06/09/2012
Modelos para resolução da crise "não são efetivamente aplicáveis e funcionais", diz diplomata
O moçambicano João Bernardo Honwana, atual diretor da segunda Divisão de África do Departamento dos Assuntos Políticos da ONU, integra uma missão conjunta das Nações Unidas e da União Africana, que hoje apelou ao Presidente moçambicano, Armando Guebuza, para encontrar uma saída para a situação sociopolítica na Guiné-Bissau.
Falando na quarta-feira numa palestra no Instituto Internacional de Relações Internacionais de Moçambique, João Bernardo Honwana assinalou que "a comunidade internacional ainda não foi capaz, até aqui, de fazer aceitar à massa pensante guineense os valores da paz e da democracia, diferentemente do caso moçambicano, por exemplo", após o acordo geral de paz em 1992.
13/08/2012
Presidente de transição participa na cimeira islâmica na Arábia Saudita
Na primeira deslocação a um país fora do continente africano, Nhamadjo disse que vai aproveitar a cimeira, na cidade de Meca, para apresentar o ponto da vista da Guiné-Bissau sobre os assuntos em debate, mas também falar da situação do país.
"É um convite para que a Guiné-Bissau tome parte na cimeira que terá lugar na cidade de Meca, é no âmbito da Organização de Conferência Islâmica. É uma cimeira extraordinária para analisar as grandes questões de atualidede internacional", afirmou.
08/08/2012
PAIGC rreúne-se com Presidente de transição e dirigentes partidários
A delegação do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) foi chefiada por Aristides Ocante da Silva, membro do 'bureau' político do partido.
À saída da audiência, que durou cerca de quatro horas, Ocante da Silva disse ter falado com Serifo Nhamadjo sobre as propostas do PAIGC, constantes no último memorando que o partido publicou sobre o processo de transição em curso.
LUSA – 08.08.2012
31/07/2012
Veteranos do partido histórico criticam Internacional Socialista
A carta, assinada por veteranos do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), Manuel 'Manecas' dos Santos, Samba Lamine Mané e Armando Ramos, critica o facto de Carlos Gomes Júnior ter sido convidado para a reunião da Internacional Socialista.
"Lamentavelmente, a Internacional Socialista acolheu no seu seio como representante de um dos seus membros (PAIGC), o senhor Carlos Gomes Júnior que durante alguns anos encabeçou um regime despótico, tirânico, criminoso e sanguinário", lê-se na carta aberta.
30/07/2012
Primeiro-ministro deposto quer tribunal especial ONU para julgar "crimes de sangue"
A pretensão de Gomes Júnior foi transmitida em carta enviada pelo próprio ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, revelada pela RDP-Africa e cuja autenticidade já foi confirmada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do governo deposto, Mamadu Saliu Djalo Pires.
"O senhor primeiro-ministro legítimo da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior enviou uma carta pessoal ao secretário-geral das Nações Unidas pedindo um Tribunal especial para julgar todos crimes de sangue ocorridos no país nos últimos 14 anos. Para que se saiba de uma vez por todas onde está a verdade material dos factos", disse Djaló Pires.
28/07/2012
Governo anuncia descoberta do corpo do deputado Roberto Cacheu
As autoridades governamentais chamaram os jornalistas, membros do corpo diplomático e representantes das Nações Unidas, da União Africana e da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental ao local para verificarem a descoberta dos corpos, que estavam a ser exumados ao fim da tarde.
Encontram-se no local elementos da Polícia Judiciária da Guiné-Bissau e dos Serviços de Informações.
LUSA – 27.07.2012
19/07/2012
Mudanças de liderança de União Africana e CEDEAO potenciam reflexos na crise interna
Xavier de Figueiredo, Editor África Monitor Intelligence
Guiné-Bissau
1. A eleição de Nkosazana Dlamini-Zuma, sul-africana, para o cargo de presidente da Comissão da União Africana e, adicionalmente, a próxima atribuição à Gâmbia da presidência rotativa da CEDEAO, estão a gerar reacções de cautela em meios comprometidos com o golpe de Estado de 12.Abr; de regozijo nos demais meios.
O carácter complacente da atitude da CEDEAO face ao golpe de Estado foi crucial para o desencadeamento da acção militar, de per se, e para a consolidação do status quo a que a mesma deu azo. Esta evidência foi propiciada pela conduta da UA de reservar aos agrupamentos regionais papel mais activo na resolução de crises de natureza afim.
Angola foi, depois da África do Sul, o país que mais activamente se aplicou na eleição de N Dlamini-Zuma; pôs à sua disposição, inclusive, fundos destinados a subvencionar a campanha eleitoral. São “plausíveis” expectativas segundo as quais a nova presidente definirá uma linha de conduta mais resoluta em relação a golpes de Estado.
Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/23280-mudancas-de-lideranca-de-uniao-africana-e-cedeao-potenciam-reflexos-na-crise-interna.html
16/07/2012
Muçulmanos do país preocupados com aumento de xiitas
A preocupação foi manifestada hoje por Infali Cote, um conhecido imã de Bissau e presidente da Ajures (Associação Juvenil para Reinserção Social), promotor de um "seminário de capacitação aos fiéis" aos quais foram reveladas as diferenças entre os sunitas e os xiitas.
Os muçulmanos guineenses, como em todos os países da África ocidental, são de orientação sunita.
Cerca de 100 fiéis muçulmanos guineenses participaram no passado fim de semana no seminário organizado pela Ajures para "um esclarecimento" sobre as formas de atuar das duas principais correntes do islão.
14/07/2012
Exclusão da Guiné-Bissau da cimeira da CPLP, é falta de realismo - diz Rui Landim
Presidente Serifo Nhamadjo reuniu-se com o Conselho de Estado e não evocou a exclusão do seu governo da próxima cimeira da CPLP
O analista político Bissau-guineense Rui Landim considerou a recente exclusão do governo da Guiné-Bissau da Comunidade de Países de Língua Portuguesa – CPLP - como uma política de falta de realismo por parte desta organização.
Solicitado pela Voz da América para evocar as margens de manobras que restam as autoridades de transição da Guiné-Bissau após a sua exclusão da organização, o analista político guineense disse ser questionável esta decisão.
Para Rui Landim os ministros da CPLP que decidiram pela exclusão da Guiné-Bissau da cimeira de Maputo a realizar na próxima semana, agiram por impulsos afectivos e sentimentais, e não políticos.
12/07/2012
Os mesmos guineenses, metade do dinheiro
Português, 69 anos, os últimos 23 na Guiné-Bissau, Armando vive ao lado do "Contentor Amarelo" como é conhecido o bar que tem na avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria.
A avenida é a única saída e entrada em Bissau e onde fica o principal mercado do país (Bandim) e se concentra a maior parte do comércio. Viver nela é assistir "de camarote" às evoluções económicas, sociais e políticas.
Quando há notícias de movimentações militares a avenida fica deserta de um momento para o outro, quando tudo funciona normalmente uma viagem até ao centro pode demorar quase uma hora, tal a intensidade do trânsito.
11/07/2012
AUTORIDADE LEGÍTIMA REPRESENTA GUINÉ-BISSAU NA CIMEIRA DA CPLP
O anúncio nesse sentido foi feito pelo ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, em declarações a jornalistas no final do Conselho de Ministros Extraordinário da CPLP, que decorreu esta Quarta-feira na capital portuguesa.
No encontro de apenas um dia, Moçambique esteve representado no encontro pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói.
Paulo Portas, muito claro nas suas declarações, reafirmou a posição mantida por Portugal de 'tolerância zero' às alterações inconstitucionais.
'Nós consideramos que, no âmbito da CPLP e muito especialmente no continente africano que precisa dessa estabilidade, “deve haver tolerância zero quanto às alterações inconstitucionais da ordem democrática estabelecida”, sublinhou Paulo Portas.
10/07/2012
MNE transição reclama legitimidade do atual Governo para participar cimeira CPLP
Em declarações em Bissau, Faustino Imbali respondeu às recentes declarações do primeiro-ministro deposto Carlos Gomes Júnior, em Paris, França, segundo as quais é ele (Carlos Gomes Júnior) que deve representar a Guiné-Bissau na cimeira da Comumidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Maputo.
O chefe da diplomacia guineense disse que as atuais autoridades de transição ainda não receberam qualquer convite formal da CPLP, mas mesmo assim acreditam que estarão na cimeira "até porque este governo é legal".
LUSA – 10.07.2012
09/07/2012
Senegal manifesta apoio e acredita em estabilização
Amato Dansoko falava hoje aos jornalistas em Bissau após uma reunião com o Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, no poder na sequência do golpe de Estado de 12 de abril, que afastou o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
O Presidente do Senegal, Macky Sall, tem demonstrado com frequência a sua preocupação para com a situação na Guiné-Bissau, como ainda recentemente na cimeira de chefes de Estado e de governo da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) em Yamoussoukro, na Costa do Marfim (final de junho), disse Amato Dansoko.
30/06/2012
CEDEAO levantou sanções e apoia orçamento do país - Presidente de transição
Serifo Nhamadjo falava aos jornalistas em Bissau, à chegada da Costa do Marfim, onde participou (sexta-feira) na 41.ª cimeira ordinária da organização regional, na qual se discutiu principalmente a situação na Guiné-Bissau e no Mali, países que sofreram recentemente golpes de Estado.
Num balanço sobre a reunião, o Presidente de transição afirmou que a viagem à Costa do Marfim foi "coroada de êxitos" e disse que o relatório apresentado sobre a Guiné-Bissau foi "apreciado", porque o país "teve mais sucesso".
Já em relação ao Mali a CEDEAO considera que a governação não está a ser correta e foi sugerido o envio de uma missão de avaliação e ao mesmo tempo a colocação no terreno de uma força de estabilização, disse Serifo Nhamadjo.
20/06/2012
"Canta Pó", a última festa antes da circuncisão
N´Tchangue, uma localidade entre Nhacra e Mansoa, leste da Guiné-Bissau, viveu quatro dias de lutas e danças, o prelúdio para a cerimónia da circuncisão carregado de simbolismo, onde vencedores podem sair vencidos.
A cerimónia, "Canta Pó", realiza-se um ano antes de outra, essa mais secreta, que é a circuncisão. Mas dentro da etnia balanta, uma das principais da Guiné-Bissau, o "Canta Pó" é também visto por alguns como algo cheio de mistério e feitiçaria até.
"Há feitiçaria e até se pode perder a vida. Quem ganha nem sempre tem uma vida longa", explica à Lusa, na tabanca de N´Tchangue, Quinto Naman, balanta e apreciador da cerimónia, na qual, explica, há uma competição e por isso pode haver quem queira depois fazer mal aos que ganham.
Embora sinónimo de solidariedade e de confraternização, o "Canta Pó" junta centenas de pessoas que assistem a luta livre entre os mais jovens, a primeira competição, e a grupos que tocam e cantam, a segunda competição.
19/06/2012
EUA dispostos a trabalhar com governo de transição
A posição dos Estados Unidos foi revelada hoje aos jornalistas por Russell Hanks, diretor de programas da embaixada americana em Dacar, Senegal, que cobre também a Guiné-Bissau.
O responsável americano foi recebido hoje em audiência pelo primeiro-ministro de transição guineense, Rui de Barros, com quem disse ter havido uma conversa com vista a encontrar as formas para que os Estados Unidos possam ajudar a Guiné-Bissau.
"São contactos normais entre os Estados Unidos e todos os partidos na Guiné-Bissau. São encontros exploratórios para vermos como ajudar a resolver os problemas recentes e antigos para fazer avançar o país", afirmou Russell Hanks, quando questionado sobre o motivo da audiência com Rui de Barros.
15/06/2012
Governo de transição prevê exportar 150 mil toneladas de caju
De acordo com Hélder Henrique de Barros, o diretor-geral do Comércio e da Concorrência, do Ministério do Comércio, estão prontas a ser exportadas 90 mil toneladas, havendo pedidos de exportação na ordem das 42 mil toneladas.
Segundo o responsável, citado hoje pela Agência de Notícias da Guiné-Bissau (ANG), houve muita castanha de caju, o principal produto do país, que foi exportada ilegalmente por via terrestre, em parte devido ao golpe de Estado de 12 de abril último.
"Houve operadores que se aproveitaram da situação e fizeram o contrabando do referido produto", disse, acrescentando que foram já tomadas medidas para pôr cobro à situação.
14/06/2012
Grupo de empresários portugueses demarca-se da posição do Governo de Lisboa
O grupo foi constituído por oito empresários que vivem e trabalham na Guiné-Bissau, mas a posição foi subscrita por cerca de 40, disse aos jornalistas o porta-voz do grupo, José António Veloso, empresário da área da construção civil, na Guiné-Bissau há 21 anos e casado com uma guineense.
O Governo português não reconhece o governo de transição da Guiné-Bissau, criado na sequência do golpe de Estado de 12 de abril, e reduziu a representação diplomática em Bissau.
"Nestas situações de conflitos, as tomadas de decisão têm de ser bem analisadas e contextualizadas. A nós, que estamos cá há muitos anos, não nos foi perguntado nada, não tiveram o cuidado de nos perguntar o que achávamos daqui", disse o empresário, que criticou também a forma como foi comunicado o envio de barcos da marinha portuguesa nos dias a seguir ao golpe, o que "criou problemas" no país.
12/06/2012
PM de transição envia mensagem a Passos Coelho e realça amizade e cooperação
Segundo um comunicado do gabinete de Rui Duarte de Barros hoje divulgado, a mensagem de felicitações surgiu a propósito das comemorações do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (10 de junho).
Em nome do governo de transição, Rui de Barros "reafirmou a sua firme vontade e determinação de tudo fazer para que as excelentes relações de amizade e de cooperação existentes entre os dois povos, amigos e irmãos, se desenvolvam e consolidem cada vez mais, em proveito de Portugal e da Guiné-Bissau".
Portugal não reconhece as autoridades de transição da Guiné-Bissau, onde um golpe de Estado afastou a 12 de abril o primeiro-ministro eleito e o Presidente interino.
FP.
Lusa – 11.06.2012
10/06/2012
Últimos militares angolanos deixaram Bissau
Com o fim da missão ficam também cancelados os apoios que Angola estava a dar à Guiné-Bissau, nomeadamente na construção e remodelação de infraestruturas de defesa e segurança.
"Todos os financiamentos que tinham sido preparados para o projeto militar com a Guiné-Bissau estão interrompidos", disse hoje aos jornalistas, na sede da Missang, o encarregado de negócios de Angola em Bissau, Luís dos Santos.
O governo angolano interrompeu a Missang (missão técnico-militar na Guiné-Bissau de apoio à reforma do setor de Defesa e Segurança) na sequência de atritos com as forças armadas guineenses.
07/06/2012
Ex-ministro 'Manecas' Santos diz que golpe de Estado era inevitável
Atual embaixador da Guiné-Bissau em Angola e veterano de luta pela independência, Manuel dos Santos (mais conhecido no país por Manecas dos Santos) falava num encontro promovido pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, António Indjai, para esclarecer aos veteranos de guerra as razões do golpe de Estado por ele liderado.
"A corrupção alastrava, 'Cadogo' [primeiro-ministro deposto no golpe de Estado de 12 de abril] comprava toda gente com o dinheiro de Estado. A injustiça grassa no país. Muita gente foi morta nos últimos anos sem que se saiba porquê e como", disse Manuel dos Santos.
"O povo guineense tem o direito de se rebelar contra tudo isso. As nossas forças armadas um dia tinham que dizer basta a tudo isso", disse o antigo governante, pedindo aos militares para que "mantenham a vigilância sobre o país".
04/06/2012
Lista de pessoas proibidas de sair do país foi anulada, diz PM de transição
O Comando Militar, autor do golpe de Estado de 12 de abril na Guiné-Bissau, emitiu em meados de maio uma ordem que proibia a saída do país de 58 pessoas, entre as quais os membros do Governo deposto e dirigentes do maior partido, o PAIGC.
Hoje, em declarações aos jornalistas, Rui de Barros disse que o governo decidiu acabar com essa lista, que "já não existe", e "quem quiser sair do país pode sair".
LUSA – 04.06.2012
30/05/2012
O DUELO MACKY-DOS SANTOS = Leiam, e tirem as vossas conclusões...
Fonte : (Sud Quotidien 25/05/2012)
O DUELO MACKY-DOS SANTOS
Análise – Por trás das manobras diplomáticas e do baile dos contingentes militares, a Guiné-Bissau torna-se, cada dia mais, um campo de colisão inevitável entre os interesses nevrálgicos do Senegal de um lado e os designios estratégicos de Angola, do outro lado. O duplo protagonismo da Comunidade dos Estados de Desenvolvimento da Africa Ocidental (CEDEAO) e da Comunidade dos Paises de Lingua Portuguesa (CPLP), desembocara inevitavelmente num choque frontal entre Dakar e Luanda. Duas capitais cujas intenções relativamente à Guiné-Bissau ultrapassam os planos de saidas de crise oficialmente tornados publicos e as resoluções publicamente votadas.
27/05/2012
Guiné-Bissau: Zamora Induta detido no Senegal
“Na noite de quinta para sexta-feira, a brigada de investigação da polícia interpelou Zamora Induta e três outras pessoas", indicou à agência AFP fonte próxima da polícia de Ziguinchor, a principal cidade de Casamança, uma região que faz fronteira com a Guiné Bissau.
Zamora Induta tinha-se refugiado na representação diplomática da União Europeia a 18 de Março, na noite da primeira volta das eleições presidenciais, dizendo temer pela sua vida, após o assassínio do coronel Samba Djalo, ex-responsável pelos serviços de informações militares.
O presidente da comissão eleitoral, Desejado Lima da Costa, e o ex-ministro do Interior Fernando Gomes refugiaram-se também na representação da UE após o golpe de Estado e foram detidos no Senegal juntamente com o almirante, por não terem documentos oficiais.
“Desejamos que as autoridades senegalesas nos ajudem a fazê-los regressar à pátria, onde há agora condições para garantir a sua segurança”, disse um oficial do exército da Guiné Bissau à AFP, sublinhando que já estão a decorrer os processos diplomáticos de repatriamento.
RM – 26.05.2012
A CULPA É UM ELEMENTO DE IDENTIFICAÇÃO INTRANSMISSÍVEL
Para os que assim aprenderam, a colonização, enquanto durou, entre várias políticas e outras incontáveis práticas nefastas, para melhor dominar os colonizados, procurava negar instrução de qualidade a maioria da população indígena, filtrando com critérios discriminatórios, em todos os diferentes acessos, aos meios oficiais de aprendizagem académica, assim como os de enriquecimento espiritual, facto esse que, de maneira mais que óbvia, favoreceu uma minoria localizada nos grandes centros urbanos, da qual não fazia o grosso, muitas famílias, mas que felizmente, com os mais altos sacrifícios de alguns descendentes daquela minoria antes privilegiada, chegou-se aos anos da ambicionada independência, e com eles, a promoção da plena liberdade, e direitos equitativos para todos.
26/05/2012
As crises Político-Militares na Guiné-Bissau: Causas, problemas e Soluções
O golpe de Estado na Guiné-Bissau do passado dia 12 de Abril (mais um), não surpreendeu verdadeiramente ninguém minimamente avisado porque fora anunciado (insinuado) na véspera, por Kumba Yalá à cabeça dos Cinco - os que contestaram os resultados das eleições presidenciais - na sua conferência de imprensa então realizada.
Ao reiterar o que antes afirmara da sua não participação na 2ª volta (eleições presidenciais) Kumba Yalá disse expressamente que não haveria a 2ª volta, deixando entender que o processo eleitoral seria interrompido.
Na sequência desse golpe, as reacções não se fizeram esperar. Registe-se o forte e contundente comunicado da CPLP que deu o mote às demais organizações internacionais, para a condenação inequívoca do golpe ao mesmo tempo que exigiam todas - organizações internacionais - o regresso imediato à ordem constitucional. No mesmo sentido, e com a mesma veemência, antecipando as próprias resoluções do Conselho de Segurança, foi a voz do Secretário-Geral das Nações Unidas Ban-Ki Moon. A CEDEAO, com a ambiguidade e a inconsequência que se lhe conhecem, "condena" o golpe mas presta-se de seguida a legitimá-la através de negociações generosas sempre em benefício e impunidade dos golpistas sustentadas com o argumento de que é preciso evitar "banhos de sangue". No fundo a CEDEAO não tem moral para condenar quaisquer golpes porque com mais ou menos "nuances" ela se edifica sob fundações golpistas.
26/05/2012 in 25 de Abril de 1974, Guiné - Bissau, História, África - SADC | Permalink | Comments (0)
25/05/2012
Embaixadores e organizações internacionais reunidos três horas em Bissau
A reunião foi convocada pelo representante especial do secretário-geral da ONU em Bissau, Joseph Mutaboba, e no final foi o porta-voz das Nações Unidas, Vladimir Monteiro, quem leu uma curta declaração, sem que os jornalistas tivessem acesso a qualquer dos presentes.
O encontro, disse Vladimir Monteiro, serviu "para analisar a situação no país" à luz da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovada a 18 de maio.
A resolução, lembrou o porta-voz, pede ao secretário-geral das Nações Unidas para que se mantenha ativamente envolvido no processo de mediação e que harmonize posições dos parceiros bilaterais e multilaterais, em particular a União Africana, a CEDEAO (países da África ocidental), CPLP (países de língua portuguesa) e União Europeia.
Um país com dois presidentes e dois chefes de governo
Com o golpe de Estado militar ocorrido a 12 de abril, o Presidente Raimundo Pereira, que estava no cargo interinamente devido à morte do Presidente eleito, Malam Bacai Sanhá, foi substituído por Serifo Nhamadjo, presidente em exercício do Parlamento que é agora Presidente da República de Transição.
Raimundo Pereira esteve detido durante alguns dias pelos militares, depois foi posto em liberdade e agora a partir de Portugal diz que ainda é o "Presidente legítimo da Guiné-Bissau por não ter renunciado ao cargo" aquando do golpe de Estado.
Só que no terreno a realidade parece ser outra. Os militares, alguns partidos e a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) designaram Serifo Nhamadjo Presidente 'de facto' da Guiné-Bissau.
24/05/2012
Comando Militar acusa regime de Carlos Gomes Júnior como “não democrático”
O Comando Militar guineense, que protagonizou o golpe de Estado no país, a 12 de Abril, diz que tem sido alvo de “ataques” pela imprensa portuguesa sobre este assunto e numa nota de imprensa distribuída aos jornalistas no final de uma conferência, realizada terça-feira, 22 de Maio, em Bissau, o Comando Militar afirma que “chegou a altura para dar esclarecimentos”.
As novas autoridades de Bissau têm-se revelado contra o grupo da CPLP mais propriamente contra Portugal e Angola a quem exigem a retirada das suas forças armadas presentes na Guiné.
O Comando militar da Guiné-Bissau começou por enumerar alguns acontecimentos que se registaram desde 2005 até esta data, considerando o período de mandato de Carlos Gomes Júnior, o deposto primeiro-ministro como não democrático.
“Democrático? De modo algum. O facto de se realizarem eleições não significa nada. No Estado Novo de Salazar e Caetano, também houve eleições Presidenciais e Legislativas», lê-se no comunicado.
Leia em http://canalmoz.co.mz/hoje/22781-comando-militar-acusa-regime-de-carlos-gomes-junior-como-nao-democratico.html
23/05/2012
PM de transição pede aos guineenses reconciliação e trabalho
"A minha mensagem é de reconciliação e trabalho, porque o país é de todos nós", afirmou Rui de Barros, momentos após a cerimónia de posse conferida aos novos ministros pelo Presidente de transição, Serifo Nhamadjo.
"Apelo aos funcionários públicos para que, a partir de segunda-feira, todos se dirijam para os seus locais de trabalho", disse Rui de Barros, em alusão ao facto de os funcionários públicos estarem em greve geral convocada pelos sindicatos um dia a seguir ao golpe de Estado (12 de abril).
O primeiro-ministro de transição garantiu que o mais tardar até quinta-feira haverá a transferência de poderes entre os ministros do Governo cessante com os recém-nomeados para que na segunda-feira se possa iniciar o trabalho na administração pública.
22/05/2012
Paulo Portas fez "acusações levianas", acusa Comando Militar
"Que fique bem claro, ele (Paulo Portas) está a servir o café da manhã e o jantar à noite a quem é o maior responsável pelo tráfico de droga", disse Daba Na Walna, em conferência de imprensa, respondendo a Paulo Portas, que na passada quinta-feira disse em Lisboa que a questão do narcotráfico também era a chave do golpe de Estado de 12 de abril.
É que, justificou Daba Na Walna, "a empresa responsável pela segurança das bagagens no aeroporto de Bissau não é do general António Indjai, não é do tenente-coronel Daba Na Walna, não é de ninguém que pertença ao Comando. O dono da empresa tem um nome e é quem está lá" (em Portugal).
Lusa – 22.05.2012
Composição do governo de transição
É a seguinte a composição do governo de transição:
Ministro da Presidência do Conselho de Ministros, da Comunicação Social e dos Assuntos Parlamentares - Fernando Vaz.
Ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades - Faustino Fudut Imbali.
Ministro da Defesa e dos Combatentes da Liberdade da Pátria - Celestino de Carvalho.
Ministro do Interior - António Suka Ntchama.
Ministro da Educação Nacional, Juventude, Cultura e dos Desportos - Vicente Pungura.
Ministro da Saúde Pública e Solidariedade Social - Agostinho Cá.
Comando Militar acusa Carlos Gomes Júnior de querer fugir à justiça
Na última conferência de imprensa, que marcou o regresso dos militares às casernas, o porta-voz do Comando Militar, Daba Na Walna, lembrou as marchas organizadas no verão passado em Bissau a pedir que fossem julgados os crimes de sangue ocorridos e acrescentou que Carlos Gomes Júnior queria ser presidente para "não poder ser responsabilizado".
O golpe de Estado ocorreu a 12 de abril, véspera do início da segunda volta da campanha eleitoral para as eleições presidenciais. Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro e candidato presidencial, tinha ganho a primeira volta de forma folgada.
"Depois de tantas marchas para que o primeiro-ministro pudesse responder criminalmente, que falharam, o primeiro-ministro não chegou ao fim do mandato e apressadamente candidatou-se a Presidente da República. Com que finalidade? Para servir mais a pátria?", questionou Daba Na Walna.
17/05/2012
Primeiro grupo de força da África Ocidental chegou hoje a Bissau
O grupo chegou a Bissau num avião do Burkina Faso, a meio da tarde de hoje, e foi recebido pelo comissário-geral adjunto da Polícia da Guiné-Bissau, Armando Nhaga, e por Ansumane Sissé, representante da CEDEAO na capital do país.
Dentro de "alguns dias" chegará um segundo grupo do Burkina Faso, incluindo o coronel Barro Gnibanga, que vai chefiar a missão militar da CEDEAO para a Guiné-Bissau, explicou Ansumane Sissé.
LUSA – 17.05.2012
16/05/2012
Rui Barros, um engenheiro informático na chefia do governo de transição
Formado em engenharia informática em Cuba, Rui Duarte de Barros, casado e com duas filhas, voltou à Guiné-Bissau no final do ano passado, mas já tem no currículo cargos em anteriores governo guineenses e é visto como um homem reservado que privilegia o trabalho sobre o convívio com amigos, daí ser poucas vezes visto nos meios públicos em Bissau.
De baixa estatura e andar rápido, não lhe é conhecida qualquer militância partidária mas pessoas que lhe são chegadas admitem ser próximo do Partido da Renovação Social (PRS) de Kumba Ialá, força política através da qual chegou ao cargo de ministro das Finanças em 2002, embora já antes tivesse sido secretário de Estado do Tesouro em governos do PAIGC, o maior partido da Guiné-Bissau.
Missão da CEDEAO para a Guiné-Bissau em prontidão
"Existem muitas coisas a tratar antes do desdobramento da missão, como o envio do equipamento que será utilizado pelas tropas", revelaram terça-feira fontes próximas da missão.
"Não queremos uma situação em que os soldados cheguem antes do equipamento necessário", disseram.
No entanto, segundo estas fontes, todos os esforços foram envidados para garantir o desdobramento das tropas o mais cedo possível, ou seja nos próximos dias.
Os 638 homens desta força sub-regional provêm da Côte d’Ivoire, do Burkina Faso, da Nigéria, do Senegal e do Togo.
Guiné-Bissau: Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior recebidos esta tarde pelo Presidente português
Na nota de agenda divulgada esta manhã, é apenas referido que o encontro decorrerá no Palácio de Belém.
O Presidente da República interino e o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, depostos no golpe de Estado de 12 de Abril, chegaram esta manhã a Lisboa, segundo disse à Lusa o embaixador guineense, Fali Embaló.
Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior estavam na capital da Costa do Marfim, Abijan, desde o dia 28 de Abril.
O embaixador guineense adiantou ainda que os dois governantes depostos irão organizar uma conferência de imprensa, em data e hora a divulgar posteriormente.
Entretanto, fonte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) disse também à Lusa que os dois governantes depostos vão ser recebidos por representantes dos países-membros na sede da organização lusófona, em Lisboa.
Lusa – 16.05.2012
Pacto de Transição Política assinado hoje prevê eleições no máximo de um ano
O Pacto foi assinado num hotel de Bissau pelo presidente em exercício da Assembleia, Sori Djaló, e por partidos políticos legalmente constituídos mas sem a presença do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), maior partido e no poder até ao golpe de Estado de 12 de abril.
O Pacto é constituído por seis artigos e o último diz que produz efeitos imediatamente após a assinatura, e constitui "o quadro legal para a condução do país à normalidade constitucional".
Lusa – 16.05.2012
NOTA:
E agora? E, pela 1ª vez na Guiné-Bissau, sem um tiro, sem uma morte, sem um assassinato.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
15/05/2012
Presidente de transição insta PAIGC a sugerir nome para primeiro-ministro
Augusto Olivais falava aos jornalistas à saída de uma audiência que uma delegação do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) manteve hoje com Serifo Nhamadjo, para a busca de solução de saída da crise que o país vive desde o golpe de Estado militar a 12 de abril passado.
"O Presidente da República, como tem estado a ouvir todos os partidos, fez-nos a proposta de o PAIGC indicar um nome ou nomes para a sua apreciação", para o cargo de primeiro-ministro, disse o secretário nacional do partido.
LUSA – 15.05.2012
CEDEAO tem dificuldades para o envio de tropas - diz porta-voz da Junta Militar
A CEDEAO está com dificuldades logísticas para enviar os 625 capacetes azuis para a Guiné-Bissau.
A confirmação é do porta-voz do Comando Militar, o tenente-coronel, Dahba Na Walna, entrevistado hoje pela Voz da América.
Dahba Na Walna assegurou que o efectivo anunciado ontem pela Nigéria, não deverá atingir os 100 homens, e a sua missão será a de assegurar a anunciada retirada das tropas angolanas de Bissau.
EUA acompanham CEDEAO e aceitam presidente interino da Guiné-Bissau
Os Estados Unidos aceitaram o novo presidente interino Serifo Nhamadja, nomeado em consequência do golpe de estado de 12 de abril na Guiné-Bissau.
Uma porta-voz do Departamento de Estado norte-americano elogiou as negociações conduzidas pela CEDEAO e saudou "a nomeação negociada pela CEDEAO de Serifo Nhamadjo como líder de um governo de transição", informa a rádio Voz da América (VoA).
"Exortamos todas a partes a aceitarem-no e a cooperarem para que haja estabilidade, primado da lei, democracia, prosperidade e respeito pelos direiros humanos na Guiné-Bissau", disse a porta-voz.
14/05/2012
Comando Militar proíbe 58 pessoas de saírem do país
A ordem, com o carimbo do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, é datada de 09 de maio e é despachada para ser cumprida em todos os postos de fronteira do país.
"Por ordem do Comando Militar, as pessoas cujos nomes se encontram abaixo discriminados não podem sair do país até que seja emitida uma outra ordem que desmerece a presente, isto é, quando o país voltar plenamente à tranquilidade", de acordo com o documento de duas páginas, a que a agência Lusa teve hoje acesso.
LUSA – 14.05.2012
Guiné-Bissau: Nigéria envia tropas até sexta-feira
A declaração foi feita pelo governante na abertura da reunião que decorre em Abuja, na Nigéria, entre responsáveis militares dos países da África Ocidental, que debatem as situações na Guiné-Bissau e no Mali.
"Vamos mobilizar tropas até dia 18", declarou o ministro Bello Haliru Mohammed, sem dar mais detalhes, nomeadamente sobre a composição da força e o número de militares.
Os países da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciaram a 26 de abril que enviariam uma força de 500 a 600 soldados, de vários países, para a Guiné-Bissau.
SBR.
Lusa – 14.02.2012
12/05/2012
Serifo Nhamadjo faz comunicação ao país já como Presidente de transição
"No momento em que inicio este mandato, as urgências são numerosas. Os salários têm de ser pagos, a energia e água restabelecidas, o ritmo normal da vida retomado e o funcionamento das instituições públicas retomado, em particular educação e saúde", disse Serifo Nhamadjo, já na Presidência da República.
Na comunicação, referiu que o período de transição que agora começa teve origem na morte do Presidente eleito, Malam Bacai Sanhá, a 09 de janeiro, e lembrou o período que se seguiu, até às eleições presidenciais antecipadas de 18 de março.
"Não obstante o panorama geral de tranquilidade do país nesse processo eleitoral, emergiram fortes controvérsias quanto à organização do pleito eleitoral, as quais motivaram contestações dos resultados obtidos na primeira volta", disse.
11/05/2012
Guiné-Bissau: Decisão da CEDEAO evita a guerra, diz analista político
O analista político Bissau-guineense Rui Landim corrobora a decisão da CEDEAO em aceitar a nomeação de Manuel Serifo Nhamadjo, presidente interino da Aseembleia Nacional para presidir a transição e diz ser uma medida possível, e embora não foi fosse desejada por uma das partes.
Na sua entrevista a Voz da América, o politólogo guineense sublinha que há muito que o seu país vivia num imbróglio político resultante da vacatura do poder imposta pela morte natural do presidente Malam Bacai Sanhá.
“Mas é preciso compreender que a Guiné-Bissau já se tinha mergulhado num imbróglio político desde o falecimento do presidente eleito Malam Bacai Sanhá e estava numa situação especial, para não dizer atípica…” afirmou Rui Landim.
Bissau: Regresso do Presidente e Primeiro-ministro fora de questão
Na mesma altura, Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau, disse aos jornalistas que ainda ontem iria iniciar consultas para escolher um primeiro-ministro de um governo de transição mas o PAIGC, maior partido, já disse estar fora.
No final de uma maratona de reuniões entre a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), partidos e militares da Guiné-Bissau a organização regional propôs Serifo Nhamadjo para Presidente de transição (um ano), na sequência do golpe de Estado de 12 de abril.
A proposta foi lida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, , Nurudeen Muhammad, segundo o qual se tratou de uma escolha "em obediência estrita à Constituição" da Guiné-Bissau, segundo o seu artigo 71.
10/05/2012
Opinião: O delírio dos militares e políticos guineenses
Vozes essas surgem todos os dias, num ritmo imparável, excelentemente penteados e decorados pelas nossas rádios. Essas vozes penetram todos os dias os nossos lares, fustigam a moralidade familiar, destorcem a mente dos jovens, e assim vamos paulatinamente reconstruindo um novo padrão do pensamento colectivo. Estamos a caminhar para o suicídio social, estamos lentamente a destruir a nossa história, e toda a base que sustenta o sentimento da solidariedade e camaradagem construídas ao longo dos anos.
Aqueles que outrora dignificaram a terra, que escreveram os seus nomes com letras de ouro nas páginas da história contemporânea do nosso país, pela sua ousadia e patriotismo, são os mesmos que hoje resolveram construir esta Guiné moribunda, feia e triste. Porquê? Como explicar o inexplicável…
09/05/2012
"Temos que ser nós a resolver esta crise", diz presidente do parlamento
"O problema da Guiné-Bissau tem que ser realmente resolvido pelos guineenses. Sinto-me triste por estarmos à espera que os outros nos venham resolver os nossos problemas, quando nós podíamos discutir internamente e resolver os problemas", disse Nhamadjo, em declarações aos jornalistas no Parlamento guineense.
Serifo Nhamadjo, a mais alta autoridade eleita atualmente da Guiné-Bissau já que o Presidente eleito morreu e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, foi derrubado pelo golpe de Estado no dia 12 de abril último, defendeu que não compreende tanta polémica se o país já "viveu problemas terríveis".
"O que enfrentamos hoje é um problema muito sério. Mas já vivemos problemas terríveis neste país", observou Nhamadjo, dando o exemplo da crise vivida em 2009 quando no espaço de 24 horas foram assassinados o Presidente e o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.
07/05/2012
CPLP reprova recuo da CEDEAO na exigência de retorno à ordem constitucional e exige apoio das Nações Unidas
A mediação da crise pela CEDEAO foi comprometida pela sua decisão de não insistir no retorno à ordem constitucional vigente pré-golpe e de remeter para a Assembleia Nacional a busca de uma solução para a crise.
Na sua reunião deste fim-de-semana, a CPLP distanciou-se daquela postura e pediu ao Conselho de Segurança da ONU sanções contra os responsáveis pelo golpe de Estado e os civis que os apoiam, denunciando qualquer solução que desrespeite a Constituição guineense.
Segunda-feira, em conferência de imprensa, o partido no poder, PAIGC saudiu a posição da CPLP e exigiu que "Conselho de Segurança das Nações Unidas reafirme as posições (...) segundo as quais se exigia a libertação incondicional das pessoas detidas, a conclusão do processo eleitoral e sobretudo a necessidade do envio de uma força de estabilização para a Guiné-Bissau para se evitar a recorrência frequente do fenómeno de golpes de Estado".
06/05/2012
CPLP PELAS SANÇÕES CONTRA GOLPISTA NA GUINÉ-BISSAU
Reunidos na capital portuguesa, Lisboa, para procurar concertar uma posição a apresentar na reunião do Conselho de Segurança da ONU marcada para Segunda-feira, em Nova Iorque, os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP demarcaram-se igualmente de qualquer solução que desrespeite a Constituição da Guiné-Bissau.
No encontro extraordinário da CPLP, Moçambique e Brasil estiveram representados ao nível de embaixadores. Para além de Moçambique e Brasil, fazem parte da organização Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros apelaram ao Conselho de Segurança da ONU para que 'imponha sanções direccionadas a militares e civis implicados no golpe de Estado' de 12 de Abril na Guiné-Bissau, diz um comunicado emitido no final da reunião.
O documento, aprovado por unanimidade, sublinha que a CPLP apoia também as 'medidas restritivas recentemente adoptadas pela União Europeia contra militares guineenses e as sanções da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)”.