Foto: Ivan Pacheco e Felipe Cotrim/VEJA.com
As recentes declarações do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foram o estopim para ações mas incisivas. O ex-diretor, que havia firmado um acordo de delação premiada com a justiça, teria apontado o nome de 12 principais personagens, ligados as duas favoritas à presidência.
Mas vejamos, o conteúdo audiovisual com as revelações do ex-diretor estaria sob os mais rigorosos protótipos de segurança, guardados em cofre, e os arquivos por escrito criptografados. Nesse contexto, um fato salutar seria, portanto, identificar o interesse de se propagar tais informes e ainda como estes repercutiriam as vésperas de um pleito eleitoral.
O Mensalão do PT e também o do DEM, escândalos que envolveram os principais caciques da política nacional, parece permanecerem no vácuo, não tendo muita influência na opinião pública, nem mesmo sendo usado nas declarações de campanha dos presidenciáveis. E quanto as delações do ex-diretor da Petrobrás? Como analisar sua progressão?
Os principais veículos de informação escrita e televisiva noticiaram o fato, mas o que temos de fato? As informações são verdadeiras? Quais as fontes? Estas seriam confiáveis? Houve seleção no vazamento? Em uma linha de fidedignidade temos, ao certo, um preso recorrendo aos mais variados tipos de recursos, numa tentativa de passar o minimo de tempo atrás das grades. Excetuando-se os nomes dos supostos envolvidos que foram noticiados, nada mais resta no imbróglio.
Em consonância, temos uma elite corporativista que parece querer abalar justamente as figuras que mais mantêm votos da popularidade, Dilma Rousseff e Marina Silva, especialmente a primeira, já que a maioria dos nomes citados são do PT ou PMDB, partido da base aliada ao governo, resguardando o nome de Aécio Neves e seus partidários.
Que garantia temos de que não há tucanos envolvidos nas declarações de Costa? Por que atingir Dilma e Marina? Será que a ideia de vitaminar Aécio surtirá efeitos? Aécio, assim como Marina cobraram investigações das denúncias, classificando-as como vergonhosas.
Dilma afirmou no último domingo (7), que as denúncias não lançam suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado e que o governo tem tido uma posição extremamente clara em relação a questão, sendo os órgãos do governo que levaram a essa investigação.
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