quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

MENOS PERVERSIDADE, DEPRAVAÇÃO E MAIS EDUCAÇÃO E TRABALHO PARA OS JOVENS MOÇAMBICANOS

  • No contexto dos desafios para o ano que se iniciou a 9 dias (2013), senti me no dever de fazer uma reflexão que desafiasse os jovens a serem mais ousados, e a concetrarem as suas energias em “agendas” que possam lhes render um futuro mais frutífero. Desafia-los a trilharem pelas sendas que permitirão que amanhã olhem para o seu passado com altivez de espirito, e digam sem reservas: “temos orgulho da nossa juventude e de ser moçambicanos”. Dessa forma, os jovens de hoje estarão garantindo que as gerações vindouras tenham modelos por seguir.

    Olhando para a maioria da actual juventude moçambicana, o meu espirito mergulha-se num pranto sem consolo. E questiono me: “o que essa geração dechará como legado para os seus filhos”? Refiro-me a uma juventude que como portugueses apelidaram é uma “geração arrasca”. Uma geração cuja maioria, o seu futuro é bastante incerto, jovens mergulhados em vícios tais como: alcoolismo, vícios nocturnos, sexo, e a satisfação de vários outros “apetites animalescos”. Com isso, não pretendo dizer que os prazeres que satisfazem o ego e as sensões juvenís, sejam um problema em si, porém, esses tornam-se num mal extremamente violento para a sociedade quando são encarrados como um fim em si, e quando estes tomam controle dos jovens, tornando-se em modus vivendi, ou uma prática reiterada, ao ponto de os jovens abrirem a mão de projectos de construção da riqueza e de uma nação que possamos todos nos orgulhar dela.

    Talvez alguns reagiriam dizendo que há muitos jovens envolvidos em projectos sérios, se formando, trabalhando, empenhados em emprendedorismo, acessorando os dirigentes em várias áreas no nosso país, e até na diápora. Isso é um facto. Até porque conheço vários. Contudo, olhando para estatísticas, este grupo, é “uma gota no oceano”. Conheço relativamente bem a cidade de Maputo e os seus arredores, assim como conheço vários distritos moçambicanos. Para não ver Moçambique baseado apenas em Maputo, é relevante trazer alguns factos dos distritos no contexto desta abordagem, para consubstanciar as minhas premissas, neste caso concrecto, a Província de Zambézia. Nas minhas aventuras de negócios tive oportunidade de interagir com vários jovens desta província, particularmente, distrito de Mocuba e cidade de Quelimane, dentre vários outros. O meu descontentamento é que quase todos dias quando passasse por locais de venda de alcool (bares, barracas, restaurantes), estavam sempre lotados de juvens a beberem. De dia, de noite, todos os sexos, queira faça frio, calor, chuva, sol... eles estavam lá. Ao olhar para aquela realidade, várias vezes monologuei comigo mesmo: “se esses jovens investissem tanto tempo na sua educação, trabalho duro, e na busca de outros valores que tendem a engrandecer o espirito humano, e as sociedades na mesma medida que investem nos vícios, certamente que Moçambique seria um país melhor do que é hoje”.

    O exemplo que trago de Mocuba, é uma simples amostra do que acontence em vários outros distritos do nosso país, incluíndo na província de Maputo. A maioria da juventude moçambicana encontra-se pervertida e depravada. Como consequência, a maioria dos jovens não estão em condições, quer de ponto de vista moral, assim como intelectual de serem úteis para o mercado de trabalho. Esses jovens não estão preparados para a competição. Na verdade a seleção natural das forças do mercado já lhes excluíu da concorrência, pois não reunem condições basilares para participar da corrida. Sendo assim, esses jovens tornam a nossa sociedade doentia e frágil. Esses jovens transformam-se num peso e desgraça para as suas familias, comunidades e para a nação em geral.

    Sendo assim, urge questionar: será que ainda existem soluções para reverter este senário? Quem tem dever de alterar esta realidade? No meu entender os jovens moçambicanos clamam por referências, por lideres que influenciam-lhes positivamente, que consigam inculcar neles os valores e cultura de trabalho e dedicação. Jovens moçambicano precisam de uma orientação ideológica clara. A juventude precisa de uma ideologia capaz de desafia-la a acreditar em si e a concetrar as suas acões em determinados objectivos. Essa ideologia serviria como um input que aguçaria nos jovens a ambição, a maximização das suas capacidades, talentos e a busca permanente pelo saber, e saber fazer com vista a se auto-superar e ser cada vez mais útil para a sociedade. Os jovens moçambicanos clamam por uma liderança que demonstra, não apenas pelas palavras, mas também pelas acções, que para alcançar suceso, é preciso em primeiro plano saber consentir sacrífios. Os jovens precisam de serem inspirados a perceberem que existe uma porporcinalidade directa entre o trabalho e o sucesso, isto é, quanto maior forem os sacrifícios, maiores serão os beneficíos, e vice e versa.

    É inrecusável que a existência de uma ideologia clara torna as pessoas mais produtivas, e mais úteis a sociedade. Os dados económico montram que entre 1975 à 1981 Moçambique atingiu o auge da produção e produtividade que nunca mais conseguiu depois desses anos. Algumas das razões desta grande conquista económica temporária foi a euforia resultante da independência, assim como a capacidade que o governo de Machel teve de incutir valores ideológicos, de entrega ao trabalho para a crianção da riqueza e combate à pobreza. Este acontecimento é um exemplo doméstico que ajuda-nos a perceber que a criação de uma ideología, e a sua inculcação num povo é uma arma funcional para o alcance de um futuro prospero.
    Os que zelam pela efectivação das políticas publicas devem criar mecanismos mais pragmáticos para que o plasmado na constituição, no que concerne a igualidade de oportunidades para todos, sem distinção das pessoas de acordo com a sua orientação política, racial, sexual... se torne uma realidade. A efectivarem-se essas teorias constitucionais, estaremos perante uma sociedade meritocrática, onde os jovens perceberão que só os dedicados a formação, ao trabalho, os que sabem fazer acontencer estão em condiões para competir.

    Contudo, as soluçõs propostas nos paragrafos anteriores dependem de quem desenha as políticas públicas e zela pela sua materialização. É da responsabilidade dos lideres políticos terem clareza do que pretendem para os jovens a curto, a médio e a longo prazo. Os jovens precisam de perceber o potencial que eles são para a criação das melhores condições no sentido de melhorar as suas vidas, e não só. Mas para isso é preciso que se engagem cada vez mais na sua educação. Chissano uma vez fez uma afirmação, que entendo ser oportuno cita-la para consubstanciar a minha argumentsção. Ele disse: “ O conhecimento é poder. Por isso para escravisar um povo, e mante-lo sob dominação basta nega-lo a educação”. Por isso os jovens precisam de perceber que a educação é a base indispensável e eficaz para o desenvolvimento e para a criação da riqueza para nossa geração e a posteridade.
    A juventude precisa de tornar-se mais lúcida, elevar o nível de exercicio da sua cidadania através da sua participação na vida socio-politica e económica do país. Não deixar que nenhuma entidade, seja qual for, tome decisões que dizem respeito as sua vidas na sua ausência. “A geração arrasca” precisa de perceber que há certas conquistas que ninguém poderá alcançar por eles. Contudo, este envolvimento profundo do jovem no pulsar da vida socio-politica e económica do país passa necessariamente de um comentimento deste na vida educacional. Pois, sem educação não saberá quais são os seus direitos, e muito menos como revindica-los.
    É importante lembrar à “geração arrasca moçambicana” que na maioria das histórias de vários países foram jovens que levaram ações que culminaram em reajustamento estrutural com vista a criar uma nova ordem nacional. Em Moçambique foi assim com a geração de 25 de Setembro, que ousou a enfrentar e vencer o colono português, assim como em vários países africanos que viram-se sob jugo colonial. Em Abril de 1974, os jovens portugueses tomaram decisões que alterariam profundamente a vida socio-politica e económica português fazendo com que um regime ditatorial que tinha sido instalado pelo Salzar sedesse espaço a democracia. Foram jovens que entre os anos de 2010 até os dias de hoje tem sido uma alavanca para mudanças profundas na região do norte de Africa e do Médio Oriente.

    Portanto, é imperioso que os governantes moçambicanos criem bases ideológicas claras que desafiem a juventude a apreciar os valores mais elevados da humanidade, de criação, de saber fazer, por um lado. Que as acões dos governantes sejam inspiradoras para a juventuda de tal forma que essa sinta-se cada vez mais desafiada a participar do “grande projecto” de construção de um Moçambique melhor para todos nós, por outro lado. A juventude, por seu turno, deve saber gerir algumas paixões que não trazem nenhum benefício, tais como: dar primazia ao consumo do alcool, drogas, sexo, vida nocturna e tomar uma nova postura que poderá lhes garantir acesso a esses prazeres sem prejudicar, ou comprometer o seu futuro, assim como das gerações vindouras.

    Desejo um ano de muitos sucessos para todos jovens, em particular, e para todos os moçambicanos, de uma forma geral!

    Por: Chacate Thinker
     
     

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