O secretário da FRELIMO na região de Paúnde, distrito de Mossurize, em Manica, foi morto a tiros por três homens. Polícia investiga o caso. Em outro ataque armado no centro de Moçambique, uma pessoa morreu na Gorongosa.
A pouco mais de 10 dias das eleições gerais, Moçambique regista mais um ato de violência contra membros de partidos políticos. Desta vez foi o assassinato do secretário da FRELIMO na região de Paúnde, no distrito de Mossurize, província de Manica, centro do país. A polícia já está a investigar o caso.
O crime foi protagonizado por três homens armados com metralhadoras AK47, que na madrugada da última quarta-feira (02.10) alvejaram Samuel Ndlovo, secretário da FRELIMO em Paúnde, segundo informou a polícia esta quinta-feira (03.10).
O secretário tinha duas esposas e uma delas explicou à imprensa que o ato aconteceu na calada de noite, quando surpreendentemente três pessoas arrombaram a porta da sua casa.
"Chegaram três pessoas e bateram à porta e o meu esposo questionou perguntando quem era e de que se tratava. Eles empurraram a porta e disseram-lhe 'cala-te', e arrastaram-no para fora de casa. Eu vendo isso desci da cama e sai pela janela. Já fora ouvi o meu esposo a dizer: porque me querem matar? E sem demoras ouvi som de arma. E ela tocou uma vez. Aconteceu isso a minha vista", contou a esposa.
"Um grande quadro da FRELIMO"
A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), através da cabeça-de-lista Francisca Domingos Tomás, solidarizou-se esta quinta-feira junto à família e a população daquela zona, que está aterrorizada em virtude do chamado "ato macabro”.
Francisca Tomás disse que o finado era "um grande quadro que mobilizava a nossa população". "Estamos muito sentidos", disse a cabeça-de-lista, assegurando que o partido vai "continuar a procurar esses malfeitores, para que eles sejam responsabilizados".
De acordo com Francisca Tomás, "existe um guia que é daqui da população. Através dele havemos de encontrar os que fizeram esse ato macabro que nos chocou, nós todos aqui na FRELIMO e na população". "Não se justifica que alguém saia da sua zona para ir tirar a vida a outra pessoa", condenou.
Investigação
Sem avançar as possíveis motivações deste crime, o chefe do Departamento das Relações Públicas no Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, Mário Arnaça, confirmou o assassinato e disse que a polícia acionou as suas linhas operativas para a neutralização dos indivíduos para a sua responsabilização criminal.
"A polícia fez-se ao local, lavrou o respetivo auto e ativou as suas linhas operativas com vista a neutralizar os malfeitores. É um crime comum, ocorreu num momento da campanha eleitoral, a polícia está a investigar este caso para se apurar as reais motivações", explicou Mário Arnaça.
Outros ataques no centro do país
Entretanto, outro ataque armado foi registado esta quinta-feira (03.10) no centro de Moçambique. Desta vez o alvo foi um autocarro de passageiros que partiu da cidade da Beira, na província de Sofala, em direção à cidade de Quelimane, na província da Zambézia. Uma pessoa morreu e seis ficaram feridas, de acordo com as autoridades locais, citadas pela agência de notícias Lusa.
Pouco antes deste ataque, um camião tinha sido também alvejado a tiro por desconhecidos. A região em que se registaram os dois ataques desta quinta-feira tem sido palco de incursões armadas contra veículos, desde agosto, e que já tinham provocado alguns feridos e três mortos, na totalidade, referiu Rogério Singano, comandante distrital da polícia na Gorongosa.
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- Data 03.10.2019
- Autoria Bernardo Jequete (Chimoio), Agência Lusa
- Assuntos relacionados Armando Guebuza, Conflito entre RENAMO e Governo de Moçambique, Direitos Humanos em Moçambique, Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Moçambique, Turismo em Moçambique, Vale , Filipe Nyusi, Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), Comunidade de Sant’Egidio (Comunidade de Santo Egídio)
- Palavras-chave Moçambique, FRELIMO, ataque armado, centro de Moçambique, Gorongosa, Sofala, polícia
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