22/10/2019
"Gastaram-se uns milhões de usd que tanta falta fazem nos hospitais, para organizar uma fraude generalizada"
Era uma vez um país chamado Moçambique, com 30 milhões de habitantes, com terras férteis, recursos abundantes, onde toda a gente poderia ser feliz e ter uma vida boa.
Assim não é, parte dos seus habitantes decidiram que é melhor viver na miséria e na fraude permanentemente.
O egoísmo grassa, eu vivo na opulência mas o meu semelhante passa fome ali mesmo ao lado.
Decidiram que a Democracia seria o melhor método para eleger os seus representantes e aqueles que poderiam indicar quais os melhores caminhos a seguir.
Assim é, de 5 em 5 anos fazem uma coisa a que chamam eleições, durante uns dias andam a abanar umas bandeiras, correr de um lado para o outro de avião e de helicóptero, matam-se umas 60 pessoas, algumas em acidentes, outras em assassinatos, alguns efectuados pelas próprias forças de Segurança que deveriam proteger os cidadãos.
Gastaram-se uns milhões de usd que tanta falta fazem nos hospitais, para organizar uma fraude generalizada.
O partido que governa o pais já vão uns 44 anos, é bem claro ganhar as eleições a Todo o Custo e assim foi, esse partido no papel ganhou em todo o lado com 70% dos votos.
As manobras para que isso tenha acontecido são do mais imaginativo possível, é de inteligência que faz bradar os céus.
Percentagens que chegam aos 144%, recenseamentos onde há mais de 300 000 votantes fantasmas, ausência de recenseamentos aonde os votantes são contra esse partido, enchimento de urnas, chegou a dar-se o milagre de haver mais votos que cidadãos recenseados.
Enfim, isto se não fosse verdade, dava um excelente argumento para um filme de terror, como é possível tão poucos espezinharem 30 milhões de pessoas???
Isto dá vontade de dizer, colono regressa, estás perdoado, esta gente não se governa, nem se deixa governar.
(Recebido por email)
Dívidas Ocultas: Consultora de ministério moçambicano recebeu 3,8 milhões em esquema de corrupção
A empresa financeira Palomar, consultora do Ministério das Finanças de Moçambique em 2016, recebeu 3,8 milhões de dólares num esquema de fraude que provocou ‘dívidas ocultas’ de mais de 2,2 mil milhões em Moçambique, disse hoje um dos acusados.
No esquema de fraude, o principal representante da Palomar era Dominic Schultens, que mantinha os negociadores informados das decisões do Governo e dos resultados dos encontros com o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou ainda das avaliações da agência Standard & Poor’s (SP) sobre a economia moçambicana.
Dominic Schultens recebeu cerca de 600 mil dólares neste esquema.
As informações foram hoje discutidas num tribunal de Nova Iorque, Estados Unidos, na sessão de julgamento de Jean Boustani, no testemunho de Andrew Pearse, ex-banqueiro do banco Credit Suisse, conspirador acusado e que, tendo assumido a culpa, colabora com a Justiça norte-americana.
Em 30 de outubro de 2015, Dominic Schultens, da Palomar, encaminhou uma notícia em inglês que falava do pedido de ajuda por parte de Moçambique ao FMI, que viria a resultar num acordo de mais de 260 milhões de dólares.
Jean Boustani e Andrew Pearse entenderam, com este pedido ao FMI, que o ministro das Finanças, Adriano Maleiane, não tinha revelado à instituição internacional as dívidas das empresas públicas Ematum, Proindicus e MAM e que este material era “um excelente elemento extra contra Maleiane”, sendo que o ministro não respondia aos pedidos dos negociadores.
Segundo Andrew Pearse, o ministro Maleiane estava a ser “difícil” nas negociações e não respondia a pedidos de encontros e o facto de não ter revelado as dívidas ao FMI, como era sua obrigação, iria ser usado politicamente contra o ministro.
A Palomar também enviava materiais de apresentação do ministério da Economia e Finanças em ‘roadshows’ em 2016 em Londres e Nova Iorque para atrair investidores para a compra de títulos de dívida soberana ligados aos ‘eurobonds’ da Ematum.
António Carlos do Rosário, antigo diretor do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE) de Moçambique, era o principal mediador entre os alegados responsáveis do esquema de corrupção e o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane.
Segundo as respostas de Pearse ao interrogatório dos procuradores norte-americanos, António Carlos do Rosário, que era diretor das três empresas públicas que contraíram as dívidas de mais de 2,2 mil milhões de dólares, teve um papel especialmente importante em 2016, quando Moçambique trocou os títulos ‘eurobonds’ da Ematum por títulos de dívida soberanos (Mozambique Sovereign Bond) num total de quase 700 milhões de dólares .
Depois de um comunicado de imprensa da agência de notação financeira S&P, que ia baixar a avaliação do país devido aos ‘eurobonds’ da Ematum terem sido transformados em obrigações soberanas, Andrew Pearse e Jean Boustani concordaram em “manter Rosário informado”.
Quando a avaliação financeira da S&P fosse publicada, Moçambique passava a ser um país ainda mais frágil aos olhos dos investidores e com grande risco de não vir a pagar dívidas, e o Presidente, Armando Guebuza, poderia vir a tomar a decisão de declarar ‘default’, o que alarmou os negociadores do esquema.
Na sessão de hoje, o tribunal de Nova Iorque continua a ouvir o testemunho de Andrew Pearse sobre o seu envolvimento no esquema de corrupção, que já admitiu, e as diligências que conduzia em nome do banco Credit Suisse junto de Jean Boustani, principal suspeito da Justiça norte-americana e negociador da empresa Privinvest, suposta fornecedora de embarcações às empresas moçambicanas MAM, Ematum e Proindicus.
LUSA – 22.10.2019
Posted on 22/10/2019 at 10:51 in Dívidas ocultas e outras, Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
21/10/2019
Comissão Política da Renamo aprova impugnação das eleições em Moçambique
A Comissão Política da Renamo aprovou nesta segunda-feira, 21, uma directiva quer reafirma a decisão do seu presidente de não aceitar os resultados das eleições do dia 15.
A reacção do órgão máximo do principal partido da oposição, que esteve reunido durante todo o dia, surge depois dos primeiros resultados e projecções apontarem para uma vitória massiva, superior aso 70 por cento, da Frelimo e do seu candidato presidencial, Filipe Nyusi.
A directiva determinou “não aceitar nem reconhecer os resultados da votação realizada no dia 15 de Outubro de 2019 e por consequência exigir a reposição da verdade eleitoral negada ao povo moçambicano em virtude das graves irregularidades que mancharam o processo na sua plenitude”.
A Renamo insta ainda “a todos os moçambicanos a não aceitarem a mega fraude eleitoral” e deixa um desafio ao Chefe de Estado.
“Que o Presidente da República, na sua qualidade de Chefe de Estado, garante da Constituição da República e Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança esclareça publicamente a proveniência dos votos e urnas na posse dos membros da Frelimo, seu partido, fora do circuito dos órgãos eleitorais e esclareça igualmente a quem servem as Forças de Defesa e Segurança que ostensivamente e com fundos públicos se posicionaram em prejuízo da vontade popular”, diz a Comissão Política da Renamo, que pediu à Comissão Nacional de Eleições (CNE) que “esclareça publicamente a circulação de boletins de voto fora do circuito dos órgãos eleitorais”.
VOA – 21.10.2019
A reacção do órgão máximo do principal partido da oposição, que esteve reunido durante todo o dia, surge depois dos primeiros resultados e projecções apontarem para uma vitória massiva, superior aso 70 por cento, da Frelimo e do seu candidato presidencial, Filipe Nyusi.
A directiva determinou “não aceitar nem reconhecer os resultados da votação realizada no dia 15 de Outubro de 2019 e por consequência exigir a reposição da verdade eleitoral negada ao povo moçambicano em virtude das graves irregularidades que mancharam o processo na sua plenitude”.
A Renamo insta ainda “a todos os moçambicanos a não aceitarem a mega fraude eleitoral” e deixa um desafio ao Chefe de Estado.
“Que o Presidente da República, na sua qualidade de Chefe de Estado, garante da Constituição da República e Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança esclareça publicamente a proveniência dos votos e urnas na posse dos membros da Frelimo, seu partido, fora do circuito dos órgãos eleitorais e esclareça igualmente a quem servem as Forças de Defesa e Segurança que ostensivamente e com fundos públicos se posicionaram em prejuízo da vontade popular”, diz a Comissão Política da Renamo, que pediu à Comissão Nacional de Eleições (CNE) que “esclareça publicamente a circulação de boletins de voto fora do circuito dos órgãos eleitorais”.
VOA – 21.10.2019
Posted on 21/10/2019 at 21:24 in Eleições 2019 Gerais, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Pelo menos 55 elefantes morreram de fome no parque nacional do Zimbabwe
Pelo menos 55 elefantes morreram de fome nos últimos dois meses no maior parque nacional do Zimbabwe, em resultado da acção combinada da pior seca dos anos anteriores e do colapso da economia daquele país da África Austral.
"O problema é real, a situação é terrível", reconheceu esta segunda-feira o porta-voz da National Parks and Wildlife Management Authority, Tinashe Farawo, citado pela agência Associated Press.
Outros animais no Parque Nacional Hwange, como os leões, foram também afectados.
A situação de seca extrema e a ausência de alimentação nos parques naturais do país tem levado muitos animais a ultrapassarem as fronteiras das reservas de vida selvagem e a destruírem plantações, assim como, por vezes, a matarem pessoas, indicou ainda o porta-voz, segundo o qual mais de 20 pessoas terão sido mortas apenas este ano.
A superlotação em Hwange, por outro lado, está a contribuir para a destruição da vegetação.
O parque tem capacidade para 15.000 elefantes, mas actualmente tem cerca de 53.000, segundo a mesma fonte.
"A maior ameaça" aos animais selvagens no Zimbabwe é agora a "perda de habitat", de acordo com Tinashe Farawo, que acrescentou: "Conseguimos reduzir significativamente a caça furtiva... estávamos a perder centenas de elefantes nos últimos anos, mas no ano passado perdemos não mais de 20 por efeito da caça furtiva".
O Zimbabwe tem uma das maiores populações de elefantes de África e tem vindo a tentar sensibilizar entidades internacionais e países signatários da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção no sentido de lhe ser autorizada a caça e exportação de mais marfim, para aliviar a pressão sobre os habitats dos animais e a angariar dinheiro necessário para a conservação.
O Botswana, que também possui uma grande população de elefantes, levantou este ano a proibição da caça de elefantes, com o argumento de que a medida ajudará a reduzir o conflito entre humanos e animais e constitui um rendimento necessário ao país.
RM – 21.10.2019
Posted on 21/10/2019 at 20:17 in Ambiente - Ecologia - Calamidades, Turismo - Parques Caça - Aviação | Permalink | Comments (0)
Eu estaria surpreendido se a Frelimo perdesse as eleições
A Opinião do Professor Ferreira.
Muitas pessoas estão surpreendidas como é que a Renamo perdeu assim! Eu estaria surpreendido se a Renamo tivesse ganho, ou seja, se a Frelimo tivesse perdido. Usemos a razão que Deus nos deu. Outros falam gratuitamente de voto imbecil, voto consciente, blá blá...etc. Não existe nenhum destes votos. Existe sim um partido que controla 100% o Estado e 100% está aos seus pés e 100% executa a sua vontade.
Se antes os votos se roubavam escondidamente hoje é o próprio Polícia que abertamente companha o ladrão, protege-o. Todas instituições do Estado abertamente apoia as fraudes ou assistem inoperantes. O próprio Estado deixa que o material seja produzido por membro da Frelimo (Família Sidat) e esteja em quantidade incalculável fora de responsabilidade dos Órgãos eleitorais (STAE e CNE).
Se a oposição não age ou despartidariza este Estado, tendo tudo a sua disposição, nos próximos anos a Frelimo poderá ganhar até 100% como na Coreia do Norte. O filósofo Karl Popper teve a dizer em "Sociedade Aberta" que quando uma entidade domina completamente o Estado a democracia deixa de existir. John Locke e todos jusnaturalistas sustentam o facto de que o Estado para chamar-se tal, deve ser super-partes, imparcial e como um juiz dita a sentença. O Estado nasce pra ser juiz. ninguém pode ser juiz da sua própria causa. A Frelimo é o dono do Estado moçambicano, a Frelimo é o Partido-Estado como podem admitir que este perca eleições?
- O jornal britânico The Economist, classificou Moçambique como país autoritário. Qual é o país autoritário e ditatorial na história da humanidade, que controla todo Estado, que já perdeu eleições? Se não ganha com 90% ou 100% será acto de pura generosidade.
- Os Estados fascistas ganhavam com grande maioria, desde Mussolini passando por Hitler até Estaline.
Estaline não queria perder tempo em eleições, preferia eliminar fisicamente todos os adversários. Putin hoje ou elimina os adversários ou põe na cadeia.
África terá de comer muita farinha para chegar a democracia. Desde Idi Amin, passando por partido de Mobutu (MPR), até Bokassa de Centro África. Paul Kagamé do Ruanda persegue os seus adversários políticos e os elimina não só no próprio país, mas os persegue dando caça cerrada até nos países de exílio (um até foi assassinado aqui em Moçambique na marginal, o Dr. Theogene).
Posted on 21/10/2019 at 17:49 in Eleições 2019 Gerais, Justiça - Polícia - Tribunais, Opinião, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Moçambique/Eleições: Dirigente local da oposição e marido abatidos a tiro
Uma dirigente local da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, e o seu marido foram abatidos a tiro por desconhecidos no interior de Moçambique, sendo o mais recente caso conhecido de homicídio de atores políticos durante a última campanha eleitoral.
O casal, Babula Jeque e João Fenhane, foi dado como desaparecido há uma semana e os corpos foram encontrados na sexta-feira, crivados de balas, disse hoje à Lusa fonte do Centro de Integridade Pública (CIP), cujos observadores reportaram o caso.
Fonte da polícia moçambicana contactada hoje pela Lusa remeteu esclarecimentos sobre o caso para um comunicado que aquela força de segurança está a preparar sobre o assunto.
"Pelo que nós sabemos, a senhora estava em missão de trabalho" na segunda-feira, dia 14, um dia antes das eleições, disse à Lusa o investigador do CIP, Borges Nhamire.
"Viajava de mota na companhia do seu esposo em direção a Muze, para deixar credenciais e cópias de cadernos eleitorais aos delegados da Renamo", quando foram mortalmente baleados por desconhecidos, cerca das 10:00, na localidade de Ntongue, no distrito de Zumbo.
Com este caso, segundo as estimativas do CIP, sobe para 46 o número de mortes durante o processo eleitoral (desde o início da campanha), de entre as quais 11 mortes terão sido assassínios e as restantes causadas por acidentes.
A organização da sociedade civil pede esclarecimentos por parte da polícia para todos estes casos, mas refere que as mortes "dificilmente são esclarecidas e isso não é coisa de hoje", lamentou Nhamire.
"Prometem investigar, mas nunca há um esclarecimento. Temos Nampula como exemplo, onde foi criada uma comissão de inquérito" para em duas semanas averiguar um acidente que matou pelos menos 10 pessoas, no final de um comício, mas já passaram quase 30 dias "e não há nenhum resultado", concluiu.
LUSA – 21.10.2019
Posted on 21/10/2019 at 17:10 in Eleições 2019 Gerais, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (1)
Descentralizando controlo e intimidação - Por Joseph Hanlon
Esta eleição foi diferente. Cobri todas as eleições multipartidárias em Moçambique e a Frelimo sempre exigiu dos seus membros “vitória a todo custo”. Mas estas parecem que são as primeiras eleições gerais em que a Frelimo exerceu poder de forma organizada, mas descentralizada.
Relatos de observadores e dos nossos correspondentes, a partir das assembleias de voto, na quarta-feira, mostraram novo ambiente de controlo, muito mesquinho. Os presidentes de mesa insistiam que os observadores deviam se manter de pé (impedindo-os de sentar-se), ou porque não podiam permanecer nas assembleias de voto por mais de 30 minutos ou mesmo recusavam-lhes o acesso às assembleias de voto por alegadas irregularidades. Isto sucedeu depois das comissões provinciais e distritais de eleições recusarem credenciar observadores independentes e delegados de candidaturas de partidos concorrentes, enquanto emitia milhares de credenciais para grupos de observadores nunca mais vistos, mas leais a Frelimo como o Conselho Nacional da Juventude (CNJ) e SIM – em alguns casos sem sequer constar o nome dos observadores nas credenciais. Muitos destes observadores” são quadros locais da Frelimo e do Estado e nossos correspondentes reportaram que os “observadores” davam instruções aos Membros de Mesa de Voto (MMV).
Os observadores e delegados de candidaturas que questionavam alguns procedimentos no decurso da votação eram intimidados pelos MMVs, delegados de candidatura e pelos observadores ligados à Frelimo. Às vezes parecia intimidação por um grupo de pessoas que já se conheciam um ao outro. O presidente de mesa chamava a Polícia ou ameaçava chamar a Polícia para intervir. Embora não tenha havido uma ameaça directa, para os observadores esta era uma clara ameaça. Muitos observadores individuais ou delegados de candidaturas de partidos da oposição sentiram-se muito intimidados para emitir qualquer comentário ou levantar crítica.
Posted on 21/10/2019 at 16:47 in Eleições 2019 Gerais, Opinião, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
ZÓBUÈ: TERRA IGNORADA OU ESQUECIDA NO PROCESSO DA BANCARIZAÇÃO?
Por Viriato Caetano Dias (viriatocaetanodias@gmail.com)
"A fábrica do futuro terá apenas dois operários: Um homem e um cachorro. Função do homem: alimentar o cachorro. Funcão do cachorro: não deixar o homem tocar nas máquinas".
Walter Block - Autor de Defending the Undefendable
Walter Block - Autor de Defending the Undefendable
O sector financeiro não é um tema do meu regaço académico, não obstante, aceitei o convite que me foi formulado para participar numa conferência promovida pela Revista de Economia & Mercados sob o lema “Transformação Digital e Inovação no Sector Financeiro”, pois antevia um “atrevido, mas produtivo”, encontro com os gurus de Economia e “patrões da banca” moçambicana, a quem desejava colocar a seguinte questão tão “antiga quanto o tempo”: para quando um banco comercial no Zóbuè?
As conferências só têm alma quando, de facto, discutem os problemas das populações que são, na minha tradicional forma de ver e pensar, a jusante das políticas e inovações constantemente apregodas. Por outras palavras, as populações constituem a força motriz das dinâmicas económicas de um país. Moçambique é, por sinal, um país cuja maioria populacional é rural. Na minha memória ainda ecoa o slogan “agricultura como a base da nossa economica e a indústria como factor dinamizador”, significando isto um tácito reconhecimento da interdependência campo-cidade no desenvolvimento nacional, estando, explicitamente claro, o papel do meio rural na irrigação das “veias económicas” do país. Por isso, qualquer que seja a transformação digital e inovação que não tenha como foco um maior rácio da população, cedo ou tarde, será condenada ao fracasso com todas as consequências depressivas, hipotecadoras do nosso futuro colectivo. Daí se explica, por exemplo, que o desenvolvimento da economia moçambicana não seja inclusiva nem integrada, porque edifica “murros de Berlim” que nos impedem de avançar.
Dados do Censo de 2017 indicam que o Posto Administrativo do Zóbuè tem 214.362 habitantes, divididos por cinco localidades, nomeadamente Zóbuè-sede, Nkondedzi, Mussacama, Capirindzanje e Samôa. Zona transfronteiriça e, portanto, de confluência de vários povos, habitada por uma população predominantemente ruralizada que, com enormes sacrifícios, procura desenvolver plenamente a sua capacidade de trabalhar e de produzir riqueza, para livrar-se da prática de “mão estendida”, enraizada no nosso país. Por ser zona fronteiriça, Zóbuè é “cartão de visita”, para todos quantos demandam Moçambique. A despeito desses atributos, Zóbuè está refém de uma instituição bancária, com vista a criar mecanismo de poupança das receitas, promover o investimento, induzir a diversificação económica e facilitar as operações bancárias, tão necessária para as populações que circulam na fronteira Moçambique-Malawi.
GLORIOSA VITÓRIA OU VITÓRIA SEM GLÓRIA?
A Opinião de Gilberto Correia
Sinceramente, o número de indícios de irregularidades e de ilícitos eleitorais que vão chegando ao domínio público começa a ser preocupante.
Mais preocupante é constatar, nas hostes vencedoras, total silêncio sobre esses elementos pouco abonatórios, indignos e ilegais que vão sendo publicamente revelados.
Como dizia Martin Luther King Jr, o que mais assusta é o silêncio dos bons, ou melhor, daqueles que deviam ser bons.
Este clima de vale tudo, de que os fins justificam o emprego de quaisquer meios, é assustador, quer quanto ao nosso presente como Nação, quer quanto ao nosso futuro.
Era preciso que, ao invés de aplausos ruidosos para calar a voz interior da nossa consciência cidadã, pudesse haver um consenso geral de que todos os indícios que obscurecem ou criam duvidas sobre o mérito e a correção da vitória fossem devidamente investigados e apurados até ao total esclarecimento.
Qualquer sociedade sã, qualquer Estado normal, assim o faria.
Qual a vantagem dessa suspeição que vai crescendo dia após dia? Qual a lição que daí retiramos? Com estes exemplos o que estamos a ensinar aos nossos filhos? O que estamos a construir para o nosso futuro colectivo?
Há coisas que acontecem nesta nossa “ pátria amada” que fariam corar de pudor o próprio Nicolau Maquiavel. Não devemos nos orgulhar disso. Nem sequer aceitar a ideia que o recurso a meios ilegítimos nos permite conseguir fins legítimos.
Espero que quem de Direito venha explicar o que de facto são esses indícios que estamos a tomar conhecimento, dia após dia, e que não só nos perturbam como assustam.
Todos merecemos ficar esclarecidos, para encararmos o futuro sem reservas e nem dúvidas perturbadoras.
As vitórias eleitorais devem ser formais, seguramente, mas também, e sobretudo, materiais.
Elucidem-nos, por favor, foi uma gloriosa vitória ou uma vitória sem glória?
Só assim é que poderá dar certo!
Eleições Gerais 2019 - Boletim Sobre o Processo Político em Moçambique Número 84- 21 de Outubro de 2019
Houve enchimento de urnas para Nyusi em todos distritos
Os resultados de apuramento distrital revelam que houve enchimento de urnas generalizado em todos os distritos, tanto através da introdução física de boletins de votos extras nas urnas ou através da adulteração de editais de apuramento parcial, atribuindo a Filipe Nyusi mais votos do que os depositados nas urnas. E 19 dos 138 distritos tiveram uma afluência de acima de 75% e mais de 80% dos votos foram para Filipe Nyusi.
Em Gaza, muitos dos fantasmas votaram - houve assembleias de voto sem filas ao longo do dia, mas mostram altos índices de participação e quase todos votos para a Frelimo. E em todo o país, há mais votos para Presidente do que para a Assembleia da República, e os votos extras são todos para Nyusi - provavelmente resultado de muitas pessoas em todo o país terem introduzido boletins de voto extras nas urnas. Há pessoas que foram encontradas com boletins de voto extras e durante as contagens houve relatos de vários boletins de voto dobrados juntos, sinal de que foram introduzidos juntos.
Houve muitas formas de má conduta nessas eleições, agravadas por restrições ilegais à observação independente. O Boletim, na sexta-feira, escreveu sobre o papel do "controlo descentralizado e da intimidação". Um importante líder da sociedade civil foi assassinado pela polícia; líderes do partido da oposição foram mortos a tiros. A União Europeia falou de "clima de medo". As leis foram violadas e a intimidação foi intensificada, começando com o recenseamento, que incluía eleitores fantasmas em Gaza e limitações de recenseamento na Zambézia.
Leia aqui Download Eleicoes-Gerais-84-21-10-19
Posted on 21/10/2019 at 15:58 in Eleições 2019 Gerais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Líder da Renamo diz que partido está sob pressão para repor a verdade eleitoral
O líder da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, e candidato presidencial, Ossufo Momade, disse hoje em Maputo que a organização está sob pressão para fazer tudo em prol da verdade eleitoral, face à "escandalosa fraude".
"O partido Renamo [Resistência Nacional Moçambicana] tem estado a receber pressão de todos os quadrantes da sociedade moçambicana e não só de modo a fazermos tudo para repor a verdade eleitoral", declarou Ossufo Momade, falando na abertura de uma sessão extraordinária da Comissão Política Nacional.
Nesse sentido, o órgão deverá apontar soluções para que o país saia do diferendo eleitoral que emergiu das eleições gerais de 15 de outubro.
"Contrariamente a essa vontade comum e genuína [de eleições livres, justas e transparentes], tivemos, vergonhosamente, as eleições mais fraudulentas jamais vistas no nosso país e no mundo inteiro", frisou Ossufo Momade.
O país, prosseguiu, deve ultrapassar o litígio emanado do processo eleitoral, a bem da paz e da reconciliação nacional.
Os resultados parciais já anunciados e todas as projeções apontam para uma vitória expressiva, em todas as frentes, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independência.
A reunião da comissão política da Renamo tem como objetivo analisar a situação e decidir o que fazer, depois de o partido ter pedido, no sábado, a repetição das eleições, e de ter referido que foi violado o acordo de cessação de hostilidades, que serviu de base ao acordo de paz de 06 de agosto.
O terceiro partido parlamentar, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), anunciou também na sexta-feira não aceitar os resultados, alegando fraude.
Algumas missões de observação eleitoral nacionais e internacionais, da União Europeia e Estado Unidos da América, anunciaram ter dúvidas e preocupações sobre a qualidade do processo eleitoral, do recenseamento à votação - mas há outras opiniões: a União Africana (UA) classificou-o como transparente e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) considerou-o em linha com as normas internacionais.
LUSA – 21.10.2019
Posted on 21/10/2019 at 12:04 in Eleições 2019 Gerais, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (2)
20/10/2019
O LÍDER E OS LIDERADOS[Elementos de Autocrítica]
Por Major Manuel Bernardo Gondola
O conceito tem várias [acepções] como exemplo de uma moderna formulação do conceito tradicional, dada por R.M. Mac Iver e C.H. Page 19[37], que a consideram “a capacidade de persuadir ou dirigir os homens, resultado de qualidades pessoais, independentemente da função exercida”. Nesta acepção, a liderança é identificada e reduzida à esfera de poder resultante das atitudes do líder, como tal.
O conceito de liderança permanece, assim, totalmente [preso] à ideia de uma biologia específica do líder: encontramos, aqui, o último [resíduo] de uma concepção de líder visto como «herói» carismático, concepção esta que já entrou em crise do ponto de vista da práxis política, após as [revoluções democráticas] dos séculos XIX e XX e do ponto de vista da elaboração teórica após o desenvolvimento das ciências sociais que ocorreu nas últimas décadas.
Do mesmo modo, o conceito de Liderança, normalmente, tem, hoje, uma acepção bastante diferente da que teve tradicionalmente na [história do pensamento], desde Platão. Platão, na República configura um modelo de líder preparado pelo seu papel de «guardião do Estado», além de sê-lo também por “alguma disposição natural” e, principalmente, pela [educação]. Aristóteles, que na Política desvia o enfoque principalmente para as qualidades naturais “desde o nascimento, uns são fadados a obedecer, outros a mandar”, E Michels, que na Sociologia do Partido Político 19[11] elabora uma grande lista de “qualidades pessoais pelas quais uns conseguem frear as massas, qualidades que devem ser consideradas como atributos específicos dos líderes” capacidade [oratória] considerada como o “fundamento da liderança” no período inicial do movimento operário força de vontade, superioridade no saber, [profundidade] nas convicções, segurança ideológica, autoconfiança, capacidade de concentração, em casos específicos também bondade de alma e desinteresse, na medida em que estas qualidades e eu me apoio em E. Michel lembrem às massas a figura de Jesus Cristo e despertem nelas sentimentos religiosos que não estavam apagados mas apenas abafados. Incluiria nesta relação, que, em última análise, tem unicamente o valor de exemplificação, o nome de Maquiavel. No Príncipe, Maquiavel propõe um conceito de [virtude] política tão flexível que pode ser lido, na linguagem da ciência moderna, como apenas uma variável do contexto em que se realize o papel de líder. É justamente, este, o enfoque que mais se adapta à análise da [personalidade] de quem exerce Liderança.
Sociólogo pede estratégia estrutural e fim de "governos autistas"
O sociólogo moçambicano Elísio Macamo pediu hoje aos políticos uma estratégia estrutural para o futuro de Moçambique e o fim de “governos autistas”, comentando as eleições gerais de terça-feira, cujos resultados já foram contestados pela oposição.
O maior desafio do poder que sair das eleições em Moçambique é o da “elaboração de uma ideia para o país”, considerou o sociólogo, professor de Estudos Africanos na Universidade de Basileia, na Suíça.
Em entrevista à Lusa, concedida pelo telefone, Macamo não se mostrou otimista: “Infelizmente, não temos essa visão e nesta campanha eleitoral ficou evidente que nenhum candidato, nenhum partido, tem realmente uma visão política para o Estado, no seu todo”.
O futuro Presidente moçambicano precisa de “uma esfera pública muito mais crítica e menos polarizada do que a que existe agora”, disse o sociólogo.
"Precisamos de ter uma ideia clara sobre como tomar decisões relativas, por exemplo, a questões económicas muito importantes. Temos uma tradição de governos autistas em Moçambique, que, pura e simplesmente, confiam apenas naquilo que eles próprios sabem. Não existe uma tradição de convidar pessoas de fora”.
Por outro lado, caso se confirme a vitória do atual Presidente e candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Filipe Nyusi, é preciso “um partido que seja mais democrático”.
Nyusi “precisa de um espaço onde ele próprio seja interpelado como dirigente, como líder, e onde seja desafiado a pensar o país. Infelizmente, neste momento, ele não tem esse partido. A Frelimo não está em nenhuma condição de proporcionar esse contexto de que ele precisa”, reforçou Macamo.
Parlamento Europeu aprovou resolução que coloca nazismo e comunismo em pé de igualdade
A União Europeia colocou comunismo e nazismo em pé de igualdade, depois de o Parlamento Europeu ter aprovado em setembro uma resolução que condena os dois regimnunca vista na história da humanidade”.
A resolução Importance of European remembrance for the future of Europe contou com 535 votos a favor, 66 contra e 52 abstenções, noticia o jornal espanhol ABC esta terça-feira. Apesar do significado histórico, esta resolução passou despercebida pela maioria, ainda que este seja tema de debate recorrente entre os historiadores desde a queda da União Soviética há três décadas.
De acordo com o ABC, o jornalista polaco Ryszard Kapuscinski chegou a essa conclusão em 1995: “Se pudermos estabelecer a comparação, o poder destrutivo de Estaline era muito maior. A destruição levada a cabo por Hitler não durou mais de seis anos, enquanto o terror de Estaline começou na década de 1920 e prolongou-se até 1953.”
O debate alcançou o seu auge em 1997, com a publicação do “Livro Negro do Comunismo” que foi escrito por um grupo de historiadores sob a direção do investigador francês Stéphane Courtois, que se esforçaram por fazer um balanço preciso e documentado das verdadeiras perdas humanas do comunismo. Os resultados foram esmagadores: cem milhões de mortos, quatro vezes mais do que o valor atribuído por esses mesmos historiadores ao regime de Hitler: o genocídio terá feito cerca de 6 milhões de vítimas.
Apesar de tudo, estes números não são uma novidade. Outros investigadores, como Zbigniew Brzezinski, Robert Conquest, Aleksandr Solzhenitsyn e Rudolph Rummel, já se tinham interessado anteriormente pelo Gulag, a fome causada por Estaline na Ucrânia e as deportações em massa dos dissidentes do regime soviético.
Posted on 20/10/2019 at 18:44 in Antropologia - Sociologia, Europa - União Europeia, História | Permalink | Comments (0)
Eleições Gerais 2014 - Sempre foi assim
Posted on 20/10/2019 at 16:51 in Eleições 2014 Gerais, Eleições 2019 Gerais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Eleições Gerais 2019 - Mais uma "bacorada"
Posted on 20/10/2019 at 12:50 in Eleições 2019 Gerais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
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1 comentário:
CONTRA FACTOS NÃO HÁ ARGUMENTOS
A FRELIMO TRANSFORMOU AS MESAS DE VOTOS EM CAMPOS DE BATALHAS
1 Na segunda metade do seu mandato, Filipe Nyuse substituiu o fardamento da polícia pelo fardamento militar. Isto revela que estava a planificar o uso disfarçado dos militares na eleição de 15 de Outubro.
2 O silêncio absoluto do Presidente da república perante assassinato do observador eleitoral Anastácio Matavele em Gaza, nas vésperas das eleições, realizada por cinco polícias transportados no carro do presidente do Município de Chibuto, viatura de marca Toyota, com matricula ADE 127 MC. No carro dos assassinos foram encontradas 4 máscaras.
O presidente da república devia mandar prender o ministro do interior, a governadora de Gaza e o comandante provincial da polícia para responderem em tribunal, mas nada fez. Ficou mudo como se nada tivesse acontecido. Isto revela que os assassinos cumpriram as ordens do presidente da república.
O mesmo comportamento foi repetido em quase todas as mesas de voto por polícias e militares disfarçados em polícias.
a)Porque o presidente Nyuse substituiu o fardamento da polícia pelo fardamento militar, para usar os militares nas eleições de forma disfarçada?
bPorque o presidente Nyuse deu ordens aos polícias e aos militares para matar cidadãos por motivos políticos?
Cá está a resposta!
O Senhor Nyuse usou o dinheiro das dívidas ocultas na criação da empresa pro-indico onde ele entrou com 60%. Tem medo de ser julgado. Por isso sequestrou o Estado para usá-lo em sua defesa. É por isso que a todo custo faz pressão para impedir o julgamento de Chang. Assim toda a Nação e todo o Estado estão sequestrados por Nyuse e seus lacaios.
Temos que nos libertar.
Propostas
1 – Exigir anulação dos resultados das eleições e, esperar o fim do mandato do presidente Nyuse para se formar governo de unidade Nacional, para vigorar a partir de 1 de Janeiro, com a missão de preparar novas eleições.
Se a Frelimo não aceitar esta proposta, toda a Nação deve se preparar para insurreição geral armada para transformar Moçambique numa República Federal em que as Províncias são estados. Para isso necessitamos que os soldados da Renamo preparem Exércitos com certa autonomia em todas províncias.
44 anos de humilhação e de miséria, basta! Temos que fazer de armas as nossas mãos!
Moçambique tem muitos jovens prontos para lutar para a sua liberdade.
Basta estarmos a vergar perante gente assassina, degradada e sem moral.
peço publicação
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