segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Decadência putrefacta emulada como grandeza


Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Triste a sina dos moçambicanos vegetarem na sua maioria, enquanto os vampiros festejam de banquete a banquete.
Em nome de uma sapiência que jamais se revela, destroem um país que tem tudo para dar certo.
Agora que uma geração que se sacrificou na luta independentista confirma que o seu projecto de governação falhou em quase toda a linha, multiplicam-se em justificações e explicações. Aqueles que se apresentam como reservas morais de uma era efémera em que representavam o poder lamentam-se na comunicação social de que alguém perverteu ou desnaturou as ideias que tinham.
Num exercício dispendioso de culto da personalidade, erguem estátuas de Samora Machel em tudo o que é canto, como se isso fosse colmatar as lacunas de hombridade que deveriam ter. Querem ajuda dele, porque quase ninguém confia ou acredita neles.
Comissários de ontem e de hoje, formatados na escola do totalitarismo, não se cansam de defender um regime esgotado, pobre de ideias e incapaz de representar uma alternativa governativa.
Convenhamos que governar difere de governar-se. Abundam casos mediatizados de corrupção, delinquência e nepotismo, mas nunca se viu um ministro demitir-se, colocar o seu lugar à disposição, embora indubitavelmente envolvidos nesses casos.
Governar passou a ser sinónimo de enriquecer rápida e ferozmente. Não importa os meios, mas pessoas concretas revestidas de poder executivo conspurcaram e conspurcam o que deveria ser um Governo digno desse nome.
Infelizmente, os governantes da I República, que hoje apresentam discursos críticos acerca da governação de hoje, esquecem-se propositadamente de dizerem que foram os incubadores activos da actual situação. Recusam-se em reconhecer que não têm as mãos tão limpas como alegam ou pretendem.
Não se pode ignorar que a história não é rectilínea, ou que existam santos entre os homens. Mas não se pode fabricar justificações sobre algo que foi mal feito desde 1975.
Excluir ontem continua hoje com outras “nuances”.
Este país continua propriedade dos “libertadores”, que, através do seu partido, monopolizam os processos decisórios fundacionais.
Uma classe intelectual maioritariamente inclinada e dependente dos favores do regime faz abertamente vista grossa ao que está acontecendo.
Dignatários do regime são pomposamente elogiados como se fossem sumidades em matéria de governação. Até se dão ao luxo de atribuir títulos universitários honoríficos a figuras do regime.
Uma bajulice orquestrada e altamente organizada foi crescendo a olhos vistos de maneira galopante.
Este é o Moçambique que temos por causa do que os que se intitulam donos do país decidiram fazer.
Não foi nada sem intenção ou produto de circunstâncias históricas ou fruto de planos gerados no quadro da Guerra Fria.
Uma política delinquente executada silenciosamente, mas com pleno conhecimento de todos os integrantes do grupo, foi enraizando-se.
Há soluções para os nossos problemas, mas é tudo dependente da coragem patriótica que os moçambicanos tenham e exibam.
Não sejamos condescendentes nem cobardes. A história que vendem e impingem jamais foi verdade, como se vai revelando a cada dia.
Mais uma vez, infelizmente, os nossos históricos libertadores falham em não reconhecerem que são parte e incontestavelmente culpados do que vivemos.
Independentemente do que nos digam e do que apresentem como razões constitucionais para impedir um acordo político sólido.
CCJC, Comissão Mista são farsas maquiavélicas destinadas a perpetuarem um poder ditatorial.
A oposição moçambicana tem a responsabilidade de salvar o convento de forma inteligente, unindo-se e até aproveitando os sectores progressistas existentes na Frelimo.
Somos todos moçambicanos.
(Noé Nhantumbo)

CANALMOZ – 19.12.2016MOÇAMBIQUE E CHINA ASSINAM ACORDO DE COOPERAÇÃO MILITAR

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Moçambique e China assinaram hoje, em Maputo, um acordo de cooperação militar de assistência às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Assinaram o acordo o ministro de defesa nacional, Salvador Mtumuke, em representação do governo moçambicano e o embaixador chinês acreditado no país, Su Jian.
Ao abrigo do acordo, aquele país asiático compromete-se a prestar assistência técnica militar, incluindo formação, fornecimento de equipamento, acessórios, entre outros, no valor de 80 milhões de yuans (cerca de 11,5 milhões de dólares ao câmbio corrente).
Falando minutos após a assinatura do acordo, Mtumuke explicou que o documento preconiza a construção e apetrechamento do Regimento de Protecção e fortalece os laços de amizade e fraternidade entre as forças armadas dos nossos países. 
O acordo também visa melhorar a capacidade de mobilidade e apetrechamento em meios das FADM para enfrentar os desafios da actualidade.
Explicou ainda que é fruto da visita do estadista moçambicano, Filipe Nyusi, à China em Maio do corrente ano.

O diplomata chinês disse, por seu turno, que o acordo enquadra-se no conceito definido pelo seu país como parte integrante da sua estratégia de cooperação global. A estratégia inclui o apoio da China para incrementar a capacidade de defesa e da soberania e integridade territorial de Moçambique.
Referiu que a cooperação militar entre os dois países começou ainda durante a luta pela independência nacional de Moçambique. Esta cooperação é uma das áreas mais frutuosas de todas as áreas da nossa cooperação desde o seu estabelecimento há 41 anos, disse Su, para de seguida sublinhar que o acto também demonstra uma confiança política reciproca. 
Segundo aquele diplomata, o acordo, destina-se também a reforçar a capacidade militar das Forças Armadas de Moçambique para garantir a soberania nacional e reforçar o seu mandato nas missões de paz.
O evento foi antecedido pela acreditação do novo adido militar chinês para Moçambique, o coronel Chang Xiang. 
JM (Jacob Mapossa)/sg
AIM – 19.12.2016

“NYUSI NÃO VAI GOVERNAR”

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CENTELHA por Viriato Caetano Dias (viriatocaetanodias@gmail.com )
Pa kampangano s’an’pathusa mwala – Não se atira pedra ao combinado (Deve-se fidelidade ao contrato) - Extraído da obra do Pe. Manuel dos Anjos Martins – Natisunge Cuma Cathu, 2014, p. 51.
Estive a visitar algumas províncias do centro do país, como o faço habitualmente na véspera do fim do ano. As pessoas com quem confabulei, enfurecida, questionavam:
será que o presidente Nyusi ainda não percebeu que está a lidar-se com um caudilho?
Não se lhe conhece outra profissão, uma outra actividade que fizesse com predilecção ou algum acto de filantropia, fora do “estatuto” de fazedor da guerra. Intumesce-se por matar e fá-lo contra o seu próprio eleitorado. Não se deve exigir nem esperar pela paz de uma pessoa que deposita toda a raiva do seu insucesso político contra o povo. A guerrilha que o senhor Dhlakama está a fazer, da qual gaba conseguir êxitos, é contra o povo que ele diz ter libertado do monopartidarismo.
Enquanto Dhlakama continuar o monarca da Renamo sou capaz de jurar pela própria vida que nunca haverá paz no país. Mesmo quando o calar das armas foi observado durante 20 anos, outras armas foram activadas. Por diversas vezes, pois não há pior arma que o medo, ameaçou incendiar o país. Estamos lembrados que Dhlakama nunca aceitou desmontar o seu exército, apesar da idade dos seus integrantes e do sofrimento que os impõe, servindo-se dele (exército) para fomentar os seus discursos incendiários. Dhlakama não tem nada a perder, porquanto está no seu meio e a fazer aquilo pelo qual dedicou todas as suas sinergias. Não consigo imaginar Dhlakama num ambiente fora do seu regaço militar. Por ser narcisismo e querer atenções constantes, como uma criança, gosta de mandar e sentir-se o único. Se ele quisesse poderia, hoje mesmo, mandar cessar os ataques que os seus bandoleiros fazem contra populações civis e indefesas, mas não pode, porque alimenta-se disso. Dhkalama merece ser estudado, sim, mas no quadro daquilo que o meu amigo Marcolino Moco chamou de fenómeno “mobutismo”, ou seja, gente que se apega ao poder e às riquezas, redundado nas grandes calamidades para as populações e no desprestígio arrepiante desta fatia do mundo.
Quando o actual presidente da República tomou posse, em Janeiro de 2015, a primeira triste mensagem de Dhlakama foi: “Nyusi não vai governar.
A Renamo não vai deixá-lo governar.” De seguida fez exigências para que houvesse paz, uma delas é a absurda proposta de governar nas seis províncias, sem a observância da Constituição. “Se não me deres as seis províncias, não governas. Se não me deres as seis províncias, não haverá paz no país”, são essas as condições do senhor Dhlakama.
Talvez a única promessa que alguma vez Dhlakama cumpriu com zelo foi destruir, roubar e matar. A população perdeu a mobilidade e vive um autêntico estado de sítio ou estado de emergência por medo dos homens armados da Renamo. Nos “corredores da morte”, onde são perpetrados os ataques da Renamo, passa-se como se fosse o último dia de vida, toda a gente reza para que não seja a próxima vítima. Neste mês de natal os seus homens já deixaram ficar um aviso: vamos passar as festas juntos.” Temos que saber reagir para evitar que mais moçambicanos morram vítimas da Renamo. Termino com mais uma citação extraída do livro do meu amigo Pe. Manuel dos Anjos Martins
“Phani akolo, usika bubalane
– Matai os macacos, para que se multiplique o tamari­nho (Com os déspotas, não há liberdade). Zicomo e votos de feliz natal e próspero ano novo a todos os moçambica­nos, especialmente os leitores do Wamphula Fax.
P.S. As notícias do Zim­babwe são animadoras. O presidente Mugabe pretende recandidatar à presidência em 2018. Decisão acertada, apenas por um motivo: cortar os apetites dos governos im­perialistas que desejam con­quistar e destruir o Zimbabwe à semelhança do que fizeram no Iraque, na Líbia, na Síria, etc.
WAMPHULA FAX – 19.12.2016

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