sábado, 17 de fevereiro de 2018

MITADER "PONTAPEA" A LEI

MITADER "PONTAPEA" A LEI
É notícia que o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) pretende reverter a favor do Estado moçambicano terra que considera ociosa. Esta medida, que colhe aplausos entre os "incautos", pode, no entanto, significar violação gravosa da lei.
Detenhamo-nos, primeiro, no âmbito da competência do MITADER sobre a terra, que salvo melhor opinião, incidirá sobre a terra fora do domínio dos municípios. Locais esses onde será sempre necessário atender a uma realidade, a das comunidades locais, cujos Títulos de Uso e Aproveitamento de Terras, resultante de igual direito, não estão sujeitos ao regime geral do prazo (de 5 anos), dito pelo nº 2 do art. 17 da Lei n 19/97, de 1 de Outubro, a Lei de Terra. Logo, parece crível que não pode aquele Ente determinar a reversão que pretende nestes domínios, salvo nos casos de expropriação, cominada com a justa indemnização. E uma coisa é certa, comunidade local não é só aquela que vive permanentemente na comunidade... (ademais, nos casos de terra destinada a agricultura, em tempos de seca e, ou de excesso de chuvas, em que a mecanização não é realidade objectiva, pode ser necessário atender a alguma excepção de cumprimento do prazo...). Além do que a transmissão do direito de uso, no regime de comunidades locais, pode significar, também, que o regime do nº 2 do art. 17 da Lei se mantenha vigente com a transmissão.
Por outra banda, a actuação do MITADER não pode ser ao desprazer, terá sempre de ser fundamentada, nos termos da Lei nº 14/2011, de 10 de Agosto, com espaço, sempre, para que os visados possam graciosa ou contenciosamente atacar tais decisões, portanto susceptíveis, sempre, de recurso, o que não dá azo para qualquer vanglória como pretende a "máquina de propaganda" daquele ministério transmitir.
Sobre o que aqui se diz, pode, querendo o Ente, consultar o Acórdão no 4/CC/2016 de 1 de Setembro, do Conselho Constitucional, para, querendo também, conformar a sua actuação com a lei.
A guisa de conclusão, vale recordar que nos nossos municípios reina uma mania de desanexar lotes de terra de forma bruta e ilegal... alertando-se aos visados, principalmente os que tiverem sido vítimas a partir de 1 de Setembro de 2016, que podem atacar tais desanexações, mormente quando sem fundamentos e notificação, porquanto as mesmas podem ser inconstitucionais e ilegais.
p.s.1 em tempos idos, certo compatriota, então ministro, viu sua carreira "acabada" por ideias de "revoluções" a volta da terra... ao compatriota e camarada Hélder Muteia vai um abraço.
p.s. 2 a terra foi uma das razões da luta pela independência nacional...
Comentários
Bitone Viage Lembro que o Benny Matchole Khossa ter também levantado essa questão em meio de um grupo onde os aplausos pela decisão iam aumentando.
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Dino Foi Mas afinal o director nacional de assuntos jurídicos não tem um doutoramento em direito?!
Vocês juristas eu não vos entendo, juro.
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Bitone Viage Se é esse que estou pensando, ele já não é Diretor daquele Gabinete.
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Dino Foi Bitone Viage : ando distante irmão. Um machambeiro não tem tudo o que acontece na cidade! Obrigado
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Bitone Viage Hehehehe eu sei mano Dino Foi, agora ele está no FNDS, saiu de lá no ano passado.
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Eduardo Tamele Quando a Política se acha que pode se sobrepor ao Direito, muita coisa ruim acontece... 
Existem muitos Zumas na Pérola do Índico.
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Manish Cantilal S vce anda distante Bitone Viage anda onde?
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Dino Foi Manish Cantilal : Bitone está mais informado que o director de inteligência do SISE!
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Gosto
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Manish Cantilal Eu ja disse varias vzx, agora quase tenho certeza. P alem d informacao de acontecimentos ate posicoes de quadros conhece.
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Egidio Vaz Parabéns Isalcio por nos oferecer uma opinião alternativa. Nesse caso concreto, ainda o estado deve se esclarecer.
Mas estou habituado a certos simulacros. Pode estar em causa uma terra qualquer algures... Que deve ser "revertida ao estado". Depois a campanha acaba
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Antonio Rangel Ya! O senhor fala.... kkk
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Dino Foi Bwakakakaka.
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Responder9 h
Damiao Cumbane A lei estabelece mecanismos de Revogação de DUAT e creio que será nesse contexto que as coisas vão ocorrer. Igualmente, creio que a terra visada não é a das comunidades locais ou simples camponeses. Neste país há milhões de hectares que simplesmente se tornaram em objectos de adorno. É terra concessionada mediante autorização legal, para certos fins entretanto, vicissitudes supervenientes ditam para que os seus titulares não consigam levar avante os seus propósitos e ficam com extensaas areas sem nada para fazer. 
Por exemplo, a minha experiência me permite dizer que muitos dirigentes e não só, quando chegam ou chegassem ao poder, à custa das viagens de trabalho suportadas pelo Estado, chegam o chegavam nas provincias ou distritos, cubiçavam terras férteis e as requeriam. Os DUATs saíam. Tempos depois cessva funções e ja nem tem como viajar para ir cuidar da sua área. 
Quem viaja pelas províncias sabe de que estou a falar.... principalmente o Dino Foi que anda na agricultura. Tenta mexer uma mata, dizem-te logo que esta área é do chefe A, B, ou C que estão em Maputo. Alguns destes já nem se recordam que em cada Província ou Distrito requereram e têm DUATs.
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Egidio Vaz Obrigado. Uma clarificação paciente porém exaustiva. O seu comentário robustece o post do Isalcio, na medida em que separa os objectos passíveis de serem expropriados.
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Isalcio Mahanjane Damiao Cumbane, terá de ser por aí... mas mesmo assim, haverá que comunicar aos visados para que em prazo legal, querendo, se ponham a revogação... ta qual alude o Acórdão citado...
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Isalcio Mahanjane E por outra, porquê retirar e não sensibilizar para o uso primeiro?
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Antonio Lourenco Junior As expropriacoes, revogacoes de Duat's tem sido cirurgicas e direccionados tanto nas autarquias como nas areas sob jurisdicao de outras entidades. Creio que, seria estranho que assim nao fosse, o Mitader conhece o ambito das suas atribuicoes e os seus limites. Contudo abstendo-me dos aspectos juridico-legais, importantes, diga-se de passagem, conheco dezenas de milhares de hectares ferteis, em posse de 'gente" que nada faz e nem para a agricultura esta virado mas, apenas a espera duma boa oportunidade de negocio. Se a medida incidir sobre esses, sim, o meu aplauso sera enorme, porem, se for para despojar as comunidades ai, a coisa fia fino. Creio que o cumprimento da lei ou a exigencia do seu cumprimento nao pode ser feita por campanhas mas de forma sistematica, organizada e transparente atraves de accoes inspectivas regulares. Triste quando se tem grandes "territorios' ocupados e nao explorados a espera da especulacao.
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Joaquim Gove Entendi patavina, principalmente no que tange à indícios e tampouco evidências de "PONTA PÉS"... Muito doutorisse de leis, isso vi bem e ainda perdi tempo lendo com gosto para ver onde há chute na lei.
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Isalcio Mahanjane Como sabe, não há agrado que chegue para todos, mas folgo que alguns tenham entendido e que se tenha forjado debate por conta do que não entende... abraço e bom sábado.
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Eduardo Tamele A ignorância da Lei não justifica patavina. 
Em direito criminal o princípio diz: - "a ignorância da Lei não exime ninguém das suas responsabilidades".
Conhece a Lei, deve cumprir, se não conhece, também deve cumprir.
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Sérgio Gimo Parabéns Doctor Isalcio Mahanjane pela aula de sapiência, valeu a pena ler até ao fim.Há que clarificar as competências do MITADER.
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Júlio Mutisse Eu acho que esta questão está a ser tratada, desde o seu anúncio, de muito ânimo leve. Não estou a imaginar o MITADER a ir a MADZUKANE retirar terra daquelas gentes. Mas, diferente, é a situação do cidadão Isalcio Mahanjane, Júlio ou Dino Foi que receberam e foram lhes concedidos DUATS para certa actividade não implementada nos prazos legais. Me pareceu que esses são os destinatários desta acção e não acho que devam ficar fora do crivo fiscalizador do Estado.
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Dino Foi Terra ociosa existe e sem dono. Há 3 anos que espero 400 hectares que me dariam um acesso directo à estrada de Nova Sofala saindo da minha Farma em Buzi e nada.
Vamos gerir processos irmãos .
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Júlio Mutisse Outro problema é esse Dino. Saltamos para o Rovuma sem ver o que há entre o Maputo e o tal. No meio há muito trabalho por fazer que ninguém faz. O MITADER tem muito a fazer no cadastro da terra e sua gestão
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Isalcio Mahanjane É essa terra que quero...😎
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Júlio Mutisse Culpa da fraca capacidade de comunicação das nossas instituições
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