sábado, 17 de fevereiro de 2018

Cuba e reflexões sobre o contraste entre os mitos da revolução e a dura realidade de uma ilha onde a igualdade é na pobreza



A Cuba imaginada e a crua realidade de uma ditadura
26 Novembro 201610.530
José Manuel Fernandes


Recordações de uma viagem a Cuba e reflexões sobre o contraste entre os mitos da revolução e a dura realidade de uma ilha onde a igualdade é na pobreza. Republicação de texto de José Manuel Fernandes.
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Cuba, 1999
A mentira da igualdade. A verdade da pobreza
Um fracasso económico com mais de cinco décadas
Duplicidade moral

“No es facil…” Foi esta a expressão que mais vezes ouvi em Cuba na única vez que visitei a ilha e a percorri longe dos circuitos turísticos tradicionais e dos guias oficiais. Foi a partir das recordações dessa viagem que, em 2005, escrevi o prefácio para o “Livro Negro de Cuba”, uma obra organizada pelos Repórteres sem Fronteiras e que reúne documentos de organizações de direitos humanos, como a Amnistia Internacional, onde se revela o lado sombrio do regime ditatorial fundado e dirigido por Fidel Castro. Nessa altura o o líder cubano ainda estava no poder, que exercía com mão de ferro e sem complacência para qualquer dissidência.

Nesse prefácio que agora se republica utilizei alguns dados estatísticos da época, mas que no seu valor comparativo se mantêm absolutamente actuais. Cuba mudou alguma coisa com Raul Castro, mas o regime não deixou em momento algum de perseguir os opositores e espezinhar as liberdades.
Cuba, 1999

Janeiro talvez não seja o mês ideal para passar férias em Cuba, mas quando decidi escolher esse destino a minha ideia também não era fazer umas férias convencionais. Queria, sobretudo, ver Cuba com Fidel e, nesse ano – 1999 – o velho “Comandante” (mais correcto seria chamar-lhe antes o “velho ditador”) estava em vias de completar 74 anos, 40 dos quais no poder. Quando viajei ainda se sentiam os efeitos da passagem recente de João Paulo II, mas isso eu só descobriria mais tarde, ao percorrer a ilha longe dos circuitos turísticos e, sobretudo, longe da vigilância dos guias.

A Cuba que vi por esses dias confirmou muito do que tinha lido, mas acrescentou-lhe o que é difícil encontrar nos livros e nos jornais: pessoas, pequenas histórias, situações insólitas, sobretudo a sensação de entrar numa sociedade vigiada onde encontrei sinais que me fizeram recordar o Portugal de antes do 25 de Abril, quando não sabíamos se estávamos a ser vigiados e como.



Não é possível circular por Cuba sem nos depararmos, a cada esquina, com o culto da personalidade de Fidel e, num plano secundário, a mitificação de Che Guevara

Com efeito, 25 anos depois do fim da nossa ditadura, já mal me lembrava da figura odiosa, viscosa, do “pide”, ou do informador, ou do polícia disfarçado, até que voltei a encontrar esses personagens em Cuba. A primeira vez foi num fim de tarde quando, depois de um dia a errar pelo norte da ilha, decidi passar a noite num pequeno aldeamento de praia, para turistas, situado numa ilha que corria paralela à costa. Para lá chegar tínhamos de tomar um pequeno barco e, naquela época do ano, éramos os únicos estrangeiros a bordo. Para além do piloto seguiam connosco três cubanos que, na ilha dos charutos, repartiam uma beata untuosa. Eram polícias e iam passar a noite na ilhota, vigiando. Tudo porque, para além dos poucos empregados do aldeamento, o acesso estava vedado aos cubanos e, por se situar no norte da ilha, a Florida quase a espreitar no horizonte, o local estava sob permanente vigilância.
Os momentos em que [o polícia disfarçado] me dirigiu a palavra, a fazer perguntas, a apresentar-se como vigilante, a garantir que estava ali para garantir a minha segurança, ficaram-me marcados como os mais desagradáveis da visita. Livrei-me dele como quem se livra de um peçonha

Havia algo de simultaneamente miserável e detestável naquelas figuras de quem se afastava até o piloto do barco, evitando qualquer conversa, mas o encontro mais sinistro vivi-o, dias depois, durante uma festa de rua na velha Havana. Lugar de artistas e crioulos, beco entalado entre prédios semi-arruinados que se enchia de música e corpos suados nas manhãs de domingo, surgiu-me como uma ilha de alegria após dias a ouvir repetir a frase nacional de Cuba – “No es facil…” –, até que fui abordado por um tipo magro mas oleoso, a pele cinzenta, vestir negro, voz melada e curiosidade enjoativa. Os momentos em que me dirigiu a palavra, a fazer perguntas, a apresentar-se como vigilante, a garantir que estava ali para garantir a minha segurança, ficaram-me marcados como os mais desagradáveis da visita. Livrei-me dele como quem se livra de um peçonha, com uma desculpa e virando costas, mas não deixei de reparar como se fizera o vazio à nossa volta, como ninguém parecia querer a sua companhia.

Os turistas que vão para Varadero e passam em bandos seguindo os guias talvez não dêem nunca por esta realidade opressiva, mas a minha memória dos tempos da ditadura portuguesa foi violentamente acordada quando tropecei naqueles sujeitos. Eu era apenas um estrangeiro, um turista com bilhete de regresso já comprado, pelo que sentir de perto a omnipresença da polícia, dos “vigilantes”, a impossibilidade de iludir a repressão, permitiu-me compreender melhor como mais este “socialismo real”, mesmo com cores tropicais, mesmo com o folclore castrista, mesmo que associado à imagem crística de um Guevara transformado em ícone mundial, é apenas mais um sistema totalitário que, como todos os outros, não suporta a dissidência e que abomina o pluralismo.

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A mentira da igualdade. A verdade da pobreza

Os documentos reunidos neste livro são elucidativos do que é a repressão em Cuba. De como as vozes da dissidência mais pacífica vivem sob a constante ameaça de prisão, ou então passam períodos mais ou menos longos na prisão. De como tentar fugir da ilha pode implicar a pena de morte – sim, a pena de morte. Ou de como o sistema é ainda mais opressivo por estimular cada vizinho, ou colega no trabalho, ou familiar, a transformar-se num delator. E tudo isto em nome de uma constelação de mentiras que, ao viajar pela ilha, vemos repetidas em enormes cartazes ou pichagens que por todo o lado glorificam o regime.

Uma das mentiras é a da igualdade. Cuba seria uma sociedade igualitária, onde ninguém gozaria de privilégios. Tão obsessivamente igualitária que quando as famílias começaram a utilizar os pátios das traseiras das suas casas para criar mini-restraurantes para turistas conhecidos por “paladares”, o regime logo decretou que nenhum podia ter mais de doze lugares para que ninguém pudesse enriquecer (como fosse possível enriquecer quando, nesses “paladares”, os menus quase nunca fogem de uma dieta monótona de pratos de frango ou porco, cozinhados com mais ou menos imaginação).
As lojas dos dólares são coloridas, alegres e têm tudo, mesmo produtos norte-americanos. As lojas dos pesos são escuras e têm as prateleiras vazias. É por isso que um dos recepcionistas que nos ajudou a levar as malas no mítico Hotel Nacional era médico, pois as gorjetas de um dia de trabalho valem mais que um mês de salário de cirurgião

Contudo, apesar desta obsessão oficial contra qualquer actividade particular de que resulte algum sucesso económico, a verdade é que Cuba é hoje uma sociedade dual – e isto se excluirmos a nomenklatura, que vive num mundo à parte. Percorrendo a ilha percebemos que de um lado estão os que têm dólares, do outro os que só têm pesos. Todos os que trabalham no sector do turismo ou têm familiares emigrados em Miami têm acesso a dólares, o que quer dizer que podem comprar nas lojas onde só o dólar tem valor – que são também as únicas lojas onde há produtos com abundância. Os outros, os que vivem dos seus salários em pesos, pertencem a outro universo: vivem das senhas de racionamento, só têm acesso a leite se tiverem crianças na família, a carne uma vez por mês, a sabão quase nunca.

As lojas dos dólares são coloridas, alegres e têm tudo, mesmo produtos norte-americanos. As lojas dos pesos são escuras e têm as prateleiras vazias. É por isso que um dos recepcionistas que nos ajudou a levar as malas no mítico Hotel Nacional era médico, pois as gorjetas de um dia de trabalho valem mais que um mês de salário de cirurgião; ou que para entrar na península de Varadero, onde está a maior estância turística, os cubanos comuns tenham de dispor de um passe especial. E é também por isso que um “herói de Angola”, professor de matemática, pai de uma das muitas pessoas a quem dei boleia durante as duas semanas que passei na ilha, tinha de fazer um turno na fábrica siderúrgica para compor o fim do mês.



Trinidad, uma das cidades mais encantadora de Cuba. Quando a deixei dei a boleia a uma mãe que tinha de levar a filha ao médico mas não tinha como lá chegar pois a rede de transportes não funcionava

Por isso, se em Cuba se repete que se fez a revolução para acabar com a desigualdade, a verdade é que esta criou a mais irracional das desigualdades: entre os que têm e os que não têm dólares. Isto num país onde a obsessão nacional são os americanos e se repete a cada esquina outra grande mentira: “el bloqueo”, o bloqueio. O bloqueio americano, como lhe chamam, é apresentado como tendo a culpa de tudo, das dificuldades económicas às malvadas “intentonas” contra a revolução e “el Comandante”. Quem fale com um cubano comum fica com a ideia de que a ilha está cercada, que há navios de guerra a impedir a entrada e a saída de mercadorias e que se as prateleiras das lojas estão vazias isso deve-se a este cerco – só que as prateleiras das lojas só estão vazias para quem apenas pode pagar em pesos ou em senhas de racionamento. Não estão vazias onde se pode negociar em dólares, onde há de tudo, incluindo produtos americanos. Havendo dólares, ninguém fica sem beber Coca-cola, pois se é verdade que não existe comércio directo entre Cuba e os Estados Unidos, os produtos americanos chegam à ilha – ou à parte dolarizada da ilha – vindos do Canadá, do México ou de qualquer outro país da região. E a ilha exportaria para qualquer um dos 115 países com quem mantém relações comerciais se tivesse alguma coisa para exportar a preços competitivos, só que não tem.

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Um fracasso económico com mais de cinco décadas

O “socialismo”, que devia ter liberto Cuba do regime semi-colonial em que funcionava nos tempos de Fulgêncio Baptista – um ditador bem mais brando que Castro –, que devia ter permitido a “industrialização” e acabado com a dependência da monocultura da cana de açúcar, que devia ter liberto as jovens de Cuba dos hábitos próprios ao que se dizia ser o “prostíbulo da América”, acabou por agravar a dependência e falhou em todas as suas metas económicas.
Em 1959, ano da revolução o consumo calórico de alimentos era de 2800 calorias por habitante e por dia; hoje [em 2005] as senhas de racionamento permitem uma dieta de apenas 1800 calorias. Por ano a média de consumo de carne por habitante era há 45 anos de 35 quilos, agora [2005] é de 5,5 quilos.

Primeiro, porque Cuba passou a depender da União Soviética até ao colapso desta, sendo que a única coisa que lhe podia fornecer em troca de tudo e, sobretudo, de petróleo era… açúcar. Depois porque, quando o fim dos regimes comunistas no Leste europeu deixou Cuba sem patrocinadores, esta teve de render-se aos dólares e ao turismo e depressa se multiplicaram as “gineteras”, curioso eufemismo para designar as praticantes da mais velha profissão do Mundo. Mudaram foi de clientes: há menos americanos, abundam os mexicanos.

De resto o fracasso económico de Cuba é tão gritante que mesmo as mentiras do “igualitarismo” e do “bloqueio” não conseguem disfarçá-lo. Basta dizer que em 1959, ano da revolução, o rendimento anual médio per capita era de 1200 dólares, o segundo mais elevado da América Latina; em 2004 foi de 70 dólares [os dados do PIB per capita cubano são sempre sujeitos a muita controvérsia, pois nem sempre consideram a diferença entre o valor real da moeda e o do chamado “peso convertível]”. Havia então 15 telefones por cada 100 habitantes; agora há 3,5. O consumo calórico de alimentos era de 2800 calorias por habitante e por dia; hoje as senhas de racionamento permitem uma dieta de apenas 1800 calorias, isto quando todos os produtos que incluem estão disponíveis, o que nem sempre acontece. Por ano a média de consumo de carne por habitante era há 45 anos de 35 quilos, agora é de 5,5 quilos.



Cuba já tinha o melhor sistema de saúde e o melhor sistema de educação da América Latina antes da revolução

Nesta altura, quando se fala da dura realidade económica, costuma surgir outra mentira: é verdade que até pode haver menos bens materiais, mas já os cuidados de saúde são exemplares e a escola é para todos. À primeira vista parece indesmentível, sobretudo para quem conhece outros países da América Latina e viu de perto as suas realidades. Só que o argumento esquece que Cuba já tinha o melhor sistema de saúde e o melhor sistema de educação da América Latina antes da revolução.

No caso concreto do sistema de saúde, em 1958 a taxa de mortalidade infantil já era mais baixa de toda a América Latina e a taxa de mortalidade geral era melhor que a dos Estados Unidos e a terceira mais baixa de todo o Mundo. Na verdade nessa época já havia um médico para cada 950 habitantes, número que tantos anos de socialismo conseguiu melhorar para… um médico por cada 750 habitantes (em Portugal, no mesmo intervalo de tempo, o número de médicos por mil habitantes foi multiplicado por quatro). Sendo que em 1959 não havia falhas no abastecimento de medicamentos, mesmo os mais básicos, enquanto hoje o alho serve para combater a hipertensão, o mamão para os problemas digestivos e os anti-inflamatórios só se encontram no mercado negro. Isto para além de os médicos se debaterem com carências terríveis (é um inferno fazer uma simples radiografia…) e trabalharem em edifícios literalmente a desfazerem-se, onde as condições de higiene são quase inexistentes. Mais: para que tirar partido de tantos médicos, é fundamental que os doentes os possam consultar, algo muito difícil numa ilha onde o sistema de transportes colapsou (havia um autocarro para cada 300 habitantes em 1959, hoje há apenas um para 25 mil habitantes) e muitos doentes dependem de boleias avulsas e aleatórias para chegarem às consultas – eu próprio levei uma mãe e uma filha a um hospital onde a criança iria ser operada.

Por outro lado, mesmo o chamado “milagre da educação” não impede que, medida pelos padrões da UNESCO, os seus níveis em Cuba fiquem a perder, só na América latina, para o Chile, a Argentina, o Uruguai e a Costa Rica.

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Duplicidade moral

Fidel Castro transformou pois a sua ilha não só numa enorme prisão, mas tornou Cuba mais pobre em termos absolutos, muito mais pobre em termos relativos e de onde as desigualdades não desapareceram, pelo contrário, logrando manter o seu poder com base em mentiras que espalha por todas as paredes da ilha. Criou um regime de poder absoluto e unipessoal que explora um nacionalismo de vistas curtas, uma dita “cubanidade” que ele próprio perseguiu durante anos até que se viu forçado a aceitá-la e agora lhe serve magnificamente, nem que seja como pano de fundo para filmes de Wim Wenders.
Continua a ser extraordinário é que Cuba continue a beneficiar de um estatuto à parte – diria mesmo: de um cantinho no coração – de tantos intelectuais. Tal como é extraordinária a duplicidade moral dos que não perdoam nada aos ditadores de direita e estão dispostos a perdoar tudo aos de esquerda.

Face a uma realidade que, quando conhecida mais de perto, só pode tornar mais anti-comunista quem quer que preze a liberdade, o que continua a ser extraordinário é que Cuba continue a beneficiar de um estatuto à parte – diria mesmo: de um cantinho no coração – de tantos intelectuais. Robert Ménard, secretário-geral da organização de jornalistas Repórteres sem Fronteiras, aborda com frontalidade este estranho fascínio no prefácio deste livro ao criticar a duplicidade moral dos que não perdoam nada aos ditadores de direita e estão dispostos a perdoar tudo aos de esquerda – aos que vilipendiam Pinochet e celebram Fidel, apesar do primeiro ser responsável pela morte, por razões políticas, de menos pessoas, ter saído do poder após convocar eleições e ter deixado o Chile com a economia mais vigorosa da América Latina. Se nada nesta comparação nos pode levar a perdoar a Pinochet, nenhum “feito” da Cuba socialista nos pode levar a justificar um regime que persegue quem discorda, que executa quem se revolta, que não prende apenas os dissidentes políticos mas também os que considera terem comportamentos “desviantes”, como os homossexuais.

Por detrás dessa duplicidade moral está aquilo que, depois de tudo o que vivemos no século XX, não pode ser apresentado apenas como uma “ilusão”: a ideia de que a construção de um idílico “paraíso na Terra” justificaria os mais ferozes métodos. Contudo é isso mesmo que prevêem as leis cubanas, a começar pela Constituição onde se proclama que “nenhuma das liberdades reconhecidas aos cidadãos pode ser exercida contra o que está escrito na Constituição e nas leis, ou contra a existência e os objectivos do Estado socialista, ou contra a decisão do povo cubano de construir o socialismo e o comunismo”. O que é mais ou menos o mesmo que dizer que só se pode ser livre se se for comunista, e que haverá sempre quem, no Estado, saiba interpretar a vontade do povo e determinar quem é ou não comunista.



Repressão, já este ano, de uma manifestação de mulheres de presos políticos

Não há, nestas formulações e nas práticas correspondentes, nada de substancialmente diferente do que era moeda corrente nos países ex-comunistas – e, no entanto, continuam a ser numerosos os que já não sendo capazes de negar o colapso desses modelos de sociedade, continuam a agarrar-se Cuba como quem se agarra a uma derradeira tábua de salvação. Em relação ao que se passava em Moscovo ou Berlim-Leste reconhecem “erros”, “desvios”, por vezes até admitem “crimes”, mas depressa os apresentam como o resultado de entorses à doutrina e obra de maus dirigentes e más práticas. Isso permite-lhes abrir a excepção para Cuba: alguém, olhando para aquele velho barbudo que teimosamente bate o pé do gigante americano é porventura capaz de ver nele uma encarnação do mal? E quem se atreve a criticar o imenso exemplo de “generosidade” e “dedicação suprema” que representou esse homem de olhar penetrante e sonhador e boina com uma estrelha vermelha, o “imortal” Che?
Não. Não: o problema não está em saber se Fidel e Guevara são homens generosos ou não. O importante é perceber que o mal está nas ideias que os líderes cubanos, como os dos múltiplos pesadelos comunistas, defendiam e defendem. São ideias que são intrinsecamente malignas, mesmo que possam ter surgido como racionais, generosas e até libertadoras.

Não. Não: o problema não está em saber se Fidel e Guevara são homens generosos ou não, e nem valerá a pena recordar que o líder cubano fez fuzilar alguns dos seus mais próximos companheiros ou que Guevara presidiu com frieza e júbilo a pelotões de fuzilamento nos dias mais quentes da Revolução. Isso não é importante: o importante é perceber que, sendo eles homens maus ou bons, generosos ou impiedosos, o mal está nas ideias que os líderes cubanos, como os dos múltiplos pesadelos comunistas, defendiam e defendem. São ideias que são intrinsecamente malignas, mesmo que possam ter surgido como racionais, generosas e até libertadoras. São ideias que sacrificam de forma assumida a liberdade individual e conduziram sempre aos mesmos resultados: regimes opressivos, desastres económicos e criação de sociedades que, longe de serem igualitárias, geraram e geram desigualdades económicas e políticas chocantes.

Daí a importância deste “Livro Negro de Cuba”, não apenas por apresentar informação recente sobre os atentados às liberdades públicas na ilha de Fidel, mas também por grande parte dos relatórios que são nele transcritos terem origem em ONG (Organizações Não Governamentais) acima de toda a suspeita. Ou, mais exactamente, de ONG’s acusadas de muitas vezes terem uma agenda política demasiado colada à esquerda. O que, neste caso, lhes confere uma autoridade suplementar pois permite perceber que o que está mesmo em causa não são ideologias, mas um escrutínio rigoroso e independente do estado das coisas em Cuba – um país onde, suspeito, mesmo os que o apresentam como “paraíso na Terra”, não gostariam de viver.

Os trópicos e a doce mistura de melancolia e sensualidade caribenha não mudam o essencial: uma ditadura é sempre uma ditadura.

(Julho de 2005)




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FIDEL CASTRO
Um ditador é um ditador. Ponto final, parágrafo
José Manuel FernandesSeguir
27/11/2016, 10:0811.647
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O balanço de quase 57 anos de castrismo é trágico. Inimigo das liberdades, apenas ofereceu ao povo uma pobreza resignada. Por isso é intolerável a duplicidade moral com que avalia o legado de Fidel.



Há muito que Fidel Castro não era uma figura deste tempo. Não por estar doente e afastado do poder, que passara ao irmão, mas por representar uma utopia há muito desacreditada, a utopia marxista-leninista, e a mais trágica das ilusões do século passado, a ilusão comunista.

O El Pais tinha ontem um título feliz: El siglo XX queda definitivamente atrás con la muerte de Fidel Castro. O texto centrava-se em Cuba, mas a mensagem serve para o mundo. Mesmo que alguns teimem em não a escutar.

Fidel sobreviveu a todos os demais não apenas porque viveu até aos 90 anos e morreu na cama. Fidel sobreviveu-lhes porque, mesmo tendo cedido as rédeas do poder ao seu irmão Raúl, morreu numa Cuba moldada à sua imagem e semelhança, subjugada à sua vontade, tão pateticamente “revolucionária” como o ancião que já só víamos em raras aparições envergando lustrosos fatos de treino.

Mas Fidel sobreviveu sobretudo porque conseguiu manter viva – ainda que cada vez mais tremelicante – a chama que alimentou o seu mito e o mito do socialismo “gentil” e caribenho. Há nessa sua arte uma mistura de felizes circunstâncias histórias, muito carisma pessoal e uma dose ainda mais considerável de cegueira de gerações de “sonhadores” sempre disponíveis para se deixarem seduzir por ditadores.

O mito castrista começou muito antes de entrar triunfalmente em Havana a 1 de Janeiro de 1959. Começou com um fracasso – o assalto ao quartel Moncada, em 1952 – e continuou com uma aventura – a partida, há exactamente 60 anos (a 25 de Novembro de 1956), do iate Granma da costa de Veracruz, no México, em direcção a Cuba com 81 jovens revolucionários a bordo. Depois aconteceu o milagre: Fidel estava entre os 12 revolucionários que conseguiram escapar a um desembarque catastrófico e, com base nessa minúscula força, conseguiu iniciar na Sierra Maestra um movimento de guerrilha que mais tarde o levaria até Havana.

Foi nesse tempo que a sua imagem romântica começou a ser construída, e por um jornalista do New York Times, Herbert Matthews, que o apresentou ao mundo como o homem que iria resgatar Cuba da ditadura corrupta de Fulgêncio Batista em nome dos mais puros ideais democráticos. Quando finalmente triunfou, não demorou a revelar os seus métodos: os julgamentos populares tornaram-se comuns na Cuba revolucionária, as execuções sumárias banais, muitas delas supervisionadas pelo seu companheiro Che Guevara. Não demoraria muito a abolir todos os partidos políticos, a liquidas a liberdade de expressão e informação, a promover a nacionalização de toda a economia e a sistematicamente ver-se livre de todos os que lhe poderiam fazer frente (Cienfuegos, o primeiro a fazer-lhe frente, morreu num acidente de aviação; Che vaguearia pelo mundo, embaixador da revolução, até ser morto nos confins da selva boliviana).

Só que, entretanto, já nascera o mito da revolução cubana – um mito que teve como primeira fonte tratar-se daquilo a que um antigo embaixador britânico, David Thomas, chamou “um produto crioulo”, isto é, uma revolução made in Cuba, uma revolução bem diferente das que, na Europa, tinham sido impostas pelos tanques soviéticos. Uma revolução que, para mais, era telegénica, com os seus “barbudos” e as suas fardas cor de azeitona. Korda, o fotógrafo revolucionário que captou a icónica imagem de Che Guevara que depressa começou a ser estampada em t-shirts por todo o mundo, imortalizaria também um Fidel de barrete militar e charuto na boca, uma imagem “cool” que contrastava com o cinzentismo das geriatrias que governavam a URSS e os países da Europa de Leste.

Se a tudo isto acrescentarmos a ideia, cuidadosamente cultivada, de um pequeno David (Cuba) e desafiar um poderoso Golias (os Estados Unidos), então temos quase todos os ingredientes necessários para explicar o fascínio que o castrismo teve, e que em parte ainda mantém apesar da evidente decadência do regime e do seu líder.

Mas para termos uma explicação completa é necessário acrescentarmos dois outros factores. O primeiro, foi o génio político de Castro. O segundo a duplicidade moral de boa parte da esquerda e da intelectualidade quando se trata de julgar ditadores socialistas.

O génio político de Castro – que quando entrou em Havana nem era ainda comunista, ao contrário do seu irmão Raúl e do próprio Che Guevara – passou, primeiro, por ter adoptado a ortodoxia que, nos anos da Guerra Fria, lhe permitia ter um aliado disponível para pagar todas as contas de uma Cuba com a economia dizimada pela estatização, e, depois, por ter percebido que só resistindo na ortodoxia e mantendo o regime o mais fechado possível, conseguiria sobreviver, isto é, conseguiria evitar ter o destino ingénuo de Gorbatchov.

Acontece porém que o génio da sobrevivência política nem sempre é um bem para quem tem de o suportar, algo que Portugal sentiu na carne porque Salazar também teve o génio para sobreviver à vitória das democracias na II Guerra e, depois, ao eclodir das guerras coloniais. Sabemos como isso condenou Portugal ao atraso, tal como sabemos como o castrismo condenou Cuba à miséria. Como em tempos disse Eloy Gutiérrez Menoyo, ex-comandante e revolucionário de 1959, “todos queríamos liberdade e justiça social, mas a revolução foi sequestrada por Fidel e o preço que pagámos foi demasiado alto”.

Altíssimo, tanto no que respeita á falta de liberdade – há muito menos liberdade em Cuba do que houve em qualquer período da ditadura salazarista, algo que só por absoluta cegueira se pode negar – como à pobreza generalizada a que condenou a ilha. Aquele que era o país mais desenvolvido da América Latina quando Castro entrou em Havana é hoje um dos mais pobres e nem sequer é verdade que isso tenha sucedido em nome da igualdade – em Cuba são pobres os que só têm pesos, vão-se desenrascando os que têm acesso aos dólares das remessas da emigração ou do turismo – ou por causa do “bloqueio”.

De resto a permanente insistência em atribuir todos os males do país ao “bloqueio” é, ao mesmo tempo, uma demonstração do génio político de Fidel, que sempre soube explorar a obsessão estúpida dos norte-americanos para explicar todos os seus fracassos económicos, e uma demonstração de como dominava as técnicas orwellianas de fazer com que a realidade não fosse o que era, mas a forma como o regime a descrevia. Na verdade Cuba nunca sofreu um “bloqueio”, nunca esteve cercada por navios que bloqueassem a entrada e saída de mercadorias dos seus portos ou F16 que fechassem o seu espaço aéreo. Cuba sempre pode ter relações comerciais com a maioria – a quase totalidade – dos países do mundo e com quase todos os seus vizinhos. Em Cuba pode-se mesmo encontrar produtos norte-americanos nas lojas, mas só nas lojas que só aceitam dólares. O “bloqueio” de Cuba sempre foi outro: uma economia dependente da monocultura da cana-de-açúcar que só sobreviveu com alguma largueza enquanto a URSS comprava as safras a preços muito acima dos de mercado. No entanto ainda hoje boa parte da esquerda (vejam-se as reacções à morte de Fidel do PCP e de figuras como Louçã) ainda nos falam dos sofrimentos do povo cubano como sendo uma consequência do inexistente “bloqueio” em vez de a atribuírem à mais que demonstrada ineficiência da sua economia estatizada.

Esta duplicidade moral da esquerda pode ser ilustrada com uma provocação simples, mas verdadeira: o regime de Castro matou muito mais opositores do que o regime de Pinochet; Castro, ao contrário de Pinochet, nunca permitiu uma consulta livre sobre o seu destino político, nem abandonou o poder respeitando a vontade popular; Castro encontrou uma Cuba corrupta mas economicamente dinâmica e deixa-a empobrecida e corrompida pelos mesmos males que vituperou, como prostituição, enquanto Pinochet recuperou a economia chilena, ainda hoje a mais dinâmica de toda a América Latina. Castro não deveria por tudo isso merecer mais condescendência do que a tolerância zero que justamente dedicamos à ditadura chilena. Sabemos bem como não é isso que acontece e como tantos procuram encontrar justificações e desculpas para continuarem a adular o “barbudo” que alimentou os seus sonhos juvenis, mas que hoje são apenas delírios senis.

Um ditador é um ditador, e quando tantos, à esquerda e até à direita, continuam a desculpar, justificar ou mesmo adular figuras como Fidel Castro, estão apenas a regressar à velha máxima que levou os Estados Unidos a apoiarem vários regimes ditatoriais: “é um filho da puta, mas é o nosso filho da puta”.

Possa a sua morte trazer melhores dias para o sacrificado povo cubano.

“Ninguém me consegue matar!” A vida e a morte de Fidel
26 Novembro 2016142
João de Almeida Dias


Tudo começou com uma carta escrita em mau inglês a um Presidente americano. E acabou num discurso onde a última palavra era "fim". O que houve pelo meio?
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O louco ano de 1948
“Condenem-me. A História absolver-me-á!”
Na Sierra Maestra, nasce a revolução
As execuções sumárias “aprovadas” pelo “cubanos de todas as opiniões e classes”
O gigante americano e a ilha que os russos adotaram
O homem que nunca morria
A vida depois da União Soviética
“Irei para o inferno!”

O primeiro gesto político de Fidel Castro aconteceu quando ainda era um jovem estudante do Colegio de Dolores, uma escola de jesuítas com regime de internato, em Santiago de Cuba. Em 1940, pegou num papel e numa caneta e, num inglês esforçado auxiliado por uma caligrafia cuidada, escreveu ao Presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Delano Roosevelt.

“Meu bom amigo Roosvelt [sic], eu não conheço muito inglês, mas conheço o suficiente para lhe escrever”, lia-se nas primeiras linhas da carta, onde se apresentava como tendo 12 anos. Depois de felicitá-lo pela recente reeleição, da qual Fidel tomara conhecimento pela rádio, o jovem cubano fazia-lhe um pedido: “Se puder, dê-me uma nota verde de 10 dólares americanos, na carta, porque eu nunca, nunca vi uma nota verde de 10 dólares americanos e gostava de ter uma”. Mais à frente, despede-se com uma assinatura onde se lê “Castro” encimado por uma miríade de rabiscos. Mas, logo a seguir, não resistiu a acrescentar uma proposta ao Presidente norte-americano: “Se quiser ferro para fazer os vossos navios, eu mostro-lhe as maiores minas de ferro da ilha. São em Mayari, Oriente, Cuba”.

Transcrição verbatim da carta do jovem Fidel Castro, de 12 anos, a Franklin D. Roosevelt

Mr Franklin Roosvelt, President of the United States.

My good friend Roosvelt I don’t know very English, but I know as much as write to you.
I like to hear the radio, and I am very happy, because I heard in it, that you will be President for a new (período).
I am twelve years old. I am a boy but I think very much but I do not think that I am writing to the President of the United States.
If you like, give me a ten dollars bill green american, in the letter, because never, I have not seen a ten dollars bill green american and I would like to have one of them.

My address is:

Sr. Fidel Castro
Colegio de Dolores
Santiago de Cuba
Oriente, Cuba

I don’t know very English but I know very much Spanish and I suppose you don’t know very Spanish but you know very English because you are American but I am not American.
(Thank you very much) Good by. Your friend,

Fidel Castro

If you want iron to make your sheapsships I will show to you the bigest (minas) of iron of the land. They are in Mayari Oriente Cuba.

É irónico analisar a carta quase 80 anos depois: Fidel Castro, que ficou conhecido por ter sido um dos grandes inimigos de 11 Presidentes dos Estados Unidos, escolheu estender a mão aos EUA no seu primeiro contacto com aquele país. Muito antes de tratar os “ianques” com um misto de desconfiança e agressividade, Fidel dirigiu-se ao Presidente americano com um “meu bom amigo”.

Mas, naquela época, a ironia que saltava à vista era outra: a de que aquela carta enviada por um rapaz ambicioso e destemido tinha sido escrita pelo filho de um agricultor analfabeto. Em 1895, um jovem agricultor galego de 20 anos que não sabia ler, chamado Ángel Castro, chegou a Cuba para combater durante trinta e seis meses sob a bandeira espanhola. Quando finalmente voltou a Láncara, a sua aldeia, no interior da Galiza, descobriu que a sua noiva não tinha esperado por ele e continuara a sua vida com outro homem. Foi por desgosto que voltou para Cuba em 1899.

Chegou sem nada e, por isso, começou por baixo. Em Birán, na província do Oriente, vendia limonada aos trabalhadores das plantações de cana-de-açúcar e das matas. Depois, abriu uma loja, onde os camponeses eram os principais clientes. Quando juntou algum dinheiro, começou a arrendar terrenos à United Fruit, uma empresa norte-americana que se instalara na zona leste de Cuba e vendia fruta nos EUA e na Europa. “Adquiriu uma pequena serração e vendia madeira aos engenhos açucareiros das imediações”, escreve Sir Leycester Coltman, ex-embaixador do Reino Unido em Cuba no livro O Verdadeiro Fidel Castro (Edições 70).

“Segundo alguns testemunhos, ele não respeitava minudências legais, e muitas vezes furtava ferramentas nas instalações da United Fruit. Partia do princípio de que Cuba tinha sido roubada pela Espanha e pelos norte-americanos, e que não havia mal em recuperar alguns pedaços”, lê-se naquele livro.



Aos 14 anos, Fidel Castro escreveu uma carta a Franklin D. Roosevelt, então Presidente dos EUA, a pedir-lhe uma nota de 10 dólares

Depois de um primeiro casamento que ruiu por Ángel Castro ser um marido pouco presente, colocando o seu negócio sempre em primeiro plano, o galego assumiu uma relação com Lina Ruz, que trabalhava até então como empregada e cozinheira da família. Embora não fossem casados, viveram as suas vidas como se o fossem, apesar dos comentários indiscretos que isso causava. Tiveram ao todo sete filhos: quatro raparigas e três rapazes. Um eles, nascido a 13 de agosto de 1927, foi apelidado (por ser filho fora do casamento, o batizado ficou para outra altura) de Fidel, em homenagem a um político local com esse nome que em tempos emprestara dinheiro a Ángel Castro.

Foi preciso deixar passar oito anos e percorrer quase 100 quilómetros a sul até chegar a Santiago para que Lina Ruiz, uma religiosa devota que misturava o catolicismo com a santería, conseguisse batizar o filho. Esse facto permitiu-lhe ainda inscrevê-lo no Colegio La Salle, gerido por jesuítas. Ali, os outros rapazes corriam atrás dele e chamavam-no de “judeu”, perante os rumores de que não seria batizado. Foi a partir daquelas quatro paredes, onde ficou conhecido por ser um aluno rebelde e indisciplinado, mesmo que aplicado nos estudos, que Fidel Castro escreveu a sua carta a Roosevelt. Quando recebeu uma resposta formatada da embaixada dos EUA, exibiu-a com orgulho num dos placards do colégio.

Anos mais tarde, foi para outra escola jesuíta, o Colégio Belén, em Havana, à altura um dos mais prestigiados do país entre as elites. Fidel Castro tinha então 14 anos, mas as regras mandavam que só podia entrar naquela escola quem já tivesse feito os 15. Ángel Castro conseguiu que o seu filho ganhasse um ano de vida nos documentos. A sua nova data de nascimento viria a perdurar até à sua morte, oficialmente aos 90 anos.

Foi no Colégio Belén que, apesar de manter alguma da rebeldia de criança, Fidel Castro começou também a aproximar-se do estudo da História recente de Cuba. Com entusiasmo, leu sobre a vida de José Martí, figura incontornável do combate ao colonialismo espanhol e à altura o maior herói nacional de Cuba. Anos mais tarde, Fidel Castro viria a puxar até si a sua figura, erguendo-lhe estátuas e dando o seu nome a algumas das praças mais importantes do país.



Como estudante, Fidel Castro era pouco assíduo. Desde cedo, na Universidade de Havana, ocupou o seu tempo com a política

Em 1945, Fidel Castro entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de Havana. “Após anos de jesuítas, baseados no rigor, disciplina e devoção, enfim, numa palavara, na ordem, acaba de mergulhar na desordem”, escreve o seu biógrafo Serge Raffy, em Fidel Castro (Verbo).

“Passado o efeito surpresa, Fidel percebe que este mundo foi feito para ele. Discursos, evocações, murros, armas à cintura, intimidações, chantangens: aqui reina a ação”, escreve Serge Raffy. “Ao longo do primeiro ano observa como as coisas se passam, tenta captar as subtilezas, as contradições. Apercebe-se de que a todo-poderosa Federação dos Estudantes Universitários, FEU, que gere a universidade em conjunto com o corpo docente, serve sobretudo de trampolim político para os seus membros. A maioria, passada a altura da contestação, acaba por arranjar um lugar no governo ou um alto cargo administrativo.”

Fidel Castro entrou rapidamente no clima aceso da política universitária, que era então invadida por aquilo que se passava nas esferas mais altas do poder cubano. Em 1940, Fulgêncio Batista, o ditador que anos mais tarde viria a ser derrubado por Fidel Castro, venceu as eleições presidenciais. Quatro anos depois, em 1944, foi derrotado por Ramón Grau, depois de uma breve passagem pelo poder nos anos 30.

Nada disto se fez pacificamente, como nota Sir Leycester Coltman. “Numa tentativa de consolidar a sua instável base de poder, [Ramón Grau] ofereceu dinheiro e cargos a alguns dos seus velhos apoiantes estudantis e deu luz verde ao uso de violência contra os inimigos políticos, dentro e fora da universidade”, escreve o ex-diplomata.
"Passava muitas horas na cantina da faculdade e em outras cantinas de Havana onde os estudantes se juntavam. Conversava incessantemente sobre política, gesticulando muito, levantando-se e andando de um lado para o outro. Destacava-se na multidão. Alto e atraente, fazia muitas vezes questão de vestir um fato escuro e gravata, o que era invulgar no clima quente e na atmosfera geralmente informal de Havana."
"O Verdadeiro Fidel Castro", Sir Leycester Coltman (Edições 70)

Enquanto isso, Fidel Castro começava a querer juntar-se a esta ebulição. Pouco depois de ter entrado no curso de Direito, procurou subir à presidência da Federação dos Estudantes Universitários. “Tornou-se um leitor voraz de jornais, diários políticos e livros sobre a atualidade”, recorda Sir Leycester Coltman. Fidel Castro ia à Universidade de Havana, sim — mas mais por tudo o que podia ser feito fora daquelas paredes do que por aquilo que daria para aprender entre elas.

“Passava muitas horas na cantina da faculdade e em outras cantinas de Havana onde os estudantes se juntavam. Conversava incessantemente sobre política, gesticulando muito, levantando-se e andando de um lado para o outro”, lê-se em O Verdadeiro Fidel Castro. “Destacava-se na multidão. Alto e atraente, fazia muitas vezes questão de vestir um fato escuro e gravata, o que era invulgar no clima quente e na atmosfera geralmente informal de Havana.”

Foi nesta época que conheceu Manolo Castro, um estudante já com mais de 30 anos que era a cabeça do anti-comunista Movimento Socialista Revolucionário. Numa altura em que este pensava candidatar-se à câmara de Havana, foi convocado para uma reunião com Carlos de Céspedes, um político de direita conhecido por procurar apoiantes mostrando-lhes a carteira aberta. Foi para isso que chamou aqueles jovens. Os relatos que surgem daquela reunião contam que, quando chegou a altura de Fidel Castro falar, este se dirigiu ao político com a maior das ironias ao colocar-lhe três condições para o apoiarem. Primeiro, os estudantes mortos em confrontos com os governos de direita teriam de ser ressuscitados. Depois, esses governos teriam de devolver o dinheiro que teriam roubado ao erário público. Por fim, a História teria de andar cem anos para trás. Fidel Castro tinha 19 anos.

Por essa altura, era uma figura incontornável na Universidade de Havana. Era ali, na escalinata, uma escadaria no exterior do campus, que a maior parte dos estudantes o encontravam. Fidel ganhava o gosto pelos discursos, à altura mais agressivos do que longos. “É visto (…) a arengar a multidão como um possesso”, escreve Serge Raffy. “Cita constantemente José Martí, ataca com violência o imperialismo americano, apela à libertação de Santo Domingo, de Porto Rico. Qual Zeus da sua nuvem, ameaça as ditaduras sul-americanas com um indicador acusador.”

A ameaça não era em vão. No verão de 1947, ouve falar de um projeto de invasão de Santo Domingo, na República Dominicana, para derrubar o ditador Rafael Trujillo. O plano era do Movimento Socialista Revolucionário e Fidel Castro, depois de implorar, foi posto a par dos planos. E entrou neles.

“Durante cinquenta e nove dias, sob um sol abrasador, dilacerado pelos mosquitos, Fidel espera, juntamente com este exército rebelde composto de cubanos, dominicanos e porto-riquenhos, uma improvável luz verde para atacar a ilha vizinha”, escreve Serge Raffy. O tempo esticou-se, a CIA descobriu o que se passava e Ramón Grau foi pressionado a agir. Os revolucionários que nunca chegaram a sê-lo receberam ordem de prisão. Fidel Castro conseguiu escapar a tempo, depois de escapar num bote e de nadar uma dúzia de quilómetros por águas infestadas por tubarões com uma metralhadora atada ao pescoço. Passou a noite na casa de um amigo em Oriente e logo partiu para Havana. Não tardaria a voltar a ser visto no topo da escalinata a discursar contra o Presidente cubano.
O louco ano de 1948

O clima político cubano aquecia cada vez mais e a Universidade de Havana era um dos pontos mais quentes. Em janeiro de 1948, a polícia matou Jesús Menéndez, um líder comunista negro do sindicato dos trabalhadores da cana-de-açúcar e também congressista. No mês seguinte, com os estudantes à cabeça, houve motins um pouco por toda a capital cubana. O estudantes chegaram a montar uma metralhadora no topo da escalinata. Numa carga policial, Fidel Castro foi atingido na cabeça e começou a sangrar. “Deslocou-se com alguns colegas a um hospital próximo, não para receber tratamento — a ferida era ligeira e superficial — mas para falar com os jornalistas e fotógrafos convocados para ver a sua cabeça ligada e ensanguentada”, escreve Sir Leycester Coltman.

Em abril desse ano, depois de passar por Caracas e pelo Panamá, Fidel Castro partiu com um colega para Bogotá. Estaria ali em representação da Federação de Estudantes Universitários, embora esta não o soubesse, para se encontrar com outros jovens sul-americanos de esquerda. Durante esse tempo, arranjaram problemas com a polícia, que deteve durante pouco tempo os dois amigos, depois de lançarem panfletos contra os EUA no Colón, um teatro onde era frequente serem vistas figuras do Governo e da elite do país.
"Pensei: 'Bem, o povo daqui é igual ao povo de Cuba, igual ao povo em toda a parte. Esta gente é oprimida e explorada'. Discuti comigo mesmo: 'O líder principal deles foi assassinado e esta insurreição é absolutamente justificada. Posso morrer aqui mas vou ficar'."
Fidel Castro, recordando a revolta do Bogotazo, na Colômbia

Durante a sua passagem por Bogotá, Fidel Castro conseguiu ser recebido por Jorge Eliécer Gaitán, candidato presidencial do Partido Liberal, de esquerda. Poucos dias depois, a 9 de abril, Gaitán viria a ser assassinado. A notícia apanhou Fidel Castro de surpresa, numa altura em que as ruas de Caracas já estavam mergulhadas no caos — e o jovem cubano tratou de chegar depressa ao seu núcleo.

Numa entrevista posterior, Fidel Castro falou desse momento, que ficou marcado para a História pela morte de três mil pessoas num motim que não chegou a durar um dia. “Pensei: ‘Bem, o povo daqui é igual ao povo de Cuba, igual ao povo em toda a parte. Esta gente é oprimida e explorada’. Discuti comigo mesmo: ‘O líder principal deles foi assassinado e esta insurreição é absolutamente justificada. Posso morrer aqui mas vou ficar’.”

Primeiro, foi procurar armas a uma esquadra, onde lhe disseram que estas estavam a ser distribuídas. Lá chegado, viu que já tudo tinha sido levado com a excepção de um lançador de gás lacrimogéneo, que guardou. Pôs-se a caminho da Emissora Nacional e, a meio, tentou fazer um discurso a uns soldados que avistou perto do Ministério da Guerra. Quando chegou à Emissora Nacional, voltou para trás por ser demasiado inseguro, recuando para a universidade. Dali, integrou um batalhão de voluntários para defender a sede do Partido Liberal, de Gaitán. Lá dentro, tentava ganhar protagonismo, dirigindo-se a um comandante da polícia que lá estava para ajudar. Depois, passou a noite numa pensão da qual foi expulso. Só ficou a salvo depois de ser levado ao consulado cubano num carro diplomático argentino juntamente com uma comitiva de estudantes de Buenos Aires.

Fidel Castro voltou a Havana, consolidando cada vez mais o seu estatuto perante os colegas. Enquanto isso, o seu pai, que acompanhava de longe e com críticas o rumo que o seu filho tomava, cortou-lhe a mesada.



Como estudante universitário, Fidel Castro era frequentemente visto nesta escadaria a discursar

Em 1948, Fidel conheceu Mirta Díaz Balart, irmã de um amigo da universidade e filha de uma família abastada de Banes — viria a ser a sua primeira mulher. Foi na lua-de-mel do casal que Fidel Castro visitou pela primeira vez os EUA, passando por Miami e Nova Iorque. O casamento não durou, apesar de terem tido entre eles um rapaz a que chamaram de Fidel e que ficou para sempre conhecido como Fidelito. Regressado a Havana, onde o casal chegou a viver num quarto de hotel, Fidel Castro não demorou a preferir a política e o Partido Ortodoxo, do qual se tornara militante, à mulher.

As ameaças de morte, nesta fase já constantes, obrigaram-no a viver na clandestinidade e longe de Mirta. “Abandona-a tanto mais frequentemente quanto se vê obrigado a esconder-se em casa de amigos”, escreve Serge Raffy. “Mirta fica sozinha a maior parte do tempo com o bebé.”

Parte dessa clandestinidade foi passada nos EUA, onde esteve durante três meses no início de 1950. Afastado de toda a agitação de Havana, dedicou-se aos estudos de Direito como nunca o fizera. Em setembro desse ano, já regressado a Cuba, concluiu o curso. Pouco depois, fundou uma firma de advogados com dois jovens com o objetivo de defender os mais pobres. Montaram um escritório espartano em Havana. Pouco atentos às finanças do negócio, chegavam a aceitar pagamentos em madeira para poderem mobilar o escritório.

“O reverso deste grande desdém pelo dinheiro era a sua indiferença para com as necessidades materiais da sua esposa leal, que de há muito vinha sofrendo”, lê-se em O Verdadeiro Fidel Castro (Edições 70). “Azpiazu, o sócio de Fidel, recebeu um telefonema de Mirta, em lágrimas, sem ter sequer um berço para o bebé. Pelo menos duas vezes tiveram a eletricidade cortada porque Fidel não pagara as contas. Mirta queixava-se que às vezes nem tinha dinheiro para comprar comida para o filho.”

Fidel Castro libertou-se rapidamente da rotina da advocacia e voltou ao frenesim da política. Em 1952, publicou no jornal Alerta uma denúncia contra o Presidente Carlos Prío Socarrás, acusando-o de vários crimes de corrupção. Deixou ainda a promessa de denunciar o luxo em que este vivia, depois de ter tido acesso a esse mundo. “Fazendo-se passar por jardineiro, fotografara a mansão de campo do Presidente e as festas sumptuosas que organizava”, escreve o ex-embaixador britânico.

Foi neste clima que Fulgêncio Batista, o ex-Presidente cubano, preparou um golpe de Estado ao mesmo tempo que, de fachada, antecipava as eleições presidenciais. Neste processo, aquele militar, que era próximo da família de Mirta por serem todos de Banes, chamou Fidel Castro, procurando o seu apoio. No final do encontro, ficou estabelecido que tinham posições impossíveis de conciliar.

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“Condenem-me. A História absolver-me-á!”

Nos anos que se seguiram, Fidel Castro continuou a sua ascensão política. Apesar de ainda ser membro do Partido Ortodoxo, com o qual se identificava cada vez menos, ajudou a fundar O Movimento, uma organização com um braço político e outro militar. Em 1952, tinham 1200 pessoas e mais de cem células. Foi a partir daqui que planeou o fatídico golpe ao quartel de Moncada.

O plano era ambicioso mas Fidel Castro tinha fé nele. “A operação será um acontecimento tão importante como a tomada da Bastilha em 1789”, terá sussurrado aos seus companheiros. O objetivo era atacar o quartel de Moncada, em Santiago, no dia 26 de julho, para assim conseguir o armamento que tanto faltava ao Movimento. Ao mesmo tempo, o quartel de Bayamo, na estrada para Havana, também seria tomado pelos revoltosos, que assim isolariam o Oriente do resto do país.
"A operação será um acontecimento tão importante como a tomada da Bastilha em 1789."
Fidel Castro, sobre o assalto ao quartel de Moncada

Fidel Castro já tinha preparado um manifesto de nove páginas para ler nas rádios aquando do triunfo. “A revolução nasceu na alma do povo cubano, a partir da vanguarda dos jovens que procuram uma nova Cuba liberta dos erros passados e das ambições sórdidas”, lia-se nesse texto. “Foi preparada com a paciência, bravura e determinação dos que consagram a sua vida a um ideal.”

O manifesto nunca chegou a ser lido. As coisas correram mal logo desde o início, com Fidel Castro a esquecer-se dos óculos e a ter de pedir uns emprestados, sem que a graduação fosse totalmente adequada. A caminho de Santiago, um carro avariou-se e outros perderam-se pelo caminho, incluindo aquele onde seguia Raúl Castro, que entretanto seguia as pisadas do irmão mais velho. A chegada do grupo de Fidel Castro foi desastrosa. Sem poder esperar pelos companheiros que tardavam a chegar, iniciou uma ofensiva que começou com ele próprio a tentar atropelar os soldados que estavam no portão, impedindo-os de acionarem o alarme. Por atrapalhação — há quem diga que foi pelos óculos desadequados, mas outros afirmam que teve dificuldades em conduzir o jipe ao mesmo tempo que segurava uma pistola — falhou a investida e o carro foi abaixo. Já não havia maneira de o golpe resultar.
"A revolução nasceu na alma do povo cubano, a partir da vanguarda dos jovens que procuram uma nova Cuba liberta dos erros passados e das ambições sórdidas. Foi preparada com a paciência, bravura e determinação dos que consagram a sua vida a um ideal."
Texto que Fidel Castro preparou para ler caso o golpe de 26 de julho vencesse

Ao todo, morreram oito golpistas durante os confrontos e outros 56 vieram a morrer a seguir, muitos deles executados depois de horas de tortura. Do lado do exército, morreram 22 soldados.

Fidel Castro conseguiu fugir do local, seguido por 19 rebeldes. À medida que o grupo persistia na fuga, ia perdendo membros. Quando foram finalmente capturados, já só eram três. Fidel Castro era o homem mais procurado de Cuba quando foi encontrado pelo tenente Pedro Sarría. Quando os avistou, gritou aos seus subordinados para não dispararem. Vinte anos depois, já líder de Cuba, Fidel Castro foi ao seu funeral.

A 21 de setembro, Fidel Castro começou a ser julgado juntamente com 122 réus. Doutor em Direito, Fidel Castro agiu como seu próprio advogado de defesa. Quando o juiz quis saber quem era o autor intelectual da tentativa de golpe, respondeu-lhe com o nome de José Martí. A 26 de setembro, quando estava marcada uma nova sessão do julgamento, Fidel Castro alegou que estava doente e não compareceu ao tribunal. Os médicos disseram que ele estava bem, as autoridades exigiram a sua presença no banco do réus mas acabou por ficar acordado que as sessões com Fidel Castro passariam a ser numa sala de enfermeiras num hospital civil nas imediações do quartel de Moncada.

Foi ali, já em outubro, que Fidel Castro fez um dos seus discursos mais icónicos. Ao longo de duas horas, teceu paralelismos entre ele próprio e José Martí, desdobrou-se em referências literárias e falou de revoluções de outras épocas, como a inglesa de 1688, a americana de 1776 e a francesa de 1789. E atacou Fulgêncio Batista: “Dante dividiu o seu inferno em nove círculos. Colocou os criminosos no sétimo, os ladrões no oitavo, os traidores no nono. Que duro dilema teriam os demónios para encontrar um sítio adequado para a alma deste homem… se este homem tivesse alma!”.

Por fim, terminou a sua defesa. “Quanto a mim, sei que a prisão vai ser dura como nunca foi para ninguém, repleta de ameaças, de maldades ruins e cobardes, mas não a temo, como não temo a fúria do tirano miserável que arrancou a vida a sete dos meus irmãos”, disse. E, por fim, rematou com a citação histórica: “Condenem-me, não me importa. A História absolver-me-á”.

Fidel Castro foi condenado a 15 anos de prisão.
"Quanto a mim, sei que a prisão vai ser dura como nunca foi para ninguém, repleta de ameaças, de maldades ruins e cobardes, mas não a temo, como não temo a fúria do tirano miserável que arrancou a vida a sete dos meus irmãos. Condenem-me, não me importa. A História absolver-me-á".
Fidel Castro, antes de ser condenado a 15 anos de prisão

Quando chegou à cadeia, foi-lhe dado o número 3859. Já lá estavam Raúl Castro e Pedro Miret, também ele um dos cérebros do Movimento, que trataram de formar um grupo de estudo entre prisioneiros que batizaram de Academia Ideológica Abel Santamaría, em homenagem a um dos seus camaradas caídos no 26 de julho. Cada um ensinava o que podia: Fidel dava aulas de Filosofia e História Moderna, Pedro Miret ensinava História Antiga. Todos os dias havia cinco horas e meias de aulas nesta academia que chegou a ter mais de 500 livros para consulta.

A partir da prisão, Fidel Castro ouviu na rádio que Mirta, a sua mulher, saíra das listas de pagamentos do Ministério do Interior. Tudo aquilo era novidade para Fidel Castro, que apenas contactava com a mulher esporadicamente e só por escrito. Ela não lhe contou que o irmão, entretanto escolhido para vice-ministro do Interior de Fulgêncio Batista, arranjara maneira de ela receber uma quantia fixa por um emprego inexistente para poder fazer face às suas despesas e às do filho do casal, Fidelito. “O prestígio da minha mulher e a minha honra como revolucionário estão em causa”, escreveu Fidel Castro numa carta a uma terceira pessoa. O casal divorciou-se e Fidelito ficou com a mãe.

Enquanto isso, Cuba caminhava para novas eleições e Fulgêncio Batista procurou fazer concessões a vários grupos numa tentativa de evitar novos problemas. Uma delas foi libertar os rebeldes de Moncada. A 15 de maio de 1955, quase dois anos depois do golpe falhado, Fidel Castro era de novo um homem livre. Na semana em que saiu, entregou-se não à política mas a um romance que desenvolvia com Naty Revuelta já nos tempos em que preparava o golpe de 1953. Ela engravidou, dando à luz mais tarde Alina Castro, atualmente cidadã norte-americana e crítica do regime cubano. Na mesma semana, Fidel Castro teve uma aventura com Maria Laborde, também sua apoiante, e tornou a conceber um novo filho, Jorge Angel Laborde.

Mal regressou à política, percebeu que já não estava seguro em Cuba. Seguiu-se uma onda de raptos, atentados, assassinatos e de prisões entre os meios revolucionários. Fidel Castro começou a andar com guarda-costas, entre os quais o seu irmão Raúl, perante os rumores de planos de homicídio contra o rebelde. Não tardaram a fugir do país. Primeiro Raúl, depois Fidel. Já havia um novo plano: a revolução seria preparada a partir do estrangeiro.
"Identificámo-nos de tal modo com a montanha, com a sua natureza, com o seu cenário, adaptámo-nos tão bem que tínhamos a impressão de nos encontrarmos no nosso habitat. Não foi fácil, mas penso que nos indentificámos com a floresta da mesma maneira que os animais que nela vivem."
Fidel Castro, sobre a vida na Sierra Maestra, onde preparou a expansão dos guerrilheiros

Quando chegou ao México, Raúl Castro apresentou ao irmão mais velho um médico argentino conhecido como Ernesto Che Guevara, que já há alguns anos vivia uma vida de nómada um pouco por toda a América Latina, intensificando as suas convicções esquerdistas e anti-americanas a cada quilómetro. O entendimento entre os dois, diz-se, foi imediato.

“Quando [Fidel Castro] está presente ninguém tem o direito de dissertar em seu lugar”, escreve Serge Raffy desse momento, que conta ter sido uma exceção. “Ora, desta vez parece uma estátua de sal, como que enfeitiçado. Os que o conhecem esperam o contra-ataque, o momento fatal em que vai humilhar o insolente. Porque não põe de rastos este intelectual de Buenos Aires, como gosta tanto de fazer?”

Não o fez porque gostava do que ouvia — e, por isso, falaram a noite toda sobre aquele que queriam que fosse o futuro da América Latina na segunda metade do século XX.

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Na Sierra Maestra, nasce a revolução

Fidel Castro e Ernesto Che Guevara começaram a fazer planos. Depois de conseguirem a colaboração de um general cubano de pais espanhóis, Alberto Bayo, que combatera na Guerra Civil de Espanha pelos republicanos e que tinha estudado a guerra de guerrilha na Academia Militar Espanhola, Fidel partiu novamente para os EUA para conseguir financiamento junto dos exilados da ditadura de Fulgêncio Batista.

Com a ajuda da irmã Lidia, conseguiu rever o filho Fidelito em Miami, numa altura em que já tinha um maço de notas com os donativos. Quando Fidelito tentou tocar no dinheiro, o pai ter-lhe-á dito: “Não lhe toques, Fidelito. Esse dinheiro pertence a Cuba”. De regresso ao México, usou o dinheiro para comprar armas — mas foram apreendidas. Os rebeldes foram detidos mas, pouco depois, foram poupados à prisão ou à extradição e permaneceram no México.

Fidel Castro virou-se então para um dos seus antigos inimigos para conseguir dinheiro: o ex-Presidente Carlos Prío Socarrás, aquele cujo jardim invadira para poder fotografar as suas festas luxuosas. Este, por ressentimento a Fulgêncio Batista, que o derrubara com um golpe, deu-lhe 100 mil dólares. Dessa quantia, Fidel Castro usou 18 mil dólares para comprar um iate a motor com 13 metros que um americano batizara de Granma, em honra à avó; deu a entrada para uma casa onde os rebeldes poderiam conspirar; comprou armas.

O tempo e as autoridades mexicanas começaram a apertar, obrigando os rebeldes a agir. A 25 de novembro de 1956, quando Fidel Castro tinha apenas 29 anos, 82 homens subiram a bordo do Granma e, munidos com noventa espingardas, duas armas antitanque manuais, três metralhadoras e cerca de quarenta pistolas puseram-se a caminho de Oriente, em Cuba. As condições estavam longe de ser ideais. “Um dos homens perguntou quando é que iriam alcançar o navio principal. Tinha assumido que o Granma era apenas um batelão”, escreveu Sir Leycester Coltman.



Fidel Castro, a treinar tiro na Sierra Maestra

Os dias, meses e anos que se passaram fizeram parte da mitologia de Fidel Castro que aqueles em seu torno trataram de exacerbar. O difícil desembarque em Cuba foi uma prova dura para os 82 homens. O grupo foi sendo alvo de emboscadas, também de algumas desistências, mas Fidel manteve o plano de chegar à Sierra Maestra. A 18 de dezembro, menos de um mês depois da saída do México, já mais de metade dos rebeldes tinha morrido. Os restantes estavam dispersados.

Fidel precisou de retomar a revolução. “Identificámo-nos de tal modo com a montanha, com a sua natureza, com o seu cenário, adaptámo-nos tão bem que tínhamos a impressão de nos encontrarmos no nosso habitat. Não foi fácil, mas penso que nos indentificámos com a floresta da mesma maneira que os animais que nela vivem”, recordou mais tarde Fidel Castro.

Fernando-Sánchez Amaya escreveria anos depois, sobre aquele momento, que “em nenhum momento [Fidel] se deu por vencido”. “A uma dada altura comecei a pensar que ele era louco. Disse para mim mesmo, ‘Merda, ele enlouqueceu!'”, recorda. Fidel Castro era dado como morto pela imprensa, nacional e internacional.



Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, na Sierra Maestra

Em fevereiro de 1957, o The New York Times enviou um jornalista à Sierra Maestra depois de Fidel Castro ter pedido a presença de jornalistas estrangeiros. O repórter, Herbert L. Matthews, fez um relato impressionante, tendo em conta as notícias da morte do cubano. “Fidel Castro, o líder rebelde da juventude cubana, está vivo e a lutar arduamente e com sucesso nas duras e impenetráveis escarpas da Sierra Maestra”, escreveu. O repórter norte-americano, sobre o qual mais tarde foi escrito um livro cujo título é O Homem Que Inventou Fidel Castro, escreveu um artigo onde exacerbava a dimensão e alcance do grupo àquela altura. Na verdade, foi vítima de um embuste: enquanto Fidel Castro falava com ele, Raúl Castro ordenava ao mesmo grupo de homens que passasse pelas imediações da entrevista várias vezes. Como não passavam perto, o jornalista achou que se tratava de pessoas diferentes, e por isso muitas, e não sempre as mesmas.

A verdade é que, com o passar do tempo, o grupo de rebeldes foi ganhando força e espaço. Em 1958, Fulgêncio Batista era atacado por vários lados, fosse pela ofensiva dos revolucionários fosse pela Igreja ou por grupos de juízes. Também os EUA deixaram de enviar armas para Cuba, com receio de se associarem ainda mais ao seu regime, que agora entrava numa espiral de execuções e outros episódios de repressão. Militarmente, Fulgêncio Batista cometeu o erro de achar que o centro da guerra era em Havana, quando era a partir das montanhas do Oriente que ela o atingia com maior força.

Entretanto, o ditador cubano destacara o general Eulogio Cantillo para liderar as tropas no Oriente. Este, nas suas costas, começou a negociar com os rebeldes. A 28 de dezembro de 1958, encontrou-se com Fidel Castro, que já controlava mais de metade do país. Falaram durante quatro horas e acordaram um levantamento militar anti-Batista às 15h00 de 31 de dezembro a partir de Santiago.



À medida que avançava calmamente para Havana, Fidel Castro era recebido em euforia

À medida que os rebeldes iam tomando cidades a leste de Cuba, Fulgêncio Batista percebeu que já não tinha como sair vitorioso. Apresentou a demissão, transferiu todas as suas funções para o general Eulogio Cantillo e partiu para o exílio — primeiro na República Dominicana, depois em Portugal e finalmente em Espanha, onde viria a morrer em 1973.

Eulogio Cantillo aceitou a transferência de poder mas Fidel Castro não. Arranjou maneira de colocar Cantillo em prisão domiciliária e apelou ao povo para sair à rua. Ao mesmo tempo, Fidel fazia agora um percurso relativamente lento em direção à capital, parando pelo caminho para discursar nalgumas vilas e cidades — e também aproveitou para ver o filho Fidelito nos subúrbios de Havana.

A 1 de janeiro de 1959, Fidel Castro chegava a Havana. “Foi saudado com sinos de igreja, apitos de fábricas, sirenes de navios e salvas de honra disparadas pela marinha”, recorda Sir Leycester Coltman. Aos 32 anos, Fidel Castro acabava de consumar uma das revoluções mais marcantes da segunda metade do século XX.

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As execuções sumárias “aprovadas” pelo “cubanos de todas as opiniões e classes”

Ao entrar em Havana naquele dia de Ano Novo, Fidel Castro dava início a um dos regimes mais controversos da História Moderna. Ainda o pó da revolução não assentara, Fidel Castro já promovia julgamentos populares que na maior parte das vezes acabavam como execuções sumárias. “O tipo de justiça administrada era popular entre os cubanos, mas caía mal no estrangeiro , especialmente nos Estados Unidos”, escreveu o ex-embaixador britânico em Cuba. Num discurso a 22 de janeiro desse ano, nem um mês depois de subir ao poder (oficialmente seria primeiro-ministro em fevereiro), Fidel Castro perguntou num enorme comício quem é que apoiava os julgamentos. A multidão respondeu toda a seu favor. “Senhores dos corpos diplomáticos, senhores da imprensa de todo o continente, o júri de um milhão de cubanos de todas as opiniões e classes acabou de votar!”, sentenciou Fidel Castro.

Fidel isolou-se de forma crescente. Depois de ter contado com eles ao seu lado na guerrilha, mandou prender Huber Matos e afastou-se de Camilo Cienfuegos, que pouco depois morreu num acidente de avioneta sem que se tenham apurado as causas da queda. A nível familiar, enfrentou alguns dos seus irmãos e a mãe, entretanto viúva, garantindo que também as suas terras seriam nacionalizadas. Em protesto por uma irmã se casar numa festa pomposa, apareceu na cerimónia uma hora depois do início e cheio de lama. E, a nível político, ele, que crescera nos partidos, aboliu agora a sua existência. No jornal Revolución, então porta-voz do MR-26, era explicado que o país estava a “desenvencilhar-se” das “ideias do passado e de todos os velhos jogos políticos”, acrescentando que “os políticos de partido não deviam poder minar a revolução com o seu oportunismo e hipocrisia”.
"Senhores dos corpos diplomáticos, senhores da imprensa de todo o continente, o júri de um milhão de cubanos de todas as opiniões e classes acabou de votar!"
Fidel Castro, perante os braços erguidos das pessoas a quem perguntou se aprovavam as execuções de soldados de Fulgêncio Batista

Parte do mundo assistia a tudo isto com preocupação. Ciente disso, Fidel Castro voltou a fazer a viagem que já tinha realizado em tempos: voltou aos EUA. Agora, numa operação de charme.

O convite partira da Sociedade de Editores de Jornais norte-americana. Além de se encontrar com jornalistas, também teve reuniões com políticos norte-americanos. Quando o apresentaram ao funcionário do Departamento de Estado que estava com a pasta dos Assuntos Cubanos, Fidel respondeu, com humor: “Pensei que era eu quem estava encarregado dos assuntos cubanos”. Além disso, passeou livremente por Nova Iorque. Foi abordado por mulheres, que lhe pediam autógrafos e beijos; passou pelo zoo do Bronx; deixou-se fotografar em manifestações em seu apoio; foi comer a um restaurante chinês.



Fidel Castro, numa viagem a Nova Iorque em 1959, rodeado de admiradoras

Tudo lhe corria bem até ao momento em que se encontrou com Richard Nixon, que na época era vice-Presidente de Dwight Eisenhower. Numa altura em que a Guerra Fria dividia cada vez mais o mundo, a preocupação dos EUA era ver aquela pequena ilha a apenas 150 quilómetros de Miami a passar para o lado da União Soviética. O receio norte-americano começou a confirmar-se depois daquela reunião, sobre a qual Nixon disse a Eisenhower: “Ou ele é incrivelmente ingénuo em relação ao comunismo, ou veio ensinado por eles. Parece-me que é a primeira hipótese”.

Pouco depois, continuando um périplo que passou pelo Canadá e por países da América do Sul, Fidel Castro propôs aos EUA que investissem 30 mil milhões de dólares do seu Plano Marshall em países da América Latina. Os EUA recusaram o pedido.

Em janeiro de 1960, acusou 80% dos funcionários da embaixada dos EUA de serem espiões e ordenou a redução do seu staff para 11 funcionários. Os EUA cortaram aí as relações diplomáticas entre os dois países, conforme anunciou Dwight Eisenhower. “Esta ação, planeada pelo Governo de Castro, é apenas o mais recente de uma longa série de ataques, acusações sem fundamento e violações. Há um limite para aquilo que os EUA podem aguentar mantendo o orgulho próprio. Esse limite foi agora atingido”, disse numa comunicação ao país.

Em março de 1960, um navio francês com um carregamento de armas e munições da Bélgica explodiu no porto de Havana. Morreram 81 pessoas. Depois de as relações com os EUA terem começado a tomar um rumo negativo, Fidel Castro tratou de reforçá-lo, acusando os norte-americanos de serem responsáveis pelo desastre. Foi nessa altura que começou a terminar todos os seus discursos com o lema “pátria ou morte!”. “As acusações de Fidel, de sabotagem e assassínio, foram a última gota para a Administração dos EUA”, escreve o ex-embaixador britânico. “A 17 de março de 1960, o Presidente Eisenhower autorizou finalmente uma ação secreta para derrubá-lo.”

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O gigante americano e a ilha que os russos adotaram

Em 1961, Dwight Einsenhower saiu de cena — foi o primeiro Presidente dos EUA a quem Fidel Castro sobreviveu — e o democrata John F. Kennedy assumiu a presidência dos EUA e, quando ainda não estava sequer há três meses na Casa Branca, ordenou uma invasão à ilha por parte de cerca de 1400 homens, todos eles cubanos no exílio. O golpe, que ficou conhecido por Invasão da Baía dos Porcos, fracassou e Fidel Castro acusou os americanos de terem levado a cabo um ataque “duas vezes mais traiçoeiro do que Pearl Harbor e mil vezes mais cobarde”
"Os imperialistas não nos podem perdoar [porque] fizemos uma revolução socialista debaixo dos seus narizes."
Fidel Castro, depois da invasão da Baía dos Porcos

No dia seguinte aos funerais das vítimas, Fidel Castro descreveu pela primeira vez a sua revolução como “socialista”. “Os imperialistas não nos podem perdoar [porque] fiezemos uma revolucação socialista debaixo dos seus narizes”, disse. Do outro lado do mundo, a União Soviética de Nikita Krushchev gostava do que ouvia.

Na verdade, já há algum tempo que falavam. Enquanto lançava uma operação de charme aos EUA, Fidel Castro fez o mesmo à União Soviética. Em 1960, depois da Assembleia Geral das Nações Unidas,o líder da União Soviética dizia que não sabia se Fidel Castro era comunista mas que ele se assumia como “fidelista”. Porém, noutras ocasiões, dissera que o cubano era “um cavalo jovem que ainda não fora domado [e que] precisava de algum treino”.



Nenhum líder soviético foi tão próximo de Fidel Castro do que Nikita Krushchev

Mas a aproximação entre Cuba e a União Soviética era já incontornável. Como sinal disso mesmo, Fidel Castro enviou o filho Fidelito, que entretanto ficara sob sua guarda, para estudar em Moscovo. E embora admitisse que nem sempre tinha acreditado no marxismo, garantia nunca ter pensado “que os comunistas eram ladrões” e nunca ter duvidado que eles fossem “pessoas honradas e decentes”.

A União Soviética usou a pequena ilha para responder aos EUA, que tinham colocado na Turquia mísseis com ogivas nucleares apontadas à URSS. Acreditando que o faziam em segredo, os soviéticos instalaram mísseis balísticos de médio alcance e preparavam-se para colocar ainda outros de alcance intermédio. Só que os EUA, através de fotografias tiradas a partir do ar pela CIA, descobriram tudo. Kennedy foi à televisão e mostrou aos americanos aquilo que os soviéticos estavam a preparar.



John F. Kennedy fez um discurso à nação onde mostrava provas da existência de mísseis soviéticos em solo cubano

Seguiram-se dias de negociações entre os líderes dos EUA e da União Soviética. Por fim, os russos deram um passo atrás e autorizaram a entrada de inspetores das Nações Unidas na ilha. Os EUA garantiram em troca que não tentariam invadir Cuba. Fidel Castro, furioso com a desistência de Nikita Krushchev, gritou: “Maricón!“.

Pouco depois, viria a esquecer este episódio e a conformar-se com as evidências de que se tornara um peão numa guerra maior do que ele. Numa reunião informal na dacha de Nikita Krushchev, percebeu que não valia a pena insistir mais no tema. “Não se fala de corda na casa de um enforcado”, comentou anos depois.
"Rumba não, trabalho sim!"
Fidel Castro, num discurso, pedindo aos cubanos para serem menos festivos e mais trabalhadores

Foi nesta altura que Fidel Castro procurou reformar a economia e a sociedade cubana, tentando incutir no povo uma postura austera semelhante à dos arquétipos soviéticos. Num dos seus longos discursos, Fidel Castro insistia que a revolução necessitava de dedicação e concentração, não de distrações. “Rumba não, trabalho sim!”, disse, referindo-se ao animado estilo musical cubano. Naquela altura, como testemunhou o poeta russo Joseph Brodsky, as palavras ficaram nos ouvidos das pessoas que, quando saíam do estádio onde decorreu o discurso, começaram a entoá-las. À medida que repetiam a frase, começavam a dar-lhe mais ritmo, batendo palmas em compasso e dançando. “Rumba não, trabalho sim!” era agora cantado pelo povo — em jeito de rumba.

Enquanto isso, era mesmo a austeridade e a escassez que se faziam notar. Num discurso que fez na qualidade de ministro da Indústria, Ernesto Che Guevara lamentou os “erros” da sua equipa, que “resultaram na escassez de produtos para a população”. E depois falou do que se tratava: pasta de dentes. Depois de uma ruptura de stocks, o ministério conseguiu mais bissulfato de cálcio. Porém, este não preenchia totalmente os requisitos necessários para servir como pasta de dentes. “Os nossos camaradas técnicos já fizeram uma pasta de dentes que é tão boa quanto a anterior, limpa de igual forma”, garantiu Ernesto Che Guerava. “Só que, ao fim de um bocado, fica em pedra.”

Não muito depois deste episódio, Fidel autorizou Che Guevara a estudar as possibilidades de Cuba poder utilizar a sua experiência guerrilheira noutros países. A decisão pode ter significado também uma cisão entre os dois, à medida que o argentino, decididamente marxista e apoiante do modelo da China comunista, via que o cubano se tornava cada vez mais pró-soviético. Numa altura em que os tanques da URSS entravam na Checoslováquia para impedir o “socialismo de rosto humano” de Alexander Dubček, o líder cubano escusou-se a fazer comentários, para desilusão de muitos dos seus admiradores, sobretudo na Europa.

Depois de uma viagem por África (passou por Angola, onde soldados cubanos viriam a combater mais tarde, em auxílio do MPLA), Ernesto Che Guevara passou para a América do Sul. Foi nesse continente, na Bolívia, que viria a ser capturado com ajuda da CIA e executado no local.

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O homem que nunca morria

Ao todo, Fidel Castro foi alvo de 638 tentativas e planos de homicídio. Muitos eram da autoria da CIA e começaram a surgir em 1963, depois do assassinato de John F. Kennedy (o segundo Presidente americano de Fidel Castro, que lhe impôs o embargo que até hoje perdura) e com a subida ao poder do então vice-Presidente Lyndon B. Johnson. Esta mudança preocupou Fidel Castro, que confidenciou ao jornalista francês Jean Daniel: “Pelo menos Kennedy era um inimigo a que nos tínhamos habituado. É uma questão grave, uma questão extremamente grave”.

Uma das primeiras tentativas de homicídio contra Fidel foi talvez a mais espetacular de todas, envolvendo uma mulher chamada Marita Lorenz. O cubano conheceu-a em fevereiro de 1959, quando a então jovem alemã estava a bordo de um navio da marinha mercante alemã. Envolveram-se romanticamente, até que Marita voltou para os EUA, onde vivia. Depois, quando fez a sua viagem a Nova Iorque quatro meses depois, Fidel Castro e Marita Lorenz voltaram a estar juntos. Desta vez, o líder cubano convenceu-a ir com ele para a ilha.
"Sabes, há bocadinho, não me conseguias matar: ninguém me consegue matar!"
Fidel Castro, para uma amante que não conseguiu executar um plano da CIA para o assassinar

Fidel não sabia que, antes de se reencontrarem, a CIA tinha oferecido 2 milhões de dólares a Marita. Em troca, ela teria de colocar dois comprimidos de veneno no habitual batido matinal de Fidel. Duas ou três horas depois de beber tudo, estaria morto.

A alemã recebeu treino da CIA na Florida, tinha tudo planeado, mas, quando chegou a altura, não teve coragem. Deitou fora os comprimidos e confessou tudo a Fidel. Conta Serge Raffy que, depois disto, fizeram amor. No fim, Fidel disse-lhe que podia ficar em Cuba. E, depois, atirou-lhe à cara: “Sabes, há bocadinho, não me conseguias matar: ninguém me consegue matar!”

Noutras ocasiões, a CIA tentou os mais variados meios para matar Fidel. Sabendo que ele gostava de nadar e passar tempo nas praias de Varadero, tentaram criar uma bomba em forma de concha. Depois, um agente recrutado em Paris concebeu uma seringa, disfarçada de caneta, cujo contacto provocaria a morte imediata. Não podia faltar também a tentativa de o matar ao introduzir elementos letais num dos seus maiores vícios — os charutos.

Outras acções não eram contra a sua vida, mas contra a sua imagem. Os americanos chegaram a pensar em colocar tálio nos seus charutos ou nas botas que deixava para engraxar à porta dos quartos de hotel onde ficava no estrangeiro. Bastava o mínimo contacto com essa substância para começar a perder a sua icónica barba.

Enquanto a CIA tentava matá-lo, Fidel Castro consolidava a sua posição. Em 1976, 27 anos depois de ter subido ao poder, tornou-se Presidente de facto (o cargo pertencia então a Osvaldo Dorticós, que se suicidou em 1983), aproximando-se ainda mais do modelo soviético. Nessa altura, já tinham passado por si mais alguns Presidentes norte-americanos. Depois de Dwight Eisenhower, John F. Kennedy e Lyndon B. Johnson, viu a queda inglória de Richard Nixon (o seu quarto Presidente ianque) e também o fim de Gerald Ford (o quinto de Fidel Castro).

Nessa altura, recebia convidados um pouco de todo o mundo, travando amizades de proximidade com o filósofo Jean Paul Sartre ou o escritor Gabriel García Marquéz. Uma vez, foi-lhe servida uma garrafa de vinho do Porto, colheita rara, pelo embaixador português. “Ficou tão curioso com a qualidade (…) que mandou partir a garrafa vazia, para poder examinar o depósito”, conta o ex-embaixador britânico, Sir Leycester Coltman. Noutra ocasião, num jantar entre diplomatas, foi-lhe perguntado o que é que costumava fazer no seu tempo livre. “Gosto especialmente de ler os relatórios enviados pelas embaixadas de Havana aos seus governos”, disse, à espera da reação dos embaixadores. “Bem, não estamos tão bem informados como os norte-americanos.”

Em 1977, tomou posse aquele que foi um dos Presidentes norte-americanos mais favoráveis a Fidel Castro e o sexto na sua lista: Jimmy Carter. Logo em março, o democrata autorizou os primeiros charters de turistas norte-americanos a Cuba. Dois anos depois, Fidel Castro anunciou a libertação de três mil presos políticos perante uma delegação de exilados em Miami. Entre aqueles que foram libertados estava Huber Matos, então preso há 21 anos. Também nessa altura, depois de um período em que a economia crescia à custa da cana-do-açúcar, os números começaram a desfavorecer o modelo económico cubano. Fidel Castro aproveitou para liberalizar a economia, abrindo a possibilidade de os cidadãos montarem pequenos negócios.

Foi também em 1979 que os dois presidentes chegaram a um acordo que permitiu que cem mil cubanos exilados nos EUA fossem ao seu país visitar as famílias. Foi o momento em que o clima esteve menos tenso entre os dois países desde que Fidel Castro subiu ao poder em 1959. Mas essa situação logo se inverteu em abril de 1980, com o episódio que ficou conhecido como o Êxodo de Mariel, em que 120 mil pessoas saíram de Cuba para os EUA.

A história começou quando, um dia, um homem conseguiu tomar um autocarro e o usou para arrombar as portas da embaixada do Peru. Ali, juntamente com os passageiros, que também sabiam ao que iam, pediu asilo. A notícia varreu a cidade e milhares de pessoas correram em direção ao edifício. Cerca de 18 mil pessoas amontoaram-se naquele espaço e nas suas imediações.

Fidel Castro disse que os refugiados tinham “mentes fracas” e eram “escumalha” — e deixou-os partir. Jimmy Carter abriu as portas dos EUA aos cubanos. “As autoridades cubanas avolumaram os problemas dos norte-americanos, reunindo criminosos, lunáticos e doentes psiquiátricos e levando-os a Mariel para embarcá-los para a Florida”, recorda Sir Leycester Coltman. “A desonra foi partilhada. Carter pareceu hipócrita e inconsistente. Fidel foi humilhado pelo espetáculo público de cubanos a fugir da sua revolução.”

Este seria um dos últimos episódios de Jimmy Carter na Casa Branca (o sétimo commander-in-chief a enfrentrar Fidel Castro) e acabou por prejudicá-lo frente ao republicano Ronald Reagan, o oitavo “inimigo” de Cuba que se tornou num dos maiores pesadelos da União Soviética. E, por consequência, de Fidel Castro.

Nos anos 1980, a União Soviética dava já aquilo que hoje sabemos serem os seus últimos suspiros. Asfixiada economica e financeiramente pela Guerra Fria, Moscovo já não depositava em Cuba as mesmas esperanças de Nikita Krushchev. Aos poucos, a União Soviética largava a mão de Fidel Castro e este apercebia-se disso. Quando Mikhail Gorbatchov subiu à liderança da União Soviética, o líder cubano comentou com o seu amigo Gabriel García Márquez: “Acredita em mim, Gabo, vai ser um desastre”.
"Há quem pense que pode salvar o socialismo fazendo concessões. Se lhes dermos uma parte da unha, eles vão querer uma parte do dedo; se lhes dermos essa parte, vão querer o dedo todo; se lhes dermos o dedo vão pedir o antebraço; se lhes dermos o antebraço, vão pedir o braço; e, quando lhes dermos o braço, eles cortam-nos a cabeça."
Fidel Castro, sobre as concessões do socialismo ao capitalismo

Depois de reverter a liberalização económica dos anos 1970, Fidel Castro voltou a endurecer a linha do regime. Numa altura em que a glasnost e a perestroika eram as palavras de ordem em Moscovo, Havana ia na direção oposta. O descolamento da União Soviética era nítido. De acordo com Sir Leycester Coltman, depois de uma reunião pouco favorável com o georgiano Eduard Chevardnadze, então ministro dos Negócios Estrangeiros da União Soviética, Fidel ordenou que fossem feitas escutas a todos os diplomatas soviéticos.

Em abril de 1989, Mikhail Gorbatchov fez uma visita oficial a Cuba e foi recebido com cartazes onde se lia “Longa Vida ao Marxismo-Leninismo!”. No final, os dois líderes assinaram um acordo de amizade entre Cuba e a União Soviética válido para os 25 anos seguintes. Mas a União Soviética não viria a durar nem dois anos.

Ao mesmo tempo, Fidel Castro travava uma luta interna com três figuras que estiveram com ele na Sierra Maestra: os irmãos Antonio e Patricio de la Guardia e Arnaldo Ochoa Sánchez. Os três enveredaram pela vida militar, depois de terem feito carreira em Angola. Depois de rumores de desentendimentos em relação ao rumo da revolução, os três foram condenados por vários crimes, entre os quais tráfico de drogas. Fidel, que, segundo Sir Leycester Coltman tinha em relação à droga uma atitude “mais pragmática que moralista” e que se preocupava antes em não dá-la como “arma que [os americanos] pudessem usar contra ele”, terá ficado “genuinamente chocado ao descrobrir que os irmãos de La Guardia tinham andado a zombar das suas ordens durante mais de um ano, permitindo que remessas de droga fossem trazidas para Cuba e depois continuassem viagem por Luanda”.



Fidel Castro numa visita a Angola, ao lado de José Eduardo dos Santos. Cuba ajudou ativamente o MPLA na guerra civil

No final Arnaldo Ochoa Sánchez e Antonio de la Guardia foram executados. Patricio de la Guardia foi condenado a 30 anos de prisão.

Nessa altura, Fidel disse que “há quem pense que pode salvar o socialismo fazendo concessões”: “Se lhes dermos uma parte da unha, eles vão querer uma parte do dedo; se lhes dermos essa parte, vão querer o dedo todo; se lhes dermos o dedo vão pedir o antebraço; se lhes dermos o antebraço, vão pedir o braço; e, quando lhes dermos o braço, eles cortam-nos a cabeça.”

Agora, não eram só os EUA que apertavam Cuba. Também os seus aliados de Leste, a braços com uma crise também ela aguda, disseram que iria deixar de haver uma relação privilegiada com Cuba. Fidel Castro reagiu com desdém, segundo Sir Leycester Coltman: “Que alívio! Quem é que queria empilhadoras búlgaras de manobrar e ineficientes? Quem é que queria medonhos autocarros húngaros que arrotavam um imundo fumo preto e estavam sempre a avariar?”

Perante as evidências, Fidel Castro recorreu à figura estilística do disfemismo e declarou a abertura do “Período Especial em Tempo de Guerra”, uma época em que procurou controlar as contas através de cortes e apelos ao baixo consumo, ao mesmo tempo que colocava todas as fichas na realização dos Jogos Pan-Americanos de 1991.

Foi quando festejava o êxito de Cuba nesses jogos, num jantar com dirigentes desportivos e diplomatas, que recebeu uma chamada a dar conta da destituição de Mikhail Gorbatchov, num golpe de Estado falhado em agosto. O líder soviético sobreviveu, mas por pouco tempo. Um dia depois do dia de Natal de 1991, a União Soviética foi enfim dissolvida e Fidel Castro ficou o mais próximo de sempre daquilo que verdadeiramente era: o líder de uma pequena ilha no mar das Caraíbas.

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A vida depois da União Soviética

Depois do choque do fim da União Soviética, que perante o bloqueio económico internacional imposto a Cuba servia como o garante ao regime de Fidel Castro, o líder cubano vestiu a camisola de último combatente e voltou a insistir nos méritos do seu sistema. Mas essa retórica era já de difícil apelo às gerações mais novas, que viam o mundo à sua volta a mudar.

Como o mundo deles não mudava, decidiram eles mudar. Cada vez mais pessoas começaram a sair de Cuba para os EUA, partindo do país em embarcações precárias. Esta era uma tendência que tinha voltado à calha nos tempos de George H. W. Bush (o nono Presidente dos EUA a encarar Fidel Castro) e intensificou-se já no primeiro mandato de Bill Clinton, o número 10 do líder cubano.



Bill Clinton, depois de assinar um novo aperto do embargo a Cuba em 1995

O regime de Havana, normalmente avesso a que a população fugisse do seu país, preferiu nessa ocasião levantar as restrições. Menos pessoas seriam também menos bocas para alimentar, num sistema cada vez mais paternalista como era o cubano. Em 1995, Bill Clinton procurou pôr termo àquela vaga de imigração e aplicou a política de “pé seco/pé molhado”. Esta ditava que os EUA dariam nacionalidade aos cubanos que chegassem a solo norte-americano, mas também mandariam para trás quem fosse apanhado a meio da travessia.

Nas negociações que levaram a este corte de Bill Clinton, Hillary foi uma presença assídua. Segundo Sir Leycester Coltman, “Fidel parecia às vezes mais interessado em Hillary Clinton do que em Bill Clinton”. “Aprovou a sua aparência física”, explicou o diplomata, referindo que a futura candidata presidencial dos EUA se parecia então com a sua ex-mulher Mirta.

A relação com os EUA voltou a gelar um pouco mais quando, em 1996, duas avionetas da organização de exilados Hermanos al Rescate foram abatidos por caças cubanos, depois de as autoridades de Havana alegarem que estes estavam a invadir o seu espaço aéreo. Como consequência, Bill Clinton apoiou a lei Helms-Burton, que veio a intensificar o embargo a Cuba.



Uma mãe abraça a filha em Cuba antes de ela partir e tentar chegar à Florida pelo mar, em 1994

A partir da segunda metade dos anos 1990, Cuba passou a investir fortemente no turismo, abrindo as portas a grupos internacionais hoteleiros, muitos deles espanhóis. Estes foram construindo luxuosos resorts à beira-mar, fechando as praias aos cidadãos cubanos — revertendo uma medida por ele imposta no início da revolução.

Em 1998, a imagem internacional de Cuba recebeu uma ajuda com a visita de João Paulo II, em janeiro. O Papa, que tinha tido um papel fulcral no derrube do comunismo na Polónia, foi bem recebido por Fidel Castro, que ainda assim lhe disse: “Se Jesus Cristo escolheu os pescadores, é porque era comunista”. Ainda assim, os tempos e a retórica eram outros. “A hora não é de grandes tiradas revolucionárias, mas sim de joint-ventures, de turismo de massas, de capitalismo de Estado, de visitas das delegações patronais vindas dos quatro cantos do mundo”, escreve Serge Raffy. “Castro adotou definitivamente a linha chinesa. No decurso deste congresso, o partido está mudo, o dólar é rei.”

Aos 73 anos, Fidel foi buscar forças a um novo e muito particular incidente diplomático que viria novamente a colocar Cuba e os EUA num braço-de-ferro. Elian González, um rapaz de seis anos cuja família morreu na travessia a caminho da Florida, foi levado até aos EUA. O pai, que ficou em Cuba e deu consentimento para a viagem do filho, exigiu o repatriamento. Fidel agiu como seu advogado de defesa “Têm sententa e duas horas para nos enviarem o pequeno Elian”, disse a 5 de dezembro de 1999. “É um caso de direito comum. Esta criança foi raptada, deve ser devolvida ao pai.”

Perante a resistência em Miami, Fidel Castro organizou manifestações em Cuba e transformou o assunto num tema de Estado. Enviou um negociador cubano a Washington, mas foi preciso a justiça norte-americana intervir, dando razão ao pai, para a situação ser resolvida. O FBI acabou por irromper pela casa onde estava Elián González. A 28 de junho, o miúdo chegou a Cuba. No programa de desenhos animados Elpidio Valdés, o protagonista diz: “Bem-vindo, Elian! Agora temos de ganhar a batalha do bloqueio!”

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“Irei para o inferno!”

Fidel Castro nunca acabou por ver o fim do bloqueio ao país. Este só viria a ser ainda mais acentuado por George W. Bush, o 11.º e último Presidente dos EUA que foi ultrapassado por Fidel. No seu primeiro mandato, não muito depois do 11 de setembro de 2001, Bush tratou de trazer para o léxico político o termo “eixo do mal”, onde colocou países como a o Iraque, a Síria, o Irão, Coreia do Norte — e Cuba.

Foi este o último Presidente norte-americano a reforçar o embargo, restringindo ainda mais as viagens para Cuba e limitando os valores das remessas dos exilados dos EUA para as suas famílias na ilha. Tudo isto acontecia ao mesmo tempo que em vários países da América do Sul se registavam as vitórias eleitorais de governos populistas de esquerda, com grande destaque para a Venezuela de Hugo Chávez, que foi, até também ele ter morrido, em 2013, o último grande aliado de Cuba.
"Irei para o inferno. O calor será insuportável. Mas a dor não será tanta como esperar demasiado do céu, que sempre falta às suas promessas. Quando chegar ao inferno vou conhecer Marx, Engels e Lenine. E aliás você também, porque os capitalistas também vão para o inferno, especialmente quando gozam demasiado a vida."
Fidel Castro, sobre a sua morte

Esta era, porém, uma altura em que Fidel Castro aparecia cada vez menos em público. Em 2001, já com 75 anos, desmaiou durante um discurso em pleno verão. Quinze minutos depois, com uma ida a uma ambulância pelo meio, voltou ao palco e disse que à noite estaria pronto para terminar o que estava a dizer. Seis horas depois, subiu ao palco e gracejou: “Qualquer um diria que eu me estava a fingir de morto para ver que espécie de funeral iria ter”.

Segundo Sir Leycester Coltman, o ditador cubano também já tinha desmaiado num almoço diplomático pouco antes. “Ele perdera a consciência e caíra bruscamente para a frente, de encontro à mesa, recuperando segundos depois e prosseguindo como se nada tivesse acontecido”, escreve o ex-diplomata.

Em 2004, foi ainda pior a queda que Fidel Castro deu depois de um discurso. Partiu um joelho e um braço. “Eu posso continuar o meu trabalho”, disse na altura. “Vou fazer o possível para recuperar depressa, mas como podem ver eu ainda consigo falar.”

Mas a morte de Fidel Castro já era uma realidade cada vez mais próxima. Uma vez, a um interlocutor francês, numa conversa que Sir Leycester Coltman reproduz, Fidel Castro falou da sua morte. “Irei para o inferno”, assegurou. “O calor será insuportável. Mas a dor não será tanta como esperar demasiado do céu, que sempre falta às suas promessas. Quando chegar ao inferno vou conhecer Marx, Engels e Lenine. E aliás você também, porque os capitalistas também vão para o inferno, especialmente quando gozam demasiado a vida.”






O afastamento final começaria a desenhar-se em 2006, depois de ter sido descoberto um tumor nos intestinos de Fidel Castro. Nessa altura, passou o poder ao seu irmão, de quem nunca se afastou desde os tempos em que falharam o assalto ao quartel de Moncada. Em 2008, anunciou que não procurava mais alongar-se no poder e o seu irmão tornou-se oficialmente no Presidente de Cuba.
"Não precisamos que o império nos ofereça nada."
Fidel Castro, março de 2016, depois de visita histórica de Barack Obama a Cuba

Fidel Castro deixou prde aparecer em público. Mais do que nunca, os rumores da sua morte eram espalhados, para depois serem prontamente desmentidos. As imagens que surgiam do revolucionário eram sobretudo ao lado de Hugo Chávez e, mais tarde, de Nicolás Maduro. Em outubro deste ano, também Marcelo Rebelo de Sousa esteve junto de Fidel Castro.


Marcelo Rebelo de Sousa esteve com Fidel Castro em outubro de 2016, pouco menos de um mês antes de o ex-Presidente cubano morrer

Meses antes, em março, Barack Obama tornara-se no primeiro Presidente dos EUA em funções a visitar Cuba desde Calvin Coolidge (1923-29), depois de terem sido reatadas as relações diplomáticas entre os dois países. Ambos reabriram as suas embaixadas no outro lado da fronteira.

Ainda assim, Fidel fez questão de voltar à linha dura, num artigo publicado no jornal Granma dias depois da visita de Obama. “Advirto que somos capazes de produzir os alimentos e as riquezas materiais de que necessitamos, com o esforço e a inteligência do nosso povo”, escreveu. “Não precisamos que o império nos ofereça nada”, acrescentou, numa carta que, desta vez, certamente foi lida pelo Presidente dos EUA.

No mês seguinte, em abril, Fidel faria o seu último discurso. “Possivelmente, esta será uma das últimas vezes que falo nesta sala”, disse, no VII Congresso do Partido Comunista de Cuba. “Empreenderemos a marcha e aperfeiçoaremos o que devemos aperfeiçoar, com uma lealdade clara e uma força unida”, disse.

E, depois, acrescentou: “Fim”.
Os números do regime (sangrento) de Fidel Castro
26/11/2016, 14:394.124
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O regime de Fidel Castro é responsável por pelo menos 8.190 mortes, segundo o Cuba Archive. Os fuzilados, os desaparecidos e os presos da ditadura castrista.
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AFP/Getty Images

Autor
Marta Leite Ferreira
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Noventa anos de vida, quarenta e nove de ditadura, nove dias de luto. A morte do ditador comunista Fidel Castro é também um ponto de viragem na História de Cuba e do mundo. A notícia, dada na madrugada de sábado por Raul Castro, atualmente no poder, dividiu reações por todo o planeta.

De acordo com o projeto Cuba Archive, o regime de Fidel Castro foi responsável por três vezes mais mortes que o regime instalado no Chile por Pinochet. Conheça estes e outros números do longo regime de Fidel Castro nesta infografia.



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Luis Cortez
30/11/2016
Só no Iraque, em função da invsão dos EUA, o bodycount já excedeu os 250.000. Às vezes, os regimes democráticos podiam aprender com as ditaduras...
https://www.iraqbodycount.org/


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Engelbert von Smallhausen
29/11/2016
Menos um porc o.

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jorge pichel
27/11/2016
Comparando,com o genocidio de cerca de 20 milhões de índios norte americanos conduzido pelo governo norte americano com o indian removel act convenhamos .......
0Responder


Ricardo Gomesjorge pichel
28/11/2016
Isto não é um campeonato! Fidel foi um assassino e ponto final.
1Responder


jorge pichelRicardo Gomes
28/11/2016
ja as bombas atómicas lançadas pelo presidente americano sobre civis indefesos japoneses são bombas democráticas .



os milhares negros americanos assasinados e sujeitos a escarvatura também são assassinatos democráticos



os 20 milhões de tribos Índias vitimas do holocausto também sao democráticas. o,genocidio indiano orientado por churchill também foi democrático.
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Carlos Carapeto
27/11/2016
Não pretendo entrar em competições matematicas macabras. Ainda menos me interessa saber quem foi que matou mais que quem. Se são vitimas todos deviam merecer o mesmo respeito.

Se o regime Cubano cometeu esses excessos provocando o numero de vitimas relatados por aí hoje (cerca de 8000, que é resolutamente mentira).

E porque omitem descaradamente os mais de 30000 desaparecidos, incluindo crianças, em apenas 6 anos na Argentina?

As pessoas que estão "generosamente a carpir as pobres vitimas do regime ditatorial Cubano" . Não precisam pronunciar uma única palavra para dizerem a ideologia que defendem. São de direita e mais nada.
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Luciano BarreiraCarlos Carapeto
27/11/2016
Morreu em paz, a paz que muitas famílias por eles destruídas não vão encontrar, pela memória dos seus mortos.

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Carlos CarapetoLuciano Barreira
27/11/2016
A sua resposta demonstra que é precisamente (sem tirar uma letra) aquilo que reprova em Fidel.

Os torcionários do outro lado não destruiram familias?

Confrontei-o com numeros daquilo que se passou na Argentina. Podia mencionar outros exemplos .

A sua opinião prova que há crimes justificados e crimes injustificados.

Porque vitimas são os morrem em defesa da sua ideologia, os outros devem ser impiedosamente eliminados?

Fidel cometeu crimes hediondos contra opositores. Videla, Pinochet, Castel Branco, Somosa, Barrientos, Suazo Cordova o rasto de centenas de milhares de mortos (leia bem escrevi centenas de milhares) que deixaram foi feito a bem da humanidade?

Não me imiscua em questiunculas que não conhece deste lado vai sair-se bastante mal.

O seu caso é patologia do ódio a uma ideologia, nada tem a ver com justiça.

Ao contrario da sua pessoa , conheço um bom naco deste planeta ( trabalhar, não como turista) desde as Portas da Zungária, passando por as ilhas de Kush e Lavan , terminando no Orinoco.

Além de me ter interessado toda a vida por politica.

Habitue-se a fazer uso dessa qualidade nobre que é a dignidade, respeitando as vitimas de ambos os lados.


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José C. AguiarCarlos Carapeto
27/11/2016
Quantos milhões morreram de fome na Ucrania quando o regime comunista de Moscovo determinou a rapina dos mantimentos guardados para o Inverno?

Consta que na região a fome foi tal que houve casos de canibalismo! Certamente não sabia disso, mas pode fazer uma pequena pesquisa na net. Não tem a ver com esquerda ou direita, tem a ver com crimes (não são "excessos") contra a humanidade praticados por responsáveis políticos bem conhecidos que um dia haverá a coragem de julgar.
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Carlos CarapetoJosé C. Aguiar
28/11/2016
Diga-me por favor quais os crimes que devem ser denunciados e condenados?

Aqueles que são cometidos contra os que defendem a sua sacrossanta ideologia !

Quanto ao seu idolatrado Holodomor, estou muito mais bem informado que imagina. A ponto de lhe dar uma lição de o deixar babádo de vergonha (se souber o que isso claro) .

Como pode constatar sou mais generoso, livro-o da fadiga de ir pesquisar na NET. Chapo-lhe com a verdade na cara.



Veja se consegue digerir este acepipe sem tomar um comprimido para aliviar a pirose.



http://www.mariosousa.se/MentirassobreahistoriadaUniaoSovietica.html



Fico esperando a sua opinião.

Cumprimentos.
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Ricardo GomesCarlos Carapeto
28/11/2016
Parece-me um site muito credível.
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jorge pichelJosé C. Aguiar
28/11/2016
Nem um . Depois da colectivizacao não houve mais nem na Ucrânia nem na Rússia períodos de seca e fome. Até então tanto na Rússia como na Ucrânia havia ciclicamente períodos demorando fome devido às condições climatéricas.
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jose silvaCarlos Carapeto
28/11/2016
Oh Carapeto, estás tao certo da joia de pessoa que ele era, pergunta à filha e à irma dele o traste que ele era.
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Carlos CarapetoRicardo Gomes
28/11/2016
Agradeço que me indique quais os Site que para si merecem credibilidade?

Estou interessado consultar.

Talvez aqueles que relatam 110 milhões de mortos às mãos de Estaline?

Portanto 110 milhões "assassinados" por Estaline + 6 milhões que morreram durante a guerra civil + 10 milhões exterminados por a fome na Ucrânia + 26 milhões mortos por os nazis = 152 milhões de vitimas inocentes do comunismo claro..

Portanto no final desta tragédia horrorosa a população Soviética ficou reduzida a 38 milhões de habitantes.
Porque quando os comunistas assumiram o poder o país tinha 180 milhões de habitantes .

Agradeço a alguém que me consiga explicar esta olimpiada de matemática macabra.

Mais um esclarecimento.

Em 1980 a União Soviética atingiu os 300 milhões de habitantes.

Coitadas das mulheres Soviéticas durante trinta anos devim ter sido obrigadas a parir cinco filhos de cada vez.

As ditaduras são assim.

Os numeros que apresentei , uns são factos sobejamente conhecidos a outra parte está publicada em livros de "estóriadores muito crediveis " do mundo capitalista.

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MaxMartins Martins
27/11/2016
Não gosto de "chamar nomes" aos mortos...

Mas também não gosto de ler a defesa (como se fosse um heroi...) de quem sem respeito pelas liberdades e pela vida dos que não concordavam com ele,...como se vê muita gente a fazer, na Comuinicação Social...

Um tirano nunca pode ser considerado um democrata e um heroi...

Um tirano...será sempre um assassino...mesmo que "mate" em nome de uma suposta liberdade...



E lembrar-me eu de que em Portugal havia vários a defende-lo e a desejar implementar em Portugal um regime semelhante...



Que sorte ter havido quem no 25 de Novembro "deitou por terra" os desejos de alguns "democratas"...

A propósito...já perguntaram ao Otelo o que tem a dizer do seu "mentor politico"...?
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Antonio Henriques
26/11/2016
Muitos dos que aqui comentam e dizem de Fidel, o pior, esquecem-se que já militaram por aqueles lados.



Durão Barroso (Wikipédia)



Actividade política

A sua actividade política teve início nos seus tempos de estudante, antes da Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974. Foi um dos líderes da FEM-L (Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas), do Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP), força política de inspiração maoísta.Durão Barroso foi expulso do MRPP depois de ter demonstrado uma série de atitudes que atentavam contra os princípios pelos quais o partido se movia; por exemplo a situação em que Durão Barroso surge na sede do PCTP/MRPP com uma carrinha cheia de mobília da Faculdade de Direito de Lisboa, roubada na sequência dos tumultos pós 25 de Abril. Nesse instante, Arnaldo Matos (líder do partido) ordena a Durão Barroso que vá devolver o material roubado.Em 1980, Durão Barroso aderiu ao Partido Social Democrata, partido do centro-direita português, no qual está filiado até hoje.





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Manuel RBAntonio Henriques
27/11/2016
Já que quer desviar o assunto, mostre lá em que momento Durão Barroso defendeu um regime de tipo cubano.

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Antonio HenriquesManuel RB
27/11/2016
Quando andou a roubar mobiliário da Faculdade de Direito onde estudou! Já devia ter vindo pedir desculpa.

Já tinha idade para saber o que andava a fazer!

E mais, é preciso não ter vergonha nenhuma na cara, para tomar uma atitude dessas, Roubar a Fac. onde estudou! Francamente!

E lhe digo, gostava de lhe perguntar pessoalmente, onde estava ele e com o quê nas mãos aquando do congresso do CDS no Palácio de Cristal no Porto, em Jan 75!

Nessa noite se não fosse Otelo e Costa Gomes eu sei o que tinham feito os meninos que para lá se deslocaram de Lisboa. Há fotos ! mas nunca vieram a publico.

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Manuel RBAntonio Henriques
27/11/2016
O assunto é "os números do regime sangrento de Fidel Castro".

A si interessa-lhe desviar o assunto para o passado de Durão Barroso. E, se tiver oportunidade, para o passado de tantos outros. Ou para Miguel Relvas, ou para a Tecnoforma ou para outra coisa qualquer.

Mas não consegue lavar o sangue das suas mãos.

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Luciano BarreiraAntonio Henriques
27/11/2016
O Arnaldo de Matos é um exemplo de honestidade?
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Carlos Rodrigues
26/11/2016
Como é possivel os politicos do regime terem alguma tolerancia com um ditador e assassino que com as suas fotos de propaganda passava uma imagem de aventureiro charmoso anti capitalista? Hitler,Estaline,Franco,Causesco, Mussolini,Honecker,Mao, Chavez, Khadafi etc rtc etc etc todos eles são maniacos que maltraram o seu povo,mataram em nome de » convicçoes», Fidel pertencia a esta tipo de pessoas imundas e nojentas.Como exclama de alegria Trump: Morreu Fidel! O mundo está mais ligeiramente mais respiravel.
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Antonio HenriquesCarlos Rodrigues
26/11/2016
Esqueceu de incluir Salazar!

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Manuel RBAntonio Henriques
27/11/2016
Quantos Portugueses foram fuzilados por Salazar?

É que defender em Portugal os ideias de Salazar é proibido pela constituição, e bem.

Defender um regime de tipo cubano é absolutamente permitido.

Agora que já percebeu quem tem as mãos sujas de sangue, volte lá a perguntar quem se esqueceu de quem.

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Miguel MartelAntonio Henriques
27/11/2016
António, não simpatizar com alguém, é perfeitamente aceitável..., mentir ou falsificar é feio..., muito feio!

Não simpatizo com o ACunhal, mas nunca me passaria pela cabeça negar que era um homem inteligente, com carácter forte e votado a lutar por um ideal (embora o mais negro da História da humanidade). Ou seja, o facto de não simpatizar, não me confere o direito de negar a verdade, goste dela ou não!

Só falarem do Estadista, revela como estão formatados pela bitola socialista, que vos encheu a cabeça de falsificações contra o Prof. Oliveira Salazar. O que sabem do déspota republicano, Afonso Costa e da sua violência contra monárquicos e contra as Ordens Religiosas, que roubou e violou, eliminando a liberdade religiosa em Portugal?
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Antonio HenriquesManuel RB
27/11/2016
Humberto Delgado ?

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Antonio HenriquesMiguel Martel
27/11/2016
Falsificações contra o Prof. Oliveira Salazar?

Formatações bitolares socialistas ?

Francamente !

Hitler, Mussolini, Franco e Salazar, são todos historicamente considerados ditadores e fascistas.

Vide Wikipédia

Estado Novo procurava assegurar a doutrinação de largas massas da população portuguesa ao estilo do fascismo, enquanto que a sua polícia política (PVDE, posteriormente PIDE e mais tarde ainda DGS), em conjunto com a Legião Portuguesa, combatiam os opositores do regime que, eram julgados em tribunais especiais (Tribunais Militares Especiais e, posteriormente, Tribunais Plenários). Inspirado no fascismo e apoiando-se na doutrina social da Igreja Católica, Salazar orientou-se para um corporativismo de Estado.



Se gostam e admiram Salazar vão para o pé dele.

Hirra!



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Manuel RBAntonio Henriques
27/11/2016
Não gostamos, eu não gosto de Salazar.

Mas Fidel Castro foi um ditador bem mais sanguinário.

E, quando se falava de Fidel Castro, você invocou Salazar, recorda-se? Ninguém defendeu Salazar, reparou?

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Miguel MartelAntonio Henriques
27/11/2016
Sim? Na realidade, o que é que interessa? É a forma do governo ou a sua qualidade, o benefício de que o povo pode usufruir?

O que interessa viver num regime mascarado de democracia quando a qualidade de vida de um povo é má, inferior à que teve em "ditadura", descontando os benefícios tecnológicos, obviamente? Ou não há consciência da enorme dependência dos totalitários que mandam em Bruxelas, governando pela chantagem económica?

Um crime, é um crime, seja cometido por uma ditadura ou democracia..., como se pode defender estas, quando assassinaram milhões de pessoas, mais do que muitos considerados "ditadores"?

Antes de falar na PIDE, queira conhecer os crimes daqueles que ela prendeu e pense o que lhes aconteceria nos EUA, na Rússia soviética ou China..., fuzilados!

Liberte-se das mordaças que lhe colocaram e não confunda o socialista Hitler, com o humanista Prof. Oliveira Salazar... e aprenda a reconhecer corruptos/déspotas mascarados de democratas..., a não ser que seja colaboracionista.
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José C. AguiarAntonio Henriques
27/11/2016
"Salazar orientou-se para um corporativismo de Estado."

Parece que para lá caminhamos. já faltou mais!
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Carlos Amaral
26/11/2016
Espero bem que os "socialistas" "libertadores democráticos" e demais defensores deste energúmeo olhem com olhos de ver para estes números!

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Celeste Teixeira
26/11/2016
Don't cry for him Cuba !!!
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Miguel MartelCeleste Teixeira
27/11/2016
Eh, eh, eh...., bem referido
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Verbo Principal
26/11/2016
Que ninguém tenha dúvidas, Fidel Castro foi um assassino!



Ao longo da sua vida, como "guerrilheiro" e como ditador matou, executou sumariamente todas as pessoas que desejou.



E fez questão em exibir o seu poder! Na revolução Cubana, os fuzilamentos eram transmitidos em directo na televisão!...

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Vento Forte
26/11/2016
Enviem o recado ao nosso catavento cubano!



Marcelo traiu a democracia em Portugal! Marcelo traiu o 25 de abril!
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Antonio HenriquesVento Forte
26/11/2016
Vento Forte está desiludido com a escolha que fez nas presidenciais?

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josé maria
26/11/2016
Nunca defendi qualquer ditador, seja de direita ou de esquerda e, por isso, não tenho a menos dúvida em censurar as mortes, prisões políticas e fuzilamentos, ordenados por Fidel e Guevara.



Mas como estamos agora perante a política do nojo, que dizer daqueles nojentos pafiosos ,e não só que, ao mesmo tempo que criticam Fidel e Guevara, são capazes de defender as torturas e assassinatos de Videla e Pinochet ?



Que são capazes de defender os bombardeamentos sistemáticos e cruéis sobre Aleppo, ordenados pelos genocidas Assad e Putin ?



Para mim, que não costumo poupar nas palavras, esses pafiosos, e não só, são gente completamente hipócrita. desprezível e asquerosa.

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Pedro Reis
26/11/2016
À beira de Fidel, Salazar foi um santo, o Marcelo ( Caetano ) esse então foi um anjo e não governaram uma ilhota, governaram um império...

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Miguel MartelPedro Reis
27/11/2016
Pedro, é totalmente absurdo fazer tal comparação... é como comparar um Santo com um servo de satanás (embora tenha havido socialistas bem piores do que ele)!
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Francisco Feio
26/11/2016
não vejo interesse nestas competições de números de mortos, mas a comparação não é séria. Ainda que aceitemos o valor mais baixo (que já ninguém defende) para os mortos no Chile (3200), não nos podemos esquecer dos cerca de 40000 torturados e desaparecidos sem deixar rasto. Tudo em 17 anos de poder.
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jose silvaFrancisco Feio
26/11/2016
Oh Feio, e os milhares de cubanos que fugiram (alguns morreram afogados) do paraíso para Miami! Os milhares de torturados e mortos nos campos de reeducaçao (até os jovens foram vítimas na ilha da "Felicidade".

Em suma, pergunta à filha dele e da amante da Sierra Maestra, que ela diz-te quem era o papá!
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Miguel MartelFrancisco Feio
27/11/2016
... e porque se esqueceu de fala r nos mais de 3 milhões de indianos que o democrata Curchill matou à fome em 1943-44? Esqueceu-se deles, não sabe ou quando é um democrata a assassinar, as pessoas já não contam?
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Luciano BarreiraMiguel Martel
27/11/2016
Não tem comparação, as mortes na guerra com mortes por ordens diretas.

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Francisco Feiojose silva
28/11/2016
os dados relativos a Cuba são do Cuba Archive, organização que pertence aos cubanos no exílio. Se calhar é melhor perguntar-lhes porque não os meteram eles na estatística... Só podemos comparar o comparável e é disso que se trata (e foi isso que fez o artigo). o resto não +e para aqui chamado.
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Francisco FeioMiguel Martel
28/11/2016
o que é que isso tem a ver com o artigo ou o meu comentário? O artigo compara Cuba com o Chile. Eu limitei-me a comentar a comparação. É assim tão difícil de entender?
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chico fininho
26/11/2016
fora os que não entram nas estatisticas

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Miguel Martel
26/11/2016
Marta, curta mas acertiva exposição sobre o "democrático" (diz a malta de esquerda) lider (como era aqui tratado) de Cuba, o grande monopolista cubano..., enquanto o povo vivia na miséria.

E sabem que o Manuel Alegre foi um dos simpatizantes do "bola de sebo" (apelido que tinha quando estudante universitário)? Como se pode condecorar simpatizantes de déspotas sanguinários, como fez o presidente Marcelo?

Interessante, mas positiva observação, ao referir que o regime do socialista cubano, cometeu mais do triplo de crimes dos do regime do Gen. Pinochet...e registar que há uma diferença entre a natureza dos mortos em cada um deles, sendo certo que inocentes também os houve em ambos!Em Março de 2003, quando as atenções do mundo inteiro estavam voltadas para o Iraque, Fidel Castro lança uma vaga repressiva sem precedentes: 75 dissidentes — jornalistas, defensores dos direitos humanos, sindicalistas, bibliotecários, etc. — são detidos e condenados a pesadas penas de prisão. No total, 1453 anos de encarceramento, na maior parte dos casos por «actividades contra a integridade e a soberania do Estado».

Os relatórios das organizações de defesa dos Direitos do Homem, aqui compilados e organizados por iniciativa de Repórteres Sem Fronteiras, descrevem a verdadeira dimensão da vaga repressiva da Primavera de 2003, abordando também o funcionamento de um regime totalitário onde, verdadeiramente, não há lugar para as pessoas.

O Livro Negro de Cuba, cuja edição portuguesa é prefaciada por José Manuel Fernandes, director do jornal Público, é de leitura imprescindível para todos aqueles que, para lá das paixões políticas e da propaganda oficial, queiram compreender o que se passa efectivamente na ilha de Fidel Castro.Ruy Magalhães

09/12/2016
''Aquele que era o país mais desenvolvido da América Latina quando Castro entrou em Havana''???!!!! de onde ele tirou isso jesus?! só se for desenvolvida em pyteiros kkkkkkkk ou o autor bateu a cabeça ou o run é q não era de boa qualidade

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jorge pichel
30/11/2016
Venham mais ditadores destes



Chile y Cuba, con el mayor desarrollo latinoamericano, según la ONUPor: Alejandro Rebossio | 25 de julio de 2014Chile, Cuba, Argentina y Uruguay son los países con más alta calificación en el índice de desarrollo humano (IDH) de la ONU, que toma en cuenta indicadores como esperanza de vida, años de escolarización y renta per cápita. En una clasificación mundial encabezada por Noruega (0,94 puntos), Australia (0,93) y Suiza (0,91), España figura 27º (0,86 puntos) y Chile subió un escalón respecto del año pasado, hasta el puesto 41º (0,82). Cuba (0,81) se ha mantenido 44º y Argentina, en el 49º (0,80).

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jorge pichel
30/11/2016
Os F 16 , o crescimento é um demagogo é um demagogo . Ponto final



Chegou a ser tema de troca de acusações entre a oposição e o Governo (e o PS), mas o INE deixa uma clarificação agora. A venda dos aviões militares à Roménia, que já estava prevista acontecer este ano, vai ter um impacto praticamente nulo no PIB.

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Rui Manuel Duarte Almeida
30/11/2016
Um ditador é um ditador, mas há ditadores, mais ditadores que outros.

Tem contudo piada, que os ditadores ditos de direita, normalmente são sempre mais mal queridos que os de esquerda; para mim um Salazar é igual a um Castro, talvez até o nosso fosse mais ligth, que o outro. Outro exemplo; Hitler e Estaline, o 1º foi responável pela morte de 6 a 8 milhões de seres humanos e o 2º de 50 a 80 milhões, mas só o Hitler é que era mau (nojento, doido, psicopata), o outro é normalmente bem visto, ou pelo menos, com melhor aceitação, mas também era (mau, nojento doido e psicopata), mas muito mais que o 1º. Trato-os por números, pois não gosto de dizer o nome deles.



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Fernando OliveiraRui Manuel Duarte Almeida
30/11/2016
Não se atreva a dizer isso a um comunista, pois para eles o camarada Estaline era um santo.
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Amandio Mendes da Silva
30/11/2016
" ...o fascínio que o castrismo teve.." e "o génio politico" , foram expressões nada inocentes. Enquadrar o bloqueio da forma como foi feito é no mínimo ligeireza.

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Carlos Carreira
29/11/2016
Assino

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jorge pichel
28/11/2016

Um ditador é um ditador. Ponto final, parágrafo



Ora aqui está uma afirmação sem direito a contraditório. Uma setença peremptória e sem direito a recurso. JMF Com cartório notarial aberto no observador oficializou que Fidel foi um ditador . Não se fala mais nisso. Ponto final


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Miguel Marteljorge pichel
29/11/2016
Bem referido. E contudo, a realidade, nomeadamente em Portugal, mostra-nos como é possível ser-se governado por ditadores (aqueles que usam e abusam do Poder em proveito próprio e dos seus amigalhaços, com a benção da maçonaria), num regime apelidado de democrata, mas onde as característica de uma ditadura socialista estão bem patentes, elevada corrupção, manipulação da Justiça com eliminação de prova e atraso nos julgamentos, obscenos enriquecimentos e vida de luxo daqueles que criticavam o sistema capitalista, elevado empobrecimento, estagnação económica e elevado endividamento, vivendo-se de esmolas (seja da URSS ou da UE).
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Jesus Cristo laico
28/11/2016
Como seria Portugal se um dia por azar da vida o PCP fosse governo?

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Paulo Nogueira
28/11/2016
O que eu mais gosto na revolução cubana é a "guantanamera", aqueles carros moderníssimos a circular por Havana toda pintadinha e airosa, com prédios espectaculares, a população (atenção: são todos doutores) com ar limpo e bem vestida como o Fidel com um fato de treino das Adidas que lhe ficava tão bem... Fez muito bem Marcelo em ir lá tirar umas fotos. O seu afeto dará para irá ao funeral?
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Manuel Carvalho
28/11/2016
Para contextualizar...José Manuel Fernandes, antigo militante da extrema esquerda admirador de Mao, propagandista destacado da guerra do Iraque (morreram centenas de milhares de pessoas) e atual porta voz daquela casta bem instalada na vida, convencida da sua excecionalidade em relação à "ralé" que os rodeia.

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Luis Jesus
28/11/2016
Sempre bom ver ex-marxistas ou ex-maoistas querem-se limpar renegando o que antes defendiam a ferro e fogo. A isto chamo o sindrome de Zita Seabra... So ha pobreza em Cuba, nos restantes 200 e tal paises do mundo nao ha fome, sem abrigos, pessoas a morrer de doencas curaveis ou por nao terem dinheiro para terem acesso a cuidados medicos...Castro que abandonou o poder ha 10 anos deve ter sido o ultimo ditador do mundo.. valha-nos isso...
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Paulo Correia
28/11/2016
Para a esquerda os ditadores de esquerda são fantásticos. O PC até relações amistosas com a Coreia do Norte...
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Rui Manuel Duarte AlmeidaPaulo Correia
30/11/2016
Não são ditadores de esquerda. Como a esquerda, tem o conceito de vida na comunidade, são ditaduras do proletariado, assim sendo é a ditadura do povo, mas eles esquecem-se é que quem faz o que quer do povo, é um e um só individuo.
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Eduardo Lopes
28/11/2016
Bom dia!

Para revolucionário, nada fez por Cuba! pude constar com os meus olhos e questionei-me que revolução foi aquela que em cinquenta anos, apenas deu instrução ao povo mas não teve a discernimento para o desenvolver economicamente aproveitando-a, utilizando a velha máxima do cardeal Cerejeira, dá-lhes fome que serão humildes, um país não é livre com 11 milhões de pessoas e um milhão de policias e outros tantos bufos.

Fidel, falhou por arrogância e cegueira de poder e não passou de mais um ditador. " PONTO FINAL"
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Lorde Montresor
28/11/2016
Fidel não quis morrer colado à imagem de um idiota útil da ex-URSS. Provavelmente porque assisitu à entrevista a Yuri Bezmenov, um agente da KGB que desertou em 1970, sobre os “idiotas úteis” https://www.youtube.com/watch?v=vLqHv0xgOlc . Fidel foi um idiota útil durante muito tempo, mas fez questão de provar que não era “útil”, que era convicto, e assim optou, tragicamente, por manter a idiotia até ao final da sua vida, sacrificando um povo e várias gerações de Cubanos.



Para quem quiser ver a entrevista completa de Bezmenov https://www.youtube.com/watch?v=y3qkf3bajd4

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Carlos de Melo
28/11/2016
Para uma analise simplista como esta, do"contra", pode-se contrapor uma semelhante "a favor": Fidel colocou Cuba no mapa e não foi seguramente pela prostituição. A sua intervenção ajudou a libertação de Angola, Namibia e África do Sul.

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Eduardo LopesCarlos de Melo
28/11/2016
Libertou de quê?
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Rui Manuel Duarte AlmeidaCarlos de Melo
30/11/2016
Com muita prostituição à mistura, em Cuba e Angola, no resto não foi ouvido nem achado. A RSA, já era independente há dezenas de anos e a Namíbia foi o Mandela. Veja se sabe o que diz ou então não diga nada. Sobre a prostituição pude constatar em Angola como era, não falo de cor.









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Rui Manuel Duarte AlmeidaCarlos de Melo
30/11/2016
Já agora pegando nas palavras do Eduardo Lopes: que rica liberdade que ele deu a Angola, se chama àquilo liberdade, então estamos conversados e olhe que eu sou Angolano.
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Carlos de MeloEduardo Lopes
01/12/2016
Não acredito que considere que o Apartheid era melhor e mais justo. Nem acredito que considere que o Mandela era um terrorista.

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Carlos de MeloRui Manuel Duarte Almeida
02/12/2016
A RSA era independente para os Brancos. A Namibia NÃO foi o Mandela. Sugkro emso uma leitura ao livro do Chefe de estmao mairo sul-africano, Gen. Gendenious

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Carlos de MeloRui Manuel Duarte Almeida
02/12/2016
Eu também. Nunca saí de Angola.

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Oque Escrevemos
28/11/2016
Morreu Castro e o regime continua portanto todos os festejos e foguetórios são inúteis e disparatados. Realmente nos últimos anos Fidel não tinha poder efetivo e o que mudou? Muito pouco. Morreu um ditador mas Raul Castro é o quê? Um garboso democrata? Demagogias há de todas as formas mesmo a de achar que Fidel era só ele o regime. Anda tudo a fingir que com a sua morte muda alguma coisa.

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Jorge pedro
28/11/2016
O Fidel, como todos os ditadores foi burro!

O Fidel é um homem extraordinário mas burro.

Conseguiu coisas extraordinárias para o povo cubano. Esqueçam as ideologias, o facto é que se olharmos para os setores da saúde e educação o regime dele conseguiu coisas extraordinárias.

Mas isso não invalida que tenha sido um burro!



Com efeito, se ele em finais da década de 80, tivesse aproveitado a Perestroika e o movimento mundial de reformulação de regimes que estava em curso por todo o mundo, teria promovido a democratização do regime e teria saído por cima de toda aquela situação. Teria seguramente reconhecimento mundial e prestígio para o resto da vida. Teria sido bom para o povo cubano que baseado nas conquistas que tinham sido conseguidas até aí, assumiria o controlo do seu destino, através de um regime livre e democrático.



Mas como todos os ditadores são burros! Agarrou-se ao poder que nem uma lapa. Essa é a principal doença dos ditadores. O resto é história. Morreu como um desprezível ditador e fuzilador de membros da oposição. É isso. Triste destino para um homem que poderia ter acabado os seus dias nos píncaros. Assim não passa de mais um ditadorzeco desprezível, por mais fama que possa ter.



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Meio Vazio
28/11/2016
Decida-se J. M. Fernandes: o ponto é final ou é parágrafo?
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João Caramba
28/11/2016
O jornalismo deixou de ser independente a partir do momento que passou a ser um negocio, e este senhor para se manter tanto tempo nesta area !!! O que é um ditador? Alguém que oprime os demais, pode ser um chefe, um empresário, um politico, alguém que bombardeia por exemplo o Afeganistão, o Iraque, a Líbia, a Síria, que dispõe no xadrez mundial os ditadores que lhe convém. Ora bem, chamem os bois pelos nomes, e chamem ditadores a todos os que são. Relativamente a este sr. Jornalista, não esquecer que já faz parte do aparelho e já não sabe definir o que é jornalismo de pura propaganda.

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Jorge pedroJoão Caramba
28/11/2016
Queres uma definição minimalista de um ditador vê o meu post mais abaixo! Não tem a ver com empresário, chefe, ou outro que tal.

E tu, o que achas do Fidel? Era ditador ou não?



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Gabriel Moreira
28/11/2016
Pois, eu também me faz confusão porque os opositores ao regime de Salazar são uns heróicos anti-fascistas e os opositores ao regime de Castro eram uns safardanas a soldo dos malditos ianques.
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Miguel Martel
28/11/2016
José Fernandes, boa exposição e comparações..., pena denotar que está dominado pela bitola dos corruptos e incompetentes governantes "democratas" que sabendo da superioridade total do regime do Estado Novo, nada mais fazem há mais de 42 anos, do que falsificar a História como lhes convém, nomeadamente pela lavagem cerebral desde as creches, como nos regimes totalitários!

Tem consciência da falsidade inerente à afirmação "Sabemos como isso condenou Portugal ao atraso,..."? Ou não sabe das elevadas taxas de crescimento económico na década de 60 (7 a 10%), da redução das taxas de mortalidade (nomeadamente a infantil) e de analfabetismo, do aumento da instrução dos portugueses, da industrialização, da passagem que houve do sector primário para o secundário e terciário, da construção de milhares de infra-estruturas públicas, caso de Universidades, escolas, liceus, maternidades, porto de Sines e ampliação do de Leixões e Lisboa, hospitais (que continuam a ser os maiores), monumentos e centros de investigação (LNEC, LNEG, I. Ricardo Jorge, etc...), aumento dos serviços de carácter social, caso de colónias de féria e cantinas escolares ou universitárias, estádios desportivos universitários e TUDO sem ESMOLAS ou endividamentos?

Em contraponto, onde encontramos genocídios? Além das ditaduras vermelhas, encontramos nalgumas democracias..., ou não conhece o crime cometido pelo democrata racista Churchill em 1943, ou do apartheid existente nos EUA até aos anos 60?
Crime é crime, assassinato e assassinato, independentemente de quem o comete, especialmente quando o assassinado é inocente, caso da Sá Carneiro, AAmaro da Costa e acompanhantes..., ou aceita a versão de branqueamento dos democratas criminosos, nacionais e americanos?

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Paulo Correia
28/11/2016
Fidel foi um ditador impiedoso e a miséria do povo nunca o preocupou. Mas a esquerda adora este homem é os outros ditadores da sua cor.
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jorge pichelPaulo Correia
28/11/2016
Povo na miséria e a passar fome mas com uma esperança de virada superior à dos nativos do Trump. Povo a passar fome mas com uma taxa de natalidade superior à dos americanos .
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Fernando Ramos Ramosjorge pichel
28/11/2016
Taxa de natalidade superior? E qual é o país pobre que não tem taxa de natalidade elevada ? Quanto mais pobres, mais filhos.
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No To BrainwashingFernando Ramos Ramos
28/11/2016
bom argumento... e para isto...



os cubanos têm níveis de educação superior aos EUA...os cubanos têm um sistema de saúde superior aos EUA...os cubanos têm menos pessoas em extrema pobreza que os EUA...e podia continuar!

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carlos mendesNo To Brainwashing
28/11/2016
e têm os charutos...
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jorge pichelFernando Ramos Ramos
28/11/2016
és tão estupido que até doi


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jorge pichel
28/11/2016
NUma democracia é tudo mais amigo.



a história dos usa construída em cima do holocausto de milhões de índios e no assasinato e escravidão de milhões de negros é uma coisa muito democrática .
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No To Brainwashingjorge pichel
28/11/2016
isso não vem ao acaso...



os EUA dizem que fidel é mau... é... PONTO!



os EUA dizem que assad é mau... é... PONTO!



os EUA dizem que putin é mau... é... PONTO!



.... e PONTO!



e a carneirada engole... PONTO!
... Ler mais
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No To Brainwashingjorge pichel
28/11/2016
só custa a encaixar na narrativa...



os cubanos têm níveis de educação superior aos EUA...



os cubanos têm um sistema de saúde superior aos EUA...



os cubanos têm menos pessoas em extrema pobreza que os EUA...



e podia continuar!

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No To Brainwashingjorge pichel
28/11/2016
hummm já me esquecia...



os americanos têm melhores carros e LCDs maiores!



pena é serem mais estúpidos... mas nestas sociedades "estupidificadas" nem se nota!
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Miguel Marteljorge pichel
28/11/2016
Bem referido..., mas como é uma democracia, é para abafar!
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Jorge pedroNo To Brainwashing
28/11/2016
E tu não passas de um cérebro brainwashed e com palas nos olhos. Tudo o que vem dos EUA é mau para ti!.

Enquanto não retirares essa pala dos olhos, não passas de um triste cérebro Brainwashed!



As pessoas com cabeça no sítio (ou seja não Brainwashed como tu) , não precisam dos EUA para fazerem a sua análise e formarem a sua opinião sobre Fidel. É simples, estudam, analisam e formam a sua opinião. Tu não queres saber. Tens dúvidas que Fidel era um ditador? Ou vais dizer que e um santo só porque os EUA dizem que é um ditador?





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Paulo Coelhojorge pichel
28/11/2016
vou deixar de te responder. és mentecapto

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Paulo CoelhoNo To Brainwashing
28/11/2016
acho que não te assite falar de estupidez por razões óbvias

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jorge pichelNo To Brainwashing
28/11/2016
1 em cada 6 americanos ou está preso ou fora do mercado trabalho., já que falamos de presos.
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jorge pichelNo To Brainwashing
28/11/2016
Os cubanos são pobres e malnutridos , passam fome mas a esperança de vida é superior à dos americanos .
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No To BrainwashingJorge pedro
28/11/2016
quando se é uma cabeça oca e não se sabe o que dizer faz-se essa figura triste...



então homem esse QI baixíssimo não permite mais?

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dara isabeljorge pichel
28/11/2016
Uma coisa e uma coisa e outra coisa é outra coisa.
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No To BrainwashingPaulo Coelho
28/11/2016
um energúmeno como tu que não é capaz de formular um argumento devia estar calado...

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Paulo CoelhoNo To Brainwashing
28/11/2016
já os teus argumentos são pérolas LOL

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No To BrainwashingPaulo Coelho
28/11/2016
é melhor do que não ter capacidade para tal...



mas sabes, eu não escrevi argumentos... eu escrevi FACTOS...



sabes a diferença? se os conseguires desmentir...
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Jorge pedroNo To Brainwashing
28/11/2016
Tu tens pelo menos 2 problemas que saltam á vista de qualquer um:



a) O primeiro é que não consegues formular uma argumentação, com as nuances que normalmente estão associadas, ou seja apresentar o ponto de vista e fundamentar o mesmo. Não fudamentas nada. Não penses que apresentar os números da educação de Cuba é fundamentar. Sabes porquê? Porque és tão faccioso que esqueces tudo o resto que é negativo!!!!



b) O segundo problema é que os teus comentários são sempre telegráficos e altamente facciosos. Por exemplo tudo o que venha dos EUA é automaticamente mau. Tudo o que vem do Putin e companhia é excelente. Não tens meio termo. Funcionas na base de um sistema binário. Altamente prevísível.

Ou sejas não dás pica nenhuma num debate de ideias!!! O teu ouput é sempre o mesmo:

1. Contra os EUA

2. A favor de Putin


E já agora, já me ia esquecendo que de vez em quando tens como output o vídeo do do general americano.

Chega a ser cómico! LOL



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Paulo CoelhoNo To Brainwashing
28/11/2016
respondeste por mim. não tens argumentos e ainda acusas os outros de não saberem argumentar. uma última pergunta. onde achas que podes viver melhor, em Cuba ou nos EUA?

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No To BrainwashingPaulo Coelho
29/11/2016
há dados concretos sobre isso... se a sua capacidade cognitiva não lhe permite...
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No To BrainwashingJorge pedro
29/11/2016
você tem um problema... cérebro inquinado!
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Paulo CoelhoNo To Brainwashing
29/11/2016
perguntei-te a ti. onde é que tu achas que vivias melhor. responde se fores capaz

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Jorge pedroNo To Brainwashing
30/11/2016
A propósito de cérebro inquinado: o seu problema é que mede os outros pela sua bitola ou seja lá porque o seu está brainwashed, não pense que o mesmo se passa com os outros.

Está tudo resumido nisto:

1. Contra os EUA

2. A favor de Putin



Esse é o seu universo. Paciência nada a fazer.


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Alexandro De Pinedo
28/11/2016
Un amigo y familia portugues, siempre me manda estos analisis periodisticos, muy bien escritos por periodistas portugueses. Si. Estoy obligado a contestar, 1- Porque soy cubano 100 %. y 2- Porque vivo en el exilio por mas de 26 anhos, y no solo puedo comparar las sociedades capitalista y socialista; sino que puedo ver perfectamente como, mi pais lo ha ido destruyendo paulatinamente un dictador comunista, culturalmente, estructuralmente, moralmente, educacionalmente, politicamente, socialmente y puedo decir muchas cosas mas. La revolucion cubana y su ideologia comunista aun si tenian buenas intenciones sus lideres, nunca fue suficiente. Ninguna dictadura es buena...... Ni de izquierda ni de derecha. El resultado de el experimento de aplicar la ideologia marxista en la revolucion fue; miles de muertos, millones de exiliados (Me incluyo), y un pais destrozado y muerto de hambre .............Yo no lo acuso Dios lo juzgara' ............!!
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Filipe DuarteAlexandro De Pinedo
28/11/2016
Belo comentário.
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João Lopes
28/11/2016
Excelente artigo de JMF. É verdade: «O balanço de quase 57 anos de castrismo é trágico. Inimigo das liberdades, apenas ofereceu ao povo uma pobreza resignada. Por isso é intolerável a duplicidade moral»… por «boa parte da esquerda e da intelectualidade quando se trata de julgar ditadores socialistas». Os comunistas, sempre apoiam e defendem os “seus irmãos”, por maiores criminosos que tenham sido…como Stalin, Mao, Fidel, e nos tempos recentes, Chavez, o ditador da Coreia do Norte. Maduro, etc.

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Julio Manuel Cardoso
28/11/2016
Fidel foi um ditador?
Foi!
Há ditadores bons e ditadores maus?
Não!
Mas há ditadores diferentes.
Sabem?
Uns são como aqueles pais déspotas com filhos preferidos.
E outros são autoritários para que todos os filhos tenham o seu quinhão.
Viva Fidel!

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Rui Manuel Duarte AlmeidaJulio Manuel Cardoso
30/11/2016
Para que tenham um quinhão de miséria.
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Sillas Va
27/11/2016
Os detratores de Fidel no fundo sabem que ele foi um homem amado por milhões de pessoas em todo o mundo. Podem chamar-lhe os nomes que quiserem, mas o certo é que ele não era um individuo qualquer e mesmo vivo ja era um herói e legendário pelo facto de ter resistido a unica superpotência do mundo e sobreviveu.

Muitos que o detratam estão a milhões de anos luz de distancia de ser como Fidel, como líder, politico e governante, desportista, homem de cultura, militar, etc.

Fidel será eternamente recordado como um homem de bem, que não agradou a gregos e troianos mas sim a maioria.
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Pedro AlvesSillas Va
28/11/2016
De bem????

A maioria? de que minoria pertencia essa maioria que fala? os lambe botas do partido comunista cubano?
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Miguel MartelSillas Va
28/11/2016
Estaline também foi e é amado por milhões...e isso o que interessa na análise de um regime? Quantidade NÃO é qualidade!
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Cipião NumantinoSillas Va
28/11/2016
Claro que Fidel não foi um homem normal, já que foi um horroroso sociopata assassino. E foi sim senhor amado, por toda a bufaria, traidores e labregagem internacional de que vc é suficiente exemplo!
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Manuel FernandesSillas Va
28/11/2016
O hitler também tinha muitos seguidores.Milhões.
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Sillas VaCipião Numantino
28/11/2016
Fidel foi o único homem deste mundo, que desafiou, resistiu a única superpotência mundial, localizada a escassos 180 km do seu país e sobreviveu.

Comparar fidel a Hitler é um grande absurdo, porque Fidel não invadiu e ocupou nenhum país, nem provocou o holocausto, Fidel nunca foi racista, muito pelo contrário ajudou a acabar com o regime racista na Africa do Sul.

Nos Estados Unidos da America a sentença para todos os indivíduos condenados por traição a pátria, é a morte, seja por fuzilamento, cadeira eléctrica ou outro método qualquer. Ninguém os chama de assassinos. Em qualquer país do mundo se um cidadão recebe dinheiro do estrangeiro para conspirar, sabotar ou violar as leis desse mesmo país, e imediatamente preso e não é considerado preso politico, mesmo que ele alegar isso.

Nenhum presidente americano foi chamado de assassino, quando aviões e mísseis americanos mataram milhares de crianças, mulheres e velhos inocentes no Vietnam, Japão, Iraque, Libia, Síria.

Em Cuba, apesar do bloqueio econômico e financeiro, nenhum cubano morreu de fome, frio ou calor
Fidel defendeu as suas ideias e princípios até ao fim e não se vergou, humilhou, implorou, pôs de joelhos perante ninguém, tal como alguns o fizeram e isso irritou muita gente.





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Rui Manuel Duarte AlmeidaManuel Fernandes
30/11/2016
Tal como o seboso da Coreia do Norte, amado pelo berloque e pelos comodistas, sim comodistas, pois querem sacar a quem tem, para não fazerem nada.
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Francisco Pinto
27/11/2016
Um ditador é um ditador, ponto final? Sim mas nem para todos, pois juro-vos que ouvi o líder parlamentar comunista dizer que o defunto foi um "grande democrata"! Mudei de estação e não ouvi mais nada, mas imagino o resto da cassete: "progressista, arauto da justiça social, zelador do bem-estar do povo, pai da liberdade" e outras enormidades com que tentam disfarçar um embuste que durante um século de vida só produziu pobreza, injustiça, perseguição política, violência e morte.

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jorge pichel
27/11/2016

Há muito que Fidel Castro não era uma figura deste tempo.



Nota-se . Ninguém no mundo reparou na morte de Fidel. Até o pasquim observador não dedicou nem uma linha a este não acontecimento .





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José Luiz Sarmento Ferreira
27/11/2016
Ponto final, parágrqafo, o tanas. Cuba não é o Haiti. Comparada com o Haiti e outras republiquetas caribenhas, Cuba é a Suécia. Enquanto Cuba for Cuba e o Haiti o Haiti, e enquanto a herança de Fidel for a herança de Fidel e a herança de Duvalier for a herança de Duvalier, haverá ditadores e ditadores. JMF pode gostar tanto de Duvalier, de Fulgencio Bautista ou de Rafael Trujillo como outros de Che Guevara ou Fidel Castro, o que não pode dizer sem mentir é que pertencem todos à mesma galáxia.

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Cipião NumantinoJosé Luiz Sarmento Ferreira
27/11/2016
Hum! Acho que o José Manuel Fernandes só se quis referir ao planeta!...
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José C. AguiarJosé Luiz Sarmento Ferreira
27/11/2016
Comparado Fidel com Salazar ... então este foi um aprendiz de ditador!



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Jorge pedroJosé Luiz Sarmento Ferreira
27/11/2016
Que tal fazeres um ranking para os ditadores?



O autor tem razão, um ditador é um ditador. É evidente que não são todos iguais, até porque o contexto histórico, cultural, geográfico, etc varia bastante. No entanto as principais características de um ditador estão presentes em todos eles:



a) Apego desmesurado ao poder

b)Ausência de direitos e liberdade de um modo geral

c) Ausência de organizações que representem a oposição

d) Ausência de imprensa livre



Outros atributos poderiam ser listados mas os acima estão presentes em todos eles.



Depois existem algumas variantes individuais: Uns assasinam o seu povo por decreto, outros com balas, etc, etc, etc.





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Fernando PitéJorge pedro
27/11/2016
Nas quatro primeiras alíneas, penso que refere-se aos ditadores, mas se estes se locupletam com os bens sacrificados `a Comunidade, e perpetram assassínios e desaparecimentos e tortura sem justificação aceitável, então não passam de tiranos...

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MaxMartins MartinsJosé C. Aguiar
27/11/2016
Bem o Salazar também foi ditador...certamente foi responsável por prisões até mortes...

Mas "coitado"...comparado estes ditadores "mais conhecidos"...quase se podia dizer ter sido um "menino de coro" (notem que não o estou a defender...mas ao pé de Hitler, Staline. Pinochet, Pol Pot, Fidel...quase não terá passado de um "aprendiz de feiteceiro"...e volto a dize-lo...: não o estou a defender ou a dizer que não foi ditador...)...



Mas comparando...é uma "cópia muito limitada"...
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Paula PereiraJosé Luiz Sarmento Ferreira
27/11/2016
Mas o que pretende com esta argumentação? Era um ditador mas outros são mais ditadores que ele? Tem uma lista de ditadores hierarquizados por horrores, assassinatos e zona geográfica?
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Miguel MartelMaxMartins Martins
28/11/2016
Quando será que alargam os vossos horizontes históricos e fazem uma análise de acordo com o tipo de vítima, pois há uma diferença entre matar um inocente e um assassino.

Em Portugal ditador na verdadeira acepção, foi Afonso Costa e os seus acólitos do reviralho republicano!

O Estadista foi um ditamole, um humanista sincero e competente, contrariamente a democratas sanguinários como Eisenhower ou Churchill...,e a prova, é que o ACunhal se licenciou com elevada nota na faculdade de Direito, apesar de estar preso! Em que regime, conseguiria tal liberdade?
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MaxMartins MartinsPaula Pereira
28/11/2016
Para mim os ditadores são todos maus...

Só me custa aceitar que se considere Salazar, porque era de direita...um facínora...

E Fidel porque era de esquerda...um heroi...

Só isso...
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Joaquim Moreira
27/11/2016
José Manuel Fernandes, de facto um ditador é um ditador. A forma como os ditadores de esquerda são tratados, diz bem da onda que nos atingiu e que até está a conseguir arrastar uma certa direita, que também se sentiu "vítima da austeridade" e da decisão de Pedro Passos Coelho de não apoiar o banco liderado pelo DDT da altura. O tal que seria "salvo", caso estivesse no poder na altura o actual Malabarista, Ilusionista, Mentiroso e Ignorante. Com tantas qualidades não admira nada!



Quando se juntam no mesmo governo partidos que não só desculpam como apoiam ditadores como Fidel Castro, a verdade e a realidade histórica já conhecida, e que aqui bem comprova, são completamente adulteradas por quem e para quem a "verdade" e a "realidade histórica" só o são, se coincidirem com a que determinaram que fosse. É, como a situação do país. Se eles dizem que as "pessoas estão melhor", então o país está melhor. Ponto final parágrafo, dizem eles!

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José Luiz Sarmento FerreiraJoaquim Moreira
27/11/2016
Fidel Castro é Rafael Trujillo?! Nem nesta galáxia, nem em nenhuma outra. Já que fala de História, aprenda um pouquinho de História, que não lhe fará mal nenhum.

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Joaquim MoreiraJosé Luiz Sarmento Ferreira
28/11/2016
O que é que este comentário tem que ver com o que disse acima? Antes de se aprender História deve-se saber ler e interpretar. Ou é apenas fanatismo?

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jorge pichel
27/11/2016
Um cretino é um cretino e a tua sorte é que a estupidez não dói.



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jorge pichel
27/11/2016
Zé pá , o fidel morreu mas a revolução não .
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Francisco S. Leitao
27/11/2016
Parabens pela análise profunda e clarividente !...
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Pedro Alves
27/11/2016
Excelente opinião!
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José Luiz Sarmento FerreiraPedro Alves
27/11/2016
Para quem gosta de regimes como o de Fulgencio Bautista ou Rafael Trujillo, esta opinião é, de facto, uma excelente opinião. Para quem compara Cuba com os seus vizinhos caribenhos, é a opinião de um imbecil ou pior.

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Pedro AlvesJosé Luiz Sarmento Ferreira
28/11/2016
Acha que sim?

Uma ditadura de décadas? sem liberdade? sem democracia?

E o autor referiu que a ditadura que está substituiu não era melhor!
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Agnelo DiasJosé Luiz Sarmento Ferreira
28/11/2016
Tu nem fazes ideia da miséria que se passa em Cuba. Vai a Cuba, fala com o povo e então já podes falar. A tua ignorância é atrevida porque opinas sobre assuntos que desconheces. Sabes que até os médicos em Cuba vão trabalhar com camisas e calças remendadas e de sapatos

com as solas furadas. Tu só dizes as tolices que vais ouvindo da boca de ignorantes como tu.

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Francisco Pinto
27/11/2016
Um ditador é um ditador, ponto final? Sim mas nem para todos, pois juro-vos que ouvi o líder parlamentar comunista dizer que o defunto foi um "grande democrata"! Mudei de estação e não ouvi mais nada, mas imagino o resto da cassete: "progressista, arauto da justiça social, zelador do bem-estar do povo, pai da liberdade" e outras enormidades com que tentam disfarçar um embuste que durante um século de vida só produziu pobreza, injustiça, perseguição política, violência e morte.

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jorge pichel
27/11/2016
Zé pá , todo contente ! estás a festejar onde ? Em Miami com a escumalha reaccionária cubana ou na torre Trump com a outra escumalha americana ? Nunca soubeste escolher os teus amigos .
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Paulo Coelhojorge pichel
27/11/2016
anónimo cobarde -

reza para que nunca se zanguem contigo no teu partido se não ainda vais parar a um Gulag. depois perceberias melhor quem é escumalha.

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jorge pichel
27/11/2016
Mais um post do ideólogo do pensamento primitivo.
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Paulo Coelhojorge pichel
27/11/2016
primitivo és tu que vives em 1917

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Oque Escrevemos
27/11/2016
A propósito de alguns comentários algumas ideias. Não, não é porque se lê na internet que é verdade. Não, não façam de uma caixa de comentários um local de denúncia pelo facto de terem sido "censurados" num outro jornal qualquer, a vossa importância é o que é e o vosso comentário não é importante. É igual a todos os outros. Não descobriram a "água quente". Não é de gente decente desejar que morra este ou aquele político português. Quem afirma destas coisas é o que é, um ser humano muito pequeno. Não se podem classificar todas as opiniões como sendo de esquerda ou de direita. Há mais mundo além desse mundo.
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Carlos RodriguesOque Escrevemos
27/11/2016
Realmente o que o senhor afirma é de uma candura tocante e quase quase a levar á lágrima. O senhor não ficou contente quando Hitler morreu ou quando Saddan foi encontrado ,ou mesmo quando Causesco caiu ou Mussolini foi enforcado?
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Oque EscrevemosCarlos Rodrigues
27/11/2016
Não diga disparates e aprenda a interpretar.
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josé mariaOque Escrevemos
27/11/2016
Não é de gente decente desejar que morra este ou aquele político português



Mas há por aqui quem deseje a breve morte de Mário Soares:



Pela minha parte não irei apresentar sentidas condolências a ninguém no dia em que Mário Soares se for! E já tarda!





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Alberto FreitasOque Escrevemos
27/11/2016
Para evitar o forte argumento: “Nâo diga disparates” -, vou tentar interpretar.



Não, o comentário censurado não é igual aos outros: por isso é censurado.



E a sua importância não tem a ver com quem o escreve, mas com quem o censura; pois clarifica o critério editorial.



Não tendo a pretensão de retirar o direito de censura, mas de mostrar o que se censura.



Claro que comentário com conteúdo calunioso ou ofensivo, o autor tendo consciência dessa realidade, limita-se a constatar a eliminação; não o indo, obviamente, postar noutro jornal.



A classificação de esquerda ou direita é opção que tem a ver como o autor se pretende situar e que nem sempre coincide com a posição que os outros o situam; e realmente o mundo não está limitado à circunscrição dos conflitos de cada um



Espero que considere o texto bem interpretado e sem disparates

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José Luiz Sarmento FerreiraCarlos Rodrigues
27/11/2016
Com a morte de Hitler, Ceausescu ou Mussolini, houve razões para que as pessoas ficassem contentes. Com a de Saddam, e tendo em conta o que veio a seguir, não. É que afinal, e ao contrário do que afirma o JMF, há ditadores e ditadores.
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Fernando M Nogueira FranciscoJosé Luiz Sarmento Ferreira
27/11/2016
Realmente. "Há ditadores e ditadores". Pois porque voce não conta fazer parte dos torturados e assassinados!? Que pretensão!

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JB Diasjosé maria
28/11/2016
Reitero o afirmado.

Só peca por já tardia!

Mas qualquer um que não um comunasno saberia que a opinião é pessoal e ao contrário da prática das ditaduras não a imponho a ninguém ...

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Antonio Castro
27/11/2016
Se a mentira e os complexos de uma esquerda e de uma intelectualidade ( aqui conviria um esclarecimento sobre o que é que isso significa) conseguiram construir um mito e preservá-lo «à prova de bala» , pergunto perplexo se não havia mais ninguém na Terra para denunciar essa fraude e desfazer o mito?!

Eu sei, lembro-me bem, que «a malta» achava chique usar o teeshirt com o Che a rir-se ( dessa malta) , mas essa era «a malta»... Não houve gente com tino e não muito ignorante que tivesse dito alto , naturalmente fora da ilha caríbica, que havia limites para essa diversão de tantos tontos?

Em segundo lugar , um conselho : é preciso não dar espaço demasiado à nossa imaginação, mesmo se a fantasia possa servir o nosso pensamento e prosa . Comparar, a propósito da sobrevivência de Fidel,este latino-americano com Salazar, é esticar excessivamente a corda da credibilidade , cheira a mero oportunismo . De resto, gostei.
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José Luiz Sarmento FerreiraAntonio Castro
27/11/2016
Quer "desfazer o mito"? É fácil: faça uma investigação histórica a provar que Fidel Castro foi tão sanguinário, cruel e violento, ou mais, do que Fulgencio Bautista ou Rafael Trujillo. E se isso não bastar, faça uma análise sociológica ou económica a provar que se vive melhor no Haiti, ou em qualquer outra republiqueta caribenha, do que em Cuba. Ficará finalmente desfeito o "mito" que tanto o incomoda, e a intelectualidade de direita ficar-lhe-á eternamente agradecida.

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Paulo CoelhoJosé Luiz Sarmento Ferreira
28/11/2016
Devem ser às resmas de cubanos em Miami a quererem voltar para Cuba por estarem desiludidos com a realidade capitalista.

agora a sério: tenha vergonha na cara. você com as suas palavras tenta justificar o injustificável. O comunismo é uma desgraça para todas as populações que sofreram essa chaga, menos claro está, os seus dirigentes a quem nunca faltou nada. já agora tem alguma dessas análises para mostrar? Feitas por quem? Pergunte aos cubanos na Florida que eles dão-lhe a análise num instante

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JB Dias
27/11/2016
As reacções dos partidos políticos, que não da "esquerda" marxista-leninista-trotskista-maoista, e as primeiras páginas da quase globalidade da imprensa vêm confirmar que os seres humanos melhoram imenso depois de mortos ....



As reacções a que assisto fazem-me pensar o que teria ocorrido se Adolf Hitler não tivesse invadido a Polónia em 1939, e se tivesse limitado a governar a grande Alemanha até aos dias da sua morte.



Sou capaz de apostar que as reacções não teriam sido muito diferentes!

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josé maria
27/11/2016
PSD manifesta as mais sentidas condolências pela morte de Fidel



O que agora me vou rir com a cara dos pafiosos...



http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=852226



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JB Diasjosé maria
27/11/2016
E todos os comunasnos têm efectivamente toda a razão para rir com quem não se preocupou em separar as condolências pela morte de um ser humano das claramente não devidas pela morte de um ditador ...



Pela minha parte não irei apresentar sentidas condolências a ninguém no dia em que Mário Soares se for! E já tarda!





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josé mariaJB Dias
27/11/2016
Os pafiosos também são assim mesmo.



Com base no seu hipócrita oportunismo político, até seriam capazes de apresentar sentidas condolências pela morte dos genocidas Assad e Putin.



Quando não têm forma racional de argumentar, os pafiosos até seriam capazes de separar as sentidas condolências pela morte de qualquer genocida, na suposta qualidade de ser humano.



Enfim, dos pafiosos não se pode esperar racionalidade suficientemente desenvolvida, nem coerência intelectual e, muito menos, elementar sentido ético.



Por isso mesmo é que são pafiosos.



Para eles, se forem os partidos de esquerda a apresentar sentidas condolências pela morte de Fidel, são antidemocráticos. Se for o PSD já está tudo bem.



O carácter baixo e reles dos pafiosos vê-se muito bem nesse tipo de atitudes.



Como quando alguém deseja a breve morte do ser humano, chamado Mário Soares.

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Ana das IlhasJB Dias
27/11/2016
Pode não gostar de Mário Soares, mas, antecipadamente , fazer comentários com este teor sobre este homem que tem o seu nome escrito nos anais da história de Portugal, penso que é censurável.

O nome de Mário Soares fica na história, mas o seu, não. É a diferença. Percebeu?

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Fernando PitéAna das Ilhas
27/11/2016
Também A. Hitler pode ter ficado nos anais da História a Alemanha, tal como Lutero, e foram "grandes homens" de que reza a História, mas naturalmente, no caso de Hitler pelas piores razões.

SE Hitler tivesse imposto o nacional-socialismo, a bem do povo carenciado, mesmo assim poderia não ficar com o mau carisma de Fidel...

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Ana das IlhasFernando Pité
28/11/2016
Não tenho conhecimento de nenhum tirano ou ditador que tenha governado para o bem do povo. Todos os tiranos e ditadores ficaram nos anais da história pelas piores razões. Desde Pisístrato na Antiga Grécia até ao malogrado Fidel Castro, no presente, todos oprimiram e violentaram as populações apenas para defender os seus interesses e dos seus lacaios.

Morrem os tiranos ou ditadores, mas, os seus nomes ficam na memória de todos. Pelas piores razões.
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Miguel MartelAna das Ilhas
28/11/2016
MSoares fica na História, como Hitler, Estaline, Mao ou outros socialistas..., ou não conhece os genocídios em que foi colaborador com as vergonhosas descolonizações? E como foi um governante incompetente e que encheu a barriga à custa do saque dos dinheiros do povo para fazer fundações? A corrupção não apareceu com Sócrates ou DLima!
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João Porretejosé maria
28/11/2016
Um comunicado patético e hipócrita. Aí tem a minha reação.
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JB DiasAna das Ilhas
28/11/2016
Mas o meu vai por aqui ficando expresso e o seu não. Percebeu?

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Carlitos Sousa
27/11/2016
Gosto da frontalidade na avaliação do ditador.

Não porque tentou subtrair Cuba ao colonialismo americano, mas quando submeteu por 50 anos o povo cubano a uma sanguinária ditadura e a uma miséria indescritível seguindo os ditames de um comunismo utópico.

Em sentido inverso detesto a hipocrisia dos que tentam justificar os crimes de Fidel Castro e Guevara , em prol dum sonho romanticamente revolucionário ao qual nem Marcelo escapou.

Faço votos que Raul se sinta agora menos condicionado para encetar um rumo que traga prosperidade e felicidade ao martirizado povo cubano.

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Paula Pereira
27/11/2016
Uma crónica final e lapidar. O que espanta é que estas evidências não sejam subscritas por todos os partidos democráticos. O PCP e o BE não admira que tomem a posição que tomam, não são democratas.
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josé mariaPaula Pereira
27/11/2016
E que tal a Tatcher mancomunada com o ditador Pinochet ?



E que tal quando ainda hoje alguma direita, mais ou menos envergonhada, se mantém fiel a Salazar?



E que tal as mais sentidas condolências do PSD pela morte de Fidel ?



O PSD também não é um partido democrata ?



http://www.independent.co.uk/voices/comment/tories-have-forgotten-that-thatcher-wasnt-just-a-terrorist-sympathiser-but-close-friends-with-one-10507850.html



http://www.pnr.pt/2016/07/honra-a-salazar/



http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=852226











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Paula Pereirajosé maria
27/11/2016
Quero lá saber do PSD, do PS ou do CDS...Penso por mim e não por nenhum partido! Era um ditador e um assassino e nenhum democrata se pode rever nele. Ponto.

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José C. AguiarPaula Pereira
27/11/2016
Tem o meu apoio!

menos um ditador neste mundo, pelo que o ar que se respira ficou mais limpo!
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josé mariaPaula Pereira
27/11/2016
Na mensagem, o PSD salienta o «importante papel desempenhado por Fidel Castro na história de Cuba» e endereça «ao povo cubano e ao seu Governo as mais sentidas condolências».



Mas o PSD também apresentou sentidas condolências pela morte de Fidel. Ficaram muito pesarosos.



Agora o PSD já passou a não democrático ou ficou sem capacidade de resposta ?



Vá, mostre agora até que ponto vai a sua coerência, não fique embatucada.

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Carlos Rodriguesjosé maria
27/11/2016
Então se existem colegas seus que choram a morte de Fidel, é muito lógico que haja portugueses talvez colegas seus que chorem Salazar. Confesso tristemente que estes terão mais razão.



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josé mariaCarlos Rodrigues
27/11/2016
Não há colegas meus que choram a morte de Fidel, porque não possuo nenhuma militância partidária e as minhas posições dizem-me exclusivamente respeito. Quanto àqueles, como no PSD, que choram a morte de Fidel, e não são obviamente meus colegas, isso é lá com o partido do Pedro Coelho.No que respeita à morte de Salazar, é altamente provável que os esbirros da ex-PIDE digam ámen consigo. Os nazis diriam o mesmo de Hitler. É tudo gente da mesma laia.

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Paulo Coelhojosé maria
27/11/2016
José Maria - Apoia ou condena Fidel Castro?

responda

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josé mariaPaulo Coelho
27/11/2016
O tempo da PIDE já passou e a minha posição crítica sobre Fidel já a exprimi de forma clara noutras crónicas do Observador.



Procure-as você que eu não tenho pachorra para atitudes pidescas.

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Miguel Rosajosé maria
27/11/2016
hehehe !! Não possui nenhuma militância partidária. O que faria se tivesse.
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Paulo Coelhojosé maria
28/11/2016
portanto não foi capaz de o condenar...



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Miguel MartelJosé C. Aguiar
28/11/2016
Fica? E os mascarados de democratas e que fabricaram campos de extermínio, caso das clínicas abortistas?
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Agnelo Diasjosé maria
28/11/2016
Este José Maria não existe porque nem Zé Maria é. Este que se diz José Maria diz todas as asneiras e tolices a coberto de um anonimato cobarde.

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João Porretejosé maria
28/11/2016
Este comunicado do PSD é patético e hipócrita.
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Paulo Correia
27/11/2016
A esquerda nunca se preocupou com a miséria ou a falta de liberdade. Apenas se preocupa com a tomada do poder. A solidariedade para com o regime cubano e a indiferença para com a morte dos opositores e para com a miséria do povo cubano são bem demonstrativas disso.
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Cipião Numantino
27/11/2016
Mentira!!! JMF deu a entender que só havia gente infeliz em Cuba. Mas isso é uma redonda mentira, já que por lá só existe gente feliz. Isto porque, aos infelizes, já Fidel os mandou matar a todos!...

2- Uma das atitudes mais asquerosas e patéticas da esquerda é a glorificação dos seus heróis. A cambada comunista não tem qualquer tipo de pudor neste preciso aspeto. Podem ser os maiores bandidos e escroques tal como Fidel e Che e, mesmo assim, serem glorificados. Por isso muitas vezes escrevo por aqui que o comunismo é uma religião. E mesmo que nada o suporte mais aos seus pretensos heróis, para a populaça comuna é tudo gloriosamente aceite. Se alguém por eles endeusado expelir um traque mal cheiroso, haverá sempre uns quantos que gabarão a excelência do cheiro. Em suma, tudo entra no espaço-tempo da divina fé, e na antítese do mais elementar racionalismo. Esta postura vem de longe. E é tão antiga como a própria História. Quando Plínio-o-Jovem (sobrinho-neto de Plínio-o-Velho que morreu na erupção do Vesúvio e como ele um grande cientista e orador) era o procônsul romano (governador) da Bitínia província romana onde hoje se situa a Anatólia turca, tendo-lhe sido levados alguns cristãos ao seu palácio de Nicomédia para julgar, ele tem o seguinte desabafo em carta para o imperador em Roma "o que é que hei-de fazer a estes infelizes desgraçados, que estão dispostos a ceder a honra e a vida a troco de uma quimera?". Como se passaram 2.000 anos e a interrogação de Plínio continua ainda tão atual?...
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Cipião NumantinoCipião Numantino
27/11/2016
Conta-se por aí que o Fidelito el Castrito se apresentou descaradamente de armas e bagagens no céu. Aí, o horrorizado S. Pedro, mandou-o logo de charola para o inferno. Chegado aí, tinha o diabo à sua espera onde foi recebido com todas as honras. Instalado principescamente numa das melhores fornalhas, Fidel notou que se tinha esquecido das bagagens e armas no céu. Vai daí, pediu ao diabo para o deixar lá regressar, tendo em vista recuperar as suas coisas. O diabo, solícito e atencioso, respondeu-lhe que não se preocupasse. Chamou assim 5 diabitos e deu-lhes instruções para irem buscar as coisas de Fidel. Chegados ao céu e antes de qualquer outra explicação, o S. Pedro abismado, exclamou "livra, o Fidel acabou mesmo agora de chegar ao inferno, e já tenho por aqui 5 refugiados"?!...Hehehehe
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Oque EscrevemosCipião Numantino
27/11/2016
Humor negro ou ...?
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José C. AguiarCipião Numantino
27/11/2016
Boa! Salvou esta tarde chuvosa de domingo!
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MaxMartins Martins
27/11/2016
Nem La Palisse diria melhor...

Um ditador é sempre um execrável assassino...quer seja de direita quer seja de esquerda...

Não dá por isso para entender que alguns achem que um ditador de esquerda é uma democrata e sempre "tem desculpa" para as piores arbitrariedades que cometa...

E um ditador de direita será sempre...um assassino sem "desculpa"...



Quando é que se "aceita" que entre um e outro...o diabo que escolha...?



Neste caso, morreu mais um ditador (é a "vingança" das suas vítimas...nenhum cá fica...)...e ponto final...!







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josé maria
27/11/2016
Fidel e Pinochet foram ditadores, é um facto politicamente incontestáel.



Mas aqui no Observador os mesmos que se insurgem contra Fidel, que contestam, e bem, o seu regime ditatotial, as suas prisões e execuções sumárias, são exactamente os mesmos que silenciam completamente e até branqueiam os genocidas Assad e Putin, nos seus sistemáticos bombardeamentos à população civil de Aleppo, a nova Guernica dos tempos ditos modernos. Uma enorme vergonha, uma verdadeira patifaria. São tão responsáveis aqueles que lançam sórdidos ataques sobre homens, mulheres e crianças indefesas, como aqueles que, pela sua mentira, pelo seu silêncio ou pela sua aprovação, legitimam esse vergonhoso genocídio.Muitos dos que andam aqui a censurar Fidel, são exactamente os mesmos que aplaudiriam Pinochet. E são exactamente os mesmos hipócritas "pró-vida", para quem a vida de uma criança síria assassinada pelos bombardeamentos cruéis de Assad e Putin já não vale nada.

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Delfim Rodriguesjosé maria
27/11/2016
Ó xé maria , não digas que o fidélito foi uma ditador, olha que a tua seita vai-te por a pão(sem bifana) e aguardente.

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João Porretejosé maria
27/11/2016
Grande confusão que aqui vai! "Pró-vidas" misturados com putinistas e outros ditadores, e supostamente apoiantes da morte de crianças sírias. O que é que uma coisa tem a ver com a outra? Não se pode ser Pró-vida e contra a morte de crianças, sírias e não só? Eu sou ambas as coisas.
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Paulo José Ramosjosé maria
27/11/2016
Passou-se de vez!!
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josé mariaJoão Porrete
27/11/2016
O barrete cabe a quem o enfiar...



http://observador.pt/especiais/siria-entrevista-a-freira-que-escapou-varias-vezes-da-morte-por-minutos/#comment-post-1792452-1414723



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Delfim Rodriguesjosé maria
27/11/2016
Xé, gostaria de saber qual o interesse nessa vossa viragem para o catolicismo. Dever ser efeito do xiquito comuna que tenta pegar na pobreza que semearam ao longo dos séculos e cola-la aos vossos ideais. realmente fica-vos bem

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josé mariaDelfim Rodrigues
27/11/2016
Onde é que está a minha viragem para esse tolice teológica , que aqui tantas vezes tenho denunciado?



http://observador.pt/opiniao/traducoes-ha-muitas/



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Delfim Rodriguesjosé maria
27/11/2016
A verdade no actual momento e tu continuas a não aceitar é que o papa xiquito está ligado profundamente os ideais marxistas vigentes.

Xé como é que ficamos?

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Delfim Rodrigues
27/11/2016
Já não há pachorra para tanta noticia sobre o fidélito o santo.Já não me admira nada neste triste país, depois de um alucinado da seita que nos governa definir o pedaço como uma tranquila ilha, restam poucas duvidas sobre a lavagem cerebral que estão a efectuar ao povinho.E para apimentar a coisa, o moço dos afectos juntou-se á seita, na esperança de que nesta chafurdice consiga uma cadeira junto á pia.

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Ana das Ilhas
27/11/2016
Morreu um grande ditador do século XX e o último reduto do comunismo terminou. Cuba ainda se mantinha fiel aos princípios estalinistas de opressão, violência e castração da liberdade de opinião, apesar da ligeira mudança com Raul Castro.

Inicia-se uma nova página na história política mundial onde se assiste à emergência de novas formas de governação cuja prática não se coaduna com nenhuma ideologia especificada. Para onde vamos?

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António Hermínio Quadros Silva
27/11/2016
Rot in Hell
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José Rodrigues
27/11/2016
Qualquer ditadura militar, de esquerda ou de direita é reprovável e só se mantém pela opressão e assassinatos. Fidel foi um monstro como todos os ditadores, não tem como branquear.
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Fernando PitéJosé Rodrigues
27/11/2016
Continuo a pensar que existem ditadores e tiranos, sejam de direita ou de esquerda. So que após o fanatismo religioso, resta talvez a incongruência sofista para justificar actos bárbaros.

E a opulência e miséria continuam a "prosperar" sem terem cobro.

Aos ditadores de "boas intenções", como Salazar, e os do Egipto e Tunísia, segue a meia-desculpa.

Fidel, pelos vistos, a coberto de uma ideologia à partida "piedosa", comportou-se no fundo como tirano...
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José Montargil
27/11/2016
José Manuel Fernandes tem uma denúncia pela frente: escrever aos sete ventos que aos media amplificam, essa condescendência, esse duplo critério que a esquerda, os extremistas do BE e os comunistas promovem a torto e a direito de que o regime cubano era diferente , era progressista, era a favor dos pobres de todo o mundo.

Diziam que era um país desinteressado que ajudava os povos a saírem das "garras do colonialismo". Viu-se em Angola como os cubanos se portaram, pessimamente, e é apenas um exemplo.



O duplo standard é fatal e a maioria da malta engole o que estes jornalistas papagueiam. Os políticos já se sabe, usam e abusam do politicamente correcto. Mas é uma vergonha as notícias e os telejornais. Raros são os que são minimamente isentos. O Rebelo de Sousa então, metia dó. Esse está armado em Miss Simpatia a querer que todos gostem dele. Um dó!!!






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Luis Faria
27/11/2016
E não é que temos no poder em Portugal quem apoia este assassino. Estamos mais pobres, mas é uma pobreza virtuosa porque é imposta pela esquerda. Como aparentemente temos mais uns trocos no bolso, que interessa que esses trocos estejam a aumentar a dívida? E todos a pagar os aumentos da função pública? Bom não é? E os atropelos à lei? Só é problema se for a direita a fazê-los. Grande Portugal !
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Joao MA
27/11/2016
Excelente.



Um assassino, torturador e opressor dum povo nao pode ser branqueado só por ser de esquerda.

É um monstro igual a Estaline, Hitler e outros. Só que um monstro que conta com o beneplácito do establishment de esquerda em Portugal. O Marcelo ainda conseguiu ir ao beija-mao.

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Ana das IlhasJoao MA
27/11/2016
Não se esqueça de outros ditadores, como, por exemplo, Salazar.
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Paulo CoelhoAna das Ilhas
28/11/2016
Ana não me diga que não condena o Fidel

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Carlos Rodrigues
27/11/2016
um ditador é um ditador, Um assassino é um assassino, Estes pseudo politicos e pseudo comentadores que lamentam ou choram a morte de um ditador e de um assassino são autenticos cataventos,autenticos cretinos,autenticos manipuladores. Que alguém tenha pena deles! Vale uma aposta: Marcelo,Costa,Santos Silva deslocam-se a Havana para o funeral deste assassino!
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Tiago Pereira
27/11/2016
Muito bom, como sempre
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Hugo Fernandes
27/11/2016
Aseguir a esta leitura, recomendo:


http://observador.pt/2016/11/26/jeronimo-de-sousa-recorda-fidel-como-uma-excecional-figura-de-patriota-e-revolucionario/

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Pedro Santos da Cunha
27/11/2016
Segundo a Revista Forbes este Assassino tem uma fortuna Pessoal superior a US$ 500 Milhões!

Lindo não é?

E também, segundo parece, o mano também tem uma Fortuna ainda Maior!

Viva a Revolução!

A deles, claro!
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dara isabelPedro Santos da Cunha
28/11/2016
Com tanta filharada , dezenas como dizem, não vai ser dificil assegurar a continuação da dinastia....
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Vitor Reis
27/11/2016
Muito bom. Um artigo excelente, talvez dos melhores que aqui vi escritos pelo José Manuel Fernandes. Adular e bajular ditadores são sempre atitudes mesquinhas daqueles que revelam uma enorme pobreza de espírito. Fidel foi um ditador em nome de um ideal que nada teve de revolucionário. Quem já visitou Cuba conheceu a pobreza de um povo que só não se foi acentuando para toda a população porque o turismo permitiu a entrada de divisas. Quando agora se dão loas a um ditador a que nada faltou dos bens de consumo isso significa que há muitos destes personagens que gostariam de estar no lugar dele.



O problema mesmo é que o mundo está encresoado destes rapazes que, com a justificação do melhor para o seu povo, o arrastam para a miséria latente, prolongada, definitiva. Fidel teve o que sempre quis, mandar num povo e num país, catequisando milhões com as suas ideias e os seus ideais. Precisou, claro está, de um exército de fiéis seguidores, de bajuladores, a quem também atribuía benesses que nunca estiveram ao alcance da demais população. É sempre assim, isso faz parte da história e é dos livros.



Em Portugal criticou-se asperamente – e com toda a razão – as dezenas de anos que Salazar esteve no poder, em Cuba dão-se graças pelo estado em que 50 anos de poder comunista deixou um país. É a costumeira duplicidade entre o que é de direita (péssimo) e o que é de esquerda (fantástico).



Fidel não foi mais do que um personagem político que abominava ideias contrárias, que detestava que outros tivessem opiniões diferentes. Afinal, todas as ditaduras e os ditadores são assim. Para os de fora as barbas do senhor davam-lhe um ar patusco e era a sua imagem de marca. Para os de dentro, o problema maior não era as barbas, eram as ideias e a sua permanente obsessão de castrar quem não pensasse da mesma maneira.



Abomino este tipo de políticos e mais detesto todos aqueles que pregam a democracia quando estão fora do poder e depois se revelam nas mais nefastas atitudes de ditadores quando o alcançam. Pensem só o que seria de um país como o nosso se algum dia o PC e os “aprendizes” do Bloco estivessem no poder sozinhos. A democracia tem para eles um significado diferente consoante o seu posicionamento na política.

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João PorreteVitor Reis
27/11/2016
Também tenho notado uma "excessiva" sensibilidade à crítica aqui no Observador. Espero que tenha sido passageira. Exceptuando algum excesso de linguagem que posso ter cometido (chamei "burro" a alguém) nada justifica a censura de textos expressando opiniões em linguagem apropriada.

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jorge pichel
27/11/2016
A miséria moral de um exesquerdista no seu esplendor de ódio, rancor , raiva contra os seus demónios de juventude .
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Manuel RBjorge pichel
27/11/2016
De miséria moral, só se enxerga a sua. Pronto a defender todas barbáries desde que justifiquem a sua causa.

E, provavelmente, já é assim desde novo, sem nunca ter percebido o mundo em que vive.

Defendeu Estaline, defendeu a invasão da Checoslováquia, sempre admirou Fidel, acha que Maduro trava uma luta contra o imperialismo, enquanto o povo morre de fome e os seus familiares traficam drogas. Aí mais atrás até contou 20 milhões de índios assassinados pelo "governo do Estados Unidos". Um conselho, deixe a realidade entrar nessa cabecinha e fazer alguma luz. Talvez se torne num (mais) feliz ex-esquerdista.

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Fernando M Nogueira Franciscojorge pichel
27/11/2016
Para além de mostrar asco pelo jornalista, tem algo para contrapor? Ou só demonstra que é igual aos "castros" deste mundo? Cresça, pessoa. Pois nem a cara é capaz de mostrar!

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Vento Forte
27/11/2016
Ainda hoje escrevi um comentário no DN a respeito de um comentário da autoria de Cipião Numantino à crónica de Paulo Baldaia... Ambos os comentários foram censurados... Já lá não estão. Também ontem escrevemos dois comentários sobre o comunicado do Papa Francisco a respeito da morte do ditador assassino Fidel... Pois bem, ambos foram censurados... Passada uma hora, tinham desaparecido!



Que diziam essencialmente esses comentários?



a) Sobre o Papa Francisco, expressávamos o nosso espanto pelo facto do papa não condenar o falecido ditador, a morte, a prisão e a opressão de tantos inocentes. No meu caso, lembrava o papel do saudoso Papa João Paulo II, que foi fundamental para o fim das ditaduras a leste... Pelo contrário, afirmei nesse comentário que o Papa Francisco parecia estar a trabalhar para as restaurar no ocidente, aliás a intervenção recente na Venezuela parece ir nesse sentido, uma vez que impôs um diálogo que afinal só favoreceu até ao momento a ditadura de maduro!



b) Hoje, a respeito da crónica de Paulo Baldaia, Cipião Numantino declarava a sua concordância com o cronista e lamentava que o país estivesse sem oposição. Comentei então que, embora acompanhe muitas vezes o pensamento de Cipião, neste caso não o podia fazer. Como argumentos, registei que tinha acabado de ver a RTP 3 acerca de Fidel e acrescentava que, se os media estavam a conseguir apresentar um ditador assassino como um herói e um santo, não seria de estranhar que estivéssemos aparentemente sem oposição... Que, na verdade a oposição existe e está a fazer o seu trabalho, acontece que nos regimes populistas e ditatoriais primeiro se diaboliza a oposição, depois cala-se e por fim mata-se!... Que no nosso caso, as duas primeiras fases já estão em prática evidente: o governo está a diabolizar permanentemente a direita e os media estão a fazer de lápis azul, censurando a informação... Aconselhei, então, Cipião a consultar as páginas do PSD e CDS para verificar que a oposição existe e está a fazer o seu trabalho mas não consegue a atenção dos media senão em ocasiões extraordinárias ou em caso de ter falhado o pé.... Enfim, sugeria que pouco a pouco a oposição está ser colocada numa espécie de clandestinidade! Se não, perguntava: alguém conhece, discutiu, debateu as propostas de alteração do Orçamento de 2017 do PSD e do CDS? Não, pois não... Mas eles existem!



PS.: A censura voltou... A propaganda tomou conta de todos os media portugueses, sem exceção! O que aqui conto é a prova disso mesmo!



PS.: Espero que o comentador que dá pelo nome de Cipião Numantino possa confirmar o que aqui relato!

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Alberto FreitasVento Forte
27/11/2016
É de estranhar a admiração do meu caro pelo comportamento do Papa, observando-se os antecedentes...; aquilo que nem alguns ficcionistas de imaginação fertil acreditaram: um Papa marxista.



Se tomarmos em consideração a ascensão de Trump, com o fim de Obama e a derrota de Hillary, o Papa resta como único ponto de referência do esquerdismo mundial.



Basta olhar o seu comportamento na América Latina onde expressou a sua simpatia e amizade pelos responsáveis políticos (incluindo os perdedores do poder) de esquerda, e hostilizou os mais à direita como o peruano Pablo Kuczynsky , ou Macri da Argentina.



Em 24 de Outubro assegurou total apoio a Maduro quando o recebeu no Vaticano.



Mais importante foi em Novembro no Encontro Mundial dos Movimentos Populares, na sua maioria agitadores ao serviço de causas revolucionárias; como o MST brasileiro, praticamente um “braço armado” (se considerarmos as formas de actuação e ameaças) do PT, cujo representante se encontra assiduamente com Maduro e a quem promete apoio na luta contra a “reacção” de direita (leia-se: população com fome).



Pois o Papa fecha o Encontro com a frase: “Faço meu o vosso grito” – provavelmente no passar à prática da sua declaração que um comunista fala como um cristão.



Mas será de ler



http://factormm.com/los-revolucionarios-suramericanos-que-llegaron-al-vaticano-1/

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Alberto FreitasVento Forte
27/11/2016
Postar na comunicação social concorrente os textos censurados é uma boa prática que, se seguida por todos, mostrará a verdadeira face das políticas editoriais

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Alberto FreitasAlberto Freitas
27/11/2016
Ou ler também sobre a relação Papa/Soros



http://factormm.com/conozca-la-conexion-entre-el-papa-francisco-el-financista-rojo-george-soros-y-ban-ki-moon/

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Alberto FreitasAlberto Freitas
27/11/2016
http://factormm.com/conozca-la-conexion-entre-el-papa-francisco-el-financista-rojo-george-soros-y-ban-ki-moon/



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Cipião NumantinoVento Forte
27/11/2016
Caro Vento Forte, é bem como diz, tenho imensos posts censurados no DN em especial sempre que ataco os métodos da esquerda ou a geringonça. No que concerne à oposição terá alguma razão no que afirma mas, assim mesmo, esta podia fazer bem mais. Vou recuperar do DN uma resposta que lhe dei sobre este tema:

"Pois é, caro Vasco Abreu. Pontualmente não estamos de acordo.Isso não obsta a que eu respeite imenso as suas ideias e palavras. O senhor é um comentador que dá gosto ler. Vê-se obviamente que tem um compromisso partidário, mas isso nunca o impede de ser muitas vezes justo e equilibrado. Quando a mim não tenho engajamentos políticos sejam de que espécie for. Talvez isso me conceda um distanciamento mais objetivo e veja as coisas de forma menos apaixonada. E é aqui que discordamos. E não, não há oposição. Lembro, por exemplo, um único caso. Lisboa está transformada num alucinado estaleiro de obras. Curiosamente até acho que Medina é um homem ativo e bom presidente, mas não é isso que eu quero destacar. Os lisboetas andam com os nervos em franja. Basta só passear pelo Eixo Central para desde logo o percebermos. Se o presidente da CML fosse do PSD, pode ter a certeza que todos os dias haveria cegada em Lisboa e um concerto de apitos automóveis absolutamente ensurdecedor. As arruaças, os bloqueios, enfim o caos generalizado seria o habitual dia a dia em Lisboa. A revolta seria de tal ordem e o clamor via TV seria de tal monta, que o substituto de Medina e com ele por arrastamento o putativo governo do PSD, seriam perfeitamente queimados em lume brando. O PSD e o CDS estão amorfos. Perfeitamente atontados e cilindrados pela retórica desbragadamente demagógica da geringonça. Outra: faltam imensas coisas nos hospitais. Os cortes (eles chamam-lhes cativações - curioso como para gente normal uma mera alteração semântica envolve todo um conceito), são mais que muitos. Faltam coisas básicas e as listas de espera são um horror. Lembra-se o que disse a oposição quando se passou o mesmo com o anterior governo? Parecia até que vivíamos num generalizado caos. E muitos mais exemplos poderia por aqui dar. Assim, lamento, não temos oposição. Temos as elites partidárias medrosas e desaparecidas em combate e o resto é o total vácuo. A continuarem assim as coisas, a geringonça, vai ganhar as próximas eleições com maioria absoluta. E Portugal vai definitivamente estagnar rumo a uma vida sem perspetivas ou futuro!..."

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Cipião NumantinoVento Forte
27/11/2016
Confirmo o que aqui escreveu. Tentei aqui colar uma resposta que lhe dei, mas o Observador para já recusou-a. Não percebo porquê, pois não tinha nada que fosse ofensivo para ninguém e tecia, tão só, considerações políticas. Pode ser que, mais tarde, deixem postar. De qualquer forma parece que andamos de Herodes para Pilatos.
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Vento ForteCipião Numantino
29/11/2016
Obrigado por me ter respondido e ainda mais por confirmar que muitos comentários são censurados no DN...

Quanto à sua resposta, já a tinha lido no DN... No fundo concordo consigo, mas dou ainda mais importância à dificuldade que é fazer oposição no presente contexto: no país essa oposição era responsabilidade sobretudo do BE, PCP, UGT e CGTP... Ora, como estas forças estão comprometidas com o poder, fazer oposição não é fácil!

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Carlos Resende Alves
27/11/2016
Excelente mais uma vez JMF. Que bom haver pessoas como você capaz de falar verdade, ao contrário de muito boa gente que branqueia e idolatra a vida de um ditador. parabéns !
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Ze Correia
27/11/2016
Pois, mas parece-me que no jornal que dirige essa ideia também não é muito clara, ... a julgar pelos títulos e conteúdo dos artigos relacionados com o tema. Basta comparar o que na Europa se tem escrito sobre o tema, não há jornalismo em Portugal. Escrevem umas coisas e não têm capacidade ou coragem para sair da linha e afrontar o controlo social instituído. Uma miséria.
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jorge pichel
27/11/2016
O ódio, o rancor , a raiva , tudo o que pior um ser humano possa ter está neste vomito de JMF . JMF Tem ódio à revolução cubano, ao heróico povo cubano porque este se revoltou contra uma ditadura fascista e lacaia dos americanos , tem rancor ao povo cubano porque este heróico povo resistiu e resiste a invasões mercenarias e tentativas de assasinato dos seus líderes , tem raiva do povo cubano porque este se manteve e mantém ao lado dos seus dirigentes de cabeça erguida, dignos e valentes resistindo a bloqueios, chantagens e propaganda mentirosa à qual está ligado. Esta criatura renegou os seus ideais de juventude para se tornar num pobre joguete de quem lhe paga a existência . A existência hoje de uma Cuba livre e socialista é uma espinha cravada na sua consciência . Tal como Trump , outro da sua laia , está contente e festeja a morte de Fidel. De certo ficou triste com a morte de pinochet.
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Carlos Resende Alvesjorge pichel
27/11/2016
você é tão cobarde que vem aqui criticar aqueles que dão a cara e têm coragem de expressar a sua opinião sobre um ditador. Tenha vergonha e se não tem coragem de dar a cara, não está aqui a fazer nada... Desapareça !!!
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Katty Jerónimo Costajorge pichel
27/11/2016
"festeja a morte de Fidel"?



Sei de muitos cubanos que festejaram a morte do ditador...



Faleceu o rei da igualdade ... na pobreza. Só os caciques do partido se safavam.



Não me importava nada de ser herdeiro material deste ditador.

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António Hermínio Quadros Silvajorge pichel
27/11/2016
Senão tem coragem de dar a cara vá dar o c...
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Fernando M Nogueira Franciscojorge pichel
27/11/2016
Duas notas caro anónimo:

- Parece que não leu a crónica, pois JMF fala do que havia antes da revolução e deu-lhe os nomes adequados.

- Já foi a Cuba? Conhece a realidade? O "amor" que os cubanos têm ao "socialismo"? Se lá fosse chegaria rápidamente a conclusão que aquilo que se lá vive é muito pior que antes do nosso 25/4. Aqui vivia-se, lá sobrevive-se.

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Marcos Graçajorge pichel
27/11/2016
A lavágem cerebral está bem patente no conteúdo dos seus argumentos ,,, há gente que mesmo vendo que é pau,continua a dizer que é pedra, ou seja ,há gente que não aprende de maneira nenhuma.
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Manuel Oliveira Vieirajorge pichel
27/11/2016
ainda está na clandestinidade? olhe que há mais de 40 anos que não há polícia política.

saia da toca!
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Paulo Coelhojorge pichel
28/11/2016
Caro anónimo cobarde-

o povo cubano não tem nada a ver com a revolução. a revolução foi feita por uns tantos que se apelidaram de representantes do povo. primeiro foram pedir apoio aos EUA e só depois de não o terem alcançado é que se viraram para a União Soviética.

deixe-se de tretas. nos países comunistas o povo fica sempre a perder e em filas para a comida racionada. e ai de quem refilar. assim é fácil dizer que o povo está sempre oa lado dos dirigentes

vocês comunistas não passam de pessoas incapazes de concretizar algo na vida sem ser pela tomada do poder pela força. depois quando chega a hora de terem de gerir o país é o que se tem visto sempre.

vá contar a história da carochinha para outro lado que aqui não engana ninguém

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chico fininho
27/11/2016
a primeira coisa a fazer é eleições livres, mas convém não serem supervisionadas nem por maduro, lula, obama, entre muitos outros ... caso sejam livres, lá teremos a conclusão de que o povo é muito burro pois vota em maioria contra o status bolorento das sociedades socialistas comandadas por mentes tolhidas do longo inverno escuro e gelado, como as covas onde jazem os seus opositores

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Manuel Almeida Gonçalves
27/11/2016
Soberbo, cheio de razão. A duplicidade moral da esquerda é ignóbil e cínica. A maioria da direita já ultrapassou essa fase e pode vilipendiar à vontade Berlusconi, Trump, Orbán, para nem falar de outros escroques do passado.
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Joao Eduardo Gata
27/11/2016
O dinossauro Fidel Castro morreu. Cuba pode agora sonhar com Liberdade.

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Celeste Teixeira
27/11/2016
Pobreza resignada JMF? Resignada ou... Palavras bonitas, circunstanciais,

Hipocrisia, já foi tarde, ponto final.
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Filipe Duarte
27/11/2016
O Jerónimo também vai ter o seu destino ingénuo.



E está para breve. Rigorosamente a não perder, como dizia o outro que foi saneado da SicNotícias (mais uma vítima do esquerdismo militante).
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Manuel Oliveira VieiraFilipe Duarte
27/11/2016
a quem se refere? (o saneado da sic notícias??

obrigado.
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Red Baron
27/11/2016
Fidel Castro escravizou o povo cubano e remeteu-o á mais abjecta miséria.



A morte de um "animal" destes é motivo de felicidade para a Humanidade.

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martins bento
27/11/2016
Um movimento ,dito socialista revolucionário,requer uma"vanguarda",um comité directivo,que escolhe entre os "iluminados" o seu chefe.Com as dificuldades que encontra qualquer desses processos,na vida corrente,quer a posição do chefe ,quer da"vanguarda" ,têm de ser assegurados,ou pela demagogia,ou por polícias politicas.Aconteceu em Cuba e aconteceu,que me lembre,em todos os regimes de partido único,ou dominante.Os cubanos são perseguidos,a moeda dupla é uma farsa e vivem todos pobres,embora sem as favelas do resto da América do Sul,porque construíram um razoável sistema de educação e de saúde.Contam com estupidez de muitos milhões de europeus

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José Pereira
27/11/2016
Fui um (dos muitos) Portugueses que visitou cuba, com medo que fidel morresse para conhecer o "espirito e imaginário da revolução". Foi há 14 anos atrás e o que conheci foi exatamente o que o JMF descreve. Porque não quis apenas estar espraiado em varadero, percorri havana e alguns locais de cuba não tão turística. Foi uma verdadeira revelação: um povo oprimido, amordaçado, triste (apesar de alegres), com fome de liberdade e pobres, muito pobres, quase todos! Talvez não passem fome. Talvez o governo distribua pão como distribui as fardas para as crianças que andam na escola. Mas vivem todos igualmente muito mal. Experiência miserável para quem adora os cubanos e cuba. E sim também identifiquei os "vigilantes" do governo.
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José C. AguiarJosé Pereira
27/11/2016
O seu testemunho é importante. Também convivi com cubanos em Angola. As impressões com que fiquei foram semelhantes às suas, dado que os cubanos em Angola eram militares e professores na sua maioria.
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Bruno Guedes
27/11/2016
Os ditadores de esquerda são mais fofinhos que os ditadores de direita. São uns heróis românticos, que mataram, é verdade, mas foi tudo pelo bem-estar do povo trabalhador. Eles só não deram maior liberdade ao povo porque o povo ainda não estava pronto para tanta liberdade, era preciso educa-los primeiro, está a ver. Eram ditadores, mas eram daqueles ditadores apoiados por Prémios Nobel da Literatura, protegidos pelos artistas, essa elite bem-pensante que está sempre do lado certo da História. Para a Esquerda, ditadores são os políticos de centro-esquerda em diante eleitos pela "burguesia". Na "verdadeira Esquerda patriótica" não há ditadores, só há Grandes Líderes! E quem assim não pensa é fascista, nazi, neoliberal e o diabo à solta!
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Filipe DuarteBruno Guedes
27/11/2016
Pol Pot liquidou todo um povo no Cambodja.



Muito romantico , muito fofinho.
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Manuel Barroso
27/11/2016
Assim mesmo, sem meias-palavras e certeiro!

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