by David Nhassengo on Monday, 30 July 2012 at 11:04 ·
Texto original de David Nhassengo
É inegável que os tempos em que vivemos hoje são [mesmo] outros. Aliás, como diz a minha considerada vizinha de uns tantos e avançados anos e concordo com ela, relativamente está difícil compreender a sociedade dos dias de hoje.
Enquanto os conservadores pouco a pouco vão se isolando em grupos mais módicos, os (neo) liberalistas por sua vez vão tomando espaço e a passos galopantes investindo no novo conceito de "modernismo" ou, se preferir acusando a globalização.
A coabitação entre estes dois grupos caracteriza-se normalmente por choques e acusações de ambas as partes. Onde ela (a coabitação) é saudável, acaba gerando decepções ora porque "eu fui liberal demais" ora porque "não me deste a devida educação".
Mas tudo bem. Cada um é livre de fazer as suas escolhas como aqueles outros (EU no caso concreto) que escolhem não escolher que é também uma outra se não a mais simpática forma de ser.
Hoje a minha sociedade está cada vez mais informada e tomou como valor que é errado um homem bater numa mulher ou sobre ela protagonizar qualquer tipo de violência (seja física seja psicológica). E por incrível que pareça, é a mesma sociedade que advoga com unhas e garras a violência contra o homem. Para esta minha sociedade é esquisito (ouvir que) um homem levar(a) porrada da esposa. A situação piora quando o mesmo homem mete queixa na esquadra contra a esposa, gera até bons e contagiosos risos.
Hoje a mulher já não está unicamente para lavar a loiça como defendem algumas vozes femininistas e todos estamos de acordo. Mas quando é o homem a lavar a loiça é sinónimo de, como se diz "estar a nadar numa boa garrafa de SPIN".
A sociedade que pariu-me como disse, é bastante dividida: O António Músico de apenas 20 anos pode numa boa namorar a DOUTORA Celeste Alfandegária de 45 anos. É aprovado. Aliás, é o amor que supera qualquer tipo de barreiras e quem não assim achar, não passa de um "ultrapassado".
Mas em caso de inversão dos papéis, o António Empresário de 45 anos namorar uma Celeste Qualquer Estudante de 20 anos, manifestamente será a pedofilia a actuar no modo mais desenfreado e passível não só de uma dura sentença social como também legal.
Para a sociedade que infelizmente não tive tempo para escolher senão estaria sem ela, a história da saia curta dificilmente foi engolida no Verão pelo que tornou-se num valor unicamente feminino até porque confessadamente, [JÁ] não tenho nada contra pelo que não deixo de apreciar a sensual beleza externa da mulher.
Duro e gerador de muita tristeza é voltar a engolir a mesma história no Inverno daí que não poucos nesta sociedade tal como eu, não entendermos mais nada e termos todos os motivos possíveis e imaginários para questionar: Afinal querem nos transmitir o quê as saias curtas até debaixo dos 20 graus?
Mas enfim. É a sociedade que pariu-me que de forma pornográfica e inoperante TAMBÉM assinou por baixo que uma discoteca esteja ao lado de um hospital em Maputo a perturbar os que merecem e carecem de sossego.
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