Na capital do país
Maputo (Canalmoz) - Um recluso que cumpria uma pena de prisão maior por furto qualificado com recurso à arma de fogo, na Cadeia de Máxima Segurança da Machava, vulgo BO, escapuliu-se das mãos da Polícia na manhã de quarta-feira, dia 23 de Janeiro corrente. Foi resgatado por um grupo armado que paralisou uma ambulância em que, escoltado por forças policiais, o cadastrado regressava do hospital depois de ter recebido assistência.
A fuga de Soares Osias Tausene aconteceu na Av. do Trabalho, mais concretamente na paragem das Mangueiras, quando este se encontrava de regresso à BO, após tratamento de uma alegada enfermidade, no Hospital Geral José Macamo, e foi resgatado por um grupo de oito homens à mão armada.
De acordo com fontes da Cadeia da BO, o caso deu-se às 11 horas, quando a ambulância, que transportava o cadastrado Soares Osias Tausene, mais conhecido nos meandros do crime por Sultane, escoltado por quatro agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), foi interpelada por um grupo de oito homens fortemente armados que acabaram por conseguir neutralizar os agentes da escolta e resgatar o prisioneiro, aparentemente seu comparsa.
Na operação de resgate, segundo a mesma fonte, os assaltantes, armados de AKM-47, bloquearam a ambulância e sucessivamente pediram ao condutor a chave da viatura, abriram a porta traseira do veículo e “resgataram o recluso”.
Os “raptores” do recluso, agora em parte incerta, arrancaram as armas aos agentes policiais da guarnição da ambulância e levaram-nas.
Uma fonte do Canal de Moçambique/Canalmoz que presenciou o assalto à ambulância diz que os comparsas do recluso estavam armados de AK47.
Os policiais que permitiram a fuga do perigoso cadastrado foram presos e, segundo informação de fonte da PRM, estão encarcerados na 18a Esquadra da PRM da Cidade de Maputo, contígua
à Brigada Montada, em Lhanguene, arredores de Maputo.
Os quatro agentes da guarnição da ambulância estavam munidos de duas armas do tipo pistola Makarov.
A ambulância, pertencente ao estabelecimento prisional da Machava, foi interceptada num semáforo próximo da unidade sanitária onde o recluso fora receber tratamento.
Os criminosos que protagonizaram o assalto de resgate do perigoso recluso levaram com eles duas
pistolas e as chaves da ambulância.
O recluso Soares Osias Tausene, mais conhecido nos meandros do crime por Sultane, é natural da Manhiça, com residência no bairro de Intaka, quarteirão 22, casa n. 30 e cumpria uma pena judicial de 13 anos, por furto qualificado. Estava encarcerado desde 2009 na Cadeia da Machava.
O Serviço Nacional de Prisões (SNAPRI) confirma a ocorrência, mas não adianta mais pormenores. Alega que um processo de investigação está a ser levado a cabo pela BO, em parceria com a PRM, mas ainda não dispõem de dados concretos. Só depois de concluída a investigação estará capaz de prestar esclarecimentos.
Casos destes têm sido frequentes
Fonte do Serviço Nacional de Prisões, falando a título não oficial, disse ao Canal de Moçambique que a 13 de Outubro do ano passado (2012), um grupo de reclusos na Penitenciária de Mabalane, na província de Gaza, apertou os guardas prisionais, arrancaram-lhes três (3) armas de fogo e pôs-se em fuga.
A Reportagem do Canal de Moçambique tem estado a procurar ouvir os Serviços Nacionais de Prisões em declarações oficiais sobre o assunto, mas sem sucesso.
Contactado telefonicamente, o director nacional daqueles serviços, Dr. Eduardo Mussanhane, disse-nos apenas que está de “férias”, em Inhambane. “Não posso responder e nem entendo nada da questão que me coloca”, disse. Em suma: está de férias. Contudo, remeteu-nos ao Dr. Samo, director nacional de Controlo Penal e Controlo de Segurança, que o substitui.
O Dr. Samo, apesar da nossa insistência, nada disse. Remeteu-nos à assessoria de imprensa do Ministério da Justiça para ser previamente autorizado a prestar declarações sobre o assunto. Ficámos a saber, entretanto, que o Gabinete de Imprensa daquele ministério está sem assessor.
Veja ainda nesta edição outra notícia em que damos conta das más relações que vigoram entre o Comando Geral da PRM e o Ministério da Justiça. (Bernardo Álvaro)
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