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Randall Margraves pediu cinco minutos a sós com o "demónio" Larry Nassar. Como a juíza disse que não, o pai de três jovens abusadas pelo ex-médico tentou agredi-lo. Foi travado à força.
O episódio aconteceu esta sexta-feira durante mais uma audição no tribunal do condado de Eaton, Michigan, quando o ex-médico da seleção de ginástica norte-americana ouvia novos depoimentos contra si. Randall Margraves, pai de três jovens que abusadas por Larry Nassar, tentou atacar o antigo médico em plena sessão do tribunal, mas foi imediatamente travado pela segurança.
Admitindo ser um “pai perturbado” pelo que aconteceu às suas três filhas, Randall começou a insultar o médico em pleno tribunal. Como a juíza Janice Cunningham lhe pediu para não usar aquela linguagem , o pai das três jovens (duas delas estavam ao seu lado, a testemunhar contra o médico) fez um pedido à juíza:
Quero pedir, como parte da sentença, que me garantam cinco minutos numa sala fechado com este demónio”, disse. A juíza não acedeu, por isso fez nova tentativa: “Dá-me apenas um minuto?”
“Não é assim que o nosso sistema de justiça funciona”, limitou-se a responder a magistrada. Só que Randall Margraves não se ficou: “Tenho de ir lá na mesma”. E imediatamente correu na direção de Larry Nassar.
A segurança, contudo, caiu imediatamente em cima do homem, não o deixando chegar a Nassar. O aparato foi grande, com a procuradora-adjunta Angela Povilaitis a criticar a atuação do pai das jovens: “O que está a fazer é mostrar que ele tem poder sobre nós”, disse. Mas enquanto Margraves era retirado da sala, algemado, ainda teria tempo de explicar: “A senhora não passou por isto”.
As filhas, Lauren e Madison Margraves, testemunharam esta sexta-feira no tribunal contra o antigo médico. De acordo com a CNN, antes de o pai entrar na audiência, tinham detalhado emocionalmente a forma como Larry Nassar abusou sexualmente delas sob o pretexto médico. Antes, outra filha de Margraves já tinha testemunhado no mês passado, no condado de Ingham, no âmbito do julgamento que ouviu 156 raparigas e que culminou numa sentença de 175 anos de prisão.
Depois dessa sentença surgiram mais dezenas de mulheres a relatar os mesmos abusos, pelo que as audiências retomaram, agora no condado de Eaton.