PRESIDENTE TRUMP
O presidente dos EUA reforça que tem poderes para aplicar o perdão sobre si próprio caso se prove alguma ligação na alegada ingerência russa nas eleições. "Mas porque haveria de fazê-lo?", questionou.
Os advogados de Donald Trump já tinham deixado a opção em aberto quando lembraram que o presidente norte-americano tem plenos poderes para se absolver caso surja alguma prova que o ligue às alegadas interferências russas nas últimas eleições. E, se dúvidas ainda existissem, o próprio Trump deixou um novo esclarecimento no seu canal favorito: a conta de Twitter.
“Como já vários juristas explicaram, eu tenho o direito absoluto de me PERDOAR a mim mesmo, mas porque haveria de fazê-lo quando não fiz nada de errado?“, escreveu o presidente norte-americano, reforçando de novo a sua inocência no caso que se mantém sob investigação. Entretanto, adiantou no mesmo comentário, “a interminável caça às bruxas, liderada por 13 democratas (e outros) muito zangados e conflituosos, continua!“.
A justiça norte-americana mantém sob investigação uma alegada ingerência da Rússia nas eleições de 2016, em que Donald Trump bateu Hillary Clinton na corrida à Casa Branca, e eventuais obstruções à justiça do chefe de Estado.
No último domingo, Rudy Giuliani — antigo mayor de Nova Iorque e um dos mais recentes reforços de peso na equipa de advogados do presidente norte-americano, colocou a possibilidade de auto-absolvição em cima da mesa para, na mesma ocasião, defender que esse não seria o caminho seguido por Trump. veio afastar esse cenário. Poderia fazê-lo, sim, mas “não tem qualquer intenção” de aplicar esse poder a si mesmo, referiu. O próprio Giuliani acredita mesmo que seria um erro colossal se o presidente dos EUA decidisse aplicar esse perdão sobre si próprio. “As ramificações políticas” desse passo “seriam duras”, reforçou, e poderiam mesmo “abrir a porta a um processo de impeachment”, acrescentou.
O tweet de Trump surge menos de 24 horas após as declarações de Rudy Giuliani. Numa outra mensagem, o presidente norte-americano acrescentou que considera o processo do “procurador-especial” — neste caso, Robert Mueller — totalmente inconstitucional.
Um post em que a imprensa norte-americana não ignorou o ligeiro erro ortográfico, ao aparecer “Councel” em vez “Counsel” e sobre o qual defende uma posição contrária à do presidente dos EUA. “Qualquer ação iniciada por um procurador do Departamento de Justiça — como foi o caso de Mueller — ou pelo Congresso é perfeitamente legal”, refere a NBC.