sábado, 3 de fevereiro de 2018

Polícia humilha e "reeduca" mulheres transgénero, intensificando repressão a pessoas LGBT



Doze mulheres transgénero foram despidas em público em Aceh, foi-lhes cortado o cabelo e foram obrigadas a gritar "como homens" enquanto eram filmadas. Jacarta lança investigação, mas muçulmanos de Aceh manifestam-se contra "população desviante crescente".



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Na semana passada, a polícia da província indonésia de Banda Aceh juntou um grupo de 12 mulheres transgénero que trabalhavam em salões de beleza da região e forçou-as a despir-se e a cortar o cabelo em público. Foram depois detidas e terão passado por um processo que a polícia considerou ser de “reeducação”. Desde então, vários cidadãos transgénero estão a fugir de Aceh, relata oGuardian, e se Jacarta lançou uma investigação aos abusos, houve também já manifestações de muçulmanos locais contra essa investigação.
Vários vídeos da detenção e humilhação pública das 12 mulheres circulam via internet. Neles são visíveis vários homens que gritam, filmando com telemóveis, enquanto alguns polícias fardados e até mesmo de rosto tapado vedam o que parece ser a porta de um estabelecimento comercial em torno de uma mulher que é rodeada pelos transeuntes e depois encaminhada para um local onde, passando o vídeo a uma sucessão de fotografias, se vêem várias pessoas deitadas num relvado e várias pessoas sem camisola, agachadas no chão, e o cabelo de uma delas é cortado. Tudo durante a noite, num incidente cujos contornos foram confirmados e detalhados pela polícia.
Segundo escreve a correspondente do diário britânico The Guardian na capital indonésia, foram depois obrigadas a vestir roupas masculinas, a fazer exercícios como flexões e abdominais e a gritar e falar com tons masculinos. O canal australiano ABC mostra um vídeo em que um polícia é ladeado por várias pessoas de camisa branca e cabelos curtos que gritam “como homens” – são palavras do responsável da polícia, que enviou ele próprio as imagens ao canal do país vizinho. O vice-comissário da polícia de Aceh, Untung Sangaji, explicou então ao canal: “Mudámos-lhes as roupas. Estavam a usar vestidos. Comprei-lhes camisas e disse-lhes para gritar. Primeiro soavam femininos, mas depois soam melhor”. Depois, acrescentou, “o nosso imã deu-lhes um sermão”.
Fontes próximas dos detidos disseram ao Guardian que as mulheres foram também espancadas, nuas, pela polícia, e que estão traumatizadas após terem sido postas em liberdade. As mulheres foram libertadas dia 28, sem terem sido acusadas de qualquer crime, indica a Amnistia Internacional da Indonésia, cujo director, Usman Hamid, criticou as rusgas, enquadrando-as como uma de várias formas de perseguição aos cidadãos transgénero e LGBTI no país, perseguidos “só por serem quem são”.
“Cortar o cabelo das pessoas detidas para as ‘tornar masculinas’ e forçá-las a vestir-se como homens são formas de humilhação pública e constituem um tratamento cruel, desumano e degradante”, disse em comunicado, em que classifica o sucedido como uma “clara violação dos seus direitos humanos.”
O acto da polícia de Aceh, região conservadora, surgiu na mesma semana em que o Parlamento indonésio propôs que seja criminalizado o sexo homossexual e extraconjugal. Aceh é uma província semi-independente e desde 2003 instituiu que uma forma da lei islâmica, a sharia, vigora na região. Em Aceh, a homossexualidade é ilegal e os activistas LGBT são alvo de perseguição. Já ocorreram ataques de grupos organizados a hotéis e outros locais onde estão reunidos cidadãos transgénero e que são depois levados às autoridades.
O comissário Sangaji, detalha a ABC australiana, é um herói local desde os atentados de 2016 e justificou a rusga como sendo melhor para as visadas, “em vez de serem atacados e incendiados” por organizações fundamentalistas como a Frente de Defesa Islâmica. As rusgas aconteceram porque houve queixas de pais por os seus filhos visitarem salões de beleza geridos por mulheres transgénero. “Apanhamo-los e reeducamo-los”, diz Untung Sangaji, que explicou aos jornalistas que tinha discutido as rusgas com líderes religiosos islâmicos. "As pessoas não querem que a população travesti [sic] cresça como noutras zonas"; "Aceh, como a veneranda Meca, é o barómetro para o islão na Indonésia", referiu, dizendo ter de respeitar os ditames religiosos e "evitar uma população desviante crescente".
Perante a reacção da opinião pública à perseguição às mulheres transgénero, que segundo activistas locais se vão manter agora escondidas por medo de retaliações e abusos, o porta-voz da Polícia Nacional indonésia informou que está em curso uma investigação aos agentes envolvidos na rusga. Sexta-feira, houve uma manifestação com a participação de vários grupos muçulmanos em Aceh contra a intervenção da polícia de Jacarta – “Não odiamos as pessoas LGBT, mas o que odiamos é o seu comportamento”, gritava o governador de Aceh, Irwandi Yusuf, na manifestação. No protesto, sobretudo pacífico segundo o canal norte-americano ABC, queimaram-se ainda assim algumas efígies; os cartazes reclamavam em inglês: “LGBT não é a sabedoria local de Aceh”; “Libertem Aceh de travestis”.  
Em Maio de 2017, dois homens homossexuais foram açoitados 83 vezes em público com canas; segundo a Human Rights Watch, só no ano passado foram feitas 300 detenções de pessoas LGBT nas suas casas, hotéis ou locais de diversão. 



Dora VanDura Esperem sentados que a ritinha da Capazes já vos vai ajudar à distância do seu estaminé e mais as crianças que são obrigadas a prostituirem-se, são vendidas pelos pais, violadas...os #metoo deste mundo vão já, também ajudar as mulheres iranianas que são obrigadas a esconder-se atrás do jihab e todos os desgraçados que sofrem verdadeiros atentados aos direitos e integridade humana! Ah espera estes países são pobres e desgraçados nas mãos de ditadores, dá muito trabalho, é melhor ficarem em Hollywood para não partirem as unhas!
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Cláudio Gomes Perfeito. Eu não diria melhor, apenas acrescento que é muito fácil berrar por mais direitos em países onde já existem direitos, mas são nestes países onde não existem direitos que estas pessoas realmente precisam de ajuda.
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Dora VanDura Cláudio Gomes Diria mais: As elites caviar com os seus mimados protestos de cu alancado na riqueza, aumentam o fosso de diferença e fazem ruído que desvia a atenção dos verdadeiros problemas, inventando outros onde não existem! O método da Propaganda, a apologia da anulação, formatação e alienação! Sem responsabilização, seremos cada vez menos livres e mais domináveis!
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Alberto Gomes A indonésia é um país maioritariamente muçulmano que os anti-brancos que promovem a imigração invasora da Europa gostam de dar como exemplo de «país tolerante» e «respeitador das minorias»! A realidade não é politicamente correcta!
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André Filipe O maior país islâmico do Mundo 😂
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Nad Ine Indonésia: prostituição infantil? Na boa. Paneleirices é que não!!!!!
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Maria João de Carvalho A religião islâmica incentiva a pedofilia!
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André Filipe Eles dizem que seguem o seu profeta
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Rui Vaz Chegaram os do costume com memória selectiva. Os padrecos católicos gostam pouco gostam.
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André Filipe Padres não são profetas os católicos não seguem os padres e tem muito ateu que também é muda o disco que esse já está riscado
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Maria João de Carvalho Rui Vaz não se trata de memória e muito menos seletivas, trata-se de uma realidade. Pedófilos infelizmente existem até em ateístas, mas esta é a única religião do mundo (que eu conheço) que INCENTIVA!!!
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Nad Ine Não discutam pessoal, todas as religiões são merda. Same shit, different smell.
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Maria João de Carvalho Nad Ine verdade! A religião sempre foi o bode expiatório para atrocidades humanas!
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Luis Filipe Os hipócritas da religião, depois, debaixo do pano vale tudo.
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Rui Vaz Vamos lá aproveitar esta triste situação para mais uma vez mostar a xenofobia latente.
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Matias Rui Miguel Espero não estar a dizer nenhum disparate nem quero induzir em erro mas penso que é um problema hormonal. É irreversível
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Ricardo Fernandes Felizmente, a ignorância não!! Pode ser tratada. Alegre-se!!
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Matias Rui Miguel Não é um problema hormonal? Então o caso muda de figura
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Fernando Rodrigues Problema hormonal?
Nao diga diga disparates sff.
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Ricardo Fernandes Matias Rui Miguel, primeiro não é um problema. É uma expressão da diversidade humana. Ñ há um factor isolado que contribua p/ isso.
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Matias Rui Miguel Escute eu dou-lhe um exemplo muito concreto. Antigamente havia os contratenores ' castrati'. Eram crianças que como o próprio nome indica foram castrados. Uma hormona que produzida nos testículos que influencia o crescimento da laringe. Quando eram castradas a laringe não desenvolvia, daí o ' falsete', isto é, uma voz equiparável às das mulheres. Isto poder-nos-ia abrir caminho para um estudo mais aprofundado
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William De Freitas Nao é hormonal, é mesmo mental 😂😂😂
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Jorge Silva Segundo a OMS é um transtorno mental ... pelo menos para já !...
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Matias Rui Miguel É a opinião também do nosso Gentil Martins mas foi muito criticado por outros conceituados. Não há um consenso
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Mário Dinis Rocha O problema do século e saber lidar com tudo isto...enfim....
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Rui Tavares Reeduca ❤️ como o ser humano, regra geral, é tão ignoratezinho ❤️
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Maria João Lynce São mulheres, são pessoas, e isto é tudo horrível.
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Raquel Ferreira da Silva Triste mundo este... casam crianças e depois fazem disto...
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António Rios Indigno de um Estado de Direito.

Indonesia: Police arrests and attempts to ‘re-educate’ transgender people must end

Reacting to the Indonesian police’s arrest of 12 transgender people in North Aceh on 27 January, while forcefully cutting their hair to “make them masculine” and shutting down beauty salons where they work, Amnesty International Indonesia’s Executive Director Usman Hamid said:
“The latest raids on beauty salons are just the latest example of the authorities arbitrarily targeting transgender people simply for who they are. Despite them having committed no crime, Aceh has become an increasingly hostile place for LGBTI people.
“Cutting the hair of those arrested to ‘make them masculine’ and forcing them to dress like men are forms of public shaming and amount to cruel, inhuman and degrading treatment, in contravention of Indonesia’s international obligations. This is part of a long-standing pattern of harassing and discriminating against LGBTI people in the region that must stop immediately.”
The police released all the transgender people on 28 January without any charges. The local police chief told media that they detained the transgender people for an “education” program in order to make them “normal” men.
“The police’s so-called ‘re-education’ of transgender people is not only humiliating and inhumane, it is also unlawful and a clear breach of their human rights. Such incidents must be promptly and effectively investigated,” said Usman Hamid.
“In Aceh, it is not only transgender people who face harassment, intimidation and attacks – all LGBTI people are at serious risk of such treatment. Such attacks must be stopped immediately and authorities must treat all people in Aceh equally before the law. Police are there to protect everyone, not to humiliate them and violate their rights.”
Background
On 27 January, police in North Aceh arrested 12 transgender people and closed down five beauty salons where they work after local people complained about their activities. The police also cut their hair and forced them to wear men’s clothes during the raids.
This incident took place just weeks after local people and mass organizations raided a hotel and handed over six transgender people on 17 December 2017 to law enforcement agencies after they received information that a transgender beauty contest was taking place, an act they claimed violated Shari’a law in Aceh.
In another violation of the absolute prohibition of torture and other cruel, inhuman and degrading treatment, in May 2017, two men were caned 83 times each in public after being convicted by the Banda Aceh Shari’a Court of consensual same-sex sexual relations (liwath) under the Aceh Islamic Criminal Code. Although Shari’a bylaws have been in force in Aceh since the enactment of the province’s Special Autonomy Law in 2001, and are enforced by Islamic courts, this was the first time that gay men had been caned under Shari’a law in the province.
LGBTI groups also face prosecution in other regions in Indonesia. On 25 May 2017, 141 men were arrested in North Jakarta by local police after attending what police described as a “gay sex party”. The next day the police released 126 men, but charged 10 of them with providing “pornography service” under Law No 44/2008 on Pornography.
With the exception of Aceh, consensual same-sex relations are not treated as crimes under the Indonesian Criminal Code. However, in addition to the already hostile environment for LGBTI people in Indonesia, a group of legislators in the House of Representatives have introduced a proposed amendment to the criminal code that would criminalize same-sex relations.

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