Segundo inspeção, centro de ensino em Chimoio não teria condições administrativas e estruturais para seguir em funcionamento.
Cerca de 2.500 alunos do primeiro, segundo e terceiro anos do ensino superior devem ser prejudicados pelo encerramento do Centro Educacional Njerenje, que há 3 anos funciona na cidade de Chimoio, província de Manica, centro de Moçambique. O estabelecimento de ensino que oferecia oito cursos de licenciatura foi fechado por ordens do Governo moçambicano, depois de inspeção ter detetado diversas irregularidades administrativas e estruturais.
Um relatório contendo todas as irregularidades verificadas durante a inspeção na escola foi entregue ao Conselho de Ministros do país, que decidiu pelo encerramento do Centro Educacional Njerenje por entender que existem muitas infrações. Segundo o relatório, o Centro não possuía autorização para ministrar alguns cursos, tinha infraestruturas deficientes e corpo docente fraco.
Um relatório contendo todas as irregularidades verificadas durante a inspeção na escola foi entregue ao Conselho de Ministros do país, que decidiu pelo encerramento do Centro Educacional Njerenje por entender que existem muitas infrações. Segundo o relatório, o Centro não possuía autorização para ministrar alguns cursos, tinha infraestruturas deficientes e corpo docente fraco.
Irregularidades impedem funcionamento
O porta-voz do Governo, Mouzinho Saíde, diz que o Conselho de Ministros orientou o Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-profissional a proceder ao encerramento da instituição por não responder às mínimas exigências legais de funcionamento para este tipo de estabelecimentos de ensino.
“Foi solicitada autorização para a criação do instituto mas, na altura da abertura, não foi solicitada a respetiva permissão ao Governo para a verificação de todas as condições exigidas a um estabelecimento daquela envergadura. Em termos de infraestruturas, foi verificado que não reuniam condições para o seu funcionamento; o corpo docente não corresponde ao desejado; e os currículos dos cursos também não estão adequados à realidade”, explica Saíde.
O porta-voz acrescenta ainda que alguns dos cursos têm um número muito reduzido de estudantes, o que não justifica o seu funcionamento.
Noberto Mucave, director provincial de Ciências e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional em Manica
O director provincial de Ciências e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional em Manica, Norberto Mucave, garante que o Instituto vinha trabalhando de forma ilegal porque "violou a legislação sobre o ensino superior e consequentemente burlou os seus alunos que ali frequentavam as aulas”. Segundo Nucave, “existem dúvidas se o Instituto vai voltar a funcionar”.
Encerramento pegou alunos de surpresa
O estudante António Zambo diz à DW África que todos foram colhidos de surpresa na noite desta terça-feira (16.08), quando lhes foi informado que o Conselho de Ministros decidiu encerrar as portas da escola. "Gostaríamos que o Governo sentasse com a direcção da escola para solucionar o problema e corrigir o que está mal".
Outra estudante abordada por nossa reportragem, Madalena de Sousa, também afirma ter ficado surpresa com a notícia: "Nós somos estudantes do terceiro ano e, sendo assim, nós já investimos muito no estudo. Pois, foi um tempo perdido. Não só para nós, os do terceiro ano, mas também para aqueles que entraram este ano", indigna-se.
Para o estudamte Albi Viegas, o encerramento do Centro Educacional Njerenje deixa dúvidas, “uma vez que foi o próprio Conselho de Ministros que há tres anos aprovou a instalação da escola em Manica”.
Estudantes aglomeram-se no pátio da instituição
Direção da escola pretende fazer adequações
Uma fonte da direção da escola, na condição de anonimato, afirma à nossa reportagem que não recebeu nenhuma posição oficial do Ministério de Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional sobre as irregularidades constatadas pelos inspetores durante a visita ao Centro Educacional de Njerenje.
A mesma fonte garante que a direção do centro Educacional tomará as medidas necessárias para solucionar os problemas que ocasionaram o encerramento da instituição, e apela aos estudantes no sentido para não realizarem protestos, pois isso poderia dificultar o processo de reabertura da escola.
O Governo provincial de Manica e a direção da escola reuniram-se esta quarta-feira (17.08), mas ainda não chegaram a qualquer entendimento. Novas reuniões estão agendadas para as próximas semanas.
O estabelecimento leciona oito cursos de licenciatura nomeadamente Saúde Pública, Administração Pública, Agropecuária, Recurso Humanos, Psicologia Clínica, Gestão Ambiental, Gestão de Empresas e Turismo. As mensalidades pagas pelos alunos variam entre 2.500 e 2.750 meticais (31 e 35 euros, repetivamente).
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Data 18.08.2016
Autoria Bernardo Jequete (Chimoio)
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