cratera McLaughlin
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© NASA/JPL-Caltech/Univ. of Arizona, NASA
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Numa cratera de grandes dimensões podia localizar-se, em tempos remotos, um lago. A sonda lançada pela NASA veio identificar nas suas extremidades os estratos do barro e de minerais de carbonatos que se formam através de contatos com água. Estas provas têm vindo a confirmar a hipótese sobre a existência no passado de um Marte úmido, conveniente para as formas de vida primitivas.
A cratera McLaughlin, com um diâmetro de 92 km, e a profundidade de 2 mil metros é um dos mais profundos no Planeta Vermelho. Em seu redor não há sulcos, ou seja, sinais evidentes de que a água pudesse vir do lado de fora. Isto significa que o lago em causa se alimentava devido às correntes das águas subterrâneas. Assim sendo, graças à força de gravidade menor do que a da Terra, as camadas de água em Marte podiam ser mais extensas e inconsistentes. Tais são, conforme peritos, as condições ideais para um habitat de bactérias. Não se exclui que tal ambiente se tenha preservado também debaixo da cratera.
Os locais semelhantes à cratera McLaughlin como que fossem criados para pesquisas científicas, opina Evgueni Cherniakov, investigador do espaço cósmico.
"A existência de uma cratera desse gênero tira da agenda a questão de perfuração, o que, por via da regra, implica elevados gastos de energia e outros materiais necessários. Seria ótimo se um engenho automático compacto pudesse "dar olhada" nessa cavidade e encontrar ali alguma coisa. A secção da cratera também apresenta interesse, porque ali foram encontradas as rochas que não podem ser extraídas de outra maneira."
Na Terra, os microrganismos foram detectados em amostras de solo, levantadas da profundidade de 5 km. Eles podem viver ali se houver água. É provável que a vida na Terra tivesse surgido primeiro em estratos de água subterrâneos. Lá a água era bem protegida contra as colisões com cometas que, naquela altura, "bombardeavam" o nosso planeta. Aquelas bactérias não precisavam de oxigênio mesmo se este existisse.
Se em camadas de Marte semelhantes fosse possível encontrar sinais da vida orgânica, isso poderia lançar a luz sobre o processo de surgimento da vida terrestre, realça Elena Vorobieva, bióloga da MGU (Universidade Estatal Lomonosov).
"Inicialmente, Marte se desenvolvia em paralelo com a Terra e a vida ali podia ter surgido no início do processo de evolução. Depois ocorreu a mudança das condições, a atmosfera foi perdida e o rumo evolucionário alterou. Pode-se encarar Marte como se fosse a Terra nas primeiras etapas da evolução. Mesmo se em Marte não há vida, podemos pesquisar o planeta como se fosse um modelo da Terra na sua fase de existência inicial. Se compararmos estes dois modelos, iremos compreender melhor como se formou a vida na Terra."
Segundo dizem peritos, o lago marciano no fundo da cratera McLaughlin secou aproximadamente 3 bilhões e 700 milhões anos atrás. Naquela época se formaram minerais que serviram do material para a construção das paredes da cratera. A sua idade corresponde à de rochas mais antigas alguma vez encontradas na Terra. Em resumo, a cratera McLaughlin oferece um vasto campo de pesquisas para biólogos e geólogos.
Mas os cientistas estão convencidos de ser indispensável o prosseguimento de buscas em outras zonas do Planeta Vermelho. A maioria de especialistas considera não ser necessário efetuar para tal a perfuração a grandes profundidades. Os testes de laboratório e o processo de modelagem vieram demonstrar a elevada capacidade da sobrevivência de bactérias terrestres que se encontrem a dezenas de centímetros do solo marciano. Em Marte, em uma profundidade idêntica, há uma ligeira percentagem de água, revelada pelo robô russo de nêutrons que faz parte do veículo marciano Curiosity.
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