vai fazer mudar o cenário político em Moçambique vai ser de origem externa - o Ocidente já se convenceu que a Frelimo não é capaz de governar Moçambique de modo a manter a segurança dos seus interesses.
Agora o Ocidente denuncia abertamente o narcotráfico, a incapacidade de controlo da costa contra a pirataria e outros actos criminosos, a incapacidade de desenvolver mercados agrários, a incapacidade de controlar o tráfico de pessoas e de órgãos humanos e a incapacidade de diminuir a miséria social.
Será que estão a ser criadas condições para a mudança política que se pretende em Moçambique? Parece que sim. Dhlakama está fora da jogada? Perguntemos ao Ocidente...

18
Fernando Gil said...
Destaco que apesar do que nos conta o Dr. Nota Moises sobre o discurso de Samora Machel no Chibuto, o Professor André Thomashausen, no artigo que o Moçambique para Todos divulgou há dias (Preventive Diplomacy in Africa – Mozambique ), afirma que Samora Machel, “a 13 de Dezembro de 1985 apelou ao Papa para mediar entre o governo e a Renamo, e ao mesmo tempo pediu ao Bispo D. Jaime Gonçalves, familiar da esposa do presidente da Renamo, Rosária, para explorar as possibilidades de iniciar negociações secretas, sem o envolvimento de quaisquer outros dirigentes do governo ou de militares, ou de quaisquer potências estrangeiras.”
Quando será que os "historiadores" moçambicanos escreverão a verdadeira História do Moçambique recente? Ou estão há espera que o MOÇAMBIQUE PARA TODOS e os seus amigos descubram a careca a todos?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
19
Francisco Moises said...
Somente para acrescentar. O amigo Gil tem razao em dizer que a Igreja catolica foi instrumentalpara o processo da paz. Das igrejas foi a mais vocal em fazer apelos para a paz perante um irracionalismo de Samora Machel que chamou os bispos de Moçambique "macacos" que querem que nos assentemos para falarmos com "porcos do mato e javalis. Querem que nos tomemos estes porcos do mato e javalis para po-los numa mesa de negociaçoes e falarmos com eles (discurso feito em Chibuto em 1982 e retransmitida pela Radio de Moçambique e traduzido para ingles por mim para o beneficio da BBC para a qual trabalhava entao).
Ajuntaram-se tambem a voz catolica, a voz do Conselho cristao de Moçambique (protestantes) com a eminencia do bispo anglicano Dinis Singulane da diocese dos Pequenos Limbobos. Encontrei me com os catolicos, cardeal Alexandre Maria dos Santos de Maoputo; arcebispo Jaime Gonçalves da Beira da Inglesa catolica; o bispo Dinis Singulane e outros membros do Conselho cristao de Moçambique em Nairobi.
20
Beirense da Manga said...
SE..
A Igreja teve PAPEL PREPONDERANTE , para a edificação da PAZ em Moçambique, na pessoa do Arcebispo da Beira, D. Jaime Gonçalves, (prelado que merecia o Prémio Nobel da Paz-outros prelados que não fizeram tim-tim, receberam em situações dúbias e menores)-ou melhor que as Igrejas que estiveram por detrás, recebam esse reconhecimento.
Se Deus reconheceu (a prova, tenham chegado a acordo de Paz), PORQUE NÃO OS HOMENS DE BOA VONTADE O FAÇAM O MESMO (RECONHEÇAM), APESAR DE 18 ANOS VOLVIDOS.
NUNCA É TARDE!
21
Francisco Moises said...
Fui com Bethwell Kiplagat para o Malawi e entrei com ele em Moçambique e servi enterprete, pois que ele na fala portugues e os homens da Renamo nao falavam ingles. A citaçao do meu artigo que o amigo colocou aqui como materia para esta discussao foram as suas palavras ou seja as palavras do B. Kiplagat que no artigo nao citei pelo nome.
22
Fernando Gil said...
Recebido por email:
Foi crucial o papel da Igreja Católica moçambicana na aproximação das partes (governo e Renamo). O encontro preliminar entre o oficial queniano a que o Prof. Moisés faz referência (Sua Excelência o Embaixador Bethwel Kiplagat), e a direcção da Renamo foi corolário das iniciativas da Igreja.
Inicialmente vilipendiada por alguns por ter insistido na urgência da Paz, a Igreja viria a ser reconhecida pelas autoridades moçambicanas como podendo desempenhar um importante papel no fim das hostilidades em Moçambique.
A comunidade laica de Santo Egídio, agindo com a bênção e o encorajamento de Sua Santidade o Papa, mediou o processo negocial em Roma entre delegações do governo e da Renamo, encabeçadas respectivamente por Sua Excelência Armando Emílio Guebuza e Sua Excelência Raul Domingos.
Há narrativas já publicadas sobre o processo negocial que conduziu à paz na nossa Pátria amada. Seria de louvar se os académicos que investigaram, uns, que participaram, outros, contassem a história completa do processo que conduziu à paz em Moçambique para que as gerações vindouras possam ter sempre presentes a necessidade da Paz.
Não vejamos a paz nem como uma consequência da vitória de uma parte ou da derrota da outra. Olhemo-la, antes, como simbolizando o espírito da reconciliação e da concórdia entre os homens. À mesa das negociações sentam-se aqueles que concluem ter chegado o momento de trocar a linguagem das armas pelo diálogo fraterno.
Dessa boa vontade dos homens tiremos as devidas lições para que as palavras de um grande líder egípcio ressoem eternamente nas nossas mentes – “que não haja mais guerra”.
Um servidor de Cristo na terra.
23
Beirense da Manga said...
O que o Dr Moises Nota comenta, é parte da história que o povo, repito, o povo conhece, NO INTERIOR.
Algumas pessoas dessa população-que podem contar a história verdadeira- estão a desaparecer-por velhice e doenças-, e a Frelimo de Chissano-porque estava totalmente derrotada em finais de 86 e início de 87- daí concluiram o plano do assassínio dos intelectuais da Renamo.
Durante o ano de 87, o Dr. Evo também esteve nestas regiões do Vale do Zambeze, de motorizada com o Presidente, Gen. Afonso.
Foi nessa batalha de Sena-Mutarara-Mutarara Velha que a força aérea moçambicana e zimbabweana bombardearam a ponte do rio Zambeze, deitando abaixo 2/3 tabuleiros, pensando que as tropas que estavam a meio da ponte em fuga "fossem tropas da Renamo"!
O comentário do Dr Nota, é verdadeiro, porque após a tomada de Mutarara, Morrumbala, e outras sedes distritais na Zambézia, a logística de combate melhorou, não havia "racionamento de balas para as AKM"-como aconteceu algumas vezes em 86!
Esta parte histórica moçambicana pode desaparecer...apesar de ser a parte mais triste do País em si.
Agora passando a actualidade...
ONDE É QUE ANDAM OS MI-25/HÉLIS QUE bombardearam em Out/Nov de 1986, E DEITARAM ABAIXO 2/3 DOIS TABULEIROS DA PONTE D.Ana DO RIO ZAMBEZE do lado de SENA, E "foguetearam também Mutarara Velha" ...- que deveriam agora combater a pirataria somáli?
24
umBhalane said...
É sempre bom ler depoimentos, testemunhos vivos, de Francisco Moises.
Agora, o Ilustre JJLaboret, se juntar o que escreve Noé Nhantumbo, Francisco Moisés, umBhalane, Carlos Cruz, e alguns Outros, cada qual com o seu “estilo”, pode extrair conclusões.
No entanto, concedo que para um espírito formatado na racionalidade mais fria, é muito difícil compreender.
Mas que a RENAMO, no caso, Afonso Dhlakama (Afonso Macacho Marceta Dhlakama) entregou o ouro ao bandido, é verdade.
E bandido é como cobra – uma cobra será sempre uma cobra (provérbio Árabe).
Logo, bandido será sempre bandido.
25
Francisco Moises said...
Correcçao
No segundo paragrafo de baixo para cima, segunda linha, ler "inimaginavel" e nao "imaginavel."
26
Francisco Moises said...
Li a curta afirmaçao de Zacarias Muchanga que a Renamo foi para as negociaçoes visto que nao tinha apoio da Rodésia, Africa do Sul e do Ocidente, pelo que nao podia sustentar mais a guerra. Parcialmente, ele disse o que é obvio, mas é contradito por aquilo que a propira Frelimo sempre afirmava depois do Acordo de Incomati que a Africa do Sul violava os termos do Acordo e continuava abastecer a Renamo com material belico.
Nao sei onde Zacarias Muchanga estava durante a guerra para afirmar que a Renamo nao tinha a capacidade de continuar com a guerra. O que contava muito para a Renamo era o apoio do povo que eu observei por mais de cinco vezes que entrei em Moçambique com a Renamo. O que escrevo aqui é mais para o interesse dos historiadores. Baseo-me em pesquisas no teatro da guerra e informaçoes que me vieram de fontes diversas, incluindo imprensas que vinha lendo durante o desenrolar da guerra civil. Fazer propaganda nao me interessa minimamente. Nao sou daqueles que nao querem ver a verdade e que se limitam ao totalitarismo de defender so a Frelimo ou so a Renamo. Fui um daqueles que duramente critica Dhlakama aqui e alguem acusou-e de fazer uma vendeta pessoal contra Dhlakama.
Se esteve no lado da Frelimo, seria obvia que a Frelimo nao estava a lhe dizer a verdade sobre a situaçao no terreno. Se esteve no lado da Renamo, nao se preocupou em conhecer a verdade. Se estava no exterior, entao parece que nao obtinha a informaçao de ambos os lados.
A Renamo na verdade nao precisou da Africa do Sul depois, e mesmo antes do acordo de Incomati, depois de se ter consolidada nas suas zonas de operaçôes e expandido o seu teatro de operaçoes para todo o territorio nacional. Na medida em que a Frelimo recebia e tomava armas para as zonas de guerra, muito deste material terminava nas maos da Renamo visto que a tropa da Frelimo andava muito desmoralisada. Um exemplo entre tantos outros foi o caso de Murrumbala na Zambezia para onde, na medida em que a Renamo se aproximava da regiao, a Frelimo transportou para la toneladas e toneldas de armas na década de 1980.
Mal que a Renamo atacou a Frelimo na area, a Frelimo fugiu deixando este material atras. Guerrilheiros e o povo local tomaram dias e dias para carregar este material para a base da Renamo e para envia-o alem. Esta situaçao se repetia em muitas outras partes em Moçambique.
Passei por Morrumbala de caminho para Sofala, tendo antes daquela vez me encontrado com o Dhlakama um pouco a sul da vila de Morrumbala. Ele vinha de tomar a Vila de Mutarara em Tete em 1986, onde a Frelimo tinha sofrido uma das suas maiores baixas, tendo alguns soldados fugido para o Malawi. Outros soldados -- que se acumularam na ponte entre Mutarara em Tete e Vila de Sena em Sofala na tentativa de fugirem para a Vila de Sena -- viram se apanhados do fogo da Renamo que tambem vinha do lado de Vila de Sena e muitos acabavam por se lançar no rio Zambeze.
Dhlakama viajava de motorizada e se fazia acompanhar de pessoal em motorisadas capturadas a Frelimo.
A missao catolica de Morrumbala era ja mato e a vila de Morrumbala estava desertada tendo todas as casas sido atingidas, queimadas ou destruidas durante os combates.
Estando la em Morrumbala com ele, os serviços de captaçao da Renamo das transmissoes militares da Frelimo, anunciaram que Dhlakama estava em Chibuto, Gaza, com uma delegaçao estrangeira. Dhlakama riu-se a bom rir e disse: "a Frelimo vai enviar helicopteros para la." Nao havia delegaçao estrangeira. Era eu so que estive la com ele e certo do seu pessoal.
As forças estrangeiras, zimbabweanas e tanzanianas, vinha sangrando em Moçambique. Era muito frequente ver guerrilheiros da Renamo trajados de uniformes zimbabweanos e empunhado armas capuradas aos zimbabweanos.
Um dos religiosos catolicos de Moçambique, que nao vou nomear aqui com quem me encontrei em Nairobi, Quénia, durante o meu esforço de ligar a Renamo com Quénia a pedido do governo do ex-presidente Daniel arap Moi, me confiou o seguinte sobre a derrota das tropas tanzanianas na Zambézia: "a Renamo cercou os tanzanianos na Zambezia com o mar atras deles e o mar como o unico ponto de saida. Os tanzanianos pediram a Frelimo para quebrar o cerco por terra para alevia-los e a Frelimo nao foi capaz...."
Mesmo antes da intervençao tanzaniana, os tanzanianos estiveram tao alarmados com a derrota iminente da Frelimo que ja tinham dito que eles abririam a Frelimo o campo de Nachingwea para a Frelimo la se treinar e refazer a guerra desta feita contra um governo da Renamo em Moçambique.
Porque é Chissano pediu para conversar com a Renamo, aqui seguem algumas razaoes:
1. A situacao militar da Frelimo era insustentavel. A Frelimo tinha sido praticamente derrotada. O seu poder praticamente so se limitava em vilas e cidades, com a Renamo em redor de tais urbes. Transporte era sob forte escortas militares.
2. Mikhail Gorbachev da entao Uniao sovietica tinha dito a Joaquim Chissano que a Frelimo nao devia contar com o apoio soviético e que devia tentar encontrar a paz para Moçambique por via pacifica. O proprio Gorbachev ja planeava retirar as tropas sovieticas do Afganistao.
3. Zimbabwe e a Tanzania, para alem das suas baixas enormes em Moçambique, nao podiam continuar a sustentar as suas expediçoes militares por mais longo tempo. Estes tambem vieram a por pressao a Frelimo para que ela tentasse encontrar uma outra saida.
4. Os camaradas dentro da Frelimo estiveram divididos com alguns duros como Marcelino dos Santos a nao querer ouvir falar de negociaçoes e a falar de lutar até derrotar os bandidos armados, o que foi a posiçao de Chissano quando tomou a presidenca depois da morte de Samora Machel. Mas Chissano sabia que se a guerra continuasse por mais longo tempo e os zimbabweanos, Tanzanianos e os "cooperantes" militares cubanos se retirassem, o seu governo teria sido lançado para o mar.
Quando o Quénia aceitou ajudar a Frelimo a estabelecer contactos com a Renamo, o governo do Quénia sabia que a Renamo estava a ganhar. Temia mesmo o governo do Quénia que a Renamo viesse a recusar negociar com a Frelimo. Temia tambem que a Renamo, que o governo do Quénia descreveu como fraca politicamente, havia de perder no campo politico o que tinha ganho no campo militar -- o que veio acontecer.
Dito e feito. Porque é que a Frelimo ganhou no campo politico depois de perder no campo militar? Aqui entra em jogo a fraqueza de Dhlakama. Nao discutiu suficientemente com o seu pessoal para ver todas as vantagens e desavantagens de negociar com a Frelimo.
Nao intensificou as operaçoes depois de ouvir que a Frelimo queria negociar, coisa que muitos outros comandantes teriam feito, seja para derrubar o inimigo ou para vir a ditar condiçoes ao inimigo. Dhlakama tinha boa fé visto que estava convencido que em virtude da sua vitoria, a Frelimo havia de fazer um jogo limpo. Nao imaginou que a Frelimo faria um jogo sujo e que a Frelimo nunca mudaria.
As primeiras eleiçoes democraticas sob o governo da Frelimo foram roubadas apesar da presença da ONUMOZ e aceites por observadores estrangeiros embora tivesse havido irregularidades. Nas eleiçoes seguintes, as violaçôes da Frelimo foram mais e mais flagrantes, até que temos esta situaçao do governo actual da Frelimo no poder depois de violar muitas regras democraticas e dos direitos democraticos eleitorais dos moçambicanos.
Talvez por ser um dos unicos que vem as coisas de ambos os lados e consideram as fraquezas e defeitos da Frelimo e da Renamo, posso afirmar o seguinte:
Apesar da sua sede pelo poder, Afonso Dhlakama, embora tenha violado os direitos de certos por razoes politicas, nao é um homem sanguinario como Samora Machel, Joaquim Chissano e a cohorte da Frelimo, como a propaganda da Frelimo nos faz acreditar. É um homem que soube disciplinar quando certos dos seus militares por terem violentado populares depois de combates quando certos destes homens acusavam membros da populaçao de serem agentes da Frelimo e os batiam ou espancavam.
Dhlakama é um homem que sabe fazer piadas e pode se rir. Que ele iria demarramar mais sangue do que a Frelimo fez é imaginavel. Nao penso que seria democratico no meu entender dp conceito de democracia, mas nao seria barabaro como a liderança da Frelimo.
Como comandante-chefe foi mestre tactico, mas um pobre estratega por nao ter definido as metas da sua luta. Inversamente, os pobres tacticos da Frelimo, foram bons estrategas. Ganharam o poder politico depois de terem perdido militarmente visto que tinham definido a sua estratégia, as manias e manobras que iriam implementar.
27
Faruq Abdul Satar said...
Não é bem assim!!!!
Houve interesse de Paises do exterior que a Frelimo continuasse no governo, porque talvez a RENAMO PODERIA A VIR A FAZER CORRER MAIS SANGUE, COMO REPRESÁLIA.
a verdade única, é que os dois já estavam cansados com a guerrilha, e que se estava a lixar eram os governantes que não podiam "sacar" o que queriam.
E, agora que se esta lixando é o POVO.
28
José Carlos Cruz said...
Logo após as eleições de 94, em que a Frelimo se declarou vencedora apesar da vitória ter pertencido à Renamo, Dhlakama acusou a ONUMOZ e a comunidade internacional de traição. Fez o mesmo nas eleições seguintes.
Porque será que Dhlakama acusa os observadores internacionais e os seus patrões de traidores?
29
umBhalane said...
Que o Sô é um grande safado, estou sabendo.
O assunto é meio complicado para quem racionaliza as questões.
Por isso mesmo, Samora Machel disse pouco antes de ser assassinado:
- O meu sucessor vai ser o Chissano.
- !!!???
- Vocês, os brancos, não percebem nada de política africana.
De fato (facto), porque fato é paletó.
A Renamo venceu a guerra, a frelimo venceu os resultados da guerra.
Isto é, a Renamo chegou ao intervalo do jogo a ganhar por 3 a 0 (zero), chegou ao fim do jogo, com mais 3 golos, e o resultado final de 6 a 0 (zero).
No balneário, bem na hora de trocar de roupa, saiu nua.
Tinham-lhe roubado TODA a roupa.
Agora, dizem que foi feitiço.
Num comentário recente feito a partir do Brasil, por pessoa que SABE do assunto, estava escrito que houve alguém que recebeu muito dinheiro (mola).
Agora, que é surreal, éééééé...ééé´!!!!
Só que eu choro, quando lembro.

30
Reflectindo said...
Zacarias Muchanga, ainda bem que dizes que a Renamo já não tinha apoio da RSA e nem da Rodésia, mas falta dizeres uma coisa: a Renamo tinha apoio dos camponeses, e de alguns sectores da FPLM. Embora sem se revelarem nomes sabemos que dizem que era através destes que a Renamo recebia material bélico. E podemos imaginar de como a situacão seria, se mais meses a guerra durasse.
31
JJLABORET said...
NADA PODE SER DESCARTADO!
A história, contada pela vivência real dos fatos por Nota Moisés, é verdadeira tomando-se por base o acontecimento, ou seja, houve o pedido de negociação, houve o descarte da RSA como palco, houve a mediação de Arap Moi, houve claboração do Malawi e o Nota Moisés com sacrifício físico, foi o veículo/mensageiro utilizado para esse contato. Sabe da história!
Mas não podem ser descartadas hipóteses, ao largo da ação do Nota Moisés, quais sejam:
1 - A Frelimo estava já batida realmente, e "pedia água" (hipótese do Nota Moisés);
2 - A Renamo já não tinha sustentação logística nem mais apoios para manter suas forças por longo período (Hipótese do Zacharias Muchanga);
3 - Pressões externas dos vizinos, em relação a ambos (Kênya, Malawi e RSA);
4 - Pressões internas de setores consideráveis, capazes de virar a balança para um dos lados (Religiosos, investidores, igreja, intelectualidade);
5 - Dhlakama chegou ao limite do que queria, e se dava por satisfeito com qualquer coisa que lhe fosse dado a sí e parte dos seus guerrilheiros para garantir uma aposentadoria futura (hipótese mais viável pelo seu comportamento atual);
6 - NENHUMA DESSAS HIPÓTESES.
Quero esclarecer que isso é divagação minha, como facetas do que o relato histórico de Nota Moisés deixa para a imaginação saudável ou doentia (como parece ser a minha!)
MAS O FATO, A VERDADE, A INSOFISMÁVEL CERTEZA ( será?) ESTÁ NO COMENTÁRIO DO MEU MESTRE UMBHALANE!
Mesmo assim ele escorrega um pouquinho:
..."A RENAMO ganhou a guerra civil, derrotando inexoravelmente, indiscutivelmente, inapelavelmente, o regime totalitário de cariz comunista, a frelimo"...
Taí.. para o Mestre umBhalane, a Frelimo foi derrotada! Isso que está aí não é Frelimo. Que diabos é então? Será que Renamo e Frelimo ao fazerem o tal acordo, JUNTARAM SEUS GUERRILHEIROS, SEUS POLÍTICOS, NUM PARTIDO NOVO QUE PASSOU A GOVERNAR ATÉ OS DIAS ATUAIS? E que não quer nem pode largar mais o poder, visto que satisfaz a ambos, ou seja, ao Dhlakama e Guebuza?
ISSO ME PARECE UM "SAMBA DO CRIOULO DOIDO"! ( fica o "link" para umBhalane rir à "bangu"):
http://www.youtube.com/watch?v=P-5LLSWkf-A
Mas se o que está aí, no poder, for a Frelimo, ME PARECE ENTÃO QUE FOI A VENCEDORA! Contra fatos não existem argumentos!
E já comecei o ano de 2011 rindo como se fosse um imbecil diante de uma nota de cem Euros! Este lado do Atlântico deixa a gente assim!
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Noe Nhantumbo said...
A questao que se tem de ter a coerencia de reconhecer politicamente e que efectivamente as forcas militares afectas ao governo da Frelimo foram inviabilizadas. Isso nao e invencao ou algo artificial proclamado por adeptos ou propagandistas da Renamo. Tudo o que se passava no terreno o mostrava.
Quanto a todo o processo negocial, em Roma, Gaborone, Nairobi, Lisboa ou Malawi e "farinha de outro saco". Em futebol muitas vezes ha equipas que "ganham na secretaria". Por pressao de forcas externas e que em certa medida albergavam e financiavam as negociacoes entre o governo da Frelimo e a Renamo pode ter havido uma alianca desfavoravel a renamo que ditou tudo o que aconteceu pos-acordo de paz de Roma. Muitas vezes basta ver quem mais se beneficia no presente da plataforma decidida em Roma para concluir que o figurino do acordo possui os indicativos do que viria a acontecer em seguida. Quanto ao que aconteceria com Dlakama e uma incognita pois savimbi nao e Dlakama nem Dlakama e Savimbi. E preciso reconhecer que alguma fraqueza estruturall dos partidos politicos africanos e mocambicanos neste caso os colocam muitas vezes nas maos de lobistas e de interesses que nem sao os seus. E sabido que muitos dos governantes africanos preferem garantir o seu sustento e permanencia em posicoes de topo do que realmente alinhavar estrategias que tragam o que os seus povos realmente necessitam. E assim que vemos governantes vendo suas contas bancarias congeladas internacionalmente porque a origem dos fundos e obscura e muitas vezes resultante de saques ao erario publico de seus paises. Convem nao analisar de animo leve e triunfalista o que aconteceu e nem afastar a possibilidade de novos conflitos em Mocambique. Os acontecimentos sangrentos pos-eleitorais no Quenia, Zimbabwe, Costa do Marfim mostram que existe um potencial real de ocorrencia de violencia politica precisamente porque os politicos africanos tem a tendencia de ignorar os pressupostos democraticos e enveredam facilmente para caminhos escusos em beneficio pessoal.
E ja tempo de abandonar vias comprovadamente nefastas e adoptar pposturas de tolerancia e respeito pelos direitos dos outros. A corrida para o assalto e conquista de posicoes de relevo unilaterais no que concerne ao usufruto dos recursos naturais nacionais ppode constituir a mae de novos conflitos em paises como Mocamnbique. Nao resulta esquecer o tempo que passou...
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Noe Nhantumbo said...
So quem nao vivia em Mocambique e que podera concordar com o que o senhor Zacarias Muchanga diz. A realidade dos dias pre-acordo de paz era claramente favoravel a Renamo do ponto de vista militar. Dizer outra coisa e faltar objectivamente a verdade.
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umBhalane said...
Bom.
A RENAMO conseguiu uma coisa que a frelimo NUNCA fez, conseguiu.
Agregar os diversos POVOS de Moçambique na luta GERAL, mesmo total , em TODO o território de Moçambique, incluindo a capital - Maputo.
De tal forma que Samora, e depois Chissano, quando iam na retrete lá em casa deles, mesmo, tinham medo que estivesse armadilhada.
Agora, propaganda barata de derrotado, e isso é o que está na história FACTUAL, já acostumamos.
A RENAMO ganhou a guerra civil, derrotando inexoravelmente, indiscutivelmente, inapelavelmente, o regime totalitário de cariz comunista, a frelimo.
O resto é conversa para inhacoso dormir.
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Nada disso.Se a RENAMO não aceitasse fosse as negociações, o lider da RENAMO acabaria como Savimbi. A RENAMO, já não tinha apoio nenhum, nem da RSA, nem da Rodésia e muito menos do ocidente. Nem hoje não há condições para a RENAMO fazer a guerra porque ninguém vai apoiar.

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