sexta-feira, 21 de setembro de 2012

DOSSIER MAKWAKWA - RENAMO - uma descida ao coração das trevas, de Paulo Oliveira


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Nascido em Lisboa em Setembro de 1959, Paulo 'Makwákwa' Oliveira vai com a família para Moçambique em Agosto de 1960, residindo em Lourenço Marques - Maputo — até Setembro de 1979, altura em que volta a Portugal. Entretanto foi praticante e instrutor de paraquedismo com licença de queda-livre no Aeroclube de Moçambique em 1978 e 1979, e cursou Engenharia Electrotécnica na Universidade Eduardo Mondlane.
Em Portugal integra em Agosto de 1981 a ala externa da Renamo, vindo a assumir, de Fevereiro de 1983 a Março de 1984, o cargo de director da emissora Voz da África Livre, na África do Sul. Vive no mato, com a guerrilha, e em 'departamentos especiais' militares de Pretória ligados à guerra psico­lógica, análise de informação e propaganda.
De novo em Lisboa, no seguimento do Acordo de Nkomáti entre Moçambique e a África do Sul, assume a direcção da revis­ta da Renamo, sendo nomeado porta-voz e delegado do movimento para a Europa Ocidental. Simultaneamente exerce fun­ções de jornalista e colaborador free lancer em diversos órgãos de informação portu­gueses.
Após sete anos de envolvimento com o mo­vimento de guerrilha, abandona a Renamo em Outubro de 1987 por divergências quanto ao excessivo controlo sul-africano e à linha de actuação do grupo. Ainda em finais desse ano edita um primeiro nú­mero de um boletim independente sobre Moçambique e a África Austral. Em 14 de Março de 1988, e contando com uma certa liberalização do regime, regressa a Maputo, onde vive até finais de 1 99 1.
Em Lisboa, a partir de 1992, procede à informatização da embaixada e consula­dos moçambicanos.
Dessa vivência com o movimento de guerrilha compilou o escrito 'Dossier Makwákwa' — Uma viagem ao interior da Renamo.
O relato dos dias que se seguiram após o retorno à capital moçambicana está pa­tente na quarta parte do volume presente: Moçambique 1988-91.
Possuindo alguns conhecimentos e amigos no Cairo e, mais ao norte, no delta do Nilo, em Mahalla al-Kubra, e nos meios árabes da banlieu parisiense, o facto permitiu-lhe arranjar material para um romance de fic­ção — 'Mak: Operação D7' — que classifica como um 'quase-manual de terrorismo', escrito em 1997, e actualmente em fase de ultimação.
Além de programador de computadores, especializando-se na construção de bases de dados e web sites, tem como áreas de inte­resse a Teoria da Informação e a Teoria do Caos, com alguns programas afins desen­volvidos em Visual Basic.

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Assassinatos políticos, terrorismo, massacres, (des) informa­ção, propaganda, rapto de portugueses e soviéticos, contactos com o KGB, a vivência com o presidente da guerrilha Afon­so Dhlakama, execuções sumárias, espionagem, mistério, e traição contínua, incluindo a eliminação dos dois secretários-gerais da guerrilha, em Pretória e Lisboa, pululam nas pági­nas do livro e mostram bem toda uma manipulação inerente aos processos militares e políticos que entranham esse cora­ção das trevas do grande continente negro. E não faltam refe­rências ao sombrio papel desempenhado pelas autoridades e serviços militares de informação portugueses - a DINFO — e os seus agentes no terreno, procurando ombrear com a AMI sul-africana, o BND da Alemanha Federal e outros.
Das matas africanas a acção salta para Portugal e Europa oci­dental, e toda a trama envolvente, redundando quatro anos depois num regresso a Maputo, após a morte 'acidentada' de elementos da delegação em Lisboa, incluindo um antigo em­baixador moçambicano, e o fim misterioso de Samora Machel
— aqui também analisado — e toda a subsequente transforma­ção do regime. Afinal, vai reencontrar um país que nada tem a ver com a terra que antes conheceu, tudo não passa de um tremendo murro nostálgico, numa terra entretanto coberta pelo denso manto da corrupção. Uma cidade cercada pela guerra, entorpecida pelas cálidas águas da baía, e onde não faltam as muitas tentações das sensuais e tórridas mulheres moçambicanas.
Tudo isto jorra impetuosamente no livro, em linguagem escorreita, por vezes ácida, mordaz, a roçar o cinismo. Em suma, um escrito cru, puro e duro.
A óbvia semelhança com pessoas e factos reais nunca é coincidência.
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NOTA: Já à venda nas livrarias e na internet.