terça-feira, 7 de maio de 2019

As parcas palavras do piloto capturado na Líbia: “Jimmy Reis. Portugal. 29 anos”


Destroços do Mirage F1 abatido pelo Exército Nacional Líbio a sul de Tripoli
TWITTER DE THOMAS VAN LINGE (@THOMASVLINGE)

Um avião Mirage, tripulado por um piloto que diz ser português, foi abatido perto de Tripoli. O homem é exibido a ser interrogado num vídeo divulgado nas redes sociais, em que garante ter sido contratado por civis para destruir estradas e portos. Ministério dos Negócios Estrangeiros e Ministério da Defesa estão a investigar a situação

Estará descoberta a identidade do piloto, alegadamente português, capturado na manhã desta terça-feira na Líbia? Num vídeo publicado pelo “The Libyan News Observatory”, o homem, visivelmente debilitado, responde a algumas perguntas dos captores e revela o nome e idade: “Jimmy Reis. Portugal. 29 anos”.
Ao que tudo indica, pilotava um avião Mirage, de fabrico francês, e estaria ao serviço do provisório Governo de União Nacional, sediado em Tripoli. As forças que abateram a aeronave e o capturaram, o Exército Nacional Líbio, procuram entrar na capital e depor o Governo – quiseram por isso saber mais informações.
- Foi-me pedido para destruir estradas e pontes.
- Quem te mandou?
- Contratos com civis.
- Com quem?
- Al Hadi.
- Dá-me o nome.
- Não sei o último nome, é Al Hadi.
Enquanto o homem responde, tentam estancar-lhe uma hemorragia na cabeça. As suas roupas estão rasgadas e há várias manchas de sangue. De qualquer forma, face a imagens anteriores já divulgadas, grande parte do sangue que teria no momento em que foi detido já fora limpo.
O homem responde em inglês, com um sotaque aparentemente norte-americano. Mal abre os olhos, mas não aparenta lesões graves. Foi exibido ao lado de militares, que lhe tiraram várias fotografias entretanto divulgadas nas redes sociais.
O Governo de União Nacional é provisório e reconhecido pelas Nações Unidas, enquanto o Exército Nacional Líbio é uma facção armada anti-islamista liderada pelo marechal Khalifa Haftar. As suas forças estão concentradas no leste do país e têm avançado em direção a Tripoli. Têm sido travados combates a sul da cidade.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Ministério da Defesa, contactados pelo Expresso, estão a investigar a situação mas não têm informação a acrescentar.

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