É uma das mais oportunistas aves que nidificam em Portugal. Agora, os cientistas acreditam que o milhafre-preto espalha incêndios para caçar as suas presas.
É uma descoberta científica com implicações diretas na paisagem portuguesa. No final de 2017, o Journal of Ethnobiology divulgou um estudo feito por geógrafos, biólogos e antropólogos das universidades de Sidney, na Austrália, e da Pensilvânia, nos Estados Unidos, provando a existência de três espécies de aves que espalham o fogo e criam novos focos de incêndios.
Entre elas está o milhafre-preto, comum em Portugal.
O Milvus migrans, comummente conhecido como milhafre-preto, ocorre em todo o país.
O estudo partiu da crença dos povos aborígenes do norte da Austrália na existência de aves que transportam fogo. Criando pequenos fogos de incêndio e montando um sistema de videovigilância, os cientistas foram capazes de determinar que há pelo menos três espécies de rapinas a usar o fogo para seu proveito.
São o falcão castanho (Falco berigora), o milhafre-assobio (Haliastur sphenurus) e o milhafre-preto (Milvus migrans). Os dois primeiros ocorrem sobretudo no sul da Ásia e na Oceânia, mas a última é comum em todo o território português.
O milhafre-preto mergulha para apanhar galhos incandescentes e depois lança-os sobre zonas secas, ateando novos focos de incêndio.
A técnica usada pelas três rapinas é semelhante. Mergulham para apanhar galhos incandescentes e depois lançam-nos sobre zonas secas, ateando novos focos de incêndio. Com isso, fazem com que as potenciais presas fujam para campo aberto, facilitando a caça.
Não é incomum ver um milhafre-preto a patrulhar as estradas portuguesas. São aves comuns, tidas como caçadoras, pescadoras, necrófagas e oportunistas.
O milhafre-preto é uma ave de rapina migratória que marca presença em Portugal entre março e agosto.
É também uma ave migratória, sendo comum encontrá-la nos céus portugueses entre março e agosto, podendo prolongar a estadia se os dias estiverem quentes.
Bastante frequente no interior alentejano e no centro do país, é uma das rapinas de médio porte mais constantes na paisagem portuguesa. Está presente na época de incêndios e, percebe-se agora, é bem capaz de ajudar a espalhá-los.
Ocorre em todo o país, com particular incidência no interior alentejano e na região Centro.
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