sexta-feira, 17 de maio de 2019

EUA identificaram e mataram “Jihadi John” com base “na sua barba e na forma como caminhava”


17.05.2019 às 16h13
DANIEL SORABJI/GETTY IMAGES

Mohammed Enwazi, que apareceu em inúmeros vídeos de propaganda do Daesh a assassinar outras pessoas, incluindo cidadãos britânicos e americanos, foi morto em novembro de 2015, depois de ter sido filmado por um drone durante a noite na cidade síria de Raqqa

O terrorista do Daesh, Mohammed Enwazi, conhecido como “Jihadi John” e apontado como presumível carrasco do Daesh, foi assassinado pelos EUA com base “na sua barba” e “na forma como caminhava”, assumiu Steve Warren, que era porta-voz do Pentágono na altura, num documentário do canal britânico Channel 4. “Não conseguimos ver-lhe a cara mas percebemos que era ele pela forma como caminhava e pela barba”, afirma o porta-voz.
Mohammed Enwazi, que apareceu em inúmeros vídeos de propaganda do Daesh a assassinar outras pessoas, incluindo cidadãos britânicos e americanos, foi morto em novembro de 2015, depois de ter sido filmado por um drone durante a noite na cidade síria de Raqqa, na altura um bastião do grupo terrorista. “Ficámos convencidos [de que o homem que ali estava] era o jiadista John e, 15 segundos depois, foi ordenado o ataque”, refere ainda Steve Warren.
Depois de Mohammed Enwazi ter aparecido pela primeira vez, em 2014, num dos vídeos violentos do Daesh, tendo ao seu lado o jornalista norte-americano James Foley, que acabaria por ser decapitado, os serviços de informações britânicos (Government Communications Headquarters, ou GCHQ) montaram uma operação para tentar identificá-lo.
Enwazi foi apelidado de “John” por um grupo de reféns, em referência ao músico John Lennon, depois de terem percebido que o membro do Daesh tinha sotaque britânico. Apesar das suas tentativas e esforços para evitar ser identificado, os serviços de informações acabaram por conseguir fazê-lo com base em tecnologias de reconhecimento de voz. “Tínhamos várias pistas que poderiam ajudar-nos a perceber quem ele era - a altura, as mãos, mas foi sobretudo através da voz que conseguimos fazê-lo”, afirmou na altura Robert Hannigan, antigo diretor dos serviços de informações, ao “Sunday Times”.

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