Gabriel Tendai, de 44 anos, lava despreocupadamente, numa bacia plástica, uma quantidade de terra extraída de uma mina no distrito de Manica, no centro de Moçambique, e emociona-se ao avistar uma concentração de ouro.
"Uso mercúrio para capturar a maior quantidade possível de ouro durante a lavagem. É um método [o uso de mercúrio] vantajoso para nós [garimpeiros] porque o rendimento do processamento é maior", disse à Lusa.
Gabriel Tendai mantém segredo sobre a proveniência do mercúrio, veemente combatido pelo governo, devido aos efeitos nocivos.
As autoridades de Manica vão substituir o uso de mercúrio, substância nociva e muito usada por garimpeiros na captura de ouro nos rios da província, por bórax (borato de sódio), cristal solúvel em água e considerado ecologicamente saudável.
Gabriel Tendai mantém segredo sobre a proveniência do mercúrio, veemente combatido pelo governo, devido aos efeitos nocivos.
As autoridades de Manica vão substituir o uso de mercúrio, substância nociva e muito usada por garimpeiros na captura de ouro nos rios da província, por bórax (borato de sódio), cristal solúvel em água e considerado ecologicamente saudável.
"A iniciativa enquadra-se na estratégia (de nível provincial) de eliminação efetiva da aplicação do mercúrio (por garimpeiros) na extracção mineira, sobretudo de ouro, na província de Manica", disse à Lusa Olavo Deniasse, director provincial dos Recursos Minerais de Manica.
O projeto, que será combinado entre o setor dos Recursos Minerais e de Coordenação da Acção Ambiental de Manica, com suporte financeiro do Banco Mundial (BM), em montantes ainda não divulgados, pretende reduzir a contaminação dos rios e assegurar uma mineração sustentável.
A extração desregrada de ouro e com recurso ao mercúrio contribuiu para a poluição de, pelo menos, seis rios. Além de um atentado ao ambiente, a saúde da população, que consome peixe e depende da água para a agricultura, corre sérios riscos.
Em 2011, 11 pessoas morreram no centro de Moçambique, depois de acionarem minas antipessoais, na tentativa de extrair mercúrio, para posterior venda aos garimpeiros.
Outras 25 pessoas ficaram feridas em 13 acidentes com minas, de acordo com dados do Instituto de Desminagem moçambicano (IND).
A polícia moçambicana deteve dois indivíduos em Chimoio, Manica, na posse de quatro granadas que seriam vendidas a 200 mil meticais (5.405 euros) para extracção de mercúrio. Os homens foram condenados pelo tribunal à dois anos de cadeia.
"O facto de não se observarem regras que determinam o exercício da atividade [mineira], os próprios exploradores colocam-se sempre em risco" referiu Olavo Deniasse.
Um manual que deverá servir de guia, sobre boas práticas na exploração mineira, sem que se coloque em causa o ambiente, acaba de ser lançado pelas instituições que patrocinam a iniciativa. São práticas que estão já a ser transmitidas aos garimpeiros.
"Geralmente andamos muito dispersos. Mesmo que estejamos na mesma mina, a atividade é por conta própria. Não sei como será a substituição (distribuição ou venda do bórax), mas parece-me uma iniciativa louvável", observou Gabriel Tendai.
Também para colocar em prática a iniciativa, um grupo de garimpeiros recebeu formação sobre a mineração sustentável, para se garantir a exploração mineira sem danos para o ambiente.
Outro grupo foi enviado para a África do Sul, para apreender técnicas e padrões de segurança na mineração artesanal.
"Uma estratégia do governo é formar os garimpeiros para uma mineração regrada e sustentável, que inclui a construção de bacias (para evitar lavagem do ouro direto nos rios) e munir de motobombas, além de reposição de terra nos buracos", disse à Lusa Natércia Nhabanga, diretora provincial de Coordenação da Acção Ambiental.
Lusa – 29.09.2012
O projeto, que será combinado entre o setor dos Recursos Minerais e de Coordenação da Acção Ambiental de Manica, com suporte financeiro do Banco Mundial (BM), em montantes ainda não divulgados, pretende reduzir a contaminação dos rios e assegurar uma mineração sustentável.
A extração desregrada de ouro e com recurso ao mercúrio contribuiu para a poluição de, pelo menos, seis rios. Além de um atentado ao ambiente, a saúde da população, que consome peixe e depende da água para a agricultura, corre sérios riscos.
Em 2011, 11 pessoas morreram no centro de Moçambique, depois de acionarem minas antipessoais, na tentativa de extrair mercúrio, para posterior venda aos garimpeiros.
Outras 25 pessoas ficaram feridas em 13 acidentes com minas, de acordo com dados do Instituto de Desminagem moçambicano (IND).
A polícia moçambicana deteve dois indivíduos em Chimoio, Manica, na posse de quatro granadas que seriam vendidas a 200 mil meticais (5.405 euros) para extracção de mercúrio. Os homens foram condenados pelo tribunal à dois anos de cadeia.
"O facto de não se observarem regras que determinam o exercício da atividade [mineira], os próprios exploradores colocam-se sempre em risco" referiu Olavo Deniasse.
Um manual que deverá servir de guia, sobre boas práticas na exploração mineira, sem que se coloque em causa o ambiente, acaba de ser lançado pelas instituições que patrocinam a iniciativa. São práticas que estão já a ser transmitidas aos garimpeiros.
"Geralmente andamos muito dispersos. Mesmo que estejamos na mesma mina, a atividade é por conta própria. Não sei como será a substituição (distribuição ou venda do bórax), mas parece-me uma iniciativa louvável", observou Gabriel Tendai.
Também para colocar em prática a iniciativa, um grupo de garimpeiros recebeu formação sobre a mineração sustentável, para se garantir a exploração mineira sem danos para o ambiente.
Outro grupo foi enviado para a África do Sul, para apreender técnicas e padrões de segurança na mineração artesanal.
"Uma estratégia do governo é formar os garimpeiros para uma mineração regrada e sustentável, que inclui a construção de bacias (para evitar lavagem do ouro direto nos rios) e munir de motobombas, além de reposição de terra nos buracos", disse à Lusa Natércia Nhabanga, diretora provincial de Coordenação da Acção Ambiental.
Lusa – 29.09.2012
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