CRÓNICA
exotérica
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Segundo texto apócrifo rehausser
de Zoao Kraveirinya publicado
em Moçambique a 19 Outubro 2004
na era do Tsuname
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por Yahia ben Yokhanon
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Uria
SIMANGO, a INDEPENDÊNCIA E
A TEORIA
DA CONSPIRAÇÃO!
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” OS QUE
ESQUECEM O PASSADO ESTÃO CONDENADOS A REPETÍ-LO” …escreveu George Santayana (1863 - 1952),
filósofo espanhol / norte-americano...
Nas vésperas da Independência, de 11 a 12 de Maio
1975, Samora Machel Presidente da FRELIMO, recebia os Presidentes da Tanzânia
Julius K. Nyerere e Keneth Kaunda da Zâmbia, em Nachingweia (Nachingu-eia); Quartel-general
da Frente de Libertação na Tanzânia. Desse encontro ficariam registados para a
História os discursos dos quais transcrevemos alguns excertos proferidos pelo
Presidente do Movimento de Libertação moçambicano, Samora Moisés Machel, no dia
12 de Maio de 1975:
-
...”Antes de vocês falarem (camaradas Kaunda e Nyerere), gostava de vos
mostrar um batalhão de agentes (...), quadros que se
transformaram em agentes do inimigo”...
-
...” Joana Simeão Presidente do GUMO (...) e protegida das forças
imperialistas do mundo (...) Joana Simeão (...) amiga de Rebelo
de Sousa
e do Caetano, representava os macuas, mas não representava a mulher
moçambicana”...
-
...”Adelino Guambe fundador da FRELIMO por ser Presidente da UDENAMO,
um dos três movimentos que se fundiram para formar a FRELIMO. Queria ser
Presidente da FRELIMO”...
-
...”Narciso Nbule, fundou um Partido no Quénia para se opor à
FRELIMO. Desde 1963 que se opõe à FRELIMO. Preso na Zâmbia fez-se de maluco e
conseguiu baixar ao Hospital dos malucos”...
-
...”Também estão aqui soldados da COREMO (Comité Revolucionário de
Moçambique). Nem sequer sabiam onde era Moçambique, viviam em florestas em
volta de “Lussaca” como bandos de ladrões (roubando carros, arrombando lojas,
atacando os homens das farmas). Viviam nas florestas e foi o Governo da Zâmbia
que os enviou para a FRELIMO aqui em Nachingweia. As suas ideias são as de
bandidos e assassinos”...
-
...”Paulo Gomane, Presidente da COREMO, agente do
imperialismo para se opor à FRELIMO”...
-
...”Uria Simango foi Vice-Presidente da FRELIMO (...). Como Vice-Presidente
tentou várias vezes retirar o apoio que nos dava a Tanzânia (...).TEMOS
CORAGEM PARA MUITO, MAS NÃO TEMOS CORAGEM DE MATAR O CRIMINOSO SIMANGO”...
-
...”Pedro Mondlane, agente da PIDE e de Spínola”...
-
...”Manuel Lumumba, permitiu que a bomba passasse de Mbeya para
Dar-es-Saalam para o assassínio de Mondlane”...
No mês seguinte (a estes eventos em Nachingueia), a
25 de Junho de 1975, Moçambique tornava-se Independente da administração
colonial portuguesa depois de 10 anos de luta armada. Logo de início há indícios
de vir a constituir-se numa República Popular de inspiração comunista, mescla
do modelo chinês de Mao Tsé Tung e soviético estilo Estaline. Modelo político
adoptado que esmagaria qualquer possibilidade de liberdade de expressão ou de
associação política independente e democrática. Para os “iluminados” mentores
dessa revolução impunha-se “inventar (!?) uma nova ordem política, social e
económica. Toma corpo a teoria da conspiração contra a revolução socialista. A
FRENTE de LIBERTAÇÃO transforma-se em Partido único não aceitando a alternativa
democrática no Poder. O dogma do Culto da Personalidade assente numa ideologia de
ditadura substitui o dogma das religiões entretanto perseguidas violentamente e
vistas como... “o ópio do povo”... O regime instala-se com um aparelho
repressivo cruel apoiado numa polícia política – o SNASP e de outros sectores da Contra
Inteligência militar – secção de Fuzilamento do Ministério de Defesa
dependendo do Departamento de Defesa e Segurança do Partido FRELIMO do qual o seu
Secretário e chefe viria a ser mais tarde, o coronel
Sérgio Vieira que em conjunto com Óscar Monteiro dirigira entre Janeiro / Abril
1975, os interrogatórios e torturas em Nachingueia aos …”quadros que se transformaram em agentes do inimigo” (sic)...
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A corroborar esta teoria da conspiração surgem as
ofensivas contra o regime moçambicano vindas dos vizinhos da Rodésia e da
África do Sul últimas trincheiras do Poder branco em África. Alguns sectores de
Portugal juntam-se aos inimigos da FRELIMO. Desde a Transição à Independência
de 1974 que muitos colonos portugueses e alguns moçambicanos abandonam o futuro
País indo para a África do Sul, Portugal e Brasil, Canadá e Austrália. Outros o
fariam a partir de 1976. Moçambique esvai-se com a fuga desses quadros da
função pública, empresários, técnicos, sobretudo brancos que se sentiriam
inseguros e assustados pela entrada triunfante dos guerrilheiros da FRELIMO
vindos do mato impondo novos (des) hábitos de vida. Outros por puro racismo branco
vão para a África do Sul após o fracasso da “caça ao preto...ao turra
(terrorista) ” do 7 de Setembro de 1974 e da consequente reacção popular
descontrolada com o seu apogeu a 21 de Outubro.
A partir de 1976/1978 inicia-se uma sangrenta guerra
civil em Moçambique que duraria cerca de 16 anos. O conflito seria apoiado do
exterior pelos bastiões do apartheid rodesiano, sul-africano e de sectores
portugueses e norte-americanos de extrema-direita...
Anexo: Rebelo de
Sousa,
governador-geral e pai do cronista de TV, Marcelo R. S. Caetano também Marcelo e substituto de
Salazar. Pedro Mondlane; primo/irmão de Eduardo Mondlane
(pais irmãos). GUMO; Partido de Máximo Dias e de Joana Simeão.
[NB. João Craveirinha, colaborador do Autarca,
encontrava-se no grupo desses condenados de Nachingueia aqui referenciados e
mais tarde transferidos via Lago Niassa para Mitelela ex - campo militar
colonial de Nova Viseu onde mais tarde muitos seriam mortos e cremados].
in O Autarca da Beira de 9 de Maio de 2006.