sábado, 26 de janeiro de 2013

"Para o povo ou com o povo?",

por Fernando Pacheco

"É cada vez maior a consciência de que sem diálogo não será possível – ou, pelo menos, será perigoso – encontrar soluções para os problemas, antigos e novos, que o país tem de enfrentar", escreve o angolano Fernando Pacheco na revista África21.
Brasília - Ao longo dos já alguns anos que colaboro regularmente em revistas e jornais angolanos falando dos problemas agrícolas de Angola e, mais globalmente, de temas ligados à economia e sociologia do desenvolvimento, procuro mostrar que as políticas do Executivo angolano na matéria são erradas e dar sugestões sobre os caminhos que julgo mais adequados para melhoria dessas políticas.
Sei que há muita gente que não está de acordo comigo, mas também é verdade que muitos outros interessados manifestam a sua cumplicidade de diferentes modos. Infelizmente, umas e outras opiniões nunca – ou quase nunca – são expressas publicamente, o que indicia, pelo menos, pouco interesse pelo assunto e pelo debate. Isto tanto acontece do lado de situacionistas como de oposicionistas, ou ainda de neutros, o que permite concluir que é pouco lisonjeira a situação em termos das ideias sobre o rumo do país e dos caminhos para a assunção de uma cidadania sem a qual não é possível um bom país para se viver.
Aqui está um assunto que merece reflexão. A promessa de diálogo e de participação, como tenho vindo a fazer notar, não é nova, mas permanece por cumprir. Porém, agora há dados novos. É cada vez maior a consciência de que sem diálogo não será possível – ou, pelo menos, será perigoso – encontrar soluções para os problemas, antigos e novos, que o país tem de enfrentar. Mas ao mesmo tempo é enorme o receio de que tal abertura ao diálogo, por falta de experiência e de capacidade de enfrentar o contraditório – as poucas tentativas do passado não terão agradado – possa desencadear situações incontroláveis. Ao Executivo caberá decidir.
Leia versão integral na edição impressa da revista África21 (N.º 70, dezembro 2012/janeiro 2013). Para assinar a revista contacte: jbelisario.movimento@gmail.com

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