sábado, 6 de dezembro de 2014

GUEBUZA REITERA NÃO AO GOVERNO DE GESTÃO

O Presidente da República, Armando Guebuza, reiterou hoje, o seu não ao governo de gestão em Moçambique, que vem sendo exigido pela Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, sob o pretexto de que as eleições gerais que deram vitória a Frelimo e seu candidato, Filipe Nyusi, foram marcadas por fraude.
Este sentimento foi manifestado em conferência de imprensa, em Roma, concedida a jornalistas moçambicanos e que marcou o término da visita de cindo dias do Presidente da República a Itália. 
Refira-se que na passada quarta-feira, durante um encontro com a comunidade moçambicana residente em Itália, Guebuza considerou que um Governo de gestão, exigido pelo partido liderado por Afonso Dhlakama, seria anarquia, pois iria violar as normas legais vigentes no país.
Quando chegamos ao fim de um resultado eleitoral e encontramos um partido que ganhou, e aquele que não ganhou não gosta e, portanto, quer que se faça um Governo de unidade nacional ou Governo de gestão, isso é anarquia, é anarquia, disse, na altura, o estadista moçambicano. Este sábado Guebuza reiterou a sua posição quando questionado pela comunicação social se mantinha as declarações no referido encontro.
Acha que eu posso mentir aos moçambicanos? Digo aquilo que eu penso e é isso, sublinhou Guebuza, vincando que as eleições de 15 de Outubro último não foram fraudulentas. Entretanto, o porta-voz do líder da Renamo, António Muchanga, convocou uma conferência de imprensa, sexta-feira, em Maputo, para reiterar as exigências da Renamo sobre o governo de gestão no país. Segundo os resultados oficiais divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), a Frelimo, partido no poder em Moçambique, ganhou as legislativas com 55,97 por cento dos votos válidos, e o seu candidato, Filipe Nyusi, as presidenciais com 57,03 por cento.
Questionado se a actual digressão do líder da Renamo pelas regiões centro e norte do país não constitui uma preocupação, Guebuza anotou que, de facto, pode deixar apreensivo qualquer cidadão moçambicano. Aliás, durante o encontro que o Chefe de Estado moçambicano manteve, quinta-feira, com o Papa Francisco, no Vaticano, a paz foi um das preocupações passada em revista. O Papa, segundo Guebuza, encorajou o governo moçambicano a continuar a trabalhar para a manutenção da paz por via do diálogo.
Ele deu-nos todo o encorajamento para continuarmos a trabalhar pela via que optamos, que é o diálogo na linha da paz e que continuemos também a trabalhar na questão da luta contra a pobreza, afirmou. O Presidente Guebuza acrescentou ainda ser agradável ver o Santo Padre a falar quase no mesmo tom, mesmas preocupações de toda a África e, particularmente, de Moçambique.
DT/SG
AIM – 06.12.2014

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