Supostos membros das Forças Governamentais atacam casa de jornalista em Catandica |
Escrito por Redação em 08 Dezembro 2016 |
Pelo menos oito homens mascarados e munidos com armas de fogo, que se identificaram como sendo membros das Forças Governamentais, invadiram na madrugada desta quarta-feira (07) a residência do John Chekwa, jornalista e delegado da Rádio Comunitária Catandica, no distrito de Báruè, na província de Manica. Na sua ausência do profissional da comunicação social o seu filho adolescente, e um amigo deste, foi violentado.
O grupo de homens chegou a habitação, localizada no bairro Expansão Mugabe, quebrou a luz exterior e arrombou a porta principal. “John Chekwa está onde você, está aonde?”, gritava um dos invasores enquanto vasculhava as divisões da casa, relatam duas testemunhas que na altura encontravam-se no local, o filho do jornalista e um amigo, ambos de 15 anos de idade.
De acordo com os rapazes os homens, que declaram serem membros da unidade das Forcas de Intervenção Rápida, o ramo paramilitar da Polícia da República de Moçambique, espancaram-lhes e ameaçaram-lhes de morte caso não revelassem o paradeiro do profissional da comunicação social.
“Podemos matar aqui ou no matador” vociferou um dos atacantes que acrescentou estarem ali “a cumprir com a sua missão”. Os homens estavam munidos de armas que, segundo as testemunhas, eram metralhadoras “tipo essas da polícia”.
Ambos adolescentes foram amarrados e colocados fora da residência sob a guarda do motorista do grupo, que durante o período que esteve no local comunicou-se em várias ocasiões através de um rádio. Eles faziam-se transportar numa viatura de marca Mahindra, cor preta, onde estavam outros civis, aparentemente também violentados.
John Chekwa é um profissional da radio quem ao longo da sua carreira, de várias décadas em Catandica, tem procurado fazer jornalismo, reportando os dramas sociais, económicos, a vida da Região e arredores. Tem sido um incansável difusor de práticas de boa governação, apontando as responsabilidades que os políticos locais deviam assumir o que lhe tem valido ameaças à sua integridade física por parte das estruturas locais que já o processaram judicialmente e, em outras ocasiões, tentaram silenciar-lhe encerrando a pequena rádio comunitária.
Chekwa é apontado pelos responsáveis do partido Frelimo no município como o responsável pelas derrotas eleitorais naquele município do Centro de Moçambique.
Os homens armados além de violentarem os adolescentes apoderaram-se de vários bens que existiam na residência: um televisor, um decoder de sinal de televisão via satélite, um leitor de dvd, dois computadores, um laptop, dois telefones celulares, uma impressora, um sistema de banco de dados, uma câmera de vigilância, uma câmera digital, gravadores, ventoinha, dinheiro no valor de 6 mil meticais, pastas com vários documentos.
Entretanto os rapazes conseguiram escapar dos seus algozes após uma das vítimas ter saltado da viatura e atirado uma pedra que atingiu a cabeça do motorista.
Os dois jovens refugiaram-se num local seguro, na companhia do jornalista, mas além do pânico da situação que viveram não estão bem de saúde.
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Mugabe saúda população por suportar dificuldades económicas
O presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, elogiou, na última terça-feira, a coragem dos seus compatriotas que “sofrem dificuldades económicas” há vários anos, numa rara referência à grave crise que o país enfrenta desde início dos anos 2000.
Durante o seu discurso anual à nação no Parlamento, Mugabe “saudou” o povo zimbabweano que “suportou todos os tipos de dificuldades económicas desde que se lançou a reforma agrária”.
No início dos anos 2000, o Chefe de Estado lançou uma reforma agrária visando redistribuir as terras de milhares de fazendeiros brancos para 300 mil zimbabweanos.
Esta reforma precipitou a crise no Zimbabwe, anteriormente considerado de celeiro de África, arruinando a sua agricultura.
“Quero saudar” os zimbabweanos “pela sua resiliência e exorto-vos a preservar a paz e a tranquilidade, que muitos nos invejam”, lançou perante os parlamentares.
Durante o seu discurso de 30 minutos, Mugabe elogiou igualmente as forças de segurança: “agradecemos também as nossas forças pelo ambiente de paz que estamos a beneficiar”.
No Zimbabwe, a entrada em circulação na semana passada dos “títulos de obrigação” indexados ao dólar norte-americano, fez ressurgir na população o espectro da hiper-inflação dos anos 2000.
Daviz Simango defende eleições de governadores provinciais em 2019
O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) voltou, ontem, a defender a necessidade de revisão da Constituição da República, de forma a viabilizar a eleição dos governadores provinciais.
Simango, que falava na cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia, explicou que nada justifica que as províncias tenham “governadores telecomandados” de Maputo pelo Governo Central, que, no entanto, não conhece nem compreende os problemas da base.
Simango foi mais longe ao considerar absurdo que os governadores províncias cheguem aos respectivos cargos pela indicação e confiança política, quando, na verdade, nem sequer são oriundos das províncias para onde geralmente são indicados.
O político entende que, a acontecer a eleição dos governadores provinciais, em 2019, os mesmos devem ter poderes absolutos para a indicação dos administradores distritais e de toda a máquina governativa.
“A revisão da Constituição é algo pontual, tendo em conta que temos que ser flexíveis na descentralização efectiva. Queremos eleições locais para escolher pessoas locais para solucionar os nossos problemas”, disse, deixando pelo meio críticas aos “excessivos poderes do Chefe de Estado”.
O presidente do MDM falou, igualmente, da actual instabilidade política que o país vive. Para Simango, a mesma visa retardar o desenvolvimento, desde o político até ao económico, por isso, critica os dois beligerantes, considerando-os protagonistas do sofrimento do povo nas zonas de conflito armado.
Bloqueados mais de cinco milhões de cartões por falta de registo
As três operadoras de telefonia móvel em Moçambique bloquearam 5,7 milhões de cartões SIM, com efeito a partir de 1 de Dezembro corrente, por falta de registo, escreve a AIM.
O director dos Serviços Postais e Telecomunicações, no Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM), Massingue Apala, disse que, no período que antecedeu a data limite (1 de Dezembro), foram registados mais de dois milhões de cartões SIM, de um total de sete milhões em situação irregular.
Apala, que falava em conferência de imprensa havida ontem, em Maputo, esclareceu que o bloqueio não significa que os clientes não poderão usar os seus cartões, o facto é que só poderão fazê-lo depois do registo, que é feito nas lojas das operadoras.
“Temos neste momento 12 439 070 cartões SIM bem registados”, disse Apala, para de seguida acrescentar que “ainda faltam 5 727 292 cartões por registar”.
“O objectivo deste processo de bloqueio é de promover o uso responsável dos telefones e assegurar a protecção dos cidadãos”, explicou.
Apala destacou que muitos cidadãos usam o telefone para desfrutar de muitos outros serviços, tais como comércio, recepção e envio de valores monetários, entre outros.
“Trata-se de um processo irreversível. Aliás, o processo teve início em 2010, pelo que os utentes já tiveram tempo mais que suficiente para registar os seus cartões SIM”, disse.
Para os que ainda não fizeram o registo, Apala disse que o processo continua e que, para o efeito, são exigidos documentos pessoais. Na falta de documentos, basta a apresentação de duas testemunhas.
O registo é feito mediante o preenchimento de um formulário, ao qual se juntam os documentos exigidos para o efeito. “O processo de registo só se torna efectivo depois de os técnicos lançarem os dados na base electrónica”, explicou Apala.
A fonte reconheceu que, durante o processo, houve erros que levaram ao bloqueio de cartões com registo completo, por isso, os técnicos estão a trabalhar no sentido de resolver a situação. Entretanto advertiu que não basta fazer o pré-registo, é necessário que os dados do utente constem da base de dados electrónica.
O director dos Serviços Postais e Telecomunicações aproveitou a ocasião para salientar que o registo é gratuito e convidou os cidadãos a denunciar às autoridades competentes os casos de cobrança ilícita.
Criado novo grupo de trabalho para elaborar projecto de descentralização
As delegações do Governo e da Renamo na comissão mista para o diálogo político decidiram, ontem, criar um novo grupo de trabalho para elaborar os princípios sobre a descentralização, que continua a dividir profundamente as duas partes.
A informação foi anunciada pelo chefe da delegação do Governo, Jacinto Veloso, no final de mais uma sessão da comissão mista. Veloso disse que o grupo será responsável pela elaboração, em tempo curto, de um documento com a “filosofia e os princípios que devem ser observados na elaboração da legislação sobre a descentralização de Moçambique”.
A fonte disse, ainda, que “este grupo vai ser designado directamente pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, e pelo presidente do partido Renamo, Afonso Dhlakama”.
De acordo com o espírito por detrás da ideia, o grupo deverá ser “flexível, pequeno e competente”.
Desde que iniciaram as discussões sobre a descentralização, os mediadores já apresentaram duas propostas para apreciação das duas delegações em conversações.
A primeira foi liminarmente afastada pelas partes, que apresentaram contrapropostas que ajudaram a elaborar a segunda.
Ao que tudo indica, é com base na segunda proposta que o grupo ora criado vai trabalhar na elaboração dos novos princípios.
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