Canal de Opinião
Capim Aceso
Maputo (Canalmoz) – O autor destas linhas não tem qualquer conhecimento de – e muito menos tem qualquer participação em – alguma acção que vise criar qualquer tipo de Governo. Aquilo que vem a seguir é apenas o texto de um manuscrito encontrado dentro de uma garrafa a flutuar no Mar da Esperança.
“O Governo de Restauração da República não se confunde com um Governo de gestão de camuflados conluios, baseados em interesses de redistribuição do espólio de várias guerras, e orquestrados sob a batuta da Internacional Neocolonialista, também designada “comunidade internacional”, que impõe aos cidadãos nacionais uma democracia fraudulenta.
O Governo de Restauração da República toma como ponto de partida do seu programa o facto de que combater a corrupção sem incomodar os corruptos, combater o roubo sem incomodar os ladrões, combater o crime sem incomodar os demais criminosos, tudo isso são anedotas para contar nos bares e nas barracas, em sessões de copos.
O Governo de Restauração da República considera que existem causas e causadores da demolição da República e tem consciência de que terá que enfrentar malfeitores cruéis e implacáveis, que padecem de deficiências emocionais, são insensíveis ao sofrimento humano, são incapazes de sentir remorso ou arrependimento, e que, quando sentirem ameaçados os seus interesses, vão opor uma resistência feroz e desesperada, com recurso à violência, que é o seu padrão de actuação.
O Governo de Restauração da República considera que não é possível haver uma economia equilibrada e saudável quando dinheiro sujo e riqueza ilícita existem amontoados nas mãos de malfeitores.
A primeira medida do Governo de Restauração da República será a recuperação dos bens materiais e financeiros que foram roubados à República por larápios vulgares, que tomaram de assalto os cargos políticos (governamentais e parlamentares), tendo causado a falência e o colapso do Estado. Para esse efeito, o Governo de Restauração da República criará uma Lei Especial de Desprivatização dos Bens da República. Esta Lei Especial não é aplicável a indivíduos que nunca tenham exercido cargos públicos ou partidários, ou seja, não é aplicável a empresários verdadeiros, que tenham adquirido a sua riqueza por meio de actividades de negócio, e não por via política.
A desprivatização não se confunde com nacionalização. Trata-se de recuperar o que pertence à República, mas permanece em mãos alheias, e deve ser devolvido. Não se levanta o problema de retroactividade na aplicação desta lei, visto que este é um crime de prática continuada, que permanece actuante enquanto os bens não forem devolvidos.
O Governo de Restauração da República não permitirá a existência de empresários da política, que se tornam empresários por via do assalto ao Estado, inclusive por via parlamentar.
Serão abolidas todas as regalias auto-atribuídas. Não cabe na cabeça de ninguém – estando em pleno uso das suas capacidades mentais – que um grupo de duas centenas de pessoas decida que regalias deseja ter para si. Tal acto insano só tem cabimento numa cena de teatro satírico.
Na Educação será restaurado o seu papel de formação da personalidade como sua função principal. Será também restaurada a sua função de ensino da leitura e da escrita e de transmissão de conhecimentos científicos. A Educação deixará de ser um negócio de construção civil para engordar empreiteiros manhosos, associados a quem encomenda as obras.
O ensino primário será a prioridade, porque é ele a base para o desenvolvimento. Além disso, um ensino superior que não está enraizado num ensino primário sólido e de elevada qualidade é uma fraude maior do que todas as fraudes eleitorais juntas.
Devido às grandes proporções dos danos causados, será preciso recorrer a professores reformados idóneos, que serão convidados para serem directores de escolas primárias e secundárias e de centros de formação de professores. A estes professores aposentados será pago o salário correspondente às funções que forem exercer, sem prejuízo de continuarem a receber a sua pensão de aposentação.
A ilimitada capacidade destruidora dos Causadores da Desgraça conseguiu até escangalhar uma língua. Para restaurar a escrita do Português no país, serão contratados professores portugueses em número necessário para leccionar essa disciplina.
Será proibida qualquer acção de publicidade no recinto das escolas.
Será restaurada uma norma de combate ao obscurantismo que constava numa antiga Constituição da República, e que foi abolida com o intuito de utilizar o terrorismo psicológico como método de governação. Será proibida toda a difusão pública de acções visando incutir superstição e medo.
Será adoptado um programa económico para criar uma classe de camponeses abastada e forte, que será uma base social de defesa da democracia.
Na exploração dos recursos naturais serão abolidas todas as parcerias privadas com investidores estrangeiros. Serão estabelecidas parcerias públicas com esses investidores.
A extorsão de dinheiro realizada na via pública por assaltantes fardados e armados, comandados pelo Governo dos Causadores da Desgraça, será alvo de medidas especiais, que não são para anunciar, são para aplicar no próprio momento.
Com a Restauração da República será também restaurado o direito dos cidadãos ao sossego e ao silêncio. Para este efeito, não será necessário criar legislação especial. O Governo de Restauração da República aplicará as leis já existentes sobre poluição sonora, que são deliberadamente violadas pelas autoridades vigentes, como forma de humilhação de todos os cidadãos civilizados e de afirmação de que o poder social está nas mãos dos boçais.”
Aqui termina a transcrição do manuscrito encontrado dentro duma garrafa a flutuar no Mar da Esperança.
Segundo reza a história do achamento deste manuscrito, testemunhas oculares deram a conhecer que ele fora visto anteriormente nas mãos dos que se dizem oposicionistas, que decidiram lançá-lo ao mar, por não estarem interessados no seu conteúdo. Desta vez, o manuscrito foi lançado ao ar, e pode ser que sopre um vento que lhe dê melhor sorte. (Afonso dos Santos)
“O Governo de Restauração da República não se confunde com um Governo de gestão de camuflados conluios, baseados em interesses de redistribuição do espólio de várias guerras, e orquestrados sob a batuta da Internacional Neocolonialista, também designada “comunidade internacional”, que impõe aos cidadãos nacionais uma democracia fraudulenta.
O Governo de Restauração da República toma como ponto de partida do seu programa o facto de que combater a corrupção sem incomodar os corruptos, combater o roubo sem incomodar os ladrões, combater o crime sem incomodar os demais criminosos, tudo isso são anedotas para contar nos bares e nas barracas, em sessões de copos.
O Governo de Restauração da República considera que existem causas e causadores da demolição da República e tem consciência de que terá que enfrentar malfeitores cruéis e implacáveis, que padecem de deficiências emocionais, são insensíveis ao sofrimento humano, são incapazes de sentir remorso ou arrependimento, e que, quando sentirem ameaçados os seus interesses, vão opor uma resistência feroz e desesperada, com recurso à violência, que é o seu padrão de actuação.
O Governo de Restauração da República considera que não é possível haver uma economia equilibrada e saudável quando dinheiro sujo e riqueza ilícita existem amontoados nas mãos de malfeitores.
A primeira medida do Governo de Restauração da República será a recuperação dos bens materiais e financeiros que foram roubados à República por larápios vulgares, que tomaram de assalto os cargos políticos (governamentais e parlamentares), tendo causado a falência e o colapso do Estado. Para esse efeito, o Governo de Restauração da República criará uma Lei Especial de Desprivatização dos Bens da República. Esta Lei Especial não é aplicável a indivíduos que nunca tenham exercido cargos públicos ou partidários, ou seja, não é aplicável a empresários verdadeiros, que tenham adquirido a sua riqueza por meio de actividades de negócio, e não por via política.
A desprivatização não se confunde com nacionalização. Trata-se de recuperar o que pertence à República, mas permanece em mãos alheias, e deve ser devolvido. Não se levanta o problema de retroactividade na aplicação desta lei, visto que este é um crime de prática continuada, que permanece actuante enquanto os bens não forem devolvidos.
O Governo de Restauração da República não permitirá a existência de empresários da política, que se tornam empresários por via do assalto ao Estado, inclusive por via parlamentar.
Serão abolidas todas as regalias auto-atribuídas. Não cabe na cabeça de ninguém – estando em pleno uso das suas capacidades mentais – que um grupo de duas centenas de pessoas decida que regalias deseja ter para si. Tal acto insano só tem cabimento numa cena de teatro satírico.
Na Educação será restaurado o seu papel de formação da personalidade como sua função principal. Será também restaurada a sua função de ensino da leitura e da escrita e de transmissão de conhecimentos científicos. A Educação deixará de ser um negócio de construção civil para engordar empreiteiros manhosos, associados a quem encomenda as obras.
O ensino primário será a prioridade, porque é ele a base para o desenvolvimento. Além disso, um ensino superior que não está enraizado num ensino primário sólido e de elevada qualidade é uma fraude maior do que todas as fraudes eleitorais juntas.
Devido às grandes proporções dos danos causados, será preciso recorrer a professores reformados idóneos, que serão convidados para serem directores de escolas primárias e secundárias e de centros de formação de professores. A estes professores aposentados será pago o salário correspondente às funções que forem exercer, sem prejuízo de continuarem a receber a sua pensão de aposentação.
A ilimitada capacidade destruidora dos Causadores da Desgraça conseguiu até escangalhar uma língua. Para restaurar a escrita do Português no país, serão contratados professores portugueses em número necessário para leccionar essa disciplina.
Será proibida qualquer acção de publicidade no recinto das escolas.
Será restaurada uma norma de combate ao obscurantismo que constava numa antiga Constituição da República, e que foi abolida com o intuito de utilizar o terrorismo psicológico como método de governação. Será proibida toda a difusão pública de acções visando incutir superstição e medo.
Será adoptado um programa económico para criar uma classe de camponeses abastada e forte, que será uma base social de defesa da democracia.
Na exploração dos recursos naturais serão abolidas todas as parcerias privadas com investidores estrangeiros. Serão estabelecidas parcerias públicas com esses investidores.
A extorsão de dinheiro realizada na via pública por assaltantes fardados e armados, comandados pelo Governo dos Causadores da Desgraça, será alvo de medidas especiais, que não são para anunciar, são para aplicar no próprio momento.
Com a Restauração da República será também restaurado o direito dos cidadãos ao sossego e ao silêncio. Para este efeito, não será necessário criar legislação especial. O Governo de Restauração da República aplicará as leis já existentes sobre poluição sonora, que são deliberadamente violadas pelas autoridades vigentes, como forma de humilhação de todos os cidadãos civilizados e de afirmação de que o poder social está nas mãos dos boçais.”
Aqui termina a transcrição do manuscrito encontrado dentro duma garrafa a flutuar no Mar da Esperança.
Segundo reza a história do achamento deste manuscrito, testemunhas oculares deram a conhecer que ele fora visto anteriormente nas mãos dos que se dizem oposicionistas, que decidiram lançá-lo ao mar, por não estarem interessados no seu conteúdo. Desta vez, o manuscrito foi lançado ao ar, e pode ser que sopre um vento que lhe dê melhor sorte. (Afonso dos Santos)
Sem comentários:
Enviar um comentário