Estados Unidos se recusaram a assistir, foi o último naquele plenário para o líder iraniano, cujo mandato termina em breve, e num tom filosófico e marcadamente mais conciliatório do que em anos anteriores.
Ahmadinejad, que classificou os israelitas como "sionistas incivilizados", terminou o discurso anunciando o regresso do "Grande Salvador", que vai "acabar com a opressão, imoralidade, pobreza, discriminação e o início da Justiça, Amor e Empatia".
"Juntemos as mãos e preparemos a eventual chegada (do Salvador) com empatia e cooperação, em harmonia e unidade. Que viva esta primavera, que viva esta primavera!", exclamou Ahmadinejad.
Para o Presidente iraniano, a actual situação é "abismal", com uma "ordem mundial discriminatória e baseada na injustiça", e a solução passa por reconhecer "Deus como a Suprema Criatura" no centro de uma "nova ordem" em que a autoridade é "um dom sagrado do povo aos seus líderes".
No seu olhar sobre "a situação mundial hoje", o líder iraniano criticou que "não seja reconhecido o direito de criticar as políticas hegemónicas do mundo do sionismo" e que o Conselho de Segurança seja dominado por um pequeno número de países e assim impeça a ONU de desempenhar o seu papel.
Os "capitalistas mundiais enfraqueceram e vitimizaram as economias das nações para compensar os seus próprios erros" e a economia capitalista é fonte de "concorrência insana e devastadora", afirmou.
No capítulo da segurança, "tornou-se prevalecente a corrida ao armamento e intimidação por armas nucleares e armas de destruição em massa" e o desenvolvimento de armamento é usado "como uma nova linguagem de ameaça contra as nações para coagi-las a aceitar uma nova era de hegemonia".
Antecipando um discurso de condenação de Israel no dia em que se celebra o feriado judaico do Yom Kippur, os Estados Unidos
anunciaram a sua ausência antes de Ahmadinejad entrar na Assembleia Geral.
Na terça-feira na abertura do debate anual da Assembleia Geral da ONU, na intervenção mais aguardada do primeiro dia, o presidente
norte-americano Barack Obama frisou que a prioridade para resolver a disputa com o Irão é a diplomacia, para a qual há "tempo e espaço", mas não de forma "ilimitada".
O líder iraniano frisou ainda a importância de uma "gestão global conjunta", que exige "reformar as actuais estruturas da ONU",
acabando com a "discriminação e monopólio" nomeadamente no Conselho de Segurança, onde o poder de veto torna "quase impossível defender os direitos das nações".
"Se a ONU não for reestruturada, as interacções internacionais e o espírito de cooperação colectiva global vai ser afectado e a posição da ONU danificada", afirmou.