Veja e o croqui da bomba que Bolsonaro iria explodir contra a Adutora do Guandu, que abastece o Rio
Bolsonaro criticou o ministro do Exército da época Leônidas Pires Gonçalves, a quem chamou de incompetente e racista por ter chamado os militares de “uma classe de vagabundos mais bem remunerada do país”. Bolsonaro concordou em parte com a crítica do ministro e disse: “Só concordamos em que ele está realmente criando vagabundos”. A parte salarial era a questão de fundo do seu descontentamento.
Ele afirmou à repórter que iriam explodir bombas para “mostrar a insatisfação com os salários e criar problemas para o ministro Leônidas”.
A reportagem é que caiu como uma bomba no colo do ministro. O general procurou pelos dois conspiradores, mas Bolsonaro e Xerife negaram tudo e tentaram jogar a bomba no colo da repórter. O ministro convocou a imprensa e afirmou:
“Os dois oficiais envolvidos, eu vou repetir isso, negaram peremptoriamente, da maneira mais veemente, por escrito, do próprio punho, qualquer veracidade daquela informação.”
Só que Bolsonaro cometeu um erro. Havia desenhado , do próprio punho o croqui da bomba que seria colocada na Adutora do Guandu, que abastece de água o Rio de Janeiro. E a repórter ficou com o croqui.
A revista entregou o material ao ministro e este, após quatro meses de investigação, concluiu que a reportagem estava correta e os capitães haviam mentido.
A revista se vingou da fonte colocando foto de Bolsonaro ilustrando o reconhecimento do ministro, com a seguinte legenda: “Bolsonaro: mentira”.
O caso foi entregue ao Superior Tribunal Militar. A expectativa era de que Bolsonaro seria expulso do Exército, segundo um oficial do STM declarou à revista. Mas, contra todas as provas, Bolsonaro foi absolvido.
Por que absolvido? Pelo mesmo motivo que o tornou conhecido, que o elegeu e elege até hoje: a luta por melhores salários e pensões para os militares. É também por esses votos que ele dá as declarações que dá. E adora a repercussão.
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