quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Morreu Diogo Freitas do Amaral

Morreu Diogo Freitas do Amaral

Morreu o fundador do CDS Diogo Freitas do Amaral. O professor catedrático de Direito e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros tinha 78 anos.
Foto
ENRIC VIVES-RUBIO
Morreu o fundador do CDS Diogo Freitas do Amaral, confirmou fonte do CDS ao PÚBLICO. O professor catedrático de Direito e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros tinha 78 anos.
Freitas do Amaral estava internado desde 16 de Setembro.
Freitas do Amaral teve uma longa e intensa vida política, com cerca de cinco décadas de intervenção pública: foi fundador e primeiro presidente do CDS, fez parte de governos da Aliança Democrática, entre 1979 e 1983, e foi primeiro-ministro interino após a morte de Sá Carneiro. Foi também candidato nas históricas presidenciais de 1986, contra Mário Soares, e, já neste século, foi ministro dos Negócios Estrangeiro num governo PS (2005-2006) como independente, após ter saído do CDS em 1992.
Nascido em 21 de Julho de 1941, na Póvoa de Varzim, Diogo Freitas do Amaral passou a infância entre Guimarães (de onde era natural o pai) e a Póvoa de Varzim (a terra da mãe), mas os primeiros anos foram muito marcados pela morte dos dois irmãos mais velhos, ainda crianças. Queria ser engenheiro, mas, sem jeito para Matemática, deixou-se convencer por dois tios que estudaram Direito e lhe “falavam das suas aulas com os professores Marcello Caetano e Galvão Teles”, contou em entrevista à Sábado em 2017. Acabou por se formar em Direito da Universidade de Lisboa. Obteve o grau de Doutor em Direito (Direito público) em 1967 e ensinou na faculdade até 1998. 
Na apresentação do seu terceiro livro de memórias políticas, intitulado Mais 35 anos de democracia - um percurso singularem Junho passado, Freitas revelou que o que mais o marcou na vida foi a sua “militância democrata-cristã”, “com a preocupação de ajudar os outros”. Na ocasião, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa descreveu-o como “um dos quatro pais líderes dos partidos estruturantes da democracia portuguesa”, juntamente com Mário Soares, Francisco Sá Carneiro e Álvaro Cunhal.
Casado com Maria José Salgado Sarmento de Matos, conhecida pelo público em geral pelo nome de Maria Roma, como romancista, tiveram quatro filhos. Eram casados há 54 anos.

Sem comentários: